Aione 28/06/2016Confesso que Fuga da Biblioteca do Sr. Lemoncello me conquistou primeiramente por sua capa e por seu título: as cores vibrantes ganharam minha atenção, ao passo que a menção de uma biblioteca no enredo fisgou de uma vez meu coração leitor. Esse é o primeiro livro da série infanto-juvenil A Biblioteca do Sr. Lemoncello de Chris Grabenstein, que, até o momento, é composta por dois livros. O autor é famoso por sua série de thrillers Haunted Mystery, e no Brasil tem um livro publicado, Caçadores de Tesouros, escrito em co-parceria com James Patterson.
Kyle Keeley é o caçula dentre três filhos e vive às sombras de seus dois irmãos, que se destacam por serem um exímio atleta e um gênio precoce. Kyle é fanático por jogos de tabuleiro, principalmente os criados pelo famoso Luigi Lemoncello. Quando descobre que seu ídolo é responsável pelo projeto da nova biblioteca da cidade e estará presente em sua inauguração, Kyle faz de tudo para ser um dos doze jovens selecionados para passar a noite de estreia nela. Ao acordarem, entretanto, os jovens descobrem que estão trancados e, para escaparem, será necessário desvendar as pistas deixadas pelo Sr. Lemoncello nessa biblioteca que se transformou em um tabuleiro real de mais um divertido jogo do excêntrico criador.
Já começo dizendo que o livro é um prato cheio aos bookaholics de plantão. Por se passar em meio a uma biblioteca, a obra é repleta de citações literárias, desde grandes clássicos da literatura até livros mais contemporâneos. Muitos títulos e autores são mencionados, bem como parte de seus enredos, já que as pistas, como um todo, estão atreladas aos volumes disponíveis na biblioteca. Além disso, uma das mensagens da trama está justamente ligada à importância da leitura, de forma a incentivá-la.
Ainda, por ser um livro infanto-juvenil, sua narrativa em terceira pessoa é bastante ágil, simples e direta, permitindo uma leitura também veloz e fluida. E o próprio fato da história em si ser repleta de ação colabora para que o enredo seja ainda mais dinâmico e envolvente: adorei a maneira de como o autor criou as pistas a serem desvendadas pelos jovens, e fiquei tentando decifrá-las juntamente deles. Mesmo que haja esse tom de mistério pairando a obra, há nela, também, bastante leveza e diversão.
Em segundo plano, aparecem também as típicas mensagens dos livros do gênero, que costumam seguir a linha do “politicamente correto” a fim de transmitir algum ensinamento ao seu público alvo, que se encontra em fase de formação de seus valores e princípios. No caso de Fuga da Biblioteca do Sr. Lemoncello, além da importância da leitura, temos também o reconhecimento do trabalho em equipe, com nítida reprovação de atitudes mesquinhas e egoístas, e, de maneira mais branda, um processo de auto-descoberta e auto-valorização, considerando-se que esse é o momento de destaque de Kyle, que sempre se sente inferiorizado perante os irmãos. De qualquer maneira, o que ficou mais evidente em minha leitura foi a aventura em si transcorrendo na biblioteca, mais do que qualquer lição transmitida.
De modo geral, ainda que Fuga da Biblioteca do Sr. Lemoncello tenha uma continuação, o livro tem começo, meio e fim, podendo ser lido como único. Foi uma leitura divertida, destacando-se por seu cenário e pelos inúmeros mistérios que compõe sua trama. É certamente uma ótima opção de leitura para crianças e pré-adolescentes, podendo, também, agradar esses leitores mais velhos que não resistem a um bom infanto-juvenil.
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