@blogleiturasdiarias 15/02/2020[Resenha] A Queda dos AnjosSe fosse somente pela sinopse e capa, admito, que não daria nada pelo enredo. Mas a mistura de um universo único, podendo ser chamado de "distópico", junto de seres sobrenaturais e aventura de alto nível, fazem A Queda dos Anjos ser um ótimo primeiro livro para a trilogia Fim dos Dias. Adorei!
A Terra foi dominada pelos Anjos do Apocalipse. Sem muita informação do que eles são capazes de fazer — e qual o objetivo de aterrorizem os humanos — as pessoas estão desesperadas querendo sobreviver, e gangues perigosas se aproveitam do momento para tomar conta das ruas. Quando Penryn, junto da mãe e da irmã, cria coragem de procurar um outro local para morar, ela percebe que acabou parando no meio de uma batalha de anjos. Sem ter onde se esconder, sua presença é notada e em contra partida da ajuda da Penryn a um anjo que teve suas asas arrancadas, eles decidem sequestrar a irmã mais nova — que é paraplégica.
Penryn nunca quis nada além do que manter sua família junta e viva. Por isso, após salvar o anjo sem asas — chamado Raffe — ele decide levá-la na fortaleza dos anjos para salvar a irmã. O que eles não esperavam, é que enfrentariam situações mais complexas do que pensavam.
Um desenvolvimento primoroso! A autora sobre crescer a história a medida que era necessário, e fez com o que o leitor não desgrudasse do exemplar. Com capítulos curtos e rápidos, a apresentação de mundo, o modo como as informações são explicadas e abordadas é surpreendente. Aliada a uma escrita muito fluida, e ótima de se acompanhar, o enredo não possui defeitos — talvez o único seja acabar rs. Não sei se o classifico como distópico — porque alguns elementos no meio o tornam voltado maiormente ao universo da fantasia — contudo, ele tem uma cadência de ritmo igual aos das distopias. É acelerado, com várias perguntas e poucas respostas, que devem ser desvendadas vagarosamente nos sucessores.
"Quando eu era pequena, sempre pensei que seria a Cinderela, mas acho que isso faz de mim a bruxa má. Se bem que a Cinderela não vivia em um mundo pós-apocalíptico invadido por anjos vingadores." pág. 43
Sobre os personagens, tanto Penryn quanto Raffe são apaixonantes. Os dois possuem personalidades fortes — que se embatem e até os colocam em perigo — no entanto, de alguma maneira se complementam. Haverá a construção de um romance que tem tudo para ser intenso, e é uma visão que gosto e que pode acrescentar tensão nas futuras escolhas. Suas atitudes arrogantes em específicos pontos podem não agradar à todos, ainda assim, acredito que eles nos abalem ao nível de torcermos para que seus objetivos se concretizem.
E quando pensei que não poderia melhorar, chegamos ao ápice da narrativa. Iniciando perto das páginas finais, ele é resultado de diversas consequências e atitudes ao longo da narrativa, e é interessante ver verdades sendo desmistificadas. O legal também, é que ele veio de forma dinâmica — pois temos batalhas intensas sendo descritas — e que acaba nos fazendo pensar no que porvir. Eu formei diversas teorias. Achei que o último capítulo termina de modo abrupto, entretanto tendo noção que teremos continuação, não assusta tanto.
Um adendo que devemos fazer, é que os anjos da obra se moldam no velho esteriótipo que conhecemos, apesar de paralelamente termos mistérios que serão revelados. Como a forma de agir e o que são é uma parte do contexto de suspense, deixarei a cargo de vocês descobrir o que tem de diferente!
De uma forma geral, recomendado! A série mostrou para o que veio, e com certeza tende a evoluir. A Queda dos Anjos nos sacia e atiça a curiosidade para a construção do todo. Claro que temos perguntas para serem respondidas ao longo do andamento dos outros volumes, e ele possui todos os pormenores para elevar maiormente sua qualidade. Já foram ler?!
"Só que essa não é minha luta. Minha luta é trazer minha irmã de volta sã e salva. É manter mamãe longe dos problemas e guiá-la para um lugar seguro. É alimentar e abrir o que ainda resta da minha família." pág. 107
Na parte física, a capa não é bonita, admito — na realidade se dependesse somente dela, acho que não leria. Tem interligação com a parte interna e seus objetos, então não deixa de ser uma boa "opção", lembrando que é igual à original. A diagramação é a padrão da editora, tendo detalhes na numeração dos capítulos. Não encontrei erro de revisão ou ortográfico aparente. A narrativa é feita em primeira pessoa pelo ponto de vista da Penryn.
Estou prontíssima para o que vem a seguir, e adianto que deve ser uma das minhas próximas leituras. Espero que tenham gostado!
site:
https://diariasleituras.blogspot.com/2020/02/resenha-a-queda-dos-anjos-susan-ee-fim-dos-dias-verus-editora-angelfalls.html