Driely Meira 01/07/2016
Diferente e original
1. O objetivo dos combates na Arena 13 é cortar carne humana e derramar sangue. Combatentes humanos são os alvos.
Vindo do Sul, Leif andou por semanas até chegar em Gindeen, cidade em que ficam as arenas onde os combates acontecem. Onde fica a Arena 13, que é seu maior objetivo. Com um bilhete azul em mãos, Leif tem o ingresso para ser treinado por um dos melhores treinadores da tal luta que o mundo já conhecera: Tyron. Mas o homem é osso duro de roer, e, antes de aceitar Leif entre seus discípulos, o menino precisará passar por treinamentos que dirão se vale a pena mantê-lo, ou se ele deve voltar para sua cidade natal.
Leif perdera ambos os pais quando mais novo, e, desde então, vinha morando numa fazenda onde trabalhava e quando podia, treinava luta de bastões com seus amigos. Ele tornou-se o melhor na luta, e foi por conta disso que recebeu o tal bilhete azul. Mas as coisas na cidade grande são um pouco diferentes, a concorrência é maior, assim como o nível dos outros competidores, e, para complicar ainda mais, um ser maligno chamado Hob aterroriza a todos.
Conhecido por capturar pessoas (principalmente mulheres) e agir como um vampiro, sugando o sangue de suas vítimas e, às vezes, suas almas, Hob possui um grande exército de monstros a seu favor, que fazem todo o trabalho sujo. Ele é um djinni, ser que consegue criar diversos tipos de eus (ou seja, diversos Hobs), criado primeiramente pelos militares para servir ao Exército Humano, mas as coisas não deram muito certo, e Hob meio que se rebelou.
Na Arena 13, vence quem derramar primeiro o sangue do adversário, mas os humanos não lutam diretamente entre si. Cada um possui um número de lacs (podem ser um ou três, sendo que uma pessoa com um lac luta com outra com três), seres que servem para proteger os alvos (os combatentes) e que seguem as ordens de seus chefes, que fazem movimentos únicos e particulares com os pés, batendo-os no chão em um ritmo que somente seus lacs entendam.
Como Leif ainda é um calouro nessa coisa de combate, ele não começa o livro já combatendo na Arena, e sim lutando com bastões em apostas para conseguir dinheiro, assim que chega na cidade. Mas, primeiro, somos apresentados a Hob e seus poderes perante os humanos, que não passam de meros fantoches em suas mãos. Hob é um ser abominável, e eu torcia muito para que alguém desse um fim nele, e para que Leif (personagem do qual eu gostei muito) conseguisse o que queria: vingança para seus pais. Mas, como sempre, nada é tão fácil.
Primeiro, Leif precisa aprender a controlar os lacs, e, somente depois, quando seu treinamento estiver avançado e ele tiver acesso à Arena 13, terá a chance de lutar com quem deseja, e de fazer o que precisava fazer. Para lutar contra Hob, Leif precisaria ser o melhor dos melhores, e ainda assim, poderia não ser bom o suficiente.
Devo confessar que a complexidade deste livro me impressionou, assim como as reviravoltas do mesmo. Nada é previsível, o autor conseguiu me surpreender em várias partes da história, principalmente quando mostrava o passado e os talentos de Leif. Leif é um garoto extraordinário, mesmo que aja de maneira boba às vezes (algo a ver com uma garota, mas não vou falar mais que isso). Ele é um lutador muito bom, e acho que isso se deve ao fato de que Leif precisa ser bom para alcançar o que quer, do contrário, não poderá vingar sua família.
Era preciso deter o Hob de alguma forma... Alguém precisava fazer isso. Era preciso detê-lo. – página 127
Os personagens secundários também são um show à parte, por mais que alguns não tenham conquistado minha afeição (voltamos à garota interesseira e oportunista de antes), todos foram muito bem desenvolvidos e tiveram papel importantíssimo para a trama, principalmente os que conviviam com Leif. O final do livro deixou um pouco a desejar, imaginei que, por ser o primeiro livro de uma trilogia, o autor soltaria uma bomba nas últimas páginas, mas ele não fez isso. Não sei de fico feliz com isso (não vou sofrer tanto pela continuação) ou triste (o final não foi bom o bastante para o resto do livro).
Além disto, o livro não tem tantas cenas de ação e tensão quanto eu imaginava, apesar de que, as cenas e luta tão um pouquinho desesperadoras, principalmente quando é Leif quem está lutando. Encontrei alguns erros de revisão na obra, mas não é nada que atrapalhe a leitura, mas, ainda assim, achei que deveria mencionar.
Nunca tinha lido nada do autor antes, mas gostei da escrita dele, é leve e rápida, e, como a história é narrada em primeira pessoa, me senti mais próxima de Leif e seus sentimentos. Estou torcendo para que o segundo livro seja lançado logo, o que eu acho um pouco improvável, já que este acabou de ser lançado.
Enfim, acho que Arena 13 será uma ótima leitura para os fãs de distopia e de livros de ação, principalmente para quem gosta de um derramamento de sangue, mas não espere um livro 100% tenso e massacrante ou um romance forte no meio.
Com qualquer nome, ele é uma abominação. Uma criatura como essa merece ser cortada em pedacinhos e espalhada ao vento. Mas os homens estão fracos e amedrontados, e aqui Hob governa. Porque esta é Midgard, a terra de um povo derrotado e morto. Esse é o Lugar Onde Homens Habitam. – página 16
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