Se eu fechar os olhos agora

Se eu fechar os olhos agora Edney Silvestre




Resenhas - Se eu fechar os olhos agora


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Jessica Becker 03/05/2019

Se eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre
Em meados do início de abril deste ano vi a chamada de uma minissérie nacional que seria exibida na tv aberta e fiquei bastante curiosa. Ao pesquisar mais sobre ela, vi que era inspirada num livro de autor nacional e que havia recebido o Prêmio Jabuti de melhor romance de 2010 e o Prêmio São Paulo de Literatura, como melhor livro de autor estreante. Isso despertou ainda mais minha atenção e fui atrás do livro para que pudesse iniciar sua leitura de imediato.

"A vida adulta lhes parecia distante, cordial e luminosa - e não o mundo brutal onde seriam lançados naquela manhã."

Livro de estreia do autor e jornalista Edney Silvestre, Se eu Fechar os Olhos Agora se passa no ano de 1961 numa pequena cidade da zona do café no Estado do Rio de Janeiro. Na obra, os amigos inseparáveis Paulo e Eduardo fogem da escola para nadar no lago da região e se deparam com o cadáver de uma jovem que fora brutalmente assassinada e mutilada. De início o delegado suspeita dos dois garotos, mas logo são liberados pois o dentista, marido da vítima, assume a autoria do crime. Os dois meninos, percebendo que o velho não teria condições físicas de matar alguém, desconfiam que ele está mentindo para proteger o verdadeiro assassino e decidem investigar por conta. Com a ajuda de Ubiratan, um senhor que mora no asilo da cidade, Paulo e Eduardo vão aos poucos descobrindo os segredos em torno de Anita e quão cruel e sórdido pode ser o mundo adulto.

"Quantas pessoas existirão como dona Madalena e o menino das formigas? Aqui, perto de nós? No município? No estado? Nos outros estados? Elas vão ao médico, quando têm uma doença? Vão ao dentista? Tomam remédios, quando precisam? Têm dinheiro para comprar remédio? Se dona Madalena morrer, quem vai cuidar do menino? Ou ele é que cuida dela? Quem é ele? Por que estava ali? O que ele disse para nós? Ele disse como se chamava? Nós lhe perguntamos como se chamava?"

Se eu Fechar os Olhos Agora é uma obra densa, com várias camadas, e que vai muito além de "quem matou Anita". Fala sobre problemas que eram comuns na década de 60 e que sobrevivem até os dias de hoje, problemas como racismo, abandono, violência física, sexual e psicológica contra a mulher, corrupção e relações de poder. Também fala sobre o fim da inocência e a transição para o mundo adulto, quando o mundo justo e belo fantasiado pelos garotos é substituído, aos poucos, por uma realidade asquerosa e subversiva. Tem como cenário um Brasil que está se transformando social e economicamente e como protagonistas dois meninos cujas famílias são o oposto uma da outra: Paulo é negro, pobre, órfão de mãe e sofre agressões físicas e psicológicas do próprio pai enquanto Eduardo é branco, com melhores condições financeiras, e que recebe grande suporte da família. É preciso ter estômago - e certa idade - para ler determinados trechos do livro, pois os detalhes das agressões sofridas por Paulo e, principalmente, os detalhes da vida e morte de Anita, são perturbadores e revoltantes.

Além do livro, gostei muito da minissérie exibida recentemente na Rede Globo. Apesar de contar com vários personagens e subtramas inexistentes no livro - criados para preencher todos os 10 episódios -, os detalhes relevantes e a forte crítica social foram mantidos.

"Existem muitas maneiras de matar uma pessoa. Aparecida foi destruída muito antes que a assassinassem."


site: https://www.acervodajess.com/blog/se-eu-fechar-os-olhos-agora-de-edney-silvestre
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Flávia Pasqualin 02/05/2019

A esposa de um dentista é encontrada morta em um matagal por dois pré-adolescentes. Devido a má fama da mesma, acredita-se que foi um crime de honra. Dado a situações que não se encaixam, os garotos decidem investigar por conta própria e acabam cruzando com um senhor que também tem suas suspeitas. Os três então decidem se unir em busca da verdade.
É um livro interessante que abrange diversos temas ligados ao contexto histórico da trama. As vezes os diálogos soam infantis, mas em um geral a história é boa. Consegue manter o mistério e trazer diversas reflexões.
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Lipe 28/04/2019

Racismo, violência familiar e sexual, Ditadura, feminismo, feminicídio, hipocrisia religiosa e moral, investigação policial e adultério, são algumas dos temas que perpassam pelas aventuras de Paulo, Eduardo e Ubiratan, tanto na minissérie quanto na obra literária, à medida que juntos eles tentam elucidar o assassinato da jovem Anita.
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Elton 26/04/2019

Agradável
Leitura agradável, embora às vezes confusa por tentar caracterizar o pensamento de adolescentes, conta muito bem uma história que, mesmo não surpreendente, carrega o ambiente noir estando no Brasil e se torna muito prazerosa de acompanhar.
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Michel 13/04/2019

NÃO É O MELHOR DE EDNEY, MAS É UMA OBRA DECENTE
Um trio inusitado de investigadores com um objetivo em comum: desvendar o assassinato de uma mulher jovem, eventualmente encontrada por dois membros deste excêntrico trio. Trata-se de dois adolescentes que, ao matar o horário de escola, se embrenham numa mata onde encontram o corpo mutilado de uma bela jovem. Já o terceiro elemento do grupo é um distinto senhor, morador de um asilo e ex-preso político. Aos poucos, o inveterado grupo se reúne para seguir os rastros de uma vítima que esteve intimamente envolvida com personalidades políticas importantes da cidade.

A sinopse parece ser um prato cheio para um auspicioso livro de suspense policial. Contudo, o autor deste nem um pouco trivial SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA, não detém o foco de sua literatura no crime, muito embora este seja o prato principal.

Edney Silvestre é um exímio contador de histórias, principalmente por sua habilidade em despertar empatia do leitor sobre seus personagens. Em todas as obras que li do cara, é fácil encontrar protagonistas distintos em personalidade, críveis em comportamento e bem longe da faceta característica do super-herói que surge para dar conta de todo o mal... Não.

Edney tece sua trama de modo a fazer com que os envolvidos estejam exatamente dentro daquilo que os aproxima do leitor: eles são falhos, limitados, inocentes, indecisos, inconstantes, ou seja, são detentores de problemas semelhantes aos nossos.

É delicioso acompanhar a interação entre os dois adolescentes, Paulo e Eduardo. O entrosamento deles funciona deliciosamente e logo se percebe que, de fato, estamos lendo a ingenuidade mesclada a malicia típica da juventude. Eles resmungam, questionam, esbarram em seus limites reflexivos e não têm nenhum pudor em mudar drasticamente de assunto ou ficar calado quando lhes convém.

Já o terceiro membro do grupo, o velho, pareceu-me o menos interessante. Muito embora ele possua alguns aspectos que o validem como alguém cuja longevidade mostra que tem algo a dizer, este personagem parece ter sido inserido para resolver situações que adolescentes dificilmente conseguiriam ou apenas para servir como inserção de diálogos que façam com que o leitor entenda que se trata de uma história que se passa na década de sessenta. Mas isso não é um problema, nem chega a estragar a condução da obra, fora o fato de que o autor soube dar valorosa importância final a este personagem.

A trama começa muito boa, a narrativa é envolvente, verossímil, deixa-nos perto dos personagens quase o tempo todo. Há momentos em que ela fica um pouco entediante, mas logo retoma o fôlego, principalmente quando estamos acompanhando Paulo e Eduardo. Eu demorei um pouco a enxergar o enredo sob a ótica dos garotos porque quando comecei a leitura, minha expectativa era por uma história mais voltada ao suspense policial. Mas só quando compreendi que SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA quer, na verdade, contar uma história de amizade entre dois jovens vivendo num universo caótico e sórdido foi que pude vislumbrar a beleza narrativa.

O final é um delicioso passeio saudosista por parte de um dos personagens. A conclusão também é boa, foge do óbvio, evidencia que a vida continua apesar das injustiças e agruras sociais e deixa espaço para o leitor refletir. Não considero o melhor trabalho de Edney Silvestre, mas é leitura recomendadíssima.

site: Outras resenhas como essa: https://dimensaoreluzente.blogspot.com/
carolzina 27/04/2019minha estante
engraçado que na minissérie da Globo o Antonio Fagundes está fazendo esse papel do velho do asilo muito bem um papel que parece estar lhe desafiando coisa que não acontecia faz tempo




zoni 06/04/2019

É uma história bem genérica, cheia do que sempre vemos por aí, não entendo a razão dos prêmios, desculpem.
Em uma trama de suspense onde duas crianças encontram um cadáver mutilado, e de ser uma trama bastante política, com temas como a violência sexual, o racismo, a corrupção e várias alianças políticas, essa história eletrizante e comovente fala sobretudo de amizade.

Eu confesso que resolvi ler essa livro por causa da minissérie da globo que estréia ainda esse mês na emissora, e por mais que já tivesse visto as várias chamadas na TV, não tinha certeza do que esperar desse livro, e bem, é um misto doido de expectativas supridas e decepção. Logo no primeiro capítulo nós somos impactados com duas crianças achando um corpo brutalmente assassinado e mutilado, e a cena corre tão bem, porque o poder do autor em nos apresentar o necessário para manter o suspense vem na hora certa, ele cria suspenses bem elaborados nessa cena e nas que a segue. Os garotos indo para delegacia, o pai de um deles espancando o filho, os garotos tomando a decisão de se meterem numa investigação policial por conta própria porque têm certeza que o acusado não é o verdadeiro culpado... O livro vai seguindo um ritmo interessante e nos prendendo naquela teia, mas na metade do volume, senti que a história já tinha se perdido, ficou cheia de diálogos forçados, os personagens se tornaram genéricos e foi tudo mais do mesmo, e eu só estava continuando para descobrir o real assassino, que é o intuito de todo mundo ao iniciar uma história assim.

É um livro forte, cheio de palavrões e termos ofensivos, o que me chama a atenção, acho interessante esse método do autor de deixar claro que apesar de ter protagonistas infantis, esse não é um livro pra criança, é um romance adulto, um um verdadeiro thriller, que acaba se tornando um pouquinho chato por causa daquele monte de informações históricas.

O final pode ser considerado interessante sim, mas depois de tantas páginas de história ruim, não consegue se recuperar, e sim, cumpre seu papel e dá aquilo que promete, um suspense, um culpado, uma descoberta e muitos problemas. Estou ansioso para ver como essa história vai ficar em cena, até porquê a descoberta do culpado, as razões e todas essas coisas são meio bosta.

site: www.instagram.com/nomeiodatravessia
carolzina 27/04/2019minha estante
A minissérie está bem interessante não sei se tem muitas mudanças pro livro, mas algumas coisas acho forçado, todo mundo é ruim podre, esconde alguma coisa




Thiago Barbosa Santos 11/09/2018

Como jornalista, sempre admirei repórteres com o talento para contar histórias. Acredite, não é fácil prender a atenção do telespectador. Edney Silvestre é um profissional que tem esse dom, uma sensibilidade ímpar para construir reportagens que cativam. Muito dessa habilidade ele herdou da literatura. A leitura deu a ao repórter bagagem para contar histórias, e mais tarde o transformou também em um exímio escritor.

O primeiro contato que tive com a literatura de Edney Silvestre foi há quatro anos, lendo ‘Boa Noite a Todos’. E agora li um segundo romance dele, o mais famoso e premiado, na verdade: "Se Eu Fechar os Olhos Agora". É uma história que fala sobretudo de amizade.

Logo nas primeiras linhas entendemos o título do livro. Um garoto descrevendo que, se fechasse os olhos naquele momento, conseguiria recordar nitidamente da mulher que ele e o amigo encontraram morta em um terreno. Ela estava mutilada, uma cena traumatizante.

Eduardo e Paulo estavam matando aula quando encontraram o corpo de uma linda mulher. Eles resolveram procurar a polícia para denunciar e o delegado acabou os apreendendo, achando que os dois pudessem ter algo a ver com o crime. Só conseguiram se livrar da enrascada porque, pouco tempo depois, o marido da vítima, um dentista aposentado, confessou o crime.

Mas aquele caso não se encerra na cabeça dos meninos, que por conta própria, resolvem iniciar uma investigação e ganha a ajuda de um velho misterioso, ex-preso político e que mora em um asilo. Os três descobrem que a morta estava ligada, direta ou indiretamente, a grandes poderosos da cidade. O passado dela era nebuloso, repleto de fatos a serem explicados.

O marido da mulher comete suicídio e, ao passo que eles começam a avançar nas respostas para aquele crime, começam a receber ameaças, algumas veladas e outras até explícitas.

No fim das contas, o velho consegue desvendar essa história. Uma garota de programa que era usada por quase todos os poderosos da cidade. Filha de uma doméstica e de um sujeito poderoso, mas esse grau de parentesco era suprimido pelos poderosos da região. A garota, que também era ambiciosa, se envolveu em uma rede de chantagem e foi morta porque representava uma grande ameaça.

As descobertas tiveram seu preço, pois se configuravam em escândalo e mexiam com gente poderosa. As famílias dos dois garotos praticamente foram obrigadas a sair da cidade. Os amigos seguiram caminhos opostos, os dois foram bem sucedidos em suas respectivas carreiras mas perderam completamente o contato. Um deles foi morar fora do Brasil.

O livro encerra com uma cena comovente, muitos e muitos anos depois, já velho, um resolve procurar o outro. Consegue o contato procurando pelo nome do amigo em uma lista telefônica. Consegue falar com familiares e descobre que o amigo morreu. Mas que mesmo à distância, aquela amizade se manteve viva. A Globo anunciou para breve a adaptação do livro para minissérie.
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cacai 20/07/2018

"Se eu fechar os olhos agora", de Edney Silvestre, é um livro para quem gosta de suspense, mas também para quem gosta de histórias bem escritas e cativantes. É o tipo de trama em que se deve ao máximo tentar fugir de spoilers, pois matariam todo o prazer de ir desvendando a história aos poucos - uma experiência que tive e recomendo.
O ar nostálgico do início da narrativa, permeado pelas impressões dos protagonistas, me conquistou logo no início, seja pela inocência, pela curiosidade ou simplesmente pela forma peculiar de ver o mundo.

"Falavam sobre assuntos que dois meninos de doze anos falavam, naqueles tempos: coisas terrivelmente importantes sobre si mesmos e sobre o mundo que ainda não entendiam, mas sobre o qual acreditavam ter ideias precisas, que dali a pouco esqueceriam, porque lhes viriam outras, fabulosas como os sonhos que acalentavam. A vida adulta lhes parecia distante, cordial e luminosa — e não o mundo brutal onde seriam lançados naquela manhã."

Devo confessar que comecei a leitura sem nada saber sobre a sinopse - havia lido no início do ano quando elaborei uma lista prévia de livros para ler ao longo de 2018, mas deletei as informações da memória - e me surpreendi positivamente com os rumos tomados.

Pelas falas dos garotos, conhecemos muito sobre a sociedade da época, especialmente sobre seus preconceitos. Há ali o retrato de um Brasil que ficou para trás há muitos anos, mas cujos resquícios ainda podem ser sentidos.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Romance De Estreia
em sua estreia na ficção, justamente com esse livro, o jornalista Edney Silvestre mereceu o 52º Prêmio Jabuti na categoria romance, superando escritores consagrados como Chico Buarque e Luis Fernando Veríssimo.

Essa história transcorre no início da década de sessenta, quando uma pequena cidade do interior fluminense, empobrecida pela quebra do cultivo cafeeiro, é palco de um macabro assassinato. O corpo mutilado de uma mulher é encontrado a beira de uma lagoa por dois adolescentes, Paulo* e Eduardo, fato que marcará para sempre suas vidas.

A elucidação do crime, acompanha a perda da "inocência original" dos protagonistas, envolvidos na investigação. Um mundo sórdido, encoberto pelas sombras, é revelado aos jovens, expondo a hipocrisia de uma elite que para se proteger, encobrindo a verdade, não teme pagar qualquer preço.

Sua trama tem como fio condutor um poder inacessível e cruel, digno de requintes de perversão sexual, cujas entranhas acabam dissecadas numa exposição mal cheirosa de sua podridão dentro de um contexto histórico agonizante, às vésperas da ditadura militar.

É um relato impactante, adaptado de um fato real, que destila emoção e Edney, como experiente jornalista, soube conduzir com perícia o registro dessa realidade paralela que transcende a ficção e escancara nosso dia a dia. Eis um novo nome que desponta com brilho no nosso panorama literário.

Ia me esquecendo, edição caprichada com índice ativo e adaptada à nova Reforma Ortográfica.
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Cheiro de Livro 13/03/2018

se eu fechar os olhos agora
Com a adaptação pra telinha a caminho, vale a pena revisitar esse que foi o romance de estreia do jornalista Edney Silvestre, originalmente publicado em 2009, e logo de cara ganhador do Prêmio Jabuti.

Pra início de conversa, tenho que confessar uma certa falta de isenção. Tive durante muito tempo o prazer de trabalhar com o Edney, ele como correspondente em Nova York, eu como editor aqui no Rio. Então pra mim os personagens bem construídos, a estrutura narrativa, a complexidade temática, e a visão social afiada não foram surpresas.

A história começa com dois garotos de doze anos, numa pequena cidade do interior fluminense. Eles descobrem o corpo dilacerado de uma bela jovem, casada com o dentista da cidade. Este logo vira o principal suspeito de um suposto crime passional. Mas os jovens resolvem investigar, e descobrem que a cidade de São Miguel esconde um emaranhado de segredos. Ninguém é o que parece, e todo mundo tem alguma coisa a esconder. Contar muito mais seria estragar as reviravoltas da história, e o maior prazer é justamente acompanhar os meninos à medida em que eles desvendam a trama.

O livro tem elementos noir e também de romance de rito de passagem, já que as descobertas que os meninos fazem acabam se tornando a base pro amadurecimento e a passagem ao mundo dos adultos. Às vezes parece um roteiro pronto pra ser filmado, com a grande ênfase nos diálogos. Isso também torna o livro muito rápido de ler. Eu normalmente gosto de saborear um bom livro por mais tempo, não gosto de ler rápido demais, mas esse foi daqueles que li num fim de semana.

E também vale uma releitura, porque se eu fechar os olhos agora tem vários níveis. Funciona pelo mistério e pela trama, e também pelos personagens. E muito mais do que isso, pelo contexto social do Brasil que ele mostra. É aí que o lado jornalista do autor brilha. Estamos em Abril de 1961. É um Brasil em transformação, de grandes mudanças econômicas e sociais. Mas também de muito preconceito, racismo, machismo, divisões sociais e relações complicadas de poder. Os personagens não sabem que estão à beira do precipício, mas nós sabemos. E isso dá contornos ainda mais dramáticos e sombrios à perda de inocência dos garotos.

site: http://cheirodelivro.com/se-eu-fechar-os-olhos-agora/
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Ryllder 28/02/2018

Nem bom, nem ruim
Esperava bem mais. Em certos momentos achava que era um livro da série vagalume, só que para adultos. Do meio para frente melhora um pouco...
Valério 01/03/2018minha estante
Tive a exata mesma impressão.




Rafael.Martins 06/11/2017

Um livro interessante, nada mais que isso. Leitura rápida e fluida e, como todo suspense, te prende do início ao fim para descobrir o desenrolar da história.
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Aline 07/09/2016

Dois meninos, um crime, um Brasil!
O romance inicia com dois garotos que vão passear, com suas bicicletas em um lago, no interior do Rio de Janeiro, e encontram uma mulher morta. A partir dai eles ficam impressionados com tudo que viram e ouviram e passam a acompanhar essa história. O marido da vítima assume a autoria do crime mas, os garotos começaram a duvidar da veracidade dessa confissão. Começam a se questionar: Como um idoso, fraco,sozinho, conseguiria esquartejar, com uma faca, sua esposa, uma mulher alta e forte , e ainda jogá-la em um lago, distante da cidade? É quando os dois amigos resolvem investigar essa trama. Para isso vão contar com Ubiratan, um idoso cansado da rotina do asilo em que mora, que também passa a desconfiar do desfecho da morte de Anita ( ou Aparecida?). O que eles nem podiam imaginar é o universo de tristeza, prostituição, perversidade, pedofilia, crueldade e corrupção que iriam entrar.

A trama que Edney constrói vai muito além de uma investigação desses garotos com Ubiratan e o verdadeiro desfecho dessa morte. O livro fala da amizade, cumplicidade, irmandade entre esses dois garotos e, principalmente de compaixão deles e de Ubiratan pela vitima desse crime. O livro trás profundas reflexões sobre a dura realidade em que temos que enfrentar, sobre respeito e admiração ao outro. O autor consegue trazer para sua história todo o panorama político do Brasil através do crescimento desses dois garotos, da infância à velhice, passando por ditadura, Vargas, etc. Vivemos a história do Brasil desse período e refletimos, junto com os personagens ao ver a transformação de um pensamento inocente de um país perfeito e brilhante para um país com uma política corrupta, suja, sórdida e sombria, muito diferente daquele que eles acreditavam viver.

site: https://aliteranda.wordpress.com/
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HL Castro 10/02/2016

Acertei nesta escolha!
Eu estou procurando bons livros de autores contemporâneos de idioma original português, de preferência brasileiros. Este livro foi um acerto! São 300 páginas que nem vi passar, com uma narrativa de linguagem e estilo simples e enredo cativante. Recomendo!
Jonathas 27/05/2016minha estante
Heitor também estou nessa empreitada de ler mais livros nacionais contemporâneos. Esse livro em questão foi vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, estou adicionando as minhas leituras todos os títulos vencedores desse prêmio, que totalizam 19 livros. Acredito que encontrarei muito livro interessante nessa lista e conseguirei ler mais livros nacionais contemporâneos. Esse é, sem duvida, a próxima leitura dessa lista. :D




Edu 28/01/2016

Não é assim uma Brastemp
Eu gostei do livro, mas dei uma nota baixa porque não vi motivos pra ele ganhar prêmio nenhum. O número de páginas no skoob está errado, são míseras 190 páginas que começam boas, ficam melhores e desabrocham num final sem graça. Mas o livro tem uma ótima narrativa, cheia de perversão e palavras fortes, o que na minha opinião é legal.
Ryllder 10/02/2018minha estante
No número de páginas (300 e poucas) está correto...


Edu 21/02/2018minha estante
Eu li no ebook, acho que interferiu nisso eu acho xD


Ryllder 21/02/2018minha estante
Em relação a qualidade do livro, concordo com você. Estou na metade e até agora não li nada demais. Parece um livro da coleção vagalume, só que para adultos...


Edu 23/02/2018minha estante
Mas a narrativa é boa né?




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