Resenhas - O Mito de Sísifo

stt4r 17/05/2023

?É preciso imaginar Sísifo feliz.?
Li "O Estrangeiro" antes e simplesmente foi a melhor coisa que eu fiz. As perguntas do livro foram respondidas nesse ensaio filosófico. Por se tratar de filosofia, pensei que não entenderia muito, porém foi totalmente o contrário. A leitura do livro introduz ao Absurdismo, porém não fala o que é na teoria, somente na prática, então deixa mais fácil para compreender a filosofia de Camus.

Primeiramente pensei que acabaria desistindo de ler e não ficaria imersa; que não entenderia nada, já que nunca fui de saber conceitos filosóficos. Porém, mesmo sem entender os conceitos, é possível contextualizar com tudo que Camus escreve, essa é a melhor parte. A pior é que, caso você não consiga refletir aprofundadamente, não entenderá de fato o Absurdismo (mas pode-se entender o básico), e não saberá interligar todas as outras obras e personagens diferentes citados pelo autor e sua própria filosofia.

Não penso que é necessário saber filosofia para ler essa peça, mas sim ter a mente aberta para receber os pensamentos de Camus, pois ele não responde de forma direta as perguntas feitas e deixa a cargo do próprio leitor refletir e respondê-las.

A forma que consegue relacionar Sísifo com nós mesmos é genial, e ele realmente não está errado. Somos programados para fazer o mesmo todos os dias -assim como Sísifo -, e aceitamos isso, por pior que seja, tornando-se nossa rotina, uma vez que vemos que não é possível mudar isso. Se o sofrimento é algo inevitável, então por que devemos viver? Justamente para nos revoltar contra esse sofrimento injusto, sermos teimosos, e isso só mostra o quão absurda a vida é.

joaoderstand 15/05/2023

Life-changer
Me impactou tanto que me fez rever toda minha filosofia de vida a partir da lente do absurdismo.
Livro curto, extremamente denso mas ainda fácil de ler, que expõe a filosofia de Camus que é aplicada posteriormente nos romances. Recomendo essa leitura antes mesmo de O Estrangeiro, pois só aqui que o espírito do absurdo se revela e é possível tirar o maior proveito das obras posteriores. Agora vou ter que reler tudo de novo pois fiz o caminho inverso kkkk
Destaque pra essa edição especial do bax lindíssima e absurdamente bem acabada, editada e diagramada!

Sabrina Araújo 14/05/2023

Sísifo é o herói absurdo ?
"Os deuses condenaram Sísifo a empurrar incessantemente uma rocha até o alto de uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso."

? Albert Camus e a exploração profunda do absurdo presente em diversificados temas e obras igualmente importantes para a nossa época.

? Desde Goethe à Nietzsche, Camus coloca não só a filosofia de inúmeros filósofos - sejam eles com análises religiosas ou não -, e acrescenta sua filosofia, buscando o absurdo da maneira mais abrangente possível, tornando sua obra (O Mito de Sísifo) uma das mais célebres já escritas.

? Particularmente falando, tenho Dostoiévski como escritor russo favorito, e admito ter ficado extremamente empolgada para chegar no capítulo dedicado exclusivamente ao personagem Kirilov, do livro, Os Demônios; com uma adição de Os Irmãos Karamazov.

? Para os leitores de Dostoiévski, já é familiar que a maioria de seus heróis busquem o sentido da vida no decorrer de suas histórias, envolvendo a figura divina como resposta para os sofrimentos, morte e eternidade; é daí que se vê ênfase na seguinte frase: "Se Deus não existe, então eu sou deus." é exatamente disso que Camus destaca nesse capítulo, além de dar um acréscimo aos capítulos anteriores, como por exemplo; um em específico sobre o suicídio filosófico ou a liberdade absurda.

? Não há palavras o bastante para descrever o quão grandiosa é a escrita de Camus e em como ele consegue de maneira minuciosa envolver qualquer leitor apaixonado por filosofia.

"Não se contam mais histórias, cria-se seu universo."

? Admito que é difícil falar sobre esse livro, pois embora a escrita não seja difícil, acho que não é recomendável iniciar a filosofia de Camus por ele. Há um turbilhão enorme de informações para um livro tão pequeno, porém, ele não deve de forma alguma ser deixado de lado, todo mundo deveria lê-lo ao menos uma vez na vida, mas se der, leia mais outra e outra vez.

? Quem gosta de Nietzsche, Goethe, Dostoiévski, Chestov; Heidegger e entre outros autores que dedicaram suas vidas para dar uma extensão a análise do eu, da vida e de seu sentido, sejam elas compostas por doutrinas ou não, esse livro se faz essencial para quem deseja realizar contato com um filósofo mais "absurdo".

David163 11/05/2023

Primeira leitura de Albert Camus
Foi uma boa leitura! A leitura é fácil mas o entendimento de todos os conceitos não. Não consegui compreender tudo minuciosamente mas acredito que a ideia principal do livro sim.
É um livro de filosofia, o ator cita obras e diversos conceitos então tenha isso em mente quando começar a leitura. Lendo e pesquisando sobre o livro, a recomendação é que se leia O estrangeiro depois deste livro.
Em resumo, se justifica ser um clássico, devo reler em outro momento e tenho a certeza que será um novo livro e vou continuar lendo as obras do Albert Camus.

Lôh 29/04/2023

Complexo
Um dos livros que mais me deixou confusa, nesse ano. Fiquei oscilando entre achar muito simples e muito complexa a linguagem e mensagem do autor.
É uma obra que trata sobre temas delicados, como o suicídio e um contexto de guerra e de um mundo imerso em irracionalidades e absurdo. E me trouxe muitas reflexões sobre o que significa a existência, o estar vivo e qual o papel que temos na vida que escolhemos ser e estar.

mayagraciele 27/04/2023

Dar uma nota para esse livro seria injusto, já que eu acho que eu não tenha compreendido completamente a ideia de absurdo que o Camus tentou explanar, mas eu sei que o livro me trouxe alguns momentos de reflexão e que me fez ponderar sobre assuntos que eu nunca pensei.

Pablo 25/04/2023

Absurdo...
"Não quero construir coisa alguma no incompreensível. Quero saber se posso viver com o que sei e só com isso.."

Tay ð· 21/04/2023

Não tenho habilidades suficientes para compreender
Queria ler "O Mito de Sísifo" porque pretendo ler "O estrangeiro", do mesmo autor, em breve e sei que esses dois livros se complementam em alguns aspectos, mas vale ressaltar que não existe uma ordem de leitura obrigatória entre eles. Você pode ler "O estrangeiro" antes de "O Mito de Sísifo" ou vice-versa, e ainda entender as ideias de Albert Camus. Optei por ler "O Mito de Sísifo" primeiro, mas, para ser sincera, não tenho certeza se entendi a mensagem que Camus queria transmitir.

Este livro é um ensaio filosófico de Albert Camus que aborda questões fundamentais da existência humana e da relação do homem com o universo, faz uma reflexão profunda e complexa sobre o sentido da vida, o absurdo e a condição humana. Em geral, a obra é bem recebida pela crítica, sendo considerada uma das mais importantes obras da filosofia existencialista. No entanto, algumas críticas pontuais podem ser feitas.

Começo dizendo que pessoas que não estão acostumadas a ler livros filosóficos podem ter dificuldade em ler "O Mito de Sísifo". Isso porque o livro é uma obra densa e complexa que trata de questões profundas e conceitos filosóficos que a maioria dos leitores talvez não conheça. Gostaria de ressaltar que costumo ler livros mais densos, e mesmo assim tive dificuldade em entender a mensagem deste livro.

Ao longo do livro, Camus usa metáforas e analogias que podem não ser óbvias, pelo menos não para mim. Além disso, as frases longas e o vocabulário técnico eram difíceis de entender. Outra dificuldade que encontrei foi que o autor utiliza conceitos como absurdo, rebelião e liberdade para discutir a condição humana, o que pode ser difícil de entender sem um embasamento filosófico prévio.

O livro não oferece respostas simples ou fáceis para as questões que aborda. Camus apresenta conceitos e ideias, mas deixa espaço para que o leitor reflita e tire suas próprias conclusões. Isso pode ser um desafio para quem está acostumado com livros que apresentam respostas claras e diretas.

Por fim, gostaria de deixar claro que talvez minha falta de formação filosófica tenha influenciado negativamente minha experiência de leitura deste livro. Pretendo relê-lo futuramente quando tiver mais bagagem para poder entendê-lo melhor.

Para quem deseja ler esta obra, desejo uma boa leitura!

carlosb14 18/04/2023

?Não há senão um problema filosófico sério: o suicídio?
Foi a segunda melhor leitura deste ano até agora, perdendo apenas para "O Estrangeiro" (também de Camus). A filosofia em torno do absurdismo é nova para mim. Diferente de outros livros que já li, o primeiro capítulo foi o que mais gostei, especialmente pela reflexão sobre o suicídio. É admirável como Camus demonstra que a relação entre o mundo e o homem é ilógica, ou até mesmo vazia, mas o propósito ideal é aproveitar ao máximo a vida que temos, desfrutando de valores e virtudes. É uma verdadeira aula de lição de vida.

Em alguns momentos, confesso que me perdi na leitura, o que pode ter sido mais um demérito meu do que do livro em si. No entanto, o capítulo que fala sobre o mito de Sísifo é simplesmente genial. Fazer uma analogia entre o cotidiano monótono do trabalhador e essa mitologia foi algo que irei levar para o resto da vida. Em suma, a leitura foi muito proveitosa e Camus é um gênio que todos deveriam ler.

Ana Alice 13/04/2023

Não tenho propriedade alguma para classificar esse livro. Sendo um ensaio filosófico, e não um romance fictício como "O estrangeiro", a linguagem de "O mito de Sísifo" é muito mais técnica e de difícil compreensão. Como total leiga no campo da Filosofia, tenho que admitir que absorvi pouco das análises precisas de Camus a respeito dos outros autores, em especial os existencialistas e pós-idealistas, e do que ele próprio denomina "absurdo".
No entanto, pelo pouco que eu entendi, eu senti. As reflexões de Camus a respeito do absurdo, da falta de sentido da vida e da consciência de ser vieram até mim após eu ter passado (e estar sujeita a passar novamente) por um período delicado e angustiante, dominado pela dualidade entre as incertezas a respeito da vida e a dilacerante e constante consciência da existência humana. Foi um livro ironicamente confortável, que me passou a mensagem de que, independentemente do drama em que eu estiver imersa, eu não estou sozinha. É um bom livro para aqueles que se interessam pelo absurdismo, pela filosofia existencialista (não estou dizendo que Camus era dessa corrente!) , e pelos fenômenos sociais que refletem a condição humana. Certamente eu o lerei de novo.

Paulo Vitor 12/04/2023

Interessante
Um livro bastante interessante, abordando um assunto bem relevante que é o suicídio e tentar explicar o porquê uma pessoa tomar uma decisão assim. O absurdo é a resposta que Camus da. Sua filosofia se assemelha muito ao existencialismo. E não posso deixar de citar que nesse livro ele conta a história do personagem Kirilov (do livro os demônios ou os possessos dependendo da versão) de Dostoievski, também irá falar das obras de Kafka e cita bastante Nietzsche, tudo para explicar o aburso por trás do que eles escreviam, principalmentepela questãoda existencia ou nao de um Deus superior. Três autores que eu gosto muito de ler e nisso acabei gostando bastante desse livro.

hel 09/04/2023

Está tudo bem, tudo é permitido e nada é detestável.
?O amanhã, ele ansiava o amanhã, quando tudo em si deveria rejeitá-lo. Essa revolta da carne é o absurdo?.
Imaginemos Sísifo feliz, aceitando sua condenação eterna.

Eduardo.Mathias 01/04/2023

Podemos imaginar sisifo feliz
A grande obra sobre o absurdo de Albert Camus
Muito bem estruturada em argumentação numa edição que dá beleza aos olhos
Tradução perfeita e formato ótimo para o texto
Eu assim como você Sisifo, estou sorrindo

C4io99 26/03/2023

O absurdo...
Olha, tem bastante coisa pra falar desse livro, mas eu vou me abster dos detalhes e contar somente alguns pontos que achei interessante pra não me prolongar muito.

O livro é um ensaio acerca do que o Camus chama de "absurdo", tentando entender a natureza e consequências desse tal conceito.
Creio que posso dizer que o absurdo é uma percepção, ou seja, não é um fato a ser aceito, uma verdade a ser imposta, ou um simples conceito criado, mas sim uma constatação, que acredito já ter sido experienciado na vida de quase todos. O absurdo nada mais é do que a revelação da natureza cruel e indiferente da vida, do soco na cara cosmológico que recebemos no dia a dia, e que só damos atenção que o soco vem forte.
A priori, o absurdo se apresenta como um problema a ser resolvido, como se houvesse algo faltando, esperando para ser preenchido. Entretanto, Camus nos abre o olho pra tentar entender que talvez não seja bem assim. Para Camus, o absurdo é mais do que um problema, é uma oportunidade, se tivermos alguma chance de sermos livres, essa chance está no absurdo.
O interessante é que Camus se afasta da religiosidade, (se diferenciando de Kierkegaard) bem como de ideologias políticas. (se afastando do marxismo em Sartre) Para ele, tais formas de ver o mundo nos distanciam das vantagens de percebermos o absurdo.
Para um homem religioso, sua religião determina o seu sentido, logo, pode sim viver uma vida mais leve, ao mesmo tempo que mais covarde, pois, acreditar num ser divino e absoluto que "anula" o absurdo (não de forma única, pois é possível existir um cristão absurdo) não resolve o problema, mas sim o desvia, tenta o esquecer.
Ideologias políticas, por sua vez, anulam a liberdade do homem absurdo, que, por seu caráter absurdo, nega escalas de valores, logo, seria um contrassenso tal figura possuir uma ideologia com valores pré-concebidos que o limitam numa determinada forma de agir diante do seu absurdo.

O que o Camus propõe como forma de lidar com o absurdo é o que ele chama de "Revolta Consciente", que consiste em lutar incessantemente contra esse absurdo, desrespeitando o seu caráter indiferente. Portanto, diferente do que se pensaria a respeito do absurdo, Camus não nos indica uma reconciliação com a vida, a construção de um sentido ou a fé em algo que dê sentido à morte. O homem absurdo reconhece seu destino e luta, mesmo sabendo que a batalha já está perdida, por um ato de teimosia e rebeldia. O homem absurdo não tem esperança, nem idealizações, nem se vê como um f#dão afirmador de si, (como era o Übermensch de Nietzsche) pois ele não precisa de um motivo pra lutar, e justamente essa falta de motivo que o faz querer continuar lutando.

Marjorie 23/03/2023

Obra magnífica
Eu já havia lido o livro " O estrangeiro" , mas mesmo assim fiquei impressionado com a escrita de Albert Camus nesse livro!