Se eu fechar os olhos agora

Se eu fechar os olhos agora Edney Silvestre




Resenhas - Se eu fechar os olhos agora


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Ludimila 13/12/2012

Bom!
Esse é aquele típico livro que engata no meio para ficar bom no fim. História boa, mas um pouco modorrenta às vezes, mas de uma realidade impactante. Joga na nossa cara a hipocrisia que reina na superfície enquanto a lama fétida está assentada no fundo.
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Lara 04/09/2012

Se eu fechar os olhos agora
A história fascina, ao menos aos meus olhos, pois envolve dois meninos de 12 anos, idade das descobertas e curiosidades, mas ao mesmo tempo, inocência.

Tudo começa quando os dois amigos, meninos de 12 anos, encontram um cadáver de uma mulher muito bonita. Não satisfeitos com a solução oficial para o crime, eles então passam a “investigar” o assassinato, com ajuda de um idoso, comunista e ex-preso político. A partir daí passam a descobrir toda uma trama política, redes de corrupção e depravação sexual que fazem com que os meninos amadureçam, embora de forma dolorosa (uma espécie de romance de formação – Bildungsroman). E passam a descobrir também que o Brasil que eles imaginavam era na verdade bem diferente
Narrativa entrecortada, com bastante fluxo de consciência, e alguns pontos de vistas dão ao romance um tom contemporâneo.

Mistura de romance policial, pois a Anita, embora desde o início apareça morta, irá estar constantemente presente na narrativa, sendo considerada pelo próprio autor (Edney Silvestre), a personagem principal.

Há também diversos relatos históricos, como a valorização da indústria nacional, permeados por uma ironia inteligente
“E se no Brasil, refletia, neste Brasil novo em que surgiam indústrias, estradas, empregos, e se neste Brasil novo, mesmo sendo uma democracia como os professores ensinavam, onde nós, o povo, temos eleições livres e decidimos quem vai nos governar, e se neste Brasil houvesse poderes, forças que ele não sabia dizer quais eram, ou o que eram, nem tampouco apontar onde estavam, e se as houvesse, essas forças, esses poderes capazes de decidir o destino dele, sem que ele pudesse intervir?” (p. 182).

Embora o final deixe um pouco a desejar, o livro é envolvente e cativante, e eu recomendo!! Mereceu todos os prêmios!!!

Para ver a resenha completa acesse o meu blog
http://livroscomcookies.blogspot.com.br/


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dani 31/07/2012

Se eu fechar os olhos agora - Edney Silvestre
Esse foi um livro que tive um pouco de dificuldade para ler, e sinto que essa era a intenção da narrativa, chocar e criar lacunas onde a leitura se quebrava para dar lugar ao espanto ou a indignação.
“Se eu fechar os olhos agora” vai contar a história de dois amigos Paulo e Eduardo, duas crianças que moram em uma cidade do interior do Rio de Janeiro e um dia enquanto se divertiam à beira de um lago encontraram o corpo de uma mulher, Anita, que tinha sido brutalmente assassinada e deixada no local. As crianças acabam se tornando suspeitas (de uma forma pouco convincente) deste assassinato até o marido da vítima se entregar à polícia confessando o crime (de uma maneira ainda menos convincente) e isso deixa os garotos intrigados e decidem começar a investigar o caso com a ajuda de um senhor, Ubiratan, eles irão atrás do que realmente aconteceu, porém encontraram situações e segredos que suas mentes, ainda infantis, não conseguem absorver de um todo. Política, sexo, relações sociais e tratamento a mulher, tudo isso está misteriosamente ligado a esse crime.
Como disse anteriormente tive dificuldades para ler este livro pois a narrativa é feita de ângulos diferentes intercalando o ponto de vista dos garotos, que até um certo estágio mantém sua inocência e falta de malícia porém vão crescendo, amadurecendo durante a história, com o ponto de vista de Ubiratan, um senhor experiente e o do narrador e nesse momento os atos são narrados explicitamente conforme as descobertas são feitas. O livro mostra de uma maneira clara um crime que pode na verdade ser a representação de movimentos e eventos maiores que aconteciam ao Brasil as relações políticas e de poder da época (1961, não tão longe se pensarmos bem) e como as mulheres eram tratadas (no caso maltratadas, não possuíam voz, vontade, em suma, não eram ninguém). Uma leitura densa que não recomendo para todas as idades.

http://olhosderessaca25.blogspot.com.br/2012/07/se-eu-fechar-os-olhos-agora-edney.html
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Elissandro 15/06/2012

Se eu fechar os olhos agora
Numa pequena cidade da antiga zona do café fluminense, em abril de 1961, dois meninos de 12 anos encontram o corpo de uma linda mulher, que foi morta e mutilada, às margens de um lago onde sempre se divertiam. Eles não aceitam a explicação oficial do crime, segundo a qual o culpado seria o marido, o dentista da cidadezinha, motivado por ciúme. Começam uma investigação, ajudados por um velho que mora no asilo da cidade, um ex-preso político da ditadura Vargas, que acaba se tornando um terrível caminho de amadurecimento para chegar à vida adulta. Durante a investigação, as mácaras do habitantes da cidade começam a cair, a imagem sólida da moralidade começa ruir, fotos comprometodoras são descorbertas, trazendo a tona orgias que poderosos faziam com a morta, sendo tudo fotografado pelo seu marido o dentista.
Não é a toa que Edney Silvestre foi o ganhador do Prémio Jabuti com esta obra, muito bem escrita, dialogos rápidos e de fácil entendimento, desfechos espetaculares, uma verdadeira trama policial e ao mesmo tempo social, pois traz a realidade do Brasil no passado e que permanece até hoje, mostra a impunidade dos poderosos, a tirania da ditadura, a bucólica vida numa cidadizinha do interior que começa a se transformar num pólo industrial. O romance consegue prender o leitor do começo ao fim, sem dúvida este autor veio para marcar época, está mais que recomendado, para quem gosta de uma boa leitura, Se Eu Fechar os Olhos Agora de Edney Silvestre é o livro.
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annalismv 11/01/2012

“Nada neste país é o que parece”
Edney Silvestre é um mestre na arte de reunir palavras. Suas frases são dotadas de tanta beleza que dá vontade até de saboreá-las em voz alta. Palavra por palavra que, como numa corrente, unem-se formando elos graciosamente entrelaçados. Foi com essas percepções que fechei o romance “Se eu fechar os olhos agora”, após horas de uma leitura extremamente prazerosa.

“Se eu fechar os olhos agora, ainda posso sentir o sangue dela grudado nos meus dedos. E era assim: grudava nos meus dedos como tinha grudado nos cabelos louros dela, na testa alta, nas sobrancelhas arqueadas e nos cílios negros, nas pálpebras, na face, no pescoço, nos braços, na blusa branca rasgada e nos botões que não tinham sido arrancados, no sutiã cortado ao meio, no seio direito, na ponta do seio direito.”

É dessa maneira que se inicia a saga de dois garotos de 12 anos, Paulo e Eduardo, compelidos a deixar de lado a inocência e a doçura do universo infantil para penetrar no complexo, corrupto e, por vezes, cruel ambiente adulto.

Após serem expulsos da aula, os dois sobem em suas bicicletas e partem para o seu refúgio particular. Trata-se de um lugar afastado, com um lago onde costumam se banhar. Nesse dia, porém, à beira das águas estende-se o cadáver de uma bela mulher. Impressionados com a mutilação de seu corpo e dotados de um espírito a la Hercule Poirot, os amigos decidem então investigar o seu assassinato.

Considerados suspeitos, os dois têm de lidar com a desconfiança e com a impaciência da polícia, que não demonstra a menor vontade de dar um rumo ao caso. Mas a dupla ganha um reforço quando une-se às buscas o misterioso Ubiratan (velho morador de um asilo que havia sido vítima das torturas e da repressão do governo de Getúlio Vargas). Com a sua entrada, a história ganha um novo ritmo, mostrando que o que parecia ser um crime sem maior importância liga-se a uma enorme rede de falcatruas, corrupção e impunidade – o que é reafirmado pelo aviso de Ubiratan: “Nada neste país é o que parece”.

Arquitetada de maneira engenhosa, a obra do jornalista-escritor (que, além de repórter dos jornais da TV Globo, também apresenta o programa Espaço Aberto Literatura, na GNT) consegue aliar uma linguagem simples a um estilo requintado. Seus personagens são tão bem construídos que não é raro pensarmos neles como pessoas de nosso convívio.

Além disso, a exatidão do seu trabalho jornalístico também lhe ajudou a recriar com fidelidade a atmosfera vivida pelo Brasil e pelo mundo no início da década de 1960. A começar pela data escolhida para abrir a trama: 12 de abril de 1961 – mesmo dia em que, a bordo da nave Vostok I, o russo Iuri Gagárin chegou ao espaço.

A corrupção brasileira também foi pincelada durante o andamento da história, ao lado da impunidade e da ineficiência de uma polícia que se esquece de sua função para se sujeitar aos (inescrupulosos) desejos dos detentores do poder. Os resquícios da ditadura de Getúlio Vargas e a divisão ideológica do mundo entre comunistas e capitalistas, tão característica da Guerra Fria, também marcam presença na trama.

Tanto esmero e tamanha competência não passaram despercebidos pela crítica literária. O livro levou o Prêmio Jabuti na Categoria Melhor Romance de 2010 e também foi escolhido como Melhor Livro de Autor Estreante no Prêmio São Paulo de Literatura de 2010.

Ao final da leitura, além de atestar o talento inquestionável de Edney Silvestre, é possível refletir sobre a sujeira e a indecência encravadas em nosso território, no qual infelizmente quem geralmente manda na (in)justiça são os donos do dinheiro e do poder.

*Texto publicado no blog Marcador de Páginas (marcadordepaginas.wordpress.com)

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Helder 30/10/2011

Muitos estilos
Difícil falar sobre este livro. No fundo eu gostei, mas está longe se ser uma perfeição.
Mas mesmo assim, um grande ponto positivo é ser um romance nacional, porém ele foge de classificações e ao meu ver algumas coisas parecem que foram muito jogadas.
Começa como um livro policial, onde dois garotos encontram o corpo de uma mulher numa lagoa. De repente parece que vai ser um livro juvenil, pois os garotos resolvem se aventurar como detetives, já que não acreditam que o assassino confesso tenha sido capaz de cometer o crime. Numa das primeiras aventuras eles conhecem Ubiratan, um velho que mora num asilo e pula o muro a noite para ir para a rua. Ai o livro volta a ser um policial, mostrando um lado sórdido comum em romances americanos, mas inexistente na nossa literatura. Por fim, também traz criticas políticas, mostrando o que pessoas com poderes políticos podem fazer com a vida alheia e serve ainda como o livro de rito de passagem, pois após o caso da mulher do lago, os dois meninos nunca mais foram os mesmos.
Mas nada muito aprofundado.
Mesmo querendo abarcar tantas coisas, a estória flui bem tornando o livro agradável, mas confesso que não entendi até agora o que o velho foi fazer na casa do dentista e como ele descobriu todo o envolvimento dos poderosos da cidade com a vitima.
O final, como livro de suspense é legal e surpresa, além de ter um lado bem melancólico.
Parecia que tudo podia ter sido melhor, mas é uma boa leitura.
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Fernando Viana 17/10/2011

SE EU FECHAR OS OLHOS AGORA - EDNEY SILVESTRE

Como muitos livros que tratam de um assunto de comoção geral de massas, Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre, mostra o quanto anos de história nem sempre mudam certos modos de conduzir uma sociedade.

A história acontece no começo da década de 60 (mais exatamente em abril de 61), pouco tempo antes de ser instaurada a ditadura militar no Brasil. Em uma sociedade, então, já desgastada, os dois protagonistas, Paulo e Eduardo convivem em meio as suas descobertas juvenis e grandes acontecimentos mundiais, como a ida do homem ao espaço. Ao serem expulsos da sala em um dia de aula, decidem ir a um lago, onde sempre brincaram, para fazer passar o tempo de voltar pra casa. Lá, em meio a diversão, deparam-se com o corpo de uma mulher. Morto e Mutilado. A partir daí, entre explicações a polícia e investigações próprias, por não aceitarem a versão oficial dos fatos, os meninos aprendem mais sobre eles mesmos, amizade e obscuridades de uma sociedade totalmente comandada pela mão de poucos e poderosos.

Depois de se safarem da acusação de culpa que quase recaiu inteiramente sobre eles, os garotos começam a investigar a vida da mulher, até então desconhecida para eles. Entre a versão oficial que o marido teria assassinado a esposa, a personalidade e história de vida da mulher, que em muito estava intimamente ligada a homens poderosos da cidade, eles acabam conhecendo Ubiratan, um velho misterioso, antigo prisioneiro do governo Vargas, que passa a ajuda-los investigar. A investigação dos três passa então a afrontar certas cúpulas do poder da cidade, que não vê com bons olhos o interesse pela solução do assassinato. Cada vez mais fundo nos bastidores da vida dos poderosos da cidade, Paulo e Eduardo, vão descobrindo que sempre há uma realidade sombria e paralela na sociedade, que esconde verdades. Verdades que nem sempre fazem bem em vir à tona.

FUNDO HISTÓRICO E SOCIAL
De um lado da balança os garotos vivem sua infância normalmente, com sonhos, desejos, descobertas e fascínios como avanços científicos espaciais. De outro a obscuridade de uma sociedade imoral, totalmente elitista, centralizada em um poder político fraco, com certo ar de egocentrismo e que manda não só no país, mas vê-se no direito de decidir sobre a vida pessoal de todas as pessoas. A sociedade da época, prestes a entrar na ditadura, já pedia socorro. Descendente, e ainda inteiramente, baseada de uma sociedade despreocupada com o bem estar das minorias e os pensamentos de uma política bem feita, como a coronelista dos anos do café. A narrativa do livro descortina a realidade, que ainda hoje é vista no país, de poderes políticos corruptos, que aquela época já engatinhava seus princípios atuais.

Apesar de ser o romance de estreia de Edney Silvestre, Se eu fechar os olhos agora merece todos os elogios e prêmios que angariou desde seu lançamento. Uma narrativa arrebatadora da primeira a última página. Demonstrando não somente o talento e gás do novo romancista, mas também uma maturidade em se tratar de assuntos ainda hoje atuais. Presentes em qualquer sociedade.
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Paula 07/10/2011

Se eu fechar os olhos agora
Romance policial, que marca a estreia de Edney Silvestre, despretensioso, por utilizar linguagem coloquial, sem grandes construções complexas. Porém enreda o leitor de tal maneira, que é impossível largar o livro. Só não podemos lê-lo de uma única sentada, como disse Poe na Filosofia da Composição, são quase 300 páginas, mesmo tendo, uma certa, linearidade.

Com certeza, esse enredamento se dá pelo fato de nos depararmos com um assassinato, uma mulher dilacerada. Uma cena extremamente impactante ao leitor e, principalmente, aos dois protagonistas que encontram o corpo. A partir daí, já fomos fisgados por essa ficção, e que a cada momento revela-nos novos fatos. Mesmo o marido tendo assumido a culpa, estes não acreditaram nessa resolução do caso e por conta própria fazem uma nova investigação. Bem no início, os meninos conseguem a ajuda de um senhor que mora num asilo, mas que sai todas as noites. Somente no final é desvendado o mistério, mas até chegar nele, o leitor participa ativamente para encontrar o verdadeiro culpado ou culpada, tornamo-nos um detetive implicitamente.

A narrativa é dividida em capítulos, e os títulos destes já dão um indício do que está porvir. Cada capítulo possui suas subdivisões, pois a investigação ocorre concomitantemente por dois vieses. Pela perspectiva dos pré-adolescentes e da do senhor do asilo, porém há momentos em que estas se encontram. A metalinguagem, também, está presente quando Eduardo, o mais estudioso dos dois, corrige os erros gramaticais e de concordância de Paulo. Além de um teor filosófico, ainda que superficial: “- Que bom, por quê? Eu fico com a cabeça cheia de perguntas, só isso. – Melhor do que ficar com ela cheia de respostas.”

O título da obra, “Se eu fechar os olhos agora”, lembra-nos de uma reação, habitual em crianças, ao vermos algo que cause medo, espanto. Os protagonistas foram em frente, agora resta você não fechar os olhos diante dessa obra arrebatadora.
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Gustavo Carmo 20/09/2011

Começo confuso
O texto começou confuso, mas a narrativa foi se tornando mais clara. Ainda assim, a solução do crime ficou vaga. Fiquei mais emocionado com a atualização da vida dos meninos protagonistas.
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jota 25/07/2011

De olhos marejados
Este livro ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance de 2010. Não é nenhuma obra-prima, por vezes é até um pouco aborrecido, mas os capítulos finais compensam a leitura.

Ocorre um crime logo nas páginas iniciais. Uma linda mulher é brutalmente assassinada. Dois meninos são tidos como suspeitos, Paulo e Eduardo. Mas o marido da vítima, um dentista com o dobro da idade dela, se apresenta como o assassino.

Livres da suspeita, Paulo e Eduardo, os dois garotos da pequena cidade fluminense produtora de café (a ação se passa nos anos de 1960) decidem descobrir quem matou a mulher do dentista. Já que não acreditam que tenha sido ele, mesmo réu confesso. Eles contam com a ajuda de Ubiratan, um estranho senhor que mora num instituto para pessoas com problemas mentais, administrado por freiras.

Conforme os capítulos vão avançando, muitas revelações são feitas acerca do passado de todos os personagens e da história da cidade. Como nela há um bordel administrado por uma madame polaca, que se passa por francesa, muitos palavrões são ditos e há também um pouco de humor. E uma frase lapidar à página 140: "Puta é uma mulher permanentemente aberta à visitação pública.

Bem, depois de um começo mais ou menos empolgante, etc., a história deixa de entusiasmar tanto, especialmente a partir da metade do livro. Torna-se até um pouco repetitiva, e os longos diálogos não ajudam muito. Embora isso não seja motivo para abandonar a leitura.

Finalmente, depois de muitas pistas falsas e algumas mortes, o assassinato da linda mulher é amplamente esclarecido no capítulo doze, juntamente com outras histórias cabeludas da pequena cidade fluminense. E aí, após algumas impressionantes reviravoltas na história e todo o caso bem esclarecido, os quatro capítulos finais se tornam extremamente interessantes.

É quando a história salta para a São Paulo de 2002 e depois mergulha novamente no passado distante de 1961, outra vez em busca dos dois meninos, Paulo e Eduardo. São páginas extremamente comoventes e aí Edney Silvestre mostra sua competência em lidar com sentimentos humanos sem ser piegas. E foi capaz de deixar meus olhos de leitor marejados durante vários parágrafos... Pelo início, por algumas passagens e pelo final, nota 4,0. Pelo todo, 3,5 seria mais justo, acho.
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Lore 15/07/2011

Sensação de Impunidade
Livro muito bom! Mas fiquei com a sensação de impunidade, o que na verdade sentimos diariamente quando se trata das pessoas com "maior poder".
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Liz 04/07/2011

Desafio literário 2011 - Julho - Novos autores - resenha 1
“O russo, o astronauta [...] disse: azul. A Terra é azul. Então o que a gente aprendeu até agora nas aulas de geografia está errado. Como estavam errados os mapas antes de Colombo. Naquele tempo diziam que a Terra era plana e terminava em um abismo, não diziam? O que mais aprendemos hoje que daqui a quinhentos anos vai fazer as pessoas rirem de nós?”

Eu tenho grande simpatia pelo Edney Silvestre, mas o que me motivou a escolher este livro foi a confusão em relação ao último Prêmio Jabuti. Para quem não sabe, “Se eu fechar os olhos agora” ganhou o prêmio de Melhor Romance 2010, mas quem levou o prêmio foi Chico Buarque por “Leite derramado”. Discussões à parte, achei legal o Silvestre ter ganhado tal prêmio no primeiro livro que escreveu, e por isso coloquei-o na lista. Porém, só terminei de lê-lo por causa do Desafio literário.

Em uma pequena cidade fluminense viveram em 1961, Paulo e Eduardo, melhores amigos, ambos de 12 anos. Ao mesmo tempo em que enfrentam problemas em relação à puberdade e à família, eles decidem investigar o assassinato de uma bela mulher chamada Anita, cujo corpo foi encontrado por eles. Com a ajuda de um senhor que mora num asilo, os dois garotos descobrem muitas coisas sobre a vida da mulher e das pessoas relacionadas à ela, mudando aos poucos a visão que eles tinham da vida.

Eu fiquei bastante empolgada no começo do livro. Os primeiros capítulos foram ótimos, estava gostando bastante. Pena que começou a decair depois de algum tempo. Não sei se foi a história que começou a ficar cansativa com tantos mistérios e embromações, não sei se o problema foi comigo mesma; sei que a leitura ficou bem chata. Em algumas partes, tive que ler com muito sacrifício, o que só me deixava mais desanimada ainda a continuar. Por muito pouco mesmo o livro não foi abandonado. Acabei a leitura com algum desgosto.

Pelo menos o finalzinho foi interessante, gostei muito dos dois últimos capítulos. Para mim o ponto forte do livro foi a construção dos personagens, principalmente a dos três personagens principais, que estão muito boas mesmo. A solução do assassinato também ficou legal, bem inesperada (pelo menos para mim). Outra coisa foi a ótima contextualização em 1961. Deu-me até algumas boas referências para lembrar alguns tópicos em História! Mesmo não tendo curtido o livro, não se pode negar que Silvestre é um bom escritor.

Não sei muito bem para quem recomendar. Talvez para quem goste de romances policiais, profundos desenvolvimentos dos personagens e não se incomode com um pouco de embromação nem com algumas cenas de violência sexual.

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Aninha 14/06/2011

Infância - pureza e dureza
"Queria falar, mas não apenas a boca seca o impedia. As palavras que buscava flutuavam rápidas demais, impossíveis de serem pegas, como balões ziguezagueando ao vento furioso." (pág 185)

As palavras fogem, o tempo passa, mas as recordações passadas na infância ao lado de um bom amigo ficam. As boas e as ruins.

Assim foi para Paulo e Eduardo. Dois garotos de 12 anos que encontraram o corpo de uma jovem loira, em um lugar ermo da pequena cidade em que viviam.

Paulo era moreno, baixo, tinha orelhas de abano, morava com o pai e o irmão e, invariavelmente, falava alguma coisa na conjugação errada. Eduardo o corrigia e o ensinava. Era mais alto, vivia com a mãe costureira e o pai ferroviário.

Os garotos, curiosos, decidiram investigar o crime pois o principal suspeito era o marido, dentista idoso, que não teria forças para cometer sozinho brutal assassinato.

O dentista confessa mas, mesmo assim, eles não se convencem e partem para a investigação, com ajuda de Ubiratan, um velho morador de um asilo que, nas horas vagas, pula o muro do local e passeia pela cidade.

Esse trio faz descobertas terríveis e, de uma hora para outra, veem o rumo de suas vidas mudarem de direção.

A leitura é agradável, apesar do exagero da linguagem chula em certas ocasiões. Sabe quando soa desnecessário?

O melhor fica para os diálogos dos garotos: o autor captou bem a fase de transição da infância para a adolescência e a contextualizou na época descrita: abril de 1961.

A história é interessante, bem contada e tem um final comovente. Vale a pena conferir.

Boa leitura!

http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com/2011/06/se-eu-fechar-os-olhos-agora.html
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