Carol 23/09/2020Impressões da CarolLivro: Distância de Resgate {2014}
Autora: Samanta Schweblin {Argentina, 1978-}
Tradução: Ivone Benedetti
Editora: Record
144p.
Demorei a trazer para o feed este "Distância de um resgate" porque, meus amigos, que livro doido, claustrofóbico, intrigante. De tirar o fôlego!
O leitor vai tomando ciência dos o quê, quem, como, onde e por quê da trama, por meio do diálogo entre Amanda, uma mulher hospitalizada, que se encontra à beira da morte e David, um menino de 10 anos, meio bizarro, que é quem conduz a conversa.
"Fico pensando se poderia acontecer comigo o que aconteceu com Carla. Sempre penso no pior. Agora mesmo estou calculando quanto demoraria para sair correndo do carro e chegar até Nina, se ela corresse de repente para a piscina e se atirasse. A isso dou o nome de distância de resgate". p. 22
A graça do livro é sua estrutura narrativa fragmentada. É essa expectativa do terror, de que na próxima página o horror vem. É impossível largá-lo, é pra lê-lo numa sentada só.
"Distância de resgate" é o tipo de indicação "confie em mim, é bom". Relacionamento entre mães e filhos, adoecimento da população pelo uso de agrotóxicos, ancestralidades, transmigração de almas, o horror e o fantástico latino-americano, num crescendo e mais não digo para não estragar sua experiência de leitura.
Sabe essas séries estilo Lost e Dark, que te fazem criar dúzias de teorias e organogramas diferentes para entender o que está acontecendo? Esse é o sentimento ao ler Samanta Schweblin.
Taí uma boa escolha para o mês de horror? se você for participar de alguma maratona temática.