spoiler visualizarfabi g c 18/12/2022
Procurei representatividade
Quando comprei esse livro, na bienal de 2019, conversei com a autora e tive o prazer de assistir a uma palestra sobre gordofobia. O problema é que esse livro carrega todos os esteriótipos de pessoa gorda e falha no ?poder? mesmo. Por exemplo, o livro começa com a personagem comendo até passar mal, ela fica falando que é ?obesa? (termo que hoje em dia vemos como problematico) e fica reafirmando o próprio peso o tempo todo (dá a impressão de que ela não é bem resolvida e precisa de acompanhamento psicológico, já que parece que ela se pesa com frequência), também me incomodou o uso de piadas (preconceituosas) frequentemente feitas sobre pessoas gordas (tipo ?sair rolando?). Acho que a maior questão aqui é que o título parece que vai quebrar o tipo de narrativa que estamos acostumados, mas corrobora com ela. Acho importante ressaltar que a autora tem capacidade de escrever algo como eu esperava, como pessoa gorda, porque vemos o respeito que ela tem com o personagem Noah, sem muitos spoilers ele é um homem trans.
Obs.: essas críticas vem de um lugar em que quase nunca vemos pessoas gordas protagonizando livros, e a representatividade que eu esperava era uma personagem mais comum, ninguém vê alguém falando o peso o livro inteiro se ele não tiver a intenção de mostrar que é um distúrbio por ex, sabe, eu procuro ver personagens que tem como característica ser gorda, e não que ser gorda é o fato mais destacado do livro, a gente quer uma história, não um cara pra reafirmar o quanto ela é bonita.
Obs2: a melhor parte do livro na minha opinião, sem muito spoiler, é a que ela vai pra delegacia prestar queixa contra a loja.