O Mulato

O Mulato Aluísio Azevedo
Douglas Tufano




Resenhas - O Mulato


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Epha Silva 05/06/2020

A agonia que senti com esse Raimundo que apesar de tudo não se reconhecia como homem negro aaaah
fora isso muito bom imaginar o centro histórico de São Luís
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Beto | @beto_anderson 01/06/2020

Nada mais atual
Pra mim, um dos livros mais importantes da nossa literatura. E um livro que nos mostra a hipocrisia e o preconceito de cor que vigora até os dias de hoje. Um livro necessário para refletir sobre a questão racial que assola o nosso país. A leitura é tranquila, apesar de conter alguns termos do vocabulário da época. Nada que interfira na compreensão total da narrativa.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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Sara Muniz 20/04/2020

RESENHA - O MULATO
O Mulato foi publicado em 1881 e considerada a obra que inaugurou o naturalismo na Literatura Brasileira. Ainda com aquele pé bem cravado nas características do romantismo (que nós sabemos, é difícil de tirar), Aluísio de Azevedo traz a história de amor impossível entre o mulato Raimundo e a branca Ana Rosa, que tem como pano de fundo o cotidiano do Maranhão.

O Mulato é uma obra extremamente forte, pois retrata as mazelas daquela sociedade racista e escravista. O naturalismo se mostra presente, principalmente, nas descrições e acontecimentos dos cenários, criticando a sociedade maranhense. Além disso, na parte científica do naturalismo, seria impossível que Raimundo fosse mulato de olhos azuis, como descrito, uma vez que seu pai era branco e sua mãe negra. Por conta disso, Raimundo é um protagonista idealizado e que, "por mais que fosse mulato e filho de uma escrava", era culto e cavalheiro.

O tio de Raimundo era pai de Ana Rosa, ou seja, Raimundo se apaixona por sua prima e acredita realmente que os dois podem ficar juntos. Entretanto, quando vai pedir a mão dela para o tio, percebe quanto preconceito existe contra ele por ser mulato e filho de uma escrava. A partir desse momento, o racismo daquela época é jogado na cara do leitor. A sociedade não tolerava ou incluía cultural e socialmente os negros e mulatos, já que a escravidão estava em vigor e só foi abolida em 1888, sete anos após a publicação do livro.

"— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade maranhense usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; a conversa cortada no momento em que Raimundo se aproximava; as reticências dos que lhe falavam sobre os seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questçoes de raça e de sangue; a razão pela qual D. Amância lhe oferecera um espelho e lhe dissera 'Ora, mire-se!'. A razão pela qual diante dele chamavam de meninos eos moleques da rua. Aquela simples palavra dava-lhe tudo o que ele até aí desejara e negava-lhe tudo ao mesmo tempo, aquela palavra maldita dissolvia as suas dúvidas, justificava o seu passado; mas retirava-lhe a esperança de ser feliz, arrancava-lhe a pátria e a futura família; aquela palavra dizia-lhe brutalmente: 'Aqui, desgraçado, nesta miserável terra em que nasceste, só poderas amar uma negra da tua laia! Tua mãe, lembra-te bem, foi escrava! E tu também o foste!". (p. 174)

Raimundo e Ana Rosa são proíbidos de ficar juntos, mas ao confessar para o padre que está grávida, surge no casal uma esperança de fugir e viver juntos. Obviamente, isso não é possível, principalmente porque o pai de Ana Rosa já avistava Diogo, um pretendente branco e rico para Ana. O autor mostra, portanto, a impossibilidade que existia naquela época de duas "raças" e "classes sociais" distintas se misturarem.

"(...)A sociedade apontar-te-ia como a mulher de um mulato e nossos descendentes teriam casta e seriam tão desgraçados quanto eu!" (p. 204)

O naturalismo da obra ainda está bem preso ao romantismo, mas já mostra características inegáveis, como a descrição dos cenários naturais e o cientificismo, que defende a ciência e não coloca mais a religião como a explicação para tudo o que acontece no mundo. Aluísio Azevedo é considerado o pai do naturalismo na Literatura Brasileira, inclusive, uma das obras mais famosas é do autor "O Cortiço", que eu já resenhei aqui no blog (clique aqui para ler a resenha).

"(...) Raimundo não pôde conter uma risada, e, como o outro se formalizara, acrescentou em tom sério 'que não desdenhava da religião, que julgava até indispensável como elemento regulador da soceidade. Afiançou que conhecê-la nas suas leis e nos seus fenômenos, acompanhando os homens de ciência nas suas investigaçõe, fazendo, enfim, o possível para ser útil aos seus semelhantes, tendo sempre por base a honestidade dos próprios atos'". (p. 153)

Confesso que demorei mais do que gostaria para ler esse clássico. Foi bom revisitar as obras que eu lia na faculdade (apesar de que nem faz tanto tempo assim, mas foi lá que aprendi a gostar dos clássicos). Achei a leitura enriquecedora e pude, finalmente, ter contato com a obra que inaugurou o naturalismo no Brasil e o retrato real daquela época. Não sou uma das maiores fãs de obras naturalistas, acho um grande avanço nas abordagens das obras que decidiram cortar o cordão umbilical com o romantismo e todo o aspecto do Belo e do religioso, mas também acho as leituras muito maçantes. Com "O Mulato" não foi diferente, embora em alguns momentos de revelações a obra se tornasse mais emocionante.

Leia também:
- RESENHA - O MELHOR DAS COMÉDIAS DA VIDA PRIVADA
- RESENHA - TODA POESIA
- RESENHA - EM BUSCA DE CURITIBA PERDIDA
- RESENHA - ÁLBUM DE FAMÍLIA

"E Raimundo, ali no desconforto de seu quarto, sentia-se mais só do que nunca; sentia-se estrangeiro na sua própria terra, desprezado e perseguido ao mesmo tempo. 'E tudo por quê?... pensava ele, porque sucedera sua mãe não ser branca!" (p. 192)

Recomendo muito a leitura, porque mostra exatamente como era o comportamento daquela sociedade que vivia em meio à escravidão e ao preconceito. Dessa forma, o livro acaba sendo uma aula de história perfeita e completa, mais o bônus da história de amor que, convenhamos, por ser naturalista e não mais romantista, não termina bem como os leitores esperavam.

PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS, LINKS E IMAGENS DO LIVRO, VISITE O MEU BLOG:

site: https://interesses-sutis.blogspot.com/2020/03/resenha-o-mulato.html
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@mauricio_damascen 22/03/2020

E um livro que apesar de ter sido publicado a muito tempo ainda e bem atual pra entendemos como o racismo vem sendo estruturado a muito mais tempo do quê se imagina na sua forma mais "sútil" além de outros assuntos bem polêmicos.
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Ray 07/03/2020

Um livro, como os outros de época, bastante difícil de se ler...
Mas que livrooo!
Cheinho de reviravoltas e com um final que ninguém esperava!
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Gabri 28/02/2020

Racismo no XIX
Considerado o primeiro livro naturalista, o romance foi uma grata surpresa. Ainda não completamente tomado pelas fórmulas cientificistas do naturalismo, o autor elaborou de fato uma história com uma trama bem urdida e com reviravoltas que tornam a leitura interessante e não maçante.
O sabor maior do livro, para mim, contudo, é o modo como o racismo é, não somente explorado, mas se torna em um elemento propriamente narrativo, ligado à estrutura íntima do livro.
Gabri 18/04/2020minha estante
Correção: primeiro livro naturalista do Brasil (embora tenha minhas dúvidas quando a isso, precisava verificar com maior rigor)




Lara 13/02/2020

Bom mas me decepcionei
Um bom livro, mas que não chega aos pés de O Cortiço, do mesmo autor. Por este ser muito melhor, me decepcionei um pouco com O Mulato.
Gostei muito do final, que de tão realista chega a ser cômico.
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João Victor 23/12/2019

O Mulato
Obrigatório pelo simples fato de se tratar de um clássico nacional. Necessário para se perceber o preconceito racial que moldou nossa sociedade durante tantos de escravidão.
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Sthefany27 14/11/2019

Importante
O Mulato de 1881 do escritor Aluísio Azevedo, após sua publicação, foi extremamente rejeitada pelo Maranhão, terra natal do autor, por conter sucessivas críticas à sociedade do estado que se dizia religiosa, direita e santa; mas às escuras mostrava-se hipócrita, vaidosa, amante dos julgos e mentiras, preconceituosa e escravocrata. Aluísio já esperava tal reação, porém foi alvo de tamanho ódio que passou a viver no Rio de Janeiro onde morava seu irmão, Artur Azevedo.


O livro foi escrito na época do Realismo e Naturalismo e resgata em geral um pouco o Romantismo, logo conta com uma escrita rica em detalhes que enaltecem como um todo a natureza e a índole humana. Essas reforçadas descrições deixam a leitura um pouco cansativa e lenta, porém se paciente, a experiência é prazerosa e admirável.


A narração se passa em São Luís do Maranhão e conta a história de amor entre Raimundo ? formado em direito, filho de um branco chamado José da Silva e a escrava Domingas, um homem viajado, de princípios e grande conhecimento, que apesar de possuir tantas qualidades e ser branco, é alvo de baixos preconceitos e lixado de tantos nomes pelo simples fato de ter mãe negra e nascido escravo ? e sua prima Ana Rosa ? filha de Manuel Pedro e a falecida Mariana, menina religiosa e de grandes paixões e anseios pela futura casa, marido e filhos.


A trama é desenvolvida pela dúvida de como Raimundo reagirá ao descobrir suas origens e como isso afetará sua vida e suas relações com a população de São Luís os quais (exceto Ana Rosa) têm noção de seu obscuro passado, e se, no final de tudo, ele e a moça conseguirão celar no sagrado matrimônio seu amor mútuo com a aceitação ou não dá família patriarcal e prejulgativa de Anica.


Achei simplesmente incrível como o autor escreve, fiquei muito apaixonada pelos personagens e a capacidade dele de construí-los tão bem. A única coisa que me desagradou foi o fato do leitura ser muito cansativa. Por mais que a história cative o leitor e desperte curiosidade, ele demora muito para contar as coisas que ocorrem e enrola muito, me senti em alguns momentos em um jornal da Record kkk. Mas fora isso agradeço porquê expandi meu vocabulário e minha interpretação textual, kisses. Além disso, a história se desenvolve de uma forma incontrolável, com uma surpresa a cada página e um final que eu já esperava, mas mesmo assim me emocionou muito. Enfim, minha nota é 4,5/5.
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regifreitas 11/11/2019

O MULATO (1881), de Aluísio Azevedo.

Obra inaugural do nosso Naturalismo, foi das primeiras a abordar a questão do preconceito racial na sociedade brasileira. Aluísio Azevedo usa a sociedade maranhense, uma das mais conservadores da época, além de ser sua terra natal, como pano de fundo para a crítica que desenvolve aqui. Por conta disso, o livro não foi bem recebido por seus conterrâneos, o que levou o autor a se mudar para do Rio logo após a sua publicação.

O protagonista é Raimundo, que ignora a própria origem: filho de uma escrava com um senhor português, a alforria lhe é concedida durante o batismo. Após a morte do pai, ainda criança torna-se o único herdeiro das propriedades deste, e o tio o manda estudar na Europa, de onde volta doutor. Mesmo com uma boa formação e uma posição econômica favorável, a sociedade maranhense, conhecedora de sua descendência, embora o tolere e o trate publicamente com reservas, pelas costas ele é desdenhado e desprezado.

Ao se apaixonar pela prima (Ana Rosa), e lhe ser negada a mão da moça, Raimundo descobre sua origem. O tio alega que ele não poderia casar com a prima por conta do escândalo que seria para a sociedade a união de uma branca com um ex-escravo.

Outra questão também tratada no livro é o da corrupção e conivência da igreja com o racismo e os maus tratos em relação aos escravos, principalmente na figura do cônego Diogo, espécie de “vilão” da história, que tenta a todo custo frustrar os planos de Raimundo.

Embora seja considerada naturalista, existem ainda alguns toques do romantismo no texto, principalmente no que se refere à relação proibida entre os amantes.

É uma obra importante dentro do contexto da época, pela coragem de tratar do tema da discriminação racial e pela crítica social fomentada. Embora O CORTIÇO, do mesmo autor, seja um romance de qualidade superior, O MULATO também é uma obra que merece ser lida, conhecida e discutida.

Para o Desafio Literature-se: um romance de formação (Bildungsroman).
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Camila1856 25/10/2019

Final surpreendente!
Publicado em 1881, esse romance inaugurou a estética naturalista no Brasil. Por conta das duras críticas referente ao preconceito racial, regime escravagista e corrupção de membros da Igreja Católica, o livro não foi bem recebido na província do Maranhão fazendo com que o autor se mudasse para o Rio e não mais retornasse ao seu local de nascimento.
Raimundo (Mundico) é filho de um português com uma escrava e portanto considerado mulato. Retorna à sua terra natal para negociar suas propriedades e também tentar descobrir algo a respeito de seus pais. Apaixona-se pela jovem Ana Rosa, branca, filha do seu tio português Manuel Pescada e vai descobrir através desse amor que mesmo tendo estudado na Europa, sendo um verdadeiro cavalheiro e intelectual, a cor da sua pele não lhe permitirá viver esse amor.
Sofrerá racismo de toda a sociedade Maranhense, inclusive do cônego da igreja Diogo que vai armar as piores ciladas para impedir esse amor de acontecer.
Um final bem realista e surpreendente que nos mostra que o bem nem sempre vence.
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Daniel.Oliveira 23/09/2019

Não gostei muito do livro.
Final tragico,linguagem cansativa,personagens escassos.Não curti muito o livro não,posso falar pouco,já que esse é um texto mesclado.
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Rafaela Mendes 27/06/2019

O Mulato (1881)
Essa é uma história sobre um Brasil que já passou, mas que ainda mostra suas faces. E isso não é uma coisa boa. “O Mulato” conta a história do ex-ecravo Raimundo. Um homem letrado e cheio de convicções republicanas, modernizadoras e céticas, quanto à religião. Ele, assim como inúmeros durante o século XIX no Brasil, era fruto da relação entre um fazendeiro e uma escrava, sendo assim um mulato. Isso era motivo de escoria social, mesmo ele sendo um homem de posses e culto.

Raimundo acaba se relacionando com uma jovem branca chamada Ana Rosa (essa personagem é estereotipada como uma jovem histérica e que só pensa em casar, bem comum pra época essa ideia), porém esse romance enfrenta o preconceito da família da jovem e de toda a sociedade. Será que isso já passou? Vale refletir!

Muita intriga e hipocrisia ronda essa história, por parte de pessoas consideradas horadas (tem um padre chamado Conego Diogo, que é um cretino) e “afeiçoadas as coisas de Deus”, Azevedo mostra a mais podre face dessas pessoas que se mascaram com o conservadorismo. Nesse aspecto a história ganha toda a inovação que necessita para ser considerado um clássico da nossa literatura.

Tudo se passa em São Luís do Maranhão por volta de 1870 e mostra o ainda atrasado desenvolvimento de um uma província escravista e encabrestada a religião. Esse é o ponto mais interessante da narrativa, pois é como está numa aula de história. Ver o que se falava naquela época, como as pessoas se comportavam, as tímidas manifestações do abolicionismo, os rumores da república com o fim do segundo reinado.

A obra é o marco inicial do Naturalismo no Brasil, movimento literário e intelectual que demonstra a ideia de que o meio determina o individuo, bem como uma descrição minuciosa do meio e da realidade.

Eu ainda prefiro “O Cortiço” do Aloísio e acrescento que tem horas que é enfadonho ler esse livro, mas tem hora que não dá pra largar e tem horas que dá votante de indicar para alguém que acha que não existe racismo atualmente. Pode trazer uns ranços de narrativa, mas é sem dúvida um livro necessário para o mundo.

E o final? Afff.. nó na garganta. Leiam!
EXPLOD 29/06/2019minha estante
Ótima resenha ;)
Concordo com o que você disse! Por isso que os romances de costumes são tão interessantes: são verdadeiras aulas de história mesmo.
Ah, também prefiro O Cortiço!! :D Mas ele é tão cru que nem sei se faço uma releitura dele...
Também endosso sua opinião sobre o fim do romance! Eu fiquei embasbacada e com uma raiva...


Marcos.Azeredo 09/07/2019minha estante
Comprei este livro, estou com maior vontade de ler O mulato.


Rafaela Mendes 09/07/2019minha estante
É bastante interessante. Recomendo! ;)




Vanessa.Coimbra 02/06/2019

O Mulato
Diferentemente do Cortiço que demorou para conseguir ler e para compreender sua grandeza, O Mulato foi uma narrativa/história que me pegou de primeira. Pois apesar de se tratar de uma história com um final triste, apresenta no decorrer da narrativa a visão de como o ser humano pode ser mesquinho, preconceituoso e maldoso, porém muitos seres humanos apesar de todas as dificuldades podem se superar. Infelizmente nem sempre é o suficiente. O Mulato é um romance histórico, que nos mostra as características de uma época, que em alguns aspectos transcende o tempo e ainda nos marca atualmente. Recomendo muito, todas as vezes em que li amei.
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