spoiler visualizarUalace 19/03/2024
E é por isso que trilogia significa TRÊS...
Poucas pessoas sabem, mas Diários Do Vampiro foi planejado inicialmente pra ser apenas uma trilogia. E esse enredo funciona perfeitamente nesse modelo. Elena amava a ambos os irmãos Salvatore a ponto de se sacrificar pelo amor de irmãos que Katherine destruiu. Um final trágico, mas bonito. E fim...
Não sei por que motivos L. J. Smith achou uma boa ideia continuar essa história em mais um livro (e nem vou falar ainda sobre o que ela resolveu fazer depois na hype de Crepúsculo), mas entendi menos ainda por que ela escolheu ignorar seu próprio enredo e sistema mágico (e sim, ambos tem regras se você quer uma coisa chamada COESÃO em um livro) na hora de escrever esse livro.
Os poderes da Bonnie, que antes ela mal conhecia, agora fazem dela o Deus X Máquina da série, de forma que ela consegue trazer um exército morto com apenas um grito aleatório. Klaus estava morto na trilogia original, segundo a própria Katherine, mas aqui ele não só está vivo (sem desmentir a história anterior), mas está além da imaginação humana. O próprio diz que esteve presente em acontecimentos singulares da história do mundo, mas mesmo assim ele achou tempo de aparecer em uma cidadezinha pequena do interior pra vingar uma vampira aleatória que ele transformou, e mesmo assim não consegue derrotar em questão de segundos um vampiro que nem se alimenta de sangue humano.
A mitologia dos lobisomens é jogada de qualquer jeito na narrativa, e não faz diferença nenhuma, já que o Tyler apanha do Matt mesmo assim, que é só um humano. Caroline incoerente a cada fala que tem no livro, e Damon fazendo manha querendo bancar o bad boy sendo que tá na cara que não é aquilo tudo também. Bonnie tem um crush em cada personagem masculino da história, e a carência dela é visível, e risível, em vários momentos, a ponto dela não ter filtro nem com o namorado enlutado da melhor amiga.
Personagens importantes simplesmente desaparecem nesse livro. Diálogos rasos entre os personagens, cheios de frases de efeito. Teorias e soluções milagrosas pra tudo, como o fato do avô da Meredith ter sido atacado justamente pelo responsável pela problemática do livro (e nem o velho o cara conseguiu matar também...) e chegarem a essa informação DO NADA... Enfim...
Um final aleatório e aberto que deixa mais perguntas do que responde e fim, acabou aqui.
Não aconselho a leitura dos outros livros, mesmo que eu tenha planos de reler um dia, só por desencargo. Mas se mesmo assim você quer ler, já adianto que há uma regressão ENORME em todos os personagens, pra ter motivo pra ter mais trama (apenas dois exemplos pra te desencorajar de vez: Elena se comporta como uma recém nascida no começo do livro seguinte, como se ela tivesse que reaprender tudo do zero depois que voltou à vida, mas ela está perfeitamente racional no final de Reunião Sombria, e a Caroline vai passar a fingir que nada aconteceu nesse livro pra ter motivo pra continuar sendo a antipática de sempre).
Meu conselho pra pessoas que têm interesse nesses livros é sempre esse: Se você quer ler, leia até A Fúria. Trate a história como o que ela era inicialmente, uma trilogia com começo, meio e fim coesos. O que passa disso é ambição furada dessa autora que foi proibida de escrever a própria história pra ter um pouco de limite (a parada do limite foi zoeira minha. Mas pesquise sobre isso aí... Sério...).