Livros da Julie 27/12/2022Livrar-se de culpas e mágoas é um dos passos para viver o amor-----
"Opostos são apenas dois lados da mesma moeda. Um não existe sem o outro."
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"Passado e futuro não existem realmente, (...) apenas o presente. Mas se essas percepções contrastantes não existissem, não seríamos capazes de organizar nossa vida ou nossos pensamentos. Seríamos inundados por tudo acontecendo ao mesmo tempo e por milhares de decisões tendo que ser tomadas simultaneamente."
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"[Guerrear] É da natureza dos homens. As mulheres não lutam nas guerras. Se elas governassem os países, haveria muito mais bom senso nas relações entre as pessoas."
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"Amar é gostar, ser companheiro, respeitar e confiar. O amor não domina ou tenta possuir, mas se fortalece com compromisso puro, liberdade mútua."
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"Sempre haverá guerra, sempre em nome da liberdade e da paz. Como pode haver liberdade quando os homens morrem de forma tão insensata? Como pode haver paz quando os homens precisam lutar para consegui-la? A humanidade sempre perseguirá esses dois ideais e nunca conseguirá alcançá-los."
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"sonhos não podem ser capturados com promessas. Eles são como a água, escapam por entre os dedos quando tentamos agarrá-los."
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"Vingança era um motivo tolo e imaturo para qualquer ação. Nunca resolvia nada, apenas aprofundava o ódio."
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"Por que sempre presumimos que somos tão importantes para os outros? Ninguém é insubstituível, mesmo para as pessoas mais próximas."
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"talvez o amor seja mais poderoso e mais duradouro do que todas as emoções negativas com as quais punimos a nós mesmos e as pessoas a quem nos dirigimos."
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"As pessoas nunca podiam ser compreendidas por completo. Estavam sempre se transformando, dependendo do momento, das circunstâncias e das influências. E sempre crescendo, se recriando. Como era impossível conhecer outro ser humano... Como era impossível se conhecer..."
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"A civilidade era o lubrificante que mantinha as engrenagens da sociedade funcionando."
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Ligeiramente seduzidos é o quarto livro da série Os Bedwyns e também o quarto livro da leitura coletiva das obras de Mary Balogh, promovida pela @peculiareslivros.
Recém-apresentada à sociedade, Morgan Bedwyn, a irmã mais nova de Wulfric, o Duque de Bewcastle, já estava entediada com as festas e os mexericos de Londres. Qualquer jovem estaria radiante diante do futuro de bailes e pretendentes à sua frente, mas Morgan, acostumada aos grandes temas discutidos em família, não tem paciência para futilidades. Ansiosa para viver experiências mais empolgantes do que escolher um novo vestido ou o par da próxima dança, ela agarra com unhas e dentes a oportunidade de viajar para Bruxelas, local onde a nata da sociedade e do exército inglês havia se reunido para aguardar as novidades sobre um eventual retorno de Napoleão.
Gervase Ashford, o Conde de Rosthorn, também se dirigiu àquela cidade pelo mesmo motivo, mas se sentia desconfortável em meio a tantos ingleses. Ele havia fugido da Inglaterra há 9 anos, acusado por um crime que não cometeu, e sua má reputação o acompanhava.
Em um dos muitos bailes belgas, Gervase se encanta com a beleza e a altivez de Morgan. Ao descobrir, porém, que ela é irmã de Wulfric, justamente o responsável pelo seu exílio, percebe a oportunidade de transformar o flerte em vingança. Mal sabe ele que a moça é tão decidida e inteligente como o irmão e não se deixará usar facilmente como um mero peão nesse xadrez.
O livro tem um ritmo geral mais lento, mas Mary nos conduz com destreza por uma montanha russa de emoções, do tédio para a empolgação, da mágoa para a satisfação, da calmaria para a ação, com direito ao indício de uma grande reviravolta no final.
A autora contextualiza o momento histórico que serve de pano de fundo para a trama e nos deixa interessados em saber mais sobre a fuga de Napoleão da Ilha de Elba, a restauração das tropas francesas e os últimos confrontos com os ingleses e os prussianos. Morgan, aliás, ganha um papel ativo nesse cenário, desencadeado pelas difíceis circunstâncias que envolvem a função atribuída ao seu irmão Alleyne durante a campanha militar.
Em tempos de guerra como os atuais, é particularmente tocante ler sobre as fúnebres consequências das batalhas e sobre o penoso luto imposto às famílias de mortos e desaparecidos. É igualmente comovente assistir à mobilização conjunta de homens e mulheres para participar diretamente no conflito ou contribuir de alguma forma nos bastidores, com provimentos, asilo e auxílio médico a refugiados e feridos.
Contudo, nem só de tragédias vive o homem e eventualmente ele deve retomar seu rumo. É necessário superar desconfianças e suplantar infortúnios do passado. Perdoar os erros dos outros e as próprias falhas e fraquezas é o único modo de se libertar de um grande fardo de culpa e seguir em frente leve, de coração aberto para as maravilhosas oportunidades que a vida oferece.
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