Ingrid_mayara 26/06/2017
Resenha do livro Menina Má (The Bad Seed)
Narrado em terceira pessoa, Menina Má conta a história de Rhoda, uma menina de oito anos aparentemente boazinha, porém, com tendências psicopatas. A temática do livro foi bastante inovadora para a época (1954), e mesmo na atualidade ainda pode ser considerada tabu.
Rhoda e sua mãe mudam-se de cidade com o intuito de começar uma nova vida onde ninguém as conheça (enquanto o pai está trabalhando no exterior). Na nova escola, Rhoda espera ganhar uma medalha dada pela professora ao estudante que melhor aperfeiçoar a caligrafia, mas o prêmio vai para um colega de classe chamado Claude Daigle, o que causa uma inveja doentia na menina.
Seguindo uma tradição, a escola realiza uma excursão para um piquenique nas proximidades da praia de Benedict, local onde o cadáver do menino premiado com a medalha é encontrado, sendo Rhoda a principal suspeita.
Christine começa a perceber a potencial atuação da filha devido às contradições de suas atitudes (manipulando a todos quando algo lhe interessa). No desenvolvimento da narrativa ocorrem outros óbitos, deixando Christine cada vez mais desconfiada da maldade de Rhoda, relembrando o passado e imaginando o futuro, trazendo questionamentos a quem está lendo: a maldade pode ser hereditária ou depende do ambiente e das experiências de cada pessoa? Qual é o limite para a proteção de um filho?
Após terminar o livro, cheguei à conclusão de que a mãe estava mais preocupada com o impacto social advindo da descoberta das maldades cometidas pela filha e suas consequências do que com as maldades em si – o que geraria uma narração mais verossímil se fosse inteiramente escrita em primeira pessoa.
Basicamente a história é boa, mas parece que a obra perde a fluidez em alguns momentos, como se os diálogos fossem forçados, com personagens rasos. Confesso que a capa e a diagramação da edição de 2016, lançada pela Darkside, me impressionaram bem mais que o conteúdo.
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