Lauraa Machado 02/11/2017
Um livro excelente com muita ação, tensão e terror
Desde o primeiro capítulo, eu estou me perguntando uma coisa: gente do céu, o que é esse livro? Porque, sério, o que é esse livro?
Encontrei Angelfall pela primeira vez por acaso, mas ele me veio muito bem recomendado. Parecia ser daquele tipo de livro que é tão bom, que poucas pessoas conhecem. Na verdade, a base da história dele é bem do tipo que atrai quase todo mundo, mas talvez ele seja bem feito demais para as multidões.
Quer dizer, quando ele tem cenas de ação (ou seja, praticamente o livro todo), são de ação mesmo. Quando é para o leitor ficar tenso (desde o começo, acredite!), é para ficar tenso de verdade! E tem muitas partes aterrorizantes, principalmente nas últimas sessenta páginas. É um livro definitivamente feito para testar seu sistema nervoso e não deixa a desejar! Talvez a maioria das pessoas prefira algo mais adolescente - ou seja, algo mais fácil, menos cruel e menos assustador. Acredito que essa é a única razão para ele não ter tantos leitores assim (e confesso que até eu tive pesadelos com ele!).
Honestamente, esse livro é excelente, a começar pela protagonista. Nunca me identifiquei tanto com alguém tão diferente de mim! A Penryn é exatamente o tipo de personagem tridimensional que eu quero ver em distopias ou livros como esse. Não tem como não gostar dela, não torcer por ela! Os outros personagens são mega interessantes também, desde a irmã dela à mãe esquizofrênica até alguns humanos e anjos pelo caminho.
Outra razão para a maioria das pessoas gostarem é o Raffe, o anjo com quem a Penryn faz um acordo para salvar sua irmã (está na sinopse). Ele é bem típico de livros assim. Eu nem gosto tanto de caras super malhados, fortes e poderosos, e já amei ele! Imagina quem costuma facilmente se derreter por caras assim!
Mas a parte mais excelente mesmo do livro é a narrativa, como ela começa já te jogando no meio do apocalipse, no meio do problema, e como o ritmo nunca diminui. Teve até uma hora que eu me fiz questionar a construção do mundo na história - de onde vêm os anjos etc - porque, até então, não tinha nem lembrado que isso importava. Ou seja, até então, eu estava completamente convencida de absolutamente tudo. E depois também, para ser bem honesta, mesmo que só tenha conseguido pouca resposta para minhas dúvidas. Não existe hesitação na narrativa, então é bem difícil de você sentir que algo não encaixou.
E também é bem difícil pensar nessas coisas quando você está tenso o tempo todo.
A única razão de eu ter tirado meia estrela da nota é que, no final, a autora fez algo acontecer que daria uma narrativa incrível, mas acabou errando um pouco. Ou seja, pela perspectiva da Penryn (o livro é na primeira pessoa), ela não deveria ter visto e notado tanta coisa. E essa metade de estrela também está faltando, porque, apesar de ter sido feito extremamente bem, eu não sou a maior fã de algumas coisas que apareceram com tanta intenção de transformar os maiores pesadelos de todo mundo em livros. Também é a única razão do livro não ter entrado para os meus favoritos.
Eu super recomendo esse livro para todo mundo que gostar de histórias tensas e eletrizantes (nunca pensei que fosse usar essa palavra típica de comercial de filme na televisão) - e principalmente para todo mundo que gosta da trilogia Corte de Espinhos e Rosas. Mas não espere romance e cenas apaixonantes assim, porque Angelfall é basicamente um livro de apocalipse. O romance deve se desenvolver nos próximos livros, no máximo temos uma faísca aqui (uma faísca que conseguiu me fazer chorar, mas mesmo assim).