Atteneee_ 05/09/2023
É preciso imaginar Sísifo feliz.
Acho que ja tive o descontentamento de presenciar os dois tipos de suicídio, o físico e o filosófico. Esse livro me salvou dos dois.
Pode parecer besteira mas quando li pela primeira vez, mesmo não entendendo 70% do que o autor tava dizendo no meio de tante citação de romancista e filósofo que eu nunca tinha ouvido falar antes restou uma clareza. De que as coisas eram assim, e tava tudo bem.
É preciso maturidade pra descer a montanha, contemplando o absurdo em seu auge e num passo irônico dar risada. Isso engloba a tudo e todos.
Quando Camus diz que o unico problema real da filosofia é o suicídio, eu ouso ir mais a frente e dizer que não só isso mas é único valido no mundo. Não o físico, mas sim o filosófico. A desvinculação com o criado "eu", a aceitação da ignorância e a paixão pelas pequenas coisas. Se tais ensinamentos fossem ensinados de tamanha proporção quanto seus opostos haveria mais benevolência.
É um livro bem complexo, foi escrito pra se ler com calma e bastante paciência, mas vale cada página (sem exagero), meu livro favorito de todos
"Assim como, em certos dias, a descida é feita na dor, também pode ser feita na alegria. Esta palavra não é exagerada. Também imagino Sísifo voltando para a sua rocha, e a dor existia desde o princípio. Quando as imagens da Terra se aferram com muita força à lembrança, quando o chamado da felicidade torna-se premente demais, então a tristeza se ergue no coração do homem: é a vitória da rocha, é a própria rocha."