Resenhas - Senhora

Patresio.Camilo 23/06/2023

FINALMENTE LI SENHORA
Depois sabe se lá quantas tentativas consegui terminar de ler Senhora.
Este foi um dos poucos livros que não li na escola e nem para o vestibular. Apesar de saber a história, de ter lido resenhas, e até ter acertado as questões de provas.
Não vou ficar tecendo as teorias literárias, pois creio que se você chegou até aqui já deve ter visto.
Mas Senhora é um dos grandes expoentes do Romantismo, com todas as características dessa escola literária.
Confesso que me cansa a obra de José de Alencar.
Mas nesta leitura, consegui aproveitar melhor o livro, principalmente porque li sem pressa.
Mas as longas descrições, deste o detalhe do toucador ao teatro, enfim, acho elas excessivas, mas quando se lê com pressa, tornam-se suportáveis.
A história de Aurélia e Fernando, envolve amor, dinheiro, rejeição, tudo o que o romantismo gosta.
Dividido em quatro partes, são interessantes.
Mas minha grande decepção foi o final, o nosso José, de Alencar, parece que ficou com preguiça, ou cansaço de tanto descrever, resolveu terminar e falou, acaba assim. E pronto.
Enfim, uma boa leitura, desde que seja feita com calma e paciência.

Nayara 14/03/2022

Super recomendo
No início estranhei um pouco a linguagem, pra minha surpresa, era inumeras vezes mais complexa que Jane Austen.
O livro é encantador, apesar de muitos enxergarem um viés feminista no livro em razão do "empoderamento" de Aurélia, eu vejo o livro de outra forma
Enxergo em Aurelia uma menina apaixonada que torno-se vingativa por sentir-se traída pelo homem que ela idealizou em Fernando, então castigava-o constantemente como uma criança voluntariosa, privando ambos de um matrimônio feliz por quase um ano
Não condeno a atitude da garota, tampouco a que seu agora esposo, teve para com com ela enquanto solteiro. Ao início da história ambos eram extremamente imaturos, Aurélia pela inocência que conferia as moças recadas, Fernando que por sua vida boêmia numca assumiu qualquer responsabilidade além de sua mãe e irmãs. Apesar de um passado condenável, ambos amadurecem bastante na história, Aurélia descendo do pedestal que havia se colocado e Fernando que ao satisfazer os caprichos de sua Senhóra, aprende o valor de sua honra

Aos que esperam um romance com muita emoção, sinto decepciona-los, José de Alencar, nesse livro maravilhoso, segue os modelos de romance água com açúcar que era devido a época e demora-se diversas vezes em descrições poéticas e um talvez um pouco confusas a nossos olhos, mas pouco temos das reviravoltas surprendentes que esperam os que estão habituados aos romances contemporâneos

Karllinha 22/04/2022

O preço do amor
Parece bem pouco romântico associar dinheiro e amor, mas não na pena de José de Alencar. Nessa obra há vários momentos em que os leitores, principalmente aqueles que amam ser surpreendidos, vão se identificar ora com Seixas, ora com Aurélia Camargo, essa senhora que vai se tornando empoderada a cada página que se lê e que se busca conhecê-la. Como não se apaixonar por ela? Como não desejar ter o mesmo poder dela, como não torcer, desesperadamente, para que ela alcance o coração daquele homem, também apaixonado, porém tão interesseiro? Como não sonhar, através dela, em também ser uma senhora do seu próprio destino? Realize-se por essas páginas... Chegou o seu momento de se tornar uma Senhora!

Matheus 21/03/2021

Chato demais, e ainda mais chato por ser clássico
Só li esse livro por causa da escola
Confesso que esperava ser mais chato do que já foi
A história é interessante, mas não a ponto do livro me prender
Demorei demais pra ler, e pela escrita ser muito difícil só fez com que eu demorasse mais
O livro não tem graça, a historia se mantém maçante e parece que foi sendo empurrada com a barriga o livro inteiro
O Seixas tava enchendo o saco na terceira e quarta parte, e olha que eu tava gostando dele no começo
Bom, se vc gosta de livros clássicos, com pouca emoção e de se torturar eu recomendo
Eu não gosto, por isso 2??
Se tivesse mais emoção e não tivesse essa escrita difícil poderia ter dado umas 4??

MizukaYoshino 13/04/2022

Fui reler por ter ficado com esse livro na memória e ter amado ele na adolescência.
A história é muito boa, eu super recomendo, pois é a vida cotidiana do séc. XIX na corte brasileira, onde o dinheiro valia mais do que a dignidade (supostamente).

Mas, na releitura, acabei tendo dificuldade de início pela escrita da época (incrível ter sido mais fácil antes). Teve os momentos em que devorei o livro, mas não me impactou tanto quanto da primeira vez, o que pode ser coisa da edição e o fato de conhecer os acontecimentos da história.

Flavia 31/03/2021

Um dos clássicos do romantismo brasileiro. No livro acompanhamos Aurélia Camargo, uma mulher que teve uma infância muito humilde e de repente se vê rica. Uma vez rica, ela resolve se casar com Fernando Seixas, um rapaz que ela amou quando era humilde, mas que a abandonou para se casar com uma mulher mais rica. Agora rica, Aurélia resolve então "comprar" Fernando com um dote bem generoso e humilhá-lo por tê-la abandonado. Então acompanhamos a convivência do casal após este casamento.

Jacque Spotto 19/05/2022

Mesmo sendo escrito no século XIX, e tendo exageros nas descrições e aquele exacerbamento de sentimentos? Romantismo né gente! não seria diferente. É um livro gostoso de ler, de esperar para onde todo aquele plano de Aurélia vai chegar.

José de Alencar traz em Senhora, uma personagem principal um pouco fora da curva para a época, pois Aurélia é uma mulher forte, decidida e inteligente. Se vê órfã, abandonada pelo "quase" noivo e sem dinheiro, mas recebe uma herança de um avô. Até aqui parece ser um enredo um tanto quanto simples, mas mesmo com a situação que Aurélia se encontra, ela pensa estrategicamente em como se vingar de Seixas, o homem que a abandonou quando ela era pobre, e o pior, ele a deixou para conseguir um casamento mais lucrativo.

É exposto na obra toda a parte de uma sociedade regida por status, pela ambição, intereces e aparência diante aos outros. O casamento de Aurélia é um bom exemplo de como sua vida exterior era vista de uma forma e era completamente diferente dentro de sua casa. 

Em uma época em que as mulheres eram criadas e educadas apenas para um bom casamento, Aurélia sabe de seu papel na sociedade, mas não se deixa iludir por isso. Sabe que não pode viver sozinha e nem administrar seu dinheiro pelos olhos da sociedade, então seu tio quem o faz, apenas de fachada, pois ela que administra sua herança.

Só aconselho as pessoas que irão ler o livro, levar em consideração a época em que foi escrito. No livro o mínimo de liberdade que a personagem pratica, hoje algo comum na vida das mulheres, na época era totalmente fora dos padrões. Também para pessoas que não gostam de muitas descrições, podem achar leitura lenta. Eu gosto de descrições, isso me ajuda muito a visualizar todo o ambiente do lugar assim como o escritor o imaginou.

Uma ressalva, foi que o livro se volta totalmente em torno do casal e da trama de Aurélia e traz um final muito curto, a conclusão não passou de alguns parágrafos, poderia ter sido mais desenvolvido. Mas levando em conta que a primeira publicação de Senhora foi em forma de folhetim, talvez pelo formato, tenha tido essa forma de finalização.

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DihMoraes 08/04/2021

Senhóra.
É a segunda vez que leio e nunca deixo de me encantar. Essa disputa entre Aurélia e Seixas é uma tragicomédia, além de simbolizar uma crítica social que José de Alencar faz à sociedade da época por esta possuir um mercado matrimonial que objetificava as pessoas.

Eric Vinicius 05/04/2021

Um romance do embate eterno entre o orgulho e o amor
Consegui passar os anos de escola sem ter lido José de Alencar. No fundo, chego a pensar: "Ainda bem!"; tivesse sido apresentado a "Senhora" antes do tempo, talvez meu trauma com a literatura brasileira - originado sobretudo depois do calvário da leitura forçada de "A Escrava Isaura", na adolescência - fosse ainda maior.
Não que o retrato do "perfil de mulher" seja um horror: seria um enorme disparate, aliás, se eu (um simples leitor não acadêmico, de fora do mundo das Letras) dissesse, presunçosa e arrogantemente, que a obra-prima daquele que é considerado o maior romancista romântico de nossas terras é qualquer coisa menos que bom. De fato, pude reconhecer grandes méritos no romance: a vanguarda (ou ao menos a tentativa de sê-lo) da proposta - uma mulher empoderada que consegue dar o rumo que bem quer à própria vida, ainda que por força do dinheiro, na sociedade patriarcal do século XIX - me foi digna de destaque; e a tão criticada escrita rebuscada do autor talvez hoje me seja, anacronicamente, um enfado (sinto que as páginas poderiam ser resumidas bem à metade, sem prejuízo da estética ou do conteúdo), mas sua reconhecida capacidade de pintar cenários era uma virtude valorizada, na época - parece que ele realmente tinha o dom de arrancar suspiros, a medir por alguns relatos que andei lendo. José de Alencar era um homem preso a seu tempo, mas não é justo desmerecê-lo por isso - como se fosse razoável esperar que todos tivessem o mesmo dom de transcender como Machado de Assis, por exemplo.
Mas é que talvez o estilo me embote um pouco. Achei-o até piegas - especialmente em um ponto em que o autor apela à metalinguagem, para se justificar. Não gostei, também, da desproporção entre as partes do todo (o livro não demora muito a engrenar, mas tortura o leitor ao se estender em demasia nos percalços e termina abruptamente, deixando-nos um pouco perdidos). E se hoje senti o incômodo, creio que há uns 20 anos a coisa teria sido bem pior - a ponto, decerto, de me fazer desfrutar quase nada da leitura (já capaz de me entreter).
Apesar dos floreios, senti que ela (a leitura) até que foi fluida, com seus capítulos curtos. O enredo, se não traz muitos fluxos de consciência, é envolvente. Mesmo com o previsível fim da história, fui conduzido, no caminho até lá, à indignação de ver o amor irresistível de Fernando e Aurélia ser abafado pelo orgulho (de ambos, diga-se a verdade), levando-me a refletir sobre como perdemos tempo precioso, na vida real, com vaidades que se colocam diante da nossa felicidade. Essa é uma condição que, por sinal, traz um pouco de humanidade aos protagonistas (planos), em meio à fantasia da adoração do escritor à sua musa. É até curioso isso, porque, ao longo da saga, em que pesem a destruição inicial da reputação de um e o louvor desmedido ao espírito da outra, senti muito mais simpatia pelo cativo penitente em busca da redenção do que pela senhora ilibada que, afinal, abusava de sua razão. A resignação de Fernando, em seus onze meses de servidão a Aurélia, fizeram-me lembrar a do obstinado Jacó, nos mais de vinte anos em que serviu a Labão por sua amada Raquel (Camões reservou um soneto ao patriarca bíblico, só por isso). Aurélia, por sua vez, ama mais seu próprio amor platônico do que ao marido; e, ao se permitir a vingança a partir do dinheiro, paradoxalmente já redime, a partir daí, Fernando, que outrora a preterira em favor da (então) mais abastada Adelaide Amaral. Esse jogo simétrico entre os cônjuges beligerantes, marcado pelo sarcasmo, pela teimosia e pela abnegação, é igualmente admirável, na obra.
Em geral, avalio "Senhora" como uma espécie de romance do embate eterno entre o amor e o orgulho. O gênero literário a que pertence permite até mesmo ao neófito adivinhar a sorte desse conflito, aqui.
Ainda assim, valeu a leitura! A trama é bem desenvolvida e, apesar do excesso de ornamentos, seduz. Dificilmente teria me aproximado do livro se não fosse o convite de uma amiga e a curiosidade despertada a partir do chamariz da proposta, mas confesso que passei um tempo bom, com ele - algo de que realmente precisava, depois da ressaca de "A guerra não tem rosto de mulher", "Ficções" e "1984".
No mais, a iniciativa serviu-me para que eu ao menos pudesse compreender, sem preconceitos, que o tipo efetivamente não me atrai. Embora não pretenda ler outras obras do autor, recomendo a experiência a quem deseja conhecer algo do romantismo nacional, é capaz de suspirar com pouco ou simplesmente esteja necessitando fazer uma pausa entre obras mais pesadas. Com alguma boa vontade, é possível se render à "Senhóra" de Fernando Seixas, e com ela se inebriar do amor imaculado de que só são capazes os castos de coração.

Arlyton Sil 09/05/2020

A Deusa Moça.
O livro com uma escrita demasiadamente rebuscada. Apreciei muito esse endeusamento para a personagem Aurélia, citando em cada capítulo seu vestuário e sua aparência encantadora. É de fato uma mulher a frente do seu tempo, muito forte determinada, mas ainda um ser humano com falhas, realista.

Isa Gomes 22/12/2023

Gostei
Estou me adaptando a ler clássicos, livros da literatura brasileira e amei o livro, uma pena que tive somente a oportunidade de ler digital. Mas ficarei ansiosa para ter em minha estante.

mands 18/06/2021

Bom
Apesar de a história ser interessante, ler o livro em si me cansou muito, a linguagem é muito reboscada, o que eu super entendo já que é uma obra antiga. Contar essa história para uma pessoa, eu contaria tranquila, para um romance do séc. XIX, é realmente interessante. Mas eu li somente por causa do vestibular. Em outro caso, no entanto, eu não leria.

Joao 29/08/2020

Aurélia é uma senhora do século XXI
Senhora é um romance de egos e patrimônios.

José de Alencar brinca com esse jogo do patrimônio, seu romance critica essa submissão do amor quanto ao capital. Casar com o amor da sua vida e ser pobre ou ser rico e infeliz?

A protagonista da obra de José de Alencar é uma mulher forte e à frente de seu tempo. Achei incrível a forma como ela superou seu trauma com Seixas. Logo após adquirir sua herança Aurélia se transformou, se tornou o centro de atenções de toda a sociedade, modificou sua imagem e ao invés de se abalar por ter sido deixada pelo grande amor da sua vida se tornou A SENHORA.

O clássico de 1874 foi estruturado de uma maneira diferente. A história não segue a linha do tempo cronologicamente. Ao invés de vermos de início a história da Aurélia ainda pobre, fraca e tendo seu coração partido por Seixas, o livro começa após todos esse acontecimentos, em que já vemos uma Aurélia empoderada e digna de seu amor próprio. Isto, para mim, foi definitivamente uma façanha de Alencar.

A vingança no livro se mistura com orgulho. A forma como o casamento foi selado por Aurélia e Seixas é super interessante. Os dois passam a se odiar, mas há quem diga que onde há o ódio há o amor. Alguns momentos você torce para os dois, já outros você realmente acredita que tudo não foi apenas um acordo.

José de Alencar fez um romance poético e inovador. Trouxe uma personagem feminista, um matrimônio onde quem sustentava a casa é a mulher, abordou também o machismo estrutural e mostrou o ?lado B? da vingança. Tudo isso em um romance feito no século XIX.

Rê 15/08/2020

Surpreendente
Muitas reviravoltas e intrigas que nos deixa presos do início ao fim.

Carolina Del Puppo 23/08/2020

Surpreendente
"tudo ela perdoou a seu volúvel amante, menos o tornar-se indigno do seu amor".
Um dos melhores livros que eu já li mas não recomendo ele para todos pelo fato de ser um livro bem difícil.