spoiler visualizarPaulo Araújo 16/06/2020
Boa abertura de trilogia
Arien é uma elfa que desconhece seu próprio potencial. Muito insegura, acredita ser um fardo para seus entes queridos, e vivia sob a aba de Maggo, um anão contratado por seus pais para ser seu guarda-costas, enquanto não se conectava com seu Aías (uma espécie de alma gêmea).
Depois de conhecer Calion, seu Aías, Arien se torna muito dependente dele e a relação se estreita de maneira muito rápida, avassaladora, mas os eventos vão se desenrolando ao longo da trama e Arien vai descobrindo que suas habilidades podem ir muito além do que ela imaginava, embora relutasse em tê-los em alguns momentos porque era uma criatura pacífica, que repudiava a violência.
O clímax é muito bom e o desfecho, satisfatório, permite uma grande expansão no universo da história para os próximos livros.
Quanto à ambientação, me fez lembrar muito o Senhor dos Anéis devido ao uso de elementos da mitologia nórdica e também o clima bucólico que remete ao condado dos Hobbits. A transmutação de alguns dos elfos em animais também me fez lembrar outras narrativas fantásticas, e nisto, ressalto um detalhe: as figuras de Arien e Calion podem ser facilmente relacionadas aos personagens Bella e Jacob da saga Crepúsculo, o que desnuda mais uma referência usada pela autora.
O treinamento de Arien para desenvolver suas habilidades com a fada Tyne, na página 11, me fez lembrar muito os recursos usados por animes japoneses no que tange a manipulação da energia interior e exterior.
Um ponto negativo, mas nem tanto, foi a quase que súbita intimidade entre Arien e Calion, embora a própria protagonista admita isso na página 95. Amenizo essa questão, pois, talvez possa ser justificada pela grande conexão que existe entre um elfo e seu Aías, algo tão intenso e singular incompreensível para quem vê de fora.
O personagem mais desprezível é Rauthar. Ele é exatamente uma versão dos homens sem noção que ficam cercando uma garota com intimidade sem nunca ter tido uma na realidade.
Algumas pequenas "conveniências" na trama incomodaram um pouco também pouco antes do clímax, mas nada que prejudique a experiência do leitor, embora tenham colaborado para uma "acelerada" na história e empalidecido o ritmo que eu consideraria natural.
Uma boa sacada da autora foi ter usado a estratégia do clímax falso em que Arien tem um confronto importante que parecia ser o final, mas não era, preparando o terreno para o algo muito maior no caminho. Outro mérito da Paloma foi segurar ao máximo a trama em âmbito regional, confinada a uma pequena região de Alfheim, podendo, assim, expandir bastante nas obras seguintes.
Outro mérito: dentro da própria batalha, havia momentos em que o fim parecia próximo para determinados personagens, mas logo em seguida acontecia algo e vinha a reviravolta.
Por fim, o livro tem uma linguagem simples, fluida e o universo criado é bem descrito, sem contradições.
Super recomendo aos fãs de fantasia!