Patty Amanajás 05/10/2021
Nova Jersey, 1978.
Imagine quando alguém não gosta do desfecho que o autor dá para o personagem que ele tanto ama?
Até aí tudo bem.
Mas e se esse alguém fica tão obsecado por esse universo fictício que resolve matar o autor por achar que ele simplesmente destruiu e descaracterizou o personagem?
Um crime motivado por um amor que ultrapassa os limites e se torna doentio. Ele queria um final digno, precisava de uma satisfação e não gostou do destino que seu personagem favorito teve.
Era apenas uma série, uma história em um livro. Mas que mudou a sua vida.
Esse assassino é um jovem apaixonado por livros. Em especial por uma série escrita pelo famoso autor John Rothstein e protagonizada pelo personagem Jimmy Gold.
Assim começamos Achados e Perdidos. O segundo livro da trilogia Bill Hodges.
Em paralelo com 1978 também somos levados para 2009, onde conhecemos Peter Saubers e sua família.
A conexão com o primeiro livro começa aqui. O pai de Peter foi uma das vítimas do Assassino do Mercedes e por conta disso, a família toda teve sua vida modificada. O início de um período bem difícil e turbulento.
Mas isso muda quando Peter acha um baú contendo um tesouro que estava escondido desde 1978.
Com capítulos envolventes e alternados entre passado e presente, encontramos as conexões entre os livros, seus personagens e suas histórias. Tudo se encaixa e King faz isso de forma incrível. Conhecemos novos personagens e nos aprofundados um pouco mais nos que estavam no primeiro livro.
E claro, temos a presença do trio que conquistou o meu coração Bill, Holly e Jerome.
Bill e Holly agora são sócios de uma empresa de investigações chamada Achados e Perdidos. E é por meio dessa empresa que eles têm o primeiro contato com Peter Saubers e seu tesouro.
Mais uma vez de uma forma crua, Stephen King trás alguns momentos tensos e pesados, com personagens reais e bem construídos.
King me fez odiar mais um personagem, mas também em alguns momentos eu me identifiquei com ele.
O livro aborda um assunto muito importante: Fãs obcecados. Quando o amor que deveria ser saudável sai do controle e a admiração passa a ser obsessão.
O livro é uma ponte entre o primeiro e o terceiro. Ele tem menos ação, mas encerra muito bem. O final deixa um gancho que me deixou bem curiosa, mas ao mesmo tempo desconfiada do que estava por vir no último livro. É uma grande preparação para o final.