Distância de resgate

Distância de resgate Samanta Schweblin




Resenhas - Distância de resgate


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Rodrigo.Vieira 29/05/2017

DISTÂNCIA DE RESGATE
Um dos melhores dentre tudo que eu li ultimamente. A maneira como ela escreve é muito singular. O livro é impossível de largar. Primeira leitura, e já alcei a autora à minha lista de autores favoritos.
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Monalisa (Literasutra) 13/06/2016

O livro que você precisa ler
Algumas coisas são decisivas para identificar se um livro é realmente bom; aquela linha fina que separa algo satisfatório de uma obra relevante, com força suficiente para chacoalhar e causar uma imersão incondicional na história que nos é narrada. “Distância de Resgate”, romance de estreia da argentina Samanta Schweblin, felizmente pertence à segunda categoria e já tem lugar confirmado na minha lista de preferidos.

Muitas histórias começam com viagens de férias ou outras situações em que o personagem, inserido num contexto até então desconhecido, enfrenta condições adversas. Mas pouquíssimas exploram este ponto de partida com a maestria de Samanta. Em “Distância de Resgate” temos uma cena principal, que conduz toda a narrativa. Amanda, aparentemente incapacitada em um hospital, conversa com um menino que está ao pé de sua cama. Um diálogo tão incômodo que chega a hipnotizar.

“Fico pensando se poderia acontecer comigo o que aconteceu com Carla. Sempre penso no pior. Agora mesmo estou calculando quanto demoraria para sair correndo do carro e chegar até Nina, se ela corresse de repente para a piscina e se atirasse. A isso dou o nome de ‘distância de resgate’, que é como chamo a distância variável que me separa de minha filha, e passo a metade do dia fazendo esse cálculo, embora sempre arrisque mais do que deveria.”

A partir daí, temos conhecimento dos momentos que antecederam essa cena: Quando Amanda chega ao vilarejo com a filha, Nina, para passar as férias. Os planos não saem perfeitos, no entanto, por dois motivos. Primeiro, o local sofre pela contaminação de pesticidas. Segundo, o vilarejo todo vive imerso numa aura de crendices — pelo menos é o que Amanda julga que sejam — que acaba descambando a narrativa deliciosamente para o realismo fantástico. Tudo isso numa escrita não-óbvia, que não entrega a história facilmente. É empolgante!

A escrita impecável de Samanta Schweblin (que a partir de agora entra para o meu radar definitivo) ganha uma edição à sua altura pela editora Record. “Distância de Resgate” é um baque, uma linha de crescimento constante num gráfico de tensão, que cria uma experiência tão forte para o leitor que é como se cavasse um local permanente na memória. Li as poucas mais de 100 páginas no mesmo dia, e depois de terminar levei ainda uns bons 40 minutos de profunda reflexão até que respiração pudesse desacelerar, o corpo ainda meio dormente, a testa ainda tensa. E continuo pensando no livro até hoje. Temos aqui o tipo de força narrativa capaz de perdurar por muito tempo mesmo após a leitura.

site: www.literasutra.com
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 31/05/2016

Distância de resgate
"Distância de resgate" deu à Samanta o prêmio Tigre Juan em 2015.O fato de ter sido premiado, o título curioso e a capa com cores fortes me fizeram querer ler a obra, e agora tenho a difícil missão de resenhá-la para vocês. Difícil, pois é uma daquelas obras em que tenho apenas as minhas interpretações e não certezas, que podem ser diferentes das interpretações de outros leitores.

"Fico pensando se poderia acontecer comigo o que aconteceu com Carla. Sempre penso no pior. Agora mesmo estou calculando quanto demoraria para sair correndo do carro e chegar até Nina, se ela corresse de repente para a piscina e se atirasse. A isso dou o nome de 'distância de resgate', que é como chamo a distância variável que me separa de minha filha, embora sempre arrisque mais do que deveria." (página 22)

No livro conheceremos Amanda, que foi passar as férias numa cidade do interior com sua pequena filha, Nina. Nessa cidade, Amanda conheceu Carla, uma moradora local, e elas se tornaram amigas instantaneamente, a ponto de Carla se abrir com ela.

Carla se sentia dividida entre a culpa e a certeza de ter feito o que tinha que fazer. Algum tempo atrás, David, seu filho, ficou doente. Não havia recursos médicos na cidade, e Carla apelou para uma curandeira, que disse que a única maneira de salvar o garoto era fazendo um ritual onde a alma dele seria dividida em duas, assim David poderia continuar vivendo com Carla, mas um garoto com meia alma não é um garoto como todos os outros, o que Carla acabou confirmando e passando a não saber lidar com o próprio filho.

"Às vezes, acordávamos de madrugada, e David não estava no quarto nem em nenhum outro lugar da casa, e isso deixava Omar louco. Acho que ficava assustado. (...) Nas primeiras vezes saíamos para procurá-lo. (...) Uma vez, antes de sair, Omar pegou uma faca e eu não disse nada." (página 90)

A história acaba assustando Amanda, que está sempre tentando manter sua filha em segurança, numa distância suficiente para um possível resgate, e ela decidi ir embora daquela cidade. Mas será que daria tempo? Será que haveria salvação para sua família ou já seria tarde demais? Será que a distância de resgate já havia sido ultrapassada sem que ela percebesse?

O livro é narrado por Amanda, onde ela vai descrevendo o que está vendo, e o que é um pouco perturbador: em alguns momentos, é David que narra, que conta as coisas para Amanda, tenta direcioná-la para o que é importante, mas não é o David que mora na casa de Carla, é um outro David, que parece não estar no mesmo plano físico que os demais.

Não há capítulos nem pausas durante a narrativa, e foi uma leitura fluida apesar da temática diferente, eu fui lendo com os olhos grudados em cada palavra, tentando descobrir o que viria a seguir e o que realmente estava acontecendo. É um livro bom, uma espécie de thriller psicológico, que prende o leitor, que não diz tudo claramente, fazendo com que tenhamos que tirar nossas próprias conclusões sobre o que aconteceu com Amanda e David. Sendo assim, não é uma obra que vá agradar todo leitor, mas eu gostei.

Sobre a parte visual: a capa tem uma textura quase aveludada, acho que se chama soft-touch, as folhas são amareladas e porosas; na diagramação, as letras, margens e espaçamento são grandes, e não me lembro de ter encontrado erros de revisão.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/05/resenha-livro-distancia-de-resgate.html
Mila 20/09/2016minha estante
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Pedro 25/05/2016

Distância de resgate
Com uma narrativa fantástica e cheia de suspense, Samanta Schweblin constrói seu livro permeado de mistérios que vão sendo aos poucos desbravados pelo leitor corajoso que ousar dar continuidade a leitura de Distância de Resgate.

Mas o que é distância de resgate? Nada mais, nada menos do que um fio que liga a mãe a sua criança. A mãe é quem libera "corda" para que seu filho se distancie. Quanto mais distante, mais difícil o resgate, por isso, toda mãe quer seus filhos próximos de si para evitar acidentes.

Na história, uma família do interior da Argentina vive uma vida comum, apesar do patriarca passar a maior parte do tempo com seus cavalos, sedo um deles um garanhão reprodutor, seu preferido por justamente conceber cavalos de raça que serão vendidos para garantir o sustento da família. O pai dá mais atenção ao cavalo do que à esposa e principalmente ao próprio filho, Até que um dia uma doença estranha e desconhecida, provocada por agrotóxico, assola tanto o animal quanto o pequeno garoto chamado David. O cavalo não tem mais chances de sobrevive, porém, para David há uma esperança com 50% de ocorrer tudo bem, através da ajuda de uma curandeira da região.

Quem conta essa história é a Carla, mãe do David, para Amanda, que está junto com a filha Nina, de 4 anos, visitando o pequeno povoado onde tudo ocorreu Ao desenrolar da trama, os fatos vão se mesclando e ficando mais claros, e vamos descobrindo que a a distância de resgate pode ficar pequena e sem que nós mesmos percebamos, o fio se romperá.

Considero Distancia de Resgate uma das melhores leituras feitas ao longo de 2016, e foi uma relevação porque não estava com expectativas em relação a ele, primeiro porque a sinopse não diz nada demais e a autora era desconhecida a minha pessoa.

A narrativa é toda misteriosa, mesmo sendo um livro curto, a autora consegue escrever algo profundo, reflexivo e que, por mais que você leia numa sentada, haverá coisas perdidas ao longo da leitura que junto as indagações te fará querer relê-lo. Não que a autora deixe buracos na trama, mas é apenas algo tipico do realismo mágico deixar como normal para os personagens essas coisas que para nós podem ser absurdas. No fim, temos uma obra nada prolixa, mas que consegue envolver profundamente.

Leia-o e depois não esquece de passar aqui para comentar quais são as suas teorias sobre esse final.

Até mais!

site: http://decaranasletras.blogspot.com.br/2016/05/resenha-distancia-de-resgate-samanta.html
Julia.Martins 27/08/2017minha estante
Spoiler: minha teoria é que a alma do David foi parar no marido da Amanda... pois quando ele sai de carro o pai do David fala: como se ele fosse a algum lugar.


Julia.Martins 27/08/2017minha estante
Enfim.... qual sua teoria? Acabei de ler esse livro e estou super confusa


Alécio_Faria 19/12/2018minha estante
Interessante sua teoria, Julia.Martins. Não sei se concordaria já que em nenhum momento o marido da Amanda demonstra estar doente, [ no início a curandeira diz que a pessoa escolhida ficaria com metade da doença ] ou apego pelo menino, o que seria considerável, já que ele tem parte da alma do garoto. Enfim, como vc mesmo diz, teorias... por isso amamos os livros.




Croniana 16/05/2016

Favorito!
Escrita diferente, vários planos de narrativa e conflitos psicológicos extraordinários. O mistério das ligações entre mãe e filho conceituado no que a autora da o nome de distância de resgate; o perigo, o amor e a aceitação permeando incessantemente cada página escrita, assim é Distância de Resgate.

site: http://www.cronicasemeira.com.br/2016/05/resenha-distancia-de-resgate-samanta.html
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@retratodaleitora 26/04/2016

Incrível.
Amanda e Nina, sua filha de 4 anos, vão passar alguns dias em uma casa de campo, num lugar distante e acolhedor. Logo nos primeiros dias conhecem Carla, vizinha simpática e prestativa com quem Amanda conversa. Em uma dessas conversas Carla vai contar sobre seu filho, David, e o que aconteceu ao menino no passado que, de tão grave, a impossibilita de sentir qualquer coisa por ele. David deixou de ser seu filho há muito tempo.
Em uma viagem vertiginosa ao passado, Carla conta que, quando o garoto tinha apenas alguns anos de vida, ele contraiu uma doença da terra, algo como um verme desconhecido e perigoso que o consumiu de dentro para fora em pouco tempo. Então teve que fazer uma escolha. Agora o corpo de seu filho estava ali, vivo, mas não abrigava mais a alma de David.

Escutando aquele relato angustiante, Amanda sente o fio que a liga a sua filha se tensionar. A distância de resgate; que é como mede a distância que a separa de sua filha para um possível resgate, caso algo aconteça.
Agora, em uma sala da emergência do pronto-socorro e à beira da morte, Amanda é encorajada por David, que lhe faz companhia naquele quarto escuro, a contar tudo o que aconteceu até ali. Do momento em que conheceu a mãe dele até o momento exato em que nascem os vermes. O momento em que tudo mudou.

"Sobre os vermes. A gente precisa ser paciente e esperar. E enquanto espera precisa encontrar o ponto exato onde nascem os vermes. (...) Porque é importante, é muito importante."

Seriam agrotóxicos, uma epidemia ou uma praga naquele lugar? E quando as coisas começaram a dar errado para Amanda e sua filha?



Sabe aquele tipo de leitura que te deixa desnorteado? Que, em poucas páginas, te prende de maneira tal que, quando concluímos a leitura, ficamos ainda com a estória dentro de nós por muito tempo? Aquele livro cujos personagens foram tão belamente construídos que acabam por se tornar parte de nossa família, ou de nós mesmos, durante a leitura? Cuja dor sentimos; cujos sentimentos compartilhamos; cujos acontecimentos improváveis nos desequilibram em igual medida?

Distância de Resgate é justamente esse tipo de livro.
Com uma premissa aparentemente fraca e definitivamente confusa e singelas 144 páginas, esse livro é mais do que eu esperava, do que eu imaginava...
Um drama familiar que se desenvolve em um terreno perigoso e infestado de agrotóxicos mortais? Crianças doentes e parasitas de vermes? Mudança de almas para salvar essas mesmas crianças?

Sim, é isso mesmo; e eu sei, é difícil de entender.
Assim que conclui essa leitura (que fiz em pouquíssimo tempo) fiquei bons minutos imaginando como iria resenhá-lo. Como descrever tudo o que senti e tudo o que Samanta Schweblin nos oferece nessa narrativa de tirar o fôlego e apertar o peito. E o mais importante: sem dar spoiler.

Narrado em primeira pessoa por Amanda, que é incentivada por um menino doente chamado David, o livro não tem divisão de capítulos. É tudo um fôlego só, e assim fazemos a leitura.

Samanta apresenta um relacionamento entre mãe e filha bonito de acompanhar. A dedicação de Amanda com Nina é de uma beleza extraordinária; e tudo fica ainda mais interessante quando a mãe nos conta sobre a distância de resgate e como herdou isso de sua vó; achei tudo isso espetacular.
A autora também explora o apocalipse pessoal pelo qual as personagens passam; o caos interno que só se intensifica conforme a tensão na narrativa cresce.

E esse é um livro tenso! Um terror psicológico que me deixou sim com medo em algumas passagens. Claro que não ajudou ter lido em plena madrugada. E sabemos que narrativas assim ficam ainda mais aterrorizantes quando envolvem crianças, concordam?

E o final...
São tantas as teorias sobre esse desfecho! Confesso que não entendi muito bem as últimas páginas do livro, vou ser sincera. O final foi tão inesperado e rápido (e maluco) que pode ter dezenas de interpretações, nenhuma delas fácil ou menos dolorosa.

Agora, se ainda não os convenci a ler, como proceder? Pois confiem nessa leitora que vos escreve com a boca aberta e o coração ainda na mão e deem uma chance a esse livro fenomenal.
E, se já leu, pega na minha mão e vamos conversar sobre ele, pois necessito disso.


site: http://umaleitoravoraz.blogspot.com.br/2016/04/distancia-de-resgate-de-samanta.html
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