O Compromisso

O Compromisso Herta Müller




Resenhas - O Compromisso


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Os Livros e Filmes da Bá 23/11/2018

INQUIETANTEMENTE VAZIO
Prêmio Nobel 2009. Rápida impressão sobre o livro, logo sai resenha no canal.
Herta Muller atravessou o regime comunista romeno e aqui temos o pano de fundo da história, em fluxo de consciência.
A protagonista não tem nome (deduzo que seja uma mulher em torno de 30 anos) ela trabalha em uma fábrica de roupas e, desesperada para fugir de sua realidade, coloca bilhetes nos bolsos se oferecendo em casamento. Um colega de trabalho descobre e a delata. ela perde o emprego e passa a ter um "compromisso" com as autoridades secretas que querem descobrir o motivo de sua "traição".
A cada dia marcado para o compromisso ela pega o bonde e viaja por cerca de 1:30h, onde se desenrola todo o fluxo de consciência da personagem. Ela reflete acerca do ex-marido; o atual, alcoólatra; a amiga; a família; o bairro; a infância.
A história é ausente de amor, felicidade, alegrias do dia a dia, temos um panorama triste, vazio, uma realidade dura e sem perspectivas, relembro aqui o pano de fundo: o regime comunista! Enfim, pode não ser um livro fácil ´para algumas pessoas, a mim não marcou muito, pois não senti empatia pela personagem, ela não me conquistou a fim de querer saber sobre a vida dela, mas, em contrapartida, acho que foi exatamente essa a ideia de Herta, tanto que nem o nome da personagem sabemos.

site: https://www.youtube.com/watch?v=ODqzP_lMw_g
newton16 13/10/2019minha estante
Como se pode esperar amor, felicidade, e alegria do dia a dia em um livro que tem por escopo narrar as atrocidades do regime comunista? Este livro não tem nada de vazio; ele é muito rico no que se propõe.


Os Livros e Filmes da Bá 30/10/2019minha estante
Vazio não é o livro, é o dia a dia deles. Entendeu ou quer que eu desenhe?


newton16 30/10/2019minha estante
Oi. Não precisa desenhar nada não. Só é realmente difícil entender como alguns leitores escolhem um livro que tem como cenário o totalitarismo comunista e depois diz que não gostou muito porque o livro é desprovido de amor, felicidade, e alegria do dia a dia. Bastava pegar um livro com outra temática.


Os Livros e Filmes da Bá 04/11/2019minha estante
Entendo vc, Newton. Mas sou das pessoas que não leem somente o que agrada, procuro ler de tudo, inclusive o que não gosto, para embasar ainda mais minha opinião. Seria muito cômodo ler apenas o que gostamos. Inclusive, já comprei outro livro dela.




Fernando 22/01/2010

Não posso dizer que esse livro não seja "grande coisa", que foi o que eu pensei durante a leitura e logo após terminá-lo. Pensando sobre ele agora, penso que existam algumas virtudes nesse romance sobre a classe operária romena. O final aberto a interpretações por si só talvez seja uma delas.

Mas como já relatado aqui, o romance perde o ritmo em certos pontos, o que dificulta a leitura. Eu mesmo demorei mais do que o habitual para um livro tão pequeno. Talvez ele tenha qualidades realmente, mas como não tenho grandes pretensões literárias e para mim a literatura é tão somente um prazer, não posso afirmar que recomendo essa obra, já que a sua leitura não foi prazerosa como eu esperava.
Yeah
Giliade 22/01/2010minha estante
Devo dizer que essa resenha contribuiu seriamente para que o livro fosse jogado para o fim da fila de espera das obras que pretendo ler. No entanto, é interessante ter diferentes pontos de vista, já que através disso, é possível fazer uma análise mais imparcial a partir da leitura da obra.

Se esse livro colaborou significativamente para que ela ganhasse o nobel de literatura, é certo que alguma qualidade deve ter, como as descritas por você. Mas agora é preparar para as próximas destruições! Rock!


Quase Tudo de Medicina 03/02/2014minha estante
Tive exatamente a mesma impressão...fiquei perdida e confusa...jamais abandonei um livro e fiquei muito frustrada em ter que tomar essa atitude com um livro tão premiado...tentei novamente voltar e não consegui...não gosto de repudiar livros porque por mais desinteressante que seja sempre há algo bom para reter....talvez a culpa tenha sido minha e eu não estivesse preparada como leitora para ler esse livro....


Eloiza Cirne 12/04/2014minha estante
Eu também o abandonei. Leitura para mim é sinônimo de prazer. Costumo dizer que não preciso "sofrer" para poder ler um livro. Se não sei apreciar um escritor medalhado, nobel... paciência. O livro é chatésimo!




Pandora 17/07/2016

Se eu fosse o tipo de pessoa que marca todas as suas passagens favoritas de um livro com post it, me ocorreu agora que O compromisso da Herta Müller seria um livro impossível de ser fechado. O texto da autora tem uma força áspera, um lirismo pesado, uma capacidade de colocar interpretações plausíveis sobre a realidade que nos faz sentir o impulso de marcar tudo, pois tudo nele é marcante.



Narrado em primeira pessoa por alguém, que pode ser a própria Herta, O compromisso conta a respeito de como em uma manhã comum uma mulher pega o bonde e se dirige para um interrogatório a ser feito pelo Major Albu. O interrogatório é marcado para as dez da manhã, ela sai de casa às oito, essas duas horas no transporte são suficientes para ela rememorar, mastigar e pensar sua vida inteira.

De forma não linear, indo de trás para frente, de frente para trás e se embrenhando em curvas de memória, descobrimos detalhes da infância, da adolescência, da vida adulta da mulher que está indo depor e me senti como se estivesse ao lado dela conversando sobre a vida. Como sou o tipo de pessoa dada a conversar com estranhos na rua me pareceu como se estivesse sentada no assento, congelada e "absurdada" ouvindo as confissões de uma pessoa que passou por situações inimagináveis, mas permanece pragmática diante da vida.



Tem pessoas dotadas da capacidade de nos arrancar lágrimas contando até como teve uma longa vida feliz com um cachorro terrível, mas muito leal... Existem pessoas que são o absoluto inverso, elas te contam infinitos detalhes de uma vida recheada de violência de uma forma tão crua e natural que você só consegue ficar parada, catatônica, simplesmente ouvindo sem reação automática.

A Herta é justamente a do tipo que te faz ouvir sem reação automática. Com ela você se pega escutando ou lendo uma mulher te contar como seu primeiro marido foi a guerra, como seu sogro tentou substituir o marido em sua cama enquanto ele estava na guerra; como uma vez de volta da guerra esse mesmo primeiro marido tentou matá-la quando ela pediu divórcio; como seu colega de trabalho lhe assediou diariamente até lhe fazer perder o emprego; como seu atual marido é gentil, mas enfrenta a vida ingerindo mais e mais álcool; como sua avô enlouqueceu no campo de concentração e seu avó sofreu além dos limites do imaginável... Ela te confessa baixinho, quase como se não tivesse contando nada, a terrível experiencia de sair para um compromisso no qual se vai no minimo ser psicologicamente torturada, mas também se corre o risco de ser presa, violentada, machucada e morta dolorosamente.

O compromisso é um livro duro, sua protagonista é uma mulher dotada de uma resiliência fora do normal. Ela estica e não se rasga, se dobra e não se quebra. E, depois de nos contar tudo e mais um pouco sobre si, simplesmente se ergue, despede-se, atravessa a massa humana comprimida no limitado espaço do bonde, pede parada e se vai... Só quando ela dobra a esquina você se da conta que sabe tudo o que há para saber sobre ela menos seu nome, mas isso não importa, você tem uma longa história para digerir.

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2016/07/o-compromisso-resenha-literaria.html
Enigma Literário 18/07/2016minha estante
Parabéns pelo texto!


Catarine Heiter 28/02/2018minha estante
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Deza 06/08/2021

Bom
Nunca achei que ia gostar de um livro como esse cheios de devaneios, cheio de idas e voltas, mas gostei bastante. Em alguns momentos até achei que ia dar 5 estrelas. Me indifiquei com a forma com que a personagem principal observa as coisas ao redor.
Thalita.Romolu 07/08/2021minha estante
Muito bom ver como as pessoas enxergam de formas diferentes as mesmas obras. Sempre tem um livro pra cada um né? Esse com certeza não foi pra mim... Kkkk


Deza 07/08/2021minha estante
Haha acho que livro tbm depende do momento que estamos vivendo. As vezes a gente abandona um livro e depois retoma a leitura e ama.




inasantos 05/03/2022

Convocada
O livro não é de simples leitura, o fluxo de pensamento muitas vezes com vai-e-vem, inclusive temporal, deixou-me confusa e muitas vezes precisei voltar para reler e entender melhor.
O que talvez faça sentido com a história já que a protagonista é convocada a depor num regime autoritário que gera medo e confusão.
Fiquei surpresa com o destino de alguns personagens e também com a protagonista que parece repetir os mesmos feitos do primeiro relacionamento com o segundo.
É um livro bom, acredito que uma segunda leitura (já mais acostumada com a escrita) será muito mais proveitosa.
Mari Pereira 05/03/2022minha estante
Tá na minha lista pra esse ano Ina. Fiquei mais curiosa depois de ver sua opinião!




Lima Neto 28/10/2009

o livro é bom, sem dúvida, mas muito abaixo de minhas expectativas. historicamente, o livro está bem construido, retratando bem a vida das pessoas sob eterna vigilância nos tempos do socialismo. achei o ritmo de leitura do livro um tanto quanto parado em determinadas momentos.

"O Compromisso" é um livro interessante, sem dúvida, mas, na minha opinião, muito aquém de uma escritora que ficou consagrada por ter ganho recentemente o Nobel de Literatura, o principal prêmio literário do mundo.
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Henrique 23/12/2009minha estante
Concordo com o Lima. É um bom livro, mas perde o ritmo em alguns trechos, o que torna a leitura um pouco cansativa. Embora seja um livro relativamente pequeno, estou demorando um pouco pra ler.

Contudo, vale a leitura. A autora tem um bom domínio narrativo e cria algumas pessagens de grande lirismo.

Espero conhecer outras obras da autora para ver se o Nobel foi mesmo justificável.


Henrique 23/12/2009minha estante
Guilherme, acho que todo mundo que está lendo esse livro foi influenciado pelo prêmio. Não me parece que exista alguma coisa errada nisso.




RafaelW 12/08/2010

Herta Müller escreve muito bem
Herta Müller escreve muito bem. O livro trata da vida de uma mulher que vive na Romênia comunista e os efeitos (ou defeitos) que isto causa ao longo da sua vida.
A história é meio autobiográfica, pois a própria autora, pelo que eu sei, nasceu na Romênia e foi fugida para a Alemanha (a Ocidental da época, obviamente) no final do Séc. XX (precisa dizer?).
Vá lá, o livro é meio truncado, sem capítulos, às vezes meio arrastado, e por isso cansativo, mas vale a pena porque é muito bem escrito (pra mim isto é importante).
Não tenho tanta bagagem literária assim e por isso não sei quem merece ou não o Nobel de Literatura, mas se for pela forma como escreve, o prêmio foi bem dado.
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kelly 09/05/2015

Minha opinião
Apesar de ser um livro de poucas páginas, vc tem a impressão de q a leitura vai fluir mas, infelizmente n flui. Tive que recomeçar 2 vezes pra terminar. Em suma, o livro é chato, entendiante e cansativo. Muito a desejar pra uma escritora premiada.
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Nat 05/11/2015

O livro conta a história de uma mulher que vive uma perseguição de uma ditadura na Romênia e está indo para uma convocação (que pode terminar em nada ou em prisão ou em tortura). No trajeto de bonde até esse interrogatório, ela vai relembrando fatos de sua vida. É um livro até que curto mas que achei difícil de ler, a escrita da Herta não me prendeu. Achei um pouco confuso, porque não tinha uma ordem cronológica. Também não me apeguei a personagem principal. Dei três estrelas.
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Quase Tudo de Medicina 07/07/2016

Tive uma péssima impressão...fiquei perdida e confusa...jamais abandonei um livro e fiquei muito frustrada em ter que tomar essa atitude com um livro tão premiado...tentei novamente voltar e não consegui...não gosto de repudiar livros porque por mais desinteressante que seja sempre há algo bom para reter....talvez a culpa tenha sido minha e eu não estivesse preparada como leitora para ler esse livro....
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Mariana.Fernandes 20/09/2016

Esperava mais...
Ganhei o livro de presente, e quando li a sinopse fiquei animada e acabei puxando ele pro começo da lista e lendo de cara.
Estranhei a falta de capítulos, mas gostei do fluxo de consciência. O problema é que a autora se prende demais à eles, e o livro acaba ficando cansativo. Achei interessante a forma como ela ia e voltava nas memórias, só que algumas eram bem cansativas ou sem muita importância para o livro em geral.
Não diria que é um livro ruim, até porque Müller escreve bem, e a leitura fluiu, não demorei muito para ler, acho que no máximo umas cinco sentadas, porém eu esperava mais...
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Andreia Santana 19/04/2024

E no fundo da caixa restou a frustração...
Uma jovem costureira de uma fábrica de roupas, na Romênia governada por Nicolae Ceaucescu, é convocada para prestar esclarecimentos à polícia secreta depois que bilhetes com pedidos para que estrangeiros se casem com ela e a libertem do país natal, são encontrados nos bolsos de ternos enviados para exportação. Acusada de traição à pátria e prostituição, a moça semanalmente precisará ir ao comitê central depor e fingir que não vê o assédio do oficial encarregado do seu caso. Não adianta negar as acusações ou contar a verdade, pois ele não acredita. Então, ela precisa mentir, aceitando o jogo sádico que diverte o homem que a interroga.

Em O compromisso, Herta Müller, escritora romena de origem alemã, volta ao tema que marca boa parte da sua produção literária, os anos da ditadura de Ceaucescu, quando ela própria era sistematicamente vigiada e convocada para depoimentos intermináveis. O livro retoma a questão da ditadura romena sob uma ótica parecida com aquela explorada em A raposa já era o caçador, outro romance de Müller que traz uma jovem protagonista às voltas com a vigilância e a perversidade de oficiais entediados.

A protagonista de A raposa já era o caçador está no limiar das forças e da sanidade depois de anos da ‘caçada’ estilo gato e rato dos militares contra ela e seus amigos. Já a costureirinha de O compromisso ainda se permite buscar pequenas alegrias em um raio de sol no corredor do apartamento minúsculo onde vive ou sentindo o vento no rosto ao viajar na garupa da motocicleta do namorado, operário como ela, mesmo diante de perdas terríveis como a da melhor amiga, Lili, fuzilada ao tentar cruzar a fronteira para fugir da Romênia com o militar idoso que era seu amante.

O livro, além de mostrar os desmandos e incongruências do sistema, esmiúça o cotidiano dos cidadãos comuns, com todas as dificuldades e mesquinharias de se viver sob ameaça constante de morte ou de prisão. Ao falar do regime, Müller também expõe traços de uma cultura misógina e machista anterior à ditadura, mas agravada por ela. A Romênia, no começo dos anos 2000, era um dos países europeus com os índices mais altos de violência contra mulheres e feminicídios, por exemplo.

Ainda durante o governo de Ceaucescu, as mulheres eram controladas não só em relação aos anseios de se casar com homens de outros países, o que era considerado traição, principalmente se fossem de regiões de fora do bloco comunista; como também em relação à natalidade. O regime acreditava que as mulheres tinham um dever cívico em gerar novas gerações de romenos e a natalidade era vigiada, contraceptivos negados e o aborto, lógico, criminalizado. Casais que não tivessem filhos pagavam multas altíssimas e impostos mais caros que os cidadãos procriadores.

O resultado dessa política desastrosa de incentivo aos partos de forma indiscriminada resultou em um escândalo que chocou o mundo depois que Ceaucescu foi deposto e executado, em 1989. Imagens veiculadas pelas emissoras de TV de diversos países a partir de 1990 mostraram os orfanatos romenos superlotados de crianças quase raquíticas, sujas e confinadas em espaços exíguos, sem receber estímulos de nenhuma espécie, totalmente negligenciadas e abandonadas pelas famílias e pelo estado.

A costureira de O compromisso não tem filhos. Embora tenha sido casada com um morador da mesma aldeia onde ela vivia, fugiu do marido ao ser quase atirada por ele do alto de uma ponte. Após abandonar o casamento é que ela vai trabalhar na fábrica de roupas e por uma série de tramas que não posso adiantar para não dar spoiler de trechos essenciais da história, acaba virando alvo de um inquérito, o que transforma tanto a vida dela quanto a do novo namorado, o da motocicleta, em um inferno constante.

Essa Romênia reduzida à miséria, com habitantes embrutecidos e vivendo em meio a precariedade e sujeira, perseguições políticas e vigilância entre vizinhos, é mostrada ao longo das páginas de O compromisso.

A forma apática como muitos cidadãos viviam, o refúgio no alcoolismo e a opressão constante, fazem dos livros de Herta Müller leituras angustiantes e até sufocantes. As histórias da autora não fazem concessões a finais felizes ou à esperança.

Müller, com sua escrita realista e, ao mesmo tempo, poética na sua dor e desespero, não se ilude com a caixa de Pandora. Se o recipiente continha todos os males do mundo e no fundo dele só restou a esperança, logo, ela também seria um mal que embota a razão e leva ao desespero por contínua e constante frustração…

Ficha Técnica:
O compromisso
Autor: Herta Müller
Tradução: Lya Luft
Editora: Globo Livros, 2005
206 páginas
R$ 67,90 (livro físico, brochura, Amazon), R$ 24,90 (e-book, Kindle) ou versão digital acessível para assinantes do Skeelo.Books

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*Lido para o desafio #50livrosate50anos, brincadeira que criei para comemorar meu aniversário. Em abril de 2024 eu faço 50 anos. A ideia é ler 50 livros até 30/04 e, se possível, resenhar ou fazer um breve comentário aqui no Skoob e no Instagram, sobre cada um deles. O compromisso é o livro 39 do desafio. No total, até agora, 41 foram lidos, tem 09 na fila de leitura e dois dos lidos aguarda postagem.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
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Carol 06/11/2016

O Compromisso
Já há algum tempo, Herta Müller figurava na minha lista de "Autores premiados que ainda não li". O Compromisso, volume 14 da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura, veio sanar essa pendência. Agora, a autora figura em outra lista, a de "Autores cuja obra necessito ler por completo."

O livro é um testemunho da era Ceausescu, na Romênia, com alguns traços autobiográficos. Herta Müller faz parte de uma minoria romena falante do alemão, e, em 1987, conseguiu emigrar para a Alemanha. Onde se estabiliza, tem suas obras traduzidas mundialmente e, em 2006, vence o Nobel de Literatura.

Não temos aqui um enredo propriamente dito. A personagem principal tem um compromisso marcado para as dez horas de uma quinta-feira. Ela pega o bonde às oito e, nesse intervalo de tempo, irá tecer reminiscências sobre sua vida.

Através do fluxo de consciência, o leitor, lentamente, é transportado para um mundo de interrogatórios secretos, medo, ansiedade e traições. Como viver sendo monitorado a todo instante?

O alemão é uma língua mais direta que a nossa. Elogio Lya Luft pela tradução, pois a escrita elegante e seca de Müller se mantém no português. As descrições da realidade romena são aterrorizantes - a cena em um banheiro público no mercado de pulgas é um exemplar disto.

Não é um livro fácil de se digerir, apesar da escrita fluida. Recomendo a leitores que se interessem por histórias não lineares. Fãs de Joyce, Virgínia Woolf e Kafka.

Quero pesquisar mais sobre a Romênia de Ceausescu. Quero ler todos os outros livros da autora.
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Ricardo Rocha 20/01/2017

com O compromisso fiquei imaginando qual seria meu lugar no mundo. nao eh entre os mais vendidos mas tampouco entre os cultuados. alguem diz, nas resenhas, que ficou perdida, confusa, e sapecou duas estrelas. como assim? eu tb me senti assim e daria cinco. na verdade soh gdes obras nos fazem isso. e nao estou falando fe resenhas de leitores de gosto duvidoso.pelo cpntrahrio. ad estantes estao cheias de livros bons
- mas todos com isso em comum: a leitura flui e jamais cansa e jamais deixa nguem perdido. vez em qdo explode uma trilogia, quadrilogia e podemos estar certos: sao livros faceis de ler. nao exigem nada. soh oferecem e cabe a vc aceitar. Tanto faz se eh crepusculo ou tons de cinza ou essa napolitana. Vamos tranquilos. Nao haverah dificuldade na leitura. Pra mim nao funciona. Nao quero. Se mta gente ao mesmo tempo comeca a louvar um livro, passo longe: serah uma leitura tranquila. A vida nao eh tranquila. A mim, ninguem dah nada - pq um autor deveria? O compromisso eh uma leitura nem diria dificil mas incomoda. Logo no inicio pelo velho que nao senta e o outro que beija a mao tem-se o tom opressor, assediador, para o qual ou estamos preparados ou tudo serah fahcil e pequeno em nossa vida
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