Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi Joachim Meyerhoff




Resenhas - Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi


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Queria Estar Lendo 07/05/2017

Resenha: Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi
Quando Finalmente Voltará a ser Como Nunca Foi é um livro narrado como se fosse um memoir, pelos olhos do pequeno Josse, que cresceu em uma casa cercada nos arredores do hospital psiquiátrico onde seu pai trabalha, e nos foi cedido para resenha pela editora Valentina.

A história começa com o dia em que o narrador, então com sete anos, encontrou seu primeiro morto: um aposentado caído no meio da horta comunitária por onde ele está cortando caminho para a escola -- mesmo que tenha sido alertado pela mãe para não fazer isso. A partir daí, a história se desenvolve entre as memórias do garoto sobre viver em uma casa dentro de um hospício, com um pai psiquiatra, uma mãe fisioterapeuta e dois irmãos mais velhos, seguindo até a sua vida adulta.

A primeira coisa que me chamou atenção no livro foi a sua capa, é como realmente olhar dentro da mente de uma criança, como olhar Onde Vivem os Monstros. Depois vem o título, longo e subjetivo que, num primeiro momento pode não fazer sentimento, mas que fica bem claro depois das primeiras páginas. Para mim, foi um pacote completo.

"Gosto muito de como elas são, tão selvagens e cheia de vida. Quando se alegram, se alegram para valer, e quando gritam, então gritam mesmo."

O início do livro me lembrou um pouco O Menino do Pijama Listrado. Embora a narrativa de Quando Finalmente Voltará a ser Como Nunca Foi não seja tão inocente quanto o livro de John Boyne, a construção inicial do personagem é bem ingênua, como podemos ver na narrativa sobre o enterro que Josse e seus irmãos dão para um pássaro que morreu ao bater contra a janela de sua casa e na forma como ele enxergava as letras, por causa dos nomes dados aos blocos do hospital.

Isso, de certa forma, é algo que sempre gosto muito, a forma como os autores conseguem montar uma descrição infantil que fica tão fiel, que você é capaz de dizer "eu totalmente vejo uma criança de sete anos fazendo isso" ao mesmo tempo em que revela pensamentos e reflexões mais profundas sobre a vida e a morte e loucura e as expectativas que criamos em volta das pessoas que amamos. Foi definitivamente a minha parte preferida do livro.

"Para mim, foi um reconhecimento incrivelmente libertador: inventar significa recordar."

Quando Finalmente Voltará a ser Como Nunca Foi é um romance tragicômigo que fala de uma família "normal" vivendo em meio aos "loucos" e que usa desse artifício para falar do relacionamento disfuncional dos personagens entre si, que nada mais é do que o retrato de uma família que poderia ser a sua ou, no mínimo, a de alguém muito próximo a você.

Outro ponto que eu julgo um dos meus favoritos é que Joachim usa a excentricidade e peculiaridade do ser humano em situação comum e cotidianas para contar uma história instigante, capaz de prender a sua atenção e despertar você para a singularidade de cada pessoa. É como uma viagem que nos faz questionar o que é normal e o que é loucura, e por que achamos que os dois não andam lado a lado.
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Izzie 24/12/2021

Diário de recortes de uma vida
Quando iniciei a leitura, sabia da proposta, que não tratava-se de uma narrativa contínua mas de pequenos relatos e situações que o próprio autor viveu ao crescer em uma casa dentro de um hospital psiquiátrico.

Alguns capítulos são interessantes, outros sem sentido e incompletos. O livro é um grande diário de recortes da vida do autor. A escrita é de fácil entendimento, com um ritmo até bacana.
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Gabriela Gonçalves 21/11/2021

Eu só queria dar um socão na cara desse autor
Que leitura difícil! Não por ser um livro complicado, mas por ser um livro que não apresenta propósito. A premissa de conhecer uma criança que mora numa casa dentro do terreno de um hospital psiquiátrico é muito interessante. Mas o que o autor faz nesse livro devia ser enquadrado como crime de tortura ao leitor.

O livro é apenas um grande apanhado de memórias/histórias que o personagem conta, mas que não apresenta uma linha que guie a narrativa. Parece que lemos fragmentos avulsos. Ah, esqueci de falar que esse livro é meio que uma autobiografia do autor.

Pois bem, durante 348 páginas conhecemos uma família desinteressante e superficial. É uma narrativa sem propósito, pois em nenhum momento há uma reflexão ou até mesmo uma moral para os acontecimentos que são apresentados. O personagem narrador claramente possui alguma neurodivergência, pois tem ataques de fúria de maneira descontrolada (e os pais não fazem nada). Algumas histórias são interessantes, mas elas não conseguem salvar o livro. É ruim! Também tem muitos momentos gordofóbicos.

Durante todo o livro o personagem conta as suas histórias/momentos da vida, mas termino a leitura com o sentimento de que ainda não o conheço. Ele nada na superficialidade dos fatos. Momentos que poderiam ser explorados são desperdiçados.

Além disso, o personagem é um bosta. Admiro a coragem que autor teve para escrever uma autobiografia e expor ao mundo o quanto é um babaca. Não há crescimento do personagem. Ele sai de 0 e continua em 0.

Pelo menos, a única coisa boa que consigo encontrar, a leitura é fluída. Você consegue ler rápido, mesmo que não esteja acontecendo nada de interessante por trás. Enfim, uma das piores leituras do ano e da vida.
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Felipe Miranda 01/07/2016

Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi - Joachim Meyerhoff por Oh My Dog estol com Bigods
Se tivéssemos um dom acima da média para a escrita e uma percepção aguçada para decifrar as entrelinhas de algumas atitudes de quem a gente ama, é possível que cada um de nós fosse capaz de escrever um livro igual a esse. Se não igual, bem parecido. Porque é isso que Joachim Meyerhoff faz, ele descreve com um olhar extremamente delicado e doloroso a rotina de uma família que poderia ser a nossa, mas não é por incontáveis pequenos grandes detalhes.

Por mais assustador que pareça, enxerguei a mim e a minha família em diversas situações apresentadas no livro. Tive uma certa dificuldade no começo da leitura por buscar a grande problemática que guiaria a narrativa, mas ela simplesmente não existe. A vida do protagonista é o grande problema e ela nos leva junto. O ambiente em que ele cresce é que parece ser o eixo: um hospital psiquiátrico.

Imagine que seu pai é um médico competente, apaixonado pelo que faz e que resolveu fincar raízes no centro de um manicômio para poder cuidar de perto de todos os seus pacientes. Imagine que você, seus irmãos e sua mãe possuem uma vida totalmente moldada a atmosfera que um local como esse tem. Ao invés de ouvir o farfalhar das folhas das árvores ou a cantoria dos grilos na calada da noite, o único som que você escuta são gritos. Gritos vindos de todas as alas e prédios ao redor de onde você dorme. Gritos de dor e sofrimento. Sua canção de ninar particular. Imagine que seus vizinhos são loucos, possuem os mais variados distúrbios e você aprende a gostar de cada um deles. A maioria dos seus relacionamentos são assim: com pessoas que já não sabem distinguir o certo do errado. Mas que possuem histórias. E elas fazem desse livro algo delicioso de ler.

A situação é essa e quem a narra é Joachim, o filho caçula. Ele passeia pelo tempo destrinchando memórias e revivendo sentimentos. Joachim nos apresenta a loucura. A loucura presente em cada um de nós. E durante cada capítulo que vi ele e todos ao seu redor perdendo o controle e a razão, pude perceber que é pouco o que nos mantém sãos. Porque eu sei o quanto a vida às vezes pesa e tudo o que precisamos é extravasar. Nessa família, o lar não me pareceu ser o lugar mais seguro ou confortável para nenhum dos membros. E mesmo assim, com todos os surtos externos e internos, o que sempre os uniu foi o amor. O amor por fazer parte de algo. O tipo de conexão que não se encontra facilmente na rua. Ah, mas a rua também esconde segredos de uma família.

O pai de Joachim é todo teoria. Já a mãe prática. Para o velho, viajar era mais interessante nas páginas de um livro. Para ela, a mão na massa, o vento no rosto e a Itália. Sempre. Os irmãos de Joachim não fugiram muito da realidade. Sempre prontos para uma encrenca, uma disputa. Cada um com sua personalidade, todos contribuem de alguma forma para o clima perturbador que a história tem. Eu me vi rindo e com os olhos cheios de lágrimas. É comovente. Nem de longe é uma escrita fácil ou leve. Não sei se faz algum sentido, mas o fato do autor ser alemão foi a explicação que me dei para a narrativa tão densa. Foi uma experiência diferente.

Acredito que a grande pergunta e reflexão que fica é se tudo que eles vivem é motivado pela inserção nesse ambiente de loucos ou se já é algo intrínseco ao ser humano. Não resta dúvida de que somos todos meio birutas. A loucura está do lado dentro. Da gente.

site: http://ohmydogestolcombigods.blogspot.com.br/2016/06/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
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Dilalilac 14/07/2020

A autobiografia mais inacreditável
Nada nesse livro indica uma autobiografia. Nem capa, nem sinopse, nem editora... Eu desconfiei após, já avançada na leitura, esbarrar com o nome do protagonista. Precisei procurar na wiki, lá estava. Sim, o Joachim cresceu numa casa no meio de uma instituição psiquiátrica para menores de idade, por seu pai ser o diretor do hospital.
É tão surreal a forma como ele viveu normalmente com os gritos noturnos dos pacientes, como o diferente sempre foi muito normal pra ele.
E como a escrita dele é viva, crua e poética ao mesmo tempo.
Não me surpreende a nota um pouco baixa, pois quem não sabe que é um livro real pode sentir como um apanhado de crônicas da infância. Não é uma história que segue uma trama, afinal é uma vida. Uma vida em uma família intensa.
Houveram partes mais lentas do que outras? Sim. E houveram também as que pareciam deslocadas, despropositadas e a mérito de curiosidade também. É algo mais morno, mas muito interessante e vivaz. É uma vida fascinante, que me apeguei demais e amei a narrativa.
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karol 11/03/2021

Eu demorei muito pra ler esse livro pelo fato dele ter muitos detalhes e nao ter uma história que te prende, mas depois eu descobri que é uma autobiografia. Gostei dele ter falado do pai dele mas achei o final meio corrido
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Gêmeas Sperandi 04/06/2016

Adorei!
Quando finalmente voltará a ser como nunca foi, de Joachim Meyerhoff, foi publicado no Brasil pela editora Valentina. A primeira coisa que me chamou a atenção foi essa capa maravilhosa! De verdade, entrou para as capas de livros mais lindas que já vi. Outro fato foi o título, muito original e chamativo.

O livro conta a história de Joachim (sim, o personagem tem o mesmo nome do autor do livro), um menino que vive com a sua família ao lado de um hospital psiquiátrico. Seu pai é diretor do hospital, e durante toda a narrativa conhecemos como é viver no meio da "loucura".

Acontece que nem Joachim e nem sua família são "normais". Cada um com sua loucura, com seu surto de vez em quando. Achei isso muito legal, pois torna os personagens mais reais. Imagino que ver tanta gente do hospital psiquiátrico e conviver diariamente com eles faz com que a linha do padrão da sociedade borre um pouco.

Os capítulos de Quando finalmente voltará a ser como nunca foi não seguem uma ordem cronológica. Às vezes, o personagem conta a história de um paciente do hospital, às vezes relata fatos de sua infância. Meu paciente preferido foi O tocador de sinos.

A narrativa do autor simplesmente flui. Você fica imersa nesse mundo, na casa do personagem e nos pacientes do hospital. É um livro bem diferente do que eu estou acostumada a ler, mas gostei muito dessa experiência. É como um relato especial de quem ouviu muitas histórias e sentiu a necessidade de repassá-las. Joachim Meyerhoff costurou o livro muito bem, não senti falta de respostas. À medida que o final do livro se aproxima, muuitas coisas acontecem. O leitor descobre segredos, se depara com tragédias, amores, etc. Deu aquela empurrada na leitura, sabem?

Quando finalmente voltará a ser como nunca foi, de Joachim Meyerhoff, é um livro diferente, daqueles que você precisa ler de vez em quando para explorar novas narrativas e conhecer outros mundos. É o primeiro livro que li do autor e com certeza lerei os próximos!

site: http://www.gemeasescritoras.com/2016/06/resenha-quando-finalmente-voltara-ser.html
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Nath Mel 27/08/2022

Livro muito interessante que relata a vida de um filho que vive num casarão dentro de um manicômio. Seu pai é o psiquiatra desse hospital psiquiátrico infantil e sua mãe doente mental.

Um família normal rodeado pela loucura.
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Bah 16/07/2021

Quando o seu normal é o não-normal
Vemos aqui um livro que é auto-biografico, íntimo, cru, caótico e bonito, começando de forma bem aleatória sem nenhum real significado naquilo, para seguir as trilhas do autor sobre sua infância e um pouco da sua juventude já adulto, contando sobre as coisas interessantes que viveu e as tristezas que sobreviveu, eu ri e chorei com esse livro, uma leitura que eu não sei se posso dizer se gosto ou desgosto mas que certamente me deixou saudades quando o terminei. Eu sinto essa estranha sensação de quem quer chorar mas não sabe pelo que.
Eu vi nesse livro amor, dor, raiva e uma estranha compreensão, uma estranha similaridade, certamente ele ficará ecoando dentro do meu ser por um tempo, como um amigo que virou apenas conhecido e que você aceitou sem resistir quando viraram apenas estranhos com lembranças.
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Johanna F. 27/11/2020

Achei um livro extremamente interessante. O autor conta casos de sua vida peculiar sem a pretensão de fazer uma grande reflexão e dar algum tipo de julgamento ou sentido. Simplesmente narra as situações e expressa como ela os fez sentir na época e como ele as vê agora, tudo do ponto de vista pessoal e muito particular. Isso que eu amei no livro, é claramente particular e sobre a vida de uma pessoa específica e, ainda assim, nos diz muito sobre a sociedade, a humanidade, os "loucos" e os "normais". O processo de resgatar memórias acaba sendo aplicado no leitor, e me peguei lembrando de várias vivências em detalhes que nem sabia que ainda lembrava. Excelente leitura.
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Camila 18/10/2021

Parece ser divertido e peculiar, mas acaba sendo meio comum. Nada de especial. Recomendo se você não tiver mais interessante pra fazer rs
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 20/11/2020

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
A história é narrada por Joachim, também chamado de Josse. Acompanharemos Josse desde seu primeiro dia de aula, aos sete anos, até se tornar adulto. A casa onde ele mora com os pais e os dois irmãos mais velhos, na Alemanha, fica dentro dos muros de uma instituição psiquiátrica, pois seu pai é médico e diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e adolescentes com mais de 1000 pacientes.

A capa, o título e a sinopse me fizeram colocar o livro nos desejados, e acabei pegando o e-book no Kindle Unlimited. Mas a leitura não me prendeu tanto quanto eu imaginava, pois parece que a história não tem um fio condutor, um destino, são apenas relatos soltos da vida de um garoto: momentos entre pai e filho, brigas com os irmãos, a escola...

Os pacientes do hospital não tiverem tanto destaque quanto eu esperava, alguns poucos são mostrados apenas pelos olhos do Josse que, muitas vezes, não sabia muito sobre eles.

Pensei em abandonar a leitura por volta da metade, mas persisti até o final, na esperança de ter algo marcante no desfecho, o que não aconteceu, porém, nos últimos 25% do livro, a leitura teve um ritmo um pouco mais ágil e pude perceber, nas entrelinhas, como a forma como Josse via os pais mudou: na infância, tanto a mãe quanto o pai eram dignos de admiração, um porto seguro, mas, com o passar dos anos, os problemas do casal foram aparecendo, as fragilidades do relacionamento, os defeitos, algo que muitos de nós passamos a ver ao crescer.

Fiquei sabendo que "Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi" faz parte de uma série, onde o autor conta mais de suas memórias nos outros volumes que, infelizmente, não foram publicados no Brasil. A obra não superou minhas expectativas, pela de uma ligação mais firme entre um relato e outro, mas é uma leitura que tem citações marcantes e que pode agradar leitores em busca de narrativas sobre registros familiares.


site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com/2020/06/resenha-livro-quando-finalmente-voltara.html
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MateusSilva 17/11/2020

O livro funcionou pra mim?
Sim, essa história me prendeu do começo ao fim, infelizmente o livro não agradou a todos mas minha experiência de leitura foi diferente, eu ri com vários diálogos do protagonistas e situações que realmente nos fazem refletir se a vida tem que ser vivida muitas vezes ao pé da letra.
Me emocionei em algumas partes quando eles tentam resolver os conflitos familiares.
Eu gostei bastante.
A única coisa que realmente deixa a gente na dúvida é se o protagonista tem uma doença mental ou não, porque a história já trata o próprio José como uma criança com distúrbio mental e conforme ele vai crescendo da a entender que ele realmente não tinha nada de doente, mas eu creio que realmente ele nunca foi doente e o modo como ele era criado no meio dos pacientes do hospital influenciava ele em crescer como eles, em ter um distúrbio mental como os pacientes para se parecer como os pacientes.
Vale muito a pena ler, se for ler Leia com calma e preste atenção na história, vc vai gostar.
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Marcus.Santana 25/11/2022

Um livro sensível e Incomum. Excelente para entretenimento!
Trata-se de uma obra excelente para uma ressaca literária, apesar do tamanho. Uma leitura leve e diferente, pois escrita sob o olhar de uma criança sensível e pura. Um livro que foge do senso comum.

Um livro que nos fazem viajar e sentir que estamos vivendo em lugares, culturas e situações totalmente distintas do nosso dia a dia.

O livro conta a história de uma família bastante incomum que vive nos arredores de um hospital psiquiátrico para crianças e adolescentes. Narrado em primeira pessoa pelo Joachim, filho mais novo do Diretor deste hospital, uma criança muito esperta e curiosa.

Logo nas primeiras páginas do livro, ele se depara com um morto num jardim e sua reação é um tanto diferente do que podia se esperar de uma criança, pois ele vai correndo até sua escola e conta para todo mundo o que descobriu. Neste momento, já podemos perceber que o mundo gira de uma forma diferente para o garoto, de uma forma bem peculiar e que conheceremos através desta obra.

O livro é dividido em memórias, então em cada capítulo podemos acompanhar fases e acontecimentos da vida de Joachim e sua família. As cenas mesclam passado, presente e futuro, apresentando cenas cotidianas e, muitas vezes, nada usuais da convivência da família com os funcionários e pacientes. Como se isso não bastasse, estamos na Alemanha Ocidental, vivenciando costumes, culturas e locais bem diferentes dos livros americanos que lemos todos os dias. E a experiência é incrível!

Joachim gosta de dormir ao som dos gritos dos pacientes, o que é muito estranho, mas para ele tudo era normal, já estava habituado a tudo isso. Também era amigo de alguns pacientes e não tinha medo ou receio de alguns deles.

Assim como a capa do livro, que nos traz uma sensação de carinho e desconforto, tudo ao mesmo tempo, a narrativa produz e intensifica esses sentimentos, sob o olhar inocente e leve do narrador, que trata de questões duras e sensíveis com uma certa rudeza e leveza, que podem causar estranhamento ao leitor. Como eu disse, esse é um livro bem diferente dos outros.

Em poucas páginas você já se sente nativo e parte daquela família tão distinta e, ao mesmo tempo, tão parecida com a sua. A camaradagem e as desavenças entre os irmãos, o carinho excessivo da mãe, o amor grosseiro e divertido do pai são as pinceladas coloridas em meio a um clima hostil e sombrio do hospital psiquiátrico. E são estes elementos que fazem com que a narrativa pareça ainda mais palpável e real.

Leitura tranquila, sensível, trágica e divertida, marcada por um quase estilo alemão de dureza nos personagens e capaz de proporcionar todos os tipos de reações no leitor. Recomendo!
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