A Cidade Sitiada

A Cidade Sitiada Clarice Lispector




Resenhas - A Cidade Sitiada


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Leonardo896 22/12/2023

Difícil, denso
Não foi uma leitura fácil nem fluida, foi o livro mais demorado deste ano. Após ler o posfácio, entendi que mesmo a Clarice sabia que era um difícil, as notas no posfácio são bem interessantes. Tenho certeza que é um bom livro, porém para o meu gosto, foi complicado e lento, extremamente descritivo, as vezes mais focado na transformação da cidade do que nos personagens. Acredito que não é livro que agrade facilmente a qualquer leitor.
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João Pedro 20/12/2023

Delicioso desafio
Demorei um tanto para terminar de ler "A cidade sitiada", de Clarice Lispector. Esse é um dos três primeiros romances da autora, escrito antes de ela completar 30 anos (junto a este, há "Perto do coração selvagem", que já li, e "O lustre", que ainda não li).

Sinceramente, se me perguntarem do que se trata o livro, não saberei dizer. Também senti essa dificuldade com "Perto do coração selvagem", mas ali havia um contorno maior a que se apegar. Digo, parecia haver uma estrutura sólida de enredo e, ao redor, uma miríade de pensamentos, um intenso e delicioso fluxo de consciência a levar o leitor a um passeio pela mente de Clarice. Mas "A cidade sitiada" é diferente, pois, apesar de muito relacionado aos objetos, às coisas que compõem o subúrbio de São Geraldo, é um romance sem uma forma mínima definida.

O capítulo 4, "A estátua pública", por exemplo, possui 20 páginas e se passa inteiramente dentro de um apartamento e da mente da protagonista, Lucrécia Neves. O capítulo 5, "No jardim", como que indo além no desafio ao leitor, é todo uma espécie de sonho.

Foi a leitura mais desafiadora que já fiz de Clarice Lispector. Um romance que é também um mistério, um enigma, e nem por isso deixa de ser bom. Ou talvez por isso justamente seja uma excelente leitura se a pessoa estiver disposta a tanto.

No posfácio escrito por Benjamin Moser, um alento a quem sentiu dificuldade e chegou até o fim: "Em 1971, Clarice Lispector disse a um entrevistador que lesse A cidade sitiada – 'se você conseguir', acrescentou, em tom de dúvida. 'Eu mesma acho difícil.' Em outro lugar ela se referiu a seu terceiro romance como 'um dos meus livros menos gostados', e professou sua perplexidade com a história da garota de São Geraldo".
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Flávia 23/10/2023

A cidade sitiada
Eu fiquei bem surpresa para ser sincera, é que os livros da Clarisse tem uma linguagem difícil, mas eu li bem rápido. Gostei de todos os contos mas acho que o meu favorito foi "O Jardim"
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Mi_ 03/09/2023

Segundo a própria Clarice, ?Cidade Sitiada?, é um dos seus romances mais difíceis de entender.
O livro tem como personagem principal: Lucrécia, cujo nome se origina do latim que se deriva de lucrum e significa ? lucro/ riqueza.
Muito diferente de suas personagens anteriores, Lucrécia é fútil, pretensiosa e ambiciosa.
Lispector, muito nos ensina ? em todas as suas obras, não apenas sobre solidão e autocuidado, mas maiormente no que concerne o amor recíproco.

?e, se o homem cortara o amor-próprio que esta lhe traria, é que sua consciência-cia, e mais que consciência, uma lembrança, ainda o fazia ao menos esconder a alegria de ser só. Agora, porém não se tratava mais de proteger-se. Tratava-se de perder-se até chegar ao mínimo de si mesmo??

?Atordoada, quase recuando, perguntava-se como era
possível que ele a amasse sem conhecê-la, esquecendo que ela própria só conhecia do homem o amor que ela lhe dava.?

?esquecer era bem o seu modo de guardar para sempre.?
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kafkaniana 19/08/2023

Cavalos. São Geraldo. Lucrécia
"A beleza de tudo isso é que ela estava tão perdida que parecia guiada"

A performance de Lucrécia — a estátua da cidade, os homens, os casamentos, a liberdade. O único momento em que consegue ser verdadeira, é na madrugada de seu quarto imaginando os cavalos.
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Amanda 25/07/2023

Complexo, mas tedioso
Não venho aqui falar sobre a qualidade do livro e seu valor como uma obra literária. De fato, é possível perceber que é um livro complexo e cheio de significados e uma história que, na verdade, é contada pelas entrelinhas. Contudo, não é um livro fácil de ler (pelo menos, para mim não foi). Se eu tivesse lido ele com calma e com "gosto" , talvez eu pudesse discorrer sobre seus valores como um produto artísitco; mas não foi isso que aconteceu. Só posso dizer que, pessoalmente, foi uma leitura tediosa e arrastada. Foi meu primeiro livro de Claruce Lispector, então não posso fazer comparações com outros da autora, mas espero que futuramente possa ler outro livro dela e realmente aproveitar a leitura (apesar de não ser muito acostumada a literatura nacional mais antiga).
João Pedro 21/12/2023minha estante
Oi, Amanda! Realmente esse parece ser um dos livros mais difíceis de Clarice Lispector. Que infelicidade você ter começado a ler a obra da autora por ele. Te indico ler ?A hora da estrela? como um próximo passo para ler Clarice. É um romance bem menos complexo de compreender do que ?A cidade sitiada?. Abraço!




LivrosdaAri 15/07/2023

O livro mais dificil que eu li da Clarice até agora...
Até o momento eu já li 7 livros da Clarice e todos eles eu avaliei com 5 estrelas, alguns viraram favoritos da vida. Porém esse livro não mexeu muito comigo ao ponto de avaliá-lo com 5 estrelas.

Esse livro fala sobre Lucrécia, uma jovem que mora no subúrbio em São Geraldo, uma cidade literalmente sitiada.

Ela vive em busca de um marido, para que possa sair dessa cidade e conhecer o mundo, digamos que um dos medos de Lucrécia e viver a mesma vida de sua mãe, ao decorrer da história aparecem 4 personagens homens no qual todos eles têm grande influência na vida dela, porém devido ao interesse Lucrécia se casa com Matheus, ela se julga feliz ao lado dele, mas te pergunto dinheiro traz a verdadeira felicidade?

Os 12 capítulos dos livros são marcados de fluxo de consciência onde foi preciso eu voltar “muitas vezes” o mesmo capítulo para que eu pudesse entender, logo de imediato eu a comparei com Macabéa personagem do livro “ A hora da estrela” pois além de se apresentar com uma certa solidão, ela é apenas o que ela vê, como um cavalo com sua viseira.

Eu costumo me encontrar nos livros da Clarice, porém tive muita dificuldade com esse livro e não consegui me conectar com a personagem.
Não é atoa que esse é um dos livros menos vendido dela, ela encontrou dificuldade até mesmo para ser publicado, as próprias editoras já falavam que muitas pessoas não iriam gostar dos livros.
CURIOSIDADE: Após finalizar o último capítulo desse livro, Clarice foi para o hospital dar à luz ao seu primeiro filho Pedro.
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sasa 11/07/2023

Misericórdia, que personagem chatinha. Clarice, eu te amo, mas por favor, que livro é esse? Eu gostei bastante de alguns aspectos abordados e como a história foi construída e apresentada, mas socorro.
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marisof 25/06/2023

Desafiador
"A cidade sitiada" narra a história de Lucrécia Neves, uma moradora de uma pequena cidade interiorana - São Geraldo, o nome da cidade - que sonha em desbravar o mundo e mudar-se para uma metrópole; ela o faz, arrepende-se por não se adequar à meticulosa vida estrangeira e, quando volta ao seu local de origem, percebe que também havia se tornado uma estrangeira lá, tamanhas as mudanças sofridas por ambas, São Geraldo e Lucrécia.
Apesar da premissa simples, nada de simples possui a construção literária desse livro, o melhor adjetivo dado a ele é "desafiador" por um motivo. Clarice mesmo o considerava difícil: em 1971 recomendou que um entrevistador lesse caso conseguisse, tamanha a complexidade da escrita.
O livro gira em torno do sentimento da personagem principal de ser uma estrangeira aonde está; primeiro, em São Geraldo (a parte mais evidente), esta cidade rural na qual eram observáveis animais de fazenda caminhando pelas ruas, em uma falta de classe jamais atribuída às metrópoles - Lucrécia é, porém, exatamente um dos elementos cruciais que constroem um subúrbio interiorano como este; todo bom interior possui uma menina estúpida, rude e que sonha com uma nova vida em uma insolência por não se sentir integrada aquele lugar e nunca podê-lo - Lucrécia deseja sair de lá pois não consegue, apesar das tentativas, sentir-se parte do todo, a frase "De novo ela imitada mal S. Geraldo" revela as incontáveis tentativas da garota de ser também um mecanismo da cidade. "[...] a cidade era uma fortaleza inconquistável! E ela procurando ao menos imitar o que via: as coisas estavam como ali! e al! Mas era preciso repeti-las. A moça tentava repetir com os olhos o que via, tal seria ainda o único modo de se apoderar".
Em um segundo momento, quando finalmente Lucrécia muda-se para a cidade grande após casar-se, em meio àquela capital e seus rituais baseados em conveniências os quais fazem com que a sociedade progrida falsamente casta e baseada em engrenagens totalmente e visivelmente manipuladas, a moça percebe que "domou" sua própria e verdadeira natureza para que se encaixasse nessa vida, e isso, tendo em vista sua (estúpida) obstinação de quando era selvagem, a incomoda e faz com que volte ao local de nascença. A cidadezinha, porém, avançou economicamente e Lucrécia não mais a reconhece.
No terceiro momento, é quando a personagem precisa, digamos, voltar ao seu estado de natureza, o qual é sincronizado com o da cidade: um espírito rígido, mecânico e alienado no sentido da falta de reflexões mais profundas que "bibelôs, e de certa forma cético, porém, sobretudo, feliz; São Geraldo era uma cidade entorpecida.
Um paralelo muitíssimo interessante feito por Clarice nessa obra é entre Lucrécia Neves e os cavalos de São Geraldo. "Estes [a moça e os equinos], agora despercebidos pelo hábito, eram também a força sorrateira sobre São Geraldo.".

Chega a ser meio trágica a vontade da moça de se sentir parte de algo, o ódio que ela inicialmente sente pela cidade demonstra uma defesa que dá pena, pois a todo momento sabe-se que o ódio é apenas expressado diante da inalcançabilidade da natureza da cidade para Lucrécia. Em certo momento da história, a menina envolve-se com um militar que não mora em S. Geraldo, e seus sentimentos em relação a ele são descritos como: "Ela o desejara porque ele ra um forasteiro, ela o odiava porque ele era um forasteiro", isto demonstra seu descontentamento e seu espelhamento em relação à sua cidade. Digo descontentamento por não achar palavra melhor, mas o que quero dizer é que ela odiava S. Geraldo porque a colocou sob um pedestal ao não conseguir imita-la; S. Geraldo sempre será inalcançável para ela, por isso a idolatria.
"Mas não havia como sitiá-la. Lucrécia Neves Neves estava dentro da cidade". Apesar da mudança em busca de uma nova vida, era impossível que Lucrécia fugisse de sua natureza "cavalesca", pois nascera para ser apenas mais um bibelô da cidade, mais um simples objeto evidentemente não pensante que, em conjunto com outros de mesma natureza imóvel diante dos suspiros da vida, fazem com que um subúrbio seja um subúrbio.

Por fim, a estupidez lucreciana é esxposta em um trecho do qual gosto muito: "À Lucrécia, os restos de um fausto mal soterrado fascinaram tanto quanto o contínuo ruído daquela cidade". Ela não se empolgara nem um pouco com os ruídos, e ela tampouco sabia o que era um Fausto ou se importaria caso o visse em uma cova mal feita.

"Como um morcego a cidade era cega de dia"
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Patresio.Camilo 18/05/2023

S.Geraldo
Considerado por alguns, um livro de transição de Clarice.
A Cidade Sitiada, conta a mistura de S.Geraldo com a jovem Lucrécia (que não é a Borgia).
O livro parece muito bem planejado, como todos os textos de Clarice que já li.
Com um começo lento, depois um meio rápido e um final novamente lento, a história se concentra em Lucrécia, suas ideias (que lembra um pouco Água Viva), temos uma personagem que foi feita para não se gostar dela.
E tem horas que ela é cansativa e enfadonha.
Mas ela vai crescendo, assim como S.Geraldo, que vai consumindo, Lucrécia, Clarice e o leitor.
Destaque para Perseu, que acaba nos surpreendendo...
E por fim, finalmente um livro da Clarice que li e que não me deu vontade de cortar os pulsos.
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Caloura.Giullia 12/05/2023

Foi o livro da Clarice que menos gostei até o momento. Tem coisas que ela escreve e eu gosto muito por me identificar ou não. A maneira que ela escreve me agrada, mas o enredo não me agradou. Lucrécia levou uma vida pacata do começo ao fim.
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Charleees 28/03/2023

"tudo o que Lucrécia Neves podia conhecer de si mesma estava fora dela: ela via." Nesse romance, Clarice troca o fluxo ativo de consciência pelo OLHAR. As sensações, os pensamentos, as indagações de Lucrécia surge a partir do seu olhar. "As coisas não eram jamais vistas: as pessoas é que viam".
Lucrécia não tinha consciência de si, e nos raros momentos em que se via, "via como um bicho veria uma casa, nenhum pensamento ultrapassando a casa."
"O principal era mesmo não compreender. Nem sequer a própria alegria."
Lucrécia é chamada de alma gêmea de Macabéa (personagem do livro A hora da estrela) ela não possuía as futilidades da imaginação "mas apenas a estreita existência do que via". Seu modo de ver as coisas não era nada expansivo, ela não via nada além da coisa em si, "Eu vejo - era apenas o que se podia dizer." O enredo linear segue os caminhos de Lucrécia pelo subúrbio de S. Geraldo mostrando as inúmeras mudanças que ambos sofrem no decorrer da história. O ápice para o subúrbio depois de várias mudanças, chegada do progresso por meio de fábricas é a chegada de um viaduto, o viaduto Almeida Bastos. Já o ápice para Lucrécia está na carta que ela recebe da mãe chamando-a para a Fazenda em que ela se encontra. O livro termina com uma frase impactante: a viúva mal tinha tempo de arrumar a trouxa e escapar.

* Resenha editada em Julho 2018
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Sabelpimenteel 14/03/2023

Parte meu coração dizer que esse livro não foi dos meus preferidos. Achei a narrativa do livro bem cansativa em alguns momentos e não me conectei em nada com a história como eu sempre costumo me conectar com as obras dessa autora que eu admiro tanto. Talvez em algum outro momento eu poderia ter gostado mais, mas minha experiência nesse momento não foi muito boa.
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