Lê Golz 08/07/2015Adorei!Que gostoso estar em contato novamente com uma obra clássica da literatura brasileira! A linguagem da época é de certo considerada chata para a maioria dos jovens hoje, o que é uma pena. Há anos não leio uma obra assim, e confesso que desacostumei depois de ler tantos livros mais atuais. E mesmo assim, ainda considero muito importante que a leitura dessas obras sejam mais desejadas por um público geral, afinal é um ótimo livro.
A sinopse já diz o que precisamos saber sobre a história. A obra tem como plano de fundo a sociedade burguesa da época no Rio de Janeiro e todos os costumes de um casamento, e a maneira que as pessoas achavam conveniente se portar diante da sociedade. Senhora pertence ao Romantismo, e conta uma história de amor (claro), decepção e ambição. Como é uma obra que faz parte do chamado "perfis de mulheres", tem como protagonista uma mulher romântica, mais ao mesmo tempo forte o bastante para virar o jogo diante de uma decepção amorosa.
"Mas a serenidade que se derrama por toda a sua pessoa, se de alguma sorte desmaia a cintilação de sua beleza, a embebe de um fluido inefável de meiguice e carinho, que a torna irresistível." (p. 14)
Nas primeiras páginas custei a me acostumar com a narrativa, pois como falei, perdi o costume. Mas aos poucos ela vai fluindo e fui notando a grandeza da obra. Se o leitor gosta de viajar para o passado, entender melhor certos costumes, nada melhor que ler um livro em que foi escrito justamente na época que se deseja viajar. Senhora foi escrito em 1875 em uma sociedade completamente diferente, onde eu jamais imaginaria alguém recebendo dinheiro para casar-se comigo (risos).
Enfim, é um clássico da literatura brasileira que recomendo, que vez ou outra devíamos reservar um tempo para ler. Não deveria ser uma leitura obrigatória na escola, e sim algo que chamasse atenção dos alunos (funcionou comigo na época, mas não com todos). Porém, não adianta ler por obrigação, Senhora é um livro que é melhor ler na vontade.
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