O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Bia 20/04/2021

Resumo esse livro em: puta merda, atemporal.

Aluízio Azevedo traz como protagonista Raimundo, doutor, rico e que estudou em Coimbra. Mas nós não sabemos muito do passado dele, sabemos que ele é "mulato" (essa expressão é pejorativa, mas é da época).

Raimundo sofre tanto com o racismo que ele nem mesmo percebe de início, Aluízio traz personagens temerosos a Deus, até mesmo um padre que são extremamente racistas e que detestam Raimundo unicamente por sua cor.

Se até hoje existe uma dificuldade enorme de se falar sobre racismo, Aluízio meteu o pé na porta e destrinchou toda a hipocrisia da época.

Ele ainda faz minuciosas descrições de costumes e eventos da época, além de expor como a sociedade via o papel da mulher no casamento e em como o clero era cúmplice e apoiador dessa sociedade racista. Atemporal, atemporal, que escritor foda.
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Beatriz.Mauricio 20/04/2021

Resumo esse livro em: puta merda, atemporal.

Aluízio Azevedo traz como protagonista Raimundo, doutor, rico e que estudou em Coimbra. Mas nós não sabemos muito do passado dele, sabemos que ele é "mulato" (essa expressão é pejorativa, mas é da época).

Raimundo sofre tanto com o racismo que ele nem mesmo percebe de início, Aluízio traz personagens temerosos a Deus, até mesmo um padre que são extremamente racistas e que detestam Raimundo unicamente por sua cor.

Se até hoje existe uma dificuldade enorme de se falar sobre racismo, Aluízio meteu o pé na porta e destrinchou toda a hipocrisia da época.

Ele ainda faz minuciosas descrições de costumes e eventos da época, além de expor como a sociedade via o papel da mulher no casamento e em como o clero era cúmplice e apoiador dessa sociedade racista. Atemporal, atemporal, que escritor foda.
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Gabb 27/01/2021

Aquele balde de água fria que todos precisam!
Hmmm... O que falar desse balde de água fria que nosso titio Azevedo joga nos leitores? Porque, com certeza, você não será a mesma pessoa depois dessa história.
Mergulhar nas raízes do nosso país é a tarefa mais fácil de fazer, já que a narrativa apresenta grande detalhamento e palavras, digamos, típicas da época (até porquê foi escrita nessa época - risos). O mais difícil vai ser lidar com questões sociais tão frequentes naqueles anos, que infelizmente ainda estão presentes, com menos força, mais estão presentes no nosso cotidiano, como o racismo. Sendo bastante "resumista", a história gira entorno da podridão da sociedade pós-escravista, e o autor sabe muito bem utilizar disso para ferir e fazer o leitor se questionar acerca do assunto. Em meio a tantos solavancos necessários, não podemos esquecer do amor tão complicado de Raimundo e Ana Rosa, esse será o seu único refúgio, claro leitor, nessa aventura. Mas, vale muito a pena enfrentar os preconceitos e as farsas da sociedade para viver esse livro!
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David Alves 12/01/2021

Lançado em 1881, mas muito atual...
Um clássico magnífico. Eu já li O cortiço e me apaixonei pela imaginação atraente de Aluísio Azevedo. Agora, com a oportunidade de ter conhecido O mulato, me surpreendi mais uma vez.

Acima do amor entre Raimundo e Ana Rosa está o preconceito racial por parte da sociedade. Na época, era um escândalo uma moça branca ser cortejada pela ousadia de um negro, na história um mulato (filho de homem branco e uma escrava). Apesar da educação, da posição de Raimundo, sua cor impede de amar e se casar com Ana Rosa. A sociedade não aceita e fazem de tudo para que isso não aconteça. São capazes de atitudes perversas para impedir "tamanha ousadia de um mulato". Aluísio descreve minuciosamente esse enredo escancarando o preconceito, o interior dos personagens, e faz críticas ao modo da sociedade, além de criticar o governo e os cidadãos ignorantes.

O final deste livro é horrível. Horrível no sentido das atitudes dos personagens em relação a Raimundo e Ana Rosa. Algo que não seria incomum em pleno século XXI.

Parece que nada mudou, mesmo depois da Lei Áurea.
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jupotter 29/12/2020

Essencial
Livro essencial da literatura brasileira.
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Felipe 24/12/2020

Apesar de defeitos, uma grande indicação.
Entre fins do século XVII e início do século XIX, o Maranhão e, em especial, a sua capital São Luís vivenciaram um intenso crescimento econômico, sobretudo após a intensificação da cultura algodoeira. À época, São Luís era a quarta capital mais rica do país, atrás unicamente do Rio de Janeiro, de Salvador e de Recife. Em paralelo, no século XIX diversas teóricas tornam a ganhar corpo no ocidente. Naquele período, o mundo acadêmico passa a estimar a cientificidade e a se afastar de postulados teológicos e metafísicos.


No cenário descrito, o Brasil ainda era constituído por instituições como a monarquia e a escravidão. Elas passaram a ser consideradas como empecilhos para que o Brasil crescesse. Ideias positivistas, evolucionistas e darwinistas impulsionavam ideias republicanas e abolicionistas. Nesse contexto, Aluísio Azevedo concebe “O Mulato”, obra que inaugura o Naturalismo no Brasil. Além da escravidão e da monarquia, na referida obra a influência excessiva do clero e a sociedade retrógrada de São Luís foram alvos de críticas pelo autor.

Na capital maranhense São Luís, Manuel Pedro da Silva, conhecido como Manuel Pescada, era um trabalhador português de 50 anos de idade. Com a sua ex-mulher Mariana Alcântara, tem a sua filha Ana Rosa. Mariana defendia que o casamento deveria levar em consideração os sentimentos humanos, enquanto que Manuel Pescada era a eles alheio.

Antes de se casar com Manuel Pescada, Mariana Alcântara se apaixonou por José Cândido de Moraes e Silva, também conhecido como Farol. Com ele também tentou se casar, em vão. Mariana segredou a Ana Rosa sobre os seus sentimentos em relação a Farol antes de falecer.

Após a morte de sua mãe, Ana Rosa cresceu em meio a desvelos insuficientes de seu pai e ao mau gênio de sua avó. Ana Rosa era bonita e seu corpo exibia boa forma para os padrões da época. Durante a sua adolescência, caprichos românticos lhe ocorreram, influenciada pelos livros que lia. Assim como sua mãe, defendia o casamento por amor.


Ana Rosa tornou a alimentar um amor não correspondido, o que chegou a afetar a sua saúde, trazendo preocupações a Manuel Pescada. Em paralelo, Raimundo, o protagonista da história, chega a São Luís após concluir estudos no exterior. Muito se especulava sobre Raimundo. Ele era filho de uma escrava com um português que enriqueceu com o tráfico de escravos. No curso do enredo, Raimundo e Ana Rosa se apaixonam. Manuel Pescada não admite que sua filha se envolva com Raimundo em virtude de sua mãe ser uma escrava. Em decorrência disso, Ana Rosa e Raimundo passam a viver um amor proibido.

“O Mulato” pode haver sido uma leitura obrigatória durante a sua vida escolar ou uma obra presente em algum edital de um vestibular tradicional que você já prestou. Tive a sorte de nem um desses ser o meu caso. A leitura obrigatória é um enfado e, para mim, uma das maiores inimigas da consolidação do gosto por ler.

conclua a leitura da resenha no blog. Caso tenha gostado e deseje ler resenhas nos mesmos moldes, siga o seguinte perfil no instagram: @literaturaemanalise

site: https://literaturaeanalise.blogspot.com/2020/12/resenha-o-mulato-aluisio-azevedo.html
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kurara 03/12/2020

não sei quem teria coragem de ler
péssimo, história entendiante além da quantidade excessiva de monólogos desinteressante e uma história sem qualquer tipo de plot existente. simplesmente péssimo.
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Afranio.Cunha 28/11/2020

Excelente
Um livro muito bem escrito que destaca um período histórico do Brasil que em certos locais ainda não passou. O racismo ainda está terrívelmente presente. Personagens bem construídos. Aluísio Azevedo escreve sobre coisas cotidianas e por isso é tão genial.
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Francisco 16/11/2020

Excelente leitura
Uma excelente leitura que nos traz os costumes do povo maranhense na segunda metade do século XIX, bem como seus males: racismo, xenofobia e farisaísmo por parte de autoridades religiosas . De um modo geral, a obra conta a história de Raimundo (um mulato que não se reconhece como mulato) e seu romance "proibido" com sua prima Ana Rosa, em razão dos preconceitos raciais da sociedade da época. A leitura é bem interessante e me agradou bem mais que a outra obra do mesmo autor "O Cortiço".
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Gleisson 02/10/2020

Sobre o autor: Aluísio Azevedo arranha a profundeza da intelectualidade quando escreve esse livro. Cada extensa frase é propositadamente para cansar o leitor desacostumado com o estilo descritivo natural. "Naturalmente", diria o seu Raimundo.
O romance tem um estrutura penetrante, cada elemento está bem colocado, cada lembrança tem um fundamento e uma comparação com as ações que estão acontencendo, como as representações do inconsciente sobre o sonho, coisa que ele faz facilmente, inclusive em outros romances como Casa de Pensão. Além do mais, algumas cenas são "pitorescas" e um pouco engraçadas(engraçado sutilmente). Enfim, gosto muito do livro e do autor, amigo íntimo quase. Recomendo ler se gostar do estilo e do escritor, elemento indispensável para ler este romance.
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Valquiria.Caetano 19/08/2020

Simplismente um clássico com uma problemática bem atual, racismo e exenofobía. Nota-se que ainda temos bastante para evoluir. Já o romance é o clássico dos clássicos.
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Rafael Mussolini 30/07/2020

O Mulato
"O Mulato" do Aluísio de Azevedo (Centaur, 2013) é o segundo romance de Aluísio e foi escrito no ano de 1881. A obra é considerada um marco do início do naturalismo no Brasil, mas até ser alçada a posição tão importante, só podemos imaginar toda a polêmica que o livro causara na época. Aluísio escreveu um romance que fala dos desafios de um amor impossível e para isso construiu um retrato da população maranhense da época e do nosso país que passava por processos políticos importantes e que daí a alguns anos iria abolir a escravidão. "O Mulato" é um ótimo exemplo para analisarmos como um livro se torna clássico, pois trás consigo a perenidade de uma história que nos ajuda a pensar a própria trajetória do Brasil e que possui passagens que se tornam atuais para os tempos de hoje. Lendo "O mulato" percebemos vários fatores que fazem com que o racismo ainda seja algo tão presente na nossa sociedade e como ele se instaurou nos modos de vida dos brasileiros como algo natural.


Não consigo falar mais sobre essa obra sem antes pensar quem foi Aluísio de Azevedo. Ele é sem dúvida um dos meus escritores clássicos favoritos e a cada livro que leio fico muito surpreso com sua destreza em contar uma história que consegue retratar o Brasil utilizando da beleza e arte que é a literatura. Aluísio conta a história do país dentro das suas histórias e sem didatismo. As vivências do autor são impressionantes pelo seu contato constante com as artes e com sua dedicação à própria formação, aos estudos.

"Da infância à adolescência, Aluísio estudou em São Luís e trabalhou como caixeiro e guarda-livros. Desde cedo revelou grande interesse pelo desenho e pela pintura, o que certamente o auxiliou na aquisição da técnica que empregará mais tarde ao caracterizar os personagens de seus romances. Em 1876, embarcou para o Rio de Janeiro, onde já se encontrava o irmão mais velho, Artur. Matriculou-se na Imperial Academia de Belas Artes, hoje Escola Nacional de Belas Artes. Para manter-se fazia caricaturas para os jornais da época, como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. A partir desses “bonecos”, que conservava sobre a mesa de trabalho, escrevia cenas de romances."

Com sua bagagem de caricaturista, jornalista, romancista e diplomata, Aluísio foi uma importante voz abolicionista e sua atuação incomodava e desafiava inclusive os padres e as paróquias da época que eram a favor da manutenção da escravidão. Em "O Mulato" encontramos no padre Diogo a representação desse tipo de religioso que enquanto ora, escraviza, que enquanto prega os ditames da Bíblia, tortura.

Aluísio insere contexto histórico nos diálogos de seus personagens e na voz do narrador como se tivesse contando um caso corriqueiro e com isso cria panoramas muito ricos de estudo. Em "O Mulato" ele faz um manifesto contra a escravidão e o preconceito racial. Para isso expõe toda a mediocridade da província do Maranhão com seus tipos e costumes mais hipócritas diante de um país que estava mudando, e de uma sociedade que não queria perder seus privilégios de senhores, de donos de pessoas e de almas.

Raimundo, o nosso mulato, é um jovem que chega ao Maranhão depois de muito estudar, de viver em vários lugares e países diferentes e se tornar um homem distinto e culto. Ele chega ao Maranhão movido por interesses econômicos em relação aos bens que seu pai deixou, mas também com a intenção de desvendar uma dúvida que sempre o acompanhou: quem era realmente seu pai, como ele morrera, e sua mãe, porque ninguém a menciona? Raimundo está em busca do lugar que nasceu e de sua história e quando chega a casa de seu tio Manuel, que foi quem ajudara a cuidar de seus bens, acaba encontrando também o amor na figura de sua prima Ana Rosa. Ana é uma mulher branca e Raimundo é um mulato, filho de homem branco com uma negra escravizada. Esse fato faz com que o amor dos dois se torne algo impensável para o Brasil daquela época.

Enquanto vamos conhecendo as personagens e vamos descobrindo junto com Raimundo os detalhes sobre a história de seus pais e os mistérios que os levaram a morte, também vamos conhecendo o Maranhão rural e os preceitos e preconceitos que dominavam naquela época. O livro consegue mostrar tanto as mazelas da região em relação à hipocrisia, desigualdade social e ao preconceito racial, como também nos mostra o Estado, que até então era uma província e sua riqueza cultural, através da música, da culinária, das festas tradicionais, entre outros detalhes que enriquecem muito a obra.

"Os corretores de escravos examinavam, à plena luz do sol, os negros e moleques que ali estavam para ser vendidos; revistavam-lhes os dentes, os pés e as virilhas; faziam-lhes perguntas sobre perguntas, batiam-lhes com a biqueira do chapéu nos ombros e nas coxas, experimentando-lhes o vigor da musculatura, como se estivessem a comprar cavalos."

Nas figuras da avó de Ana Rosa, a Maria Bárbara e do religioso cônego Diogo, o autor explora um perfil que era muito comum e que também demonstra o poder que a igreja e a religião possuía para manutenção de uma sociedade escravocrata. Maria Bárbara é a personificação da devota que é vista por todos como exemplo de fé e que também, como dito na obra "dava nos escravos por hábito e por gosto."

"Quando falava nos pretos, dizia 'os sujos' e, quando se referia a um mulato dizia 'o cabra'. Sempre fora assim e, como devota, não havia outra: Em Alcântara, tivera uma capela de Santa Bárbara e obrigava a sua escravatura a rezar aí todas as noites, em coro, de brações abertos, às vezes algemados."

Sendo assim, após a verbalização de Raimundo sobre seu desejo de se casar com a prima Ana Rosa, um grande drama se estabelece na família e na província. É interessante como Aluísio de Azevedo explora as questões raciais pelos olhos do mulato Raimundo, quando o mesmo descobre que o único impedimento para que se case com Ana é a cor de sua pele. Raimundo passa a revisitar sua vida e a inclusive questionar qual a valia de ter se tornado um homem rico, inteligente e distinto, uma vez que sua descendência é quem definirá sua posição social.

"O mulato" é um romance grandioso. Aluísio foi corajoso ao bancar uma história que poderia ter causado a sua morte, sendo que o próprio autor passou a ser conhecido após a publicação do romance como "Satanás da cidade". "O mulato" inovou por ter sido lançado em uma época de fortes clamores pela abolição, por expor as corrupções da igreja, por criar um vilão que era um padre inescrupuloso, por apresentar uma personagem feminina, a Ana Rosa, de maneira incomum para a época, sem o medo de expor a sua sensualidade em relação aos seus desejos em relação a figura de Raimundo, por trazer o preconceito racial como temática estruturante da obra. Leiam Aluísio de Azevedo, leiam clássicos, leiam literatura nacional.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/
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Carol 18/07/2020

Segundo livro que leio de Aluízio Azevedo. Gosto muito da escrita do autor e de como ele descreve tao bem os personagens. Em poucas páginas o clima da história já foi apresentado. Fiquei desapontada com o final, mas ao mesmo tempo já esperava o desfecho. É um livro sobre o racismo de uma forma muito crua.
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