Sobrevivi para contar

Sobrevivi para contar Immaculée Ilibagiza




Resenhas - Sobrevivi para contar


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David 08/01/2019

Antes de reclamar da vida, leia esse livro!
A história de Immaculée é simplesmente comovente, não importa o Deus que você tenha, mas a Fé e o pensamento positivo dessa mulher a salvou.
Esse genocídio ocorrido em 1994 em Ruanda foi mais um episódio horrível proporcionado pelo ser humano. É interessante perceber que quando o país não tem interesse econômico por parte dos países ricos, pouco se faz por eles.
Já havia assistido Hotel Ruanda e Tiros em Ruanda, mas a narração de Immaculée é de impressionar, cabe com certeza um filme.
Para os que ainda não leram, eu recomendo, para aqueles que costumam reclamar de algumas pedras em nosso caminho, recomendo mais ainda, assim, darão mais valor ao nosso dia a dia.
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Filho Amado 22/08/2018

Muito bom uma das historias mais emocionantes que já li
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Laissa Benfica 19/06/2018

Um livro...quase indescritível.
Um livro que fala sobre a imensa crueldade que é capaz de atingir um coração humano quando se permite endurecer, mas que, sobretudo, anuncia o poder salvífico da fé, da esperança e do amor - este que, em sua forma mais pura, anuncia o perdão ao que parece imperdoável aos olhos da razão.
Um relato denso que somente um coração que aprendeu verdadeiramente a contemplar a Deus saberia narrar de uma forma tão leve.
Um livro para chorar e sorrir, para refletir e agradecer. Enfim... Um livro quase indescritível, mas impossível de esquecer.
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Keity 16/03/2018

Melhor livro da minha vida!
Leitura cativante, faz você se conectar com a autora.
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Rita Alves 07/01/2018

Sobrevivi para contar
Ela narra tudo que enfrentou para sobreviver ao massacre étnico em Ruanda, 1994. Uma história de coragem e força para superar todas as dificuldades e reconstruir sua vida. Leitura empolgante que prende o leitor a cada página!!
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Clube do Livro 18/06/2017

Resenha do Blog Clube do Livro e Amigos (Vanda Costa)
No livro “Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre”, a autora, Immaculée Ilibagiza, relata de maneira clara, objetiva e muito emocionante a história de sua vida, mais precisamente, de como sobreviveu ao cruel genocídio ocorrido em Ruanda, no ano de 1994. A autora deixa claro que o livro não tem a pretensão de contar a história de Ruanda ou do genocídio, mas, sim, a história de sua vida, e de como ela sobreviveu ao genocídio. Entretanto, ao relatar tão minuciosamente suas impressões e toda perseguição, perdas, angústias e dor pelas quais passou, ela acaba dando ao leitor informações valiosas sobre as motivações e a forma como os tutsis foram dizimados, tornando-o conhecedor de toda a tragédia e horror que não só ela, mas que todos os tutsis passaram. É um relato ao mesmo tempo chocante, pela crueldade dos atos e fatos, e comovente, pela experiência que a autora teve com o poder de sua fé em Deus.
Em primeira pessoa do singular, Immaculée conta todo horror pelo qual passou durante os cem dias que durou o conflito. Immaculée começa a narração se apresentando e apresentando seu país a todos os leitores. Nesta parte a autora retroage no tempo para que o leitor possa tomar conhecimento de como ela e sua família pensavam e viviam antes do terrível conflito. Seus pais (Leonard e Rose) eram professores e acreditavam que a educação era a única arma contra a pobreza e a fome e, por isso, investiram na educação de seus quatro filhos, três meninos (Damascene, Vianney (mortos) e Aimable, e uma menina (Immaculée).

Immaculée e sua família eram católicos fervorosos, amavam-se e eram muito unidos. Seus pais eram respeitados e queridos pela vizinhança. Immaculée sempre foi muito estudiosa e, apesar de em seu país as meninas não serem incentivadas a estudar, pois o casamento era o máximo que uma mulher poderia almejar, seus pais sempre fizeram de tudo para que ela, através dos estudos, tivesse sua independência intelectual e financeira. Com o incentivo e apoio da família Immaculée ingressou na Universidade. Ela sabia que havia desavenças entre tutsis e hutus, mas não imaginava que essa rivalidade culminaria com o acontecimento que devastaria seu povo.
“Em nossa casa, racismo e preconceito eram totalmente desconhecidos. Eu não tinha consciência de que as pessoas pertenciam a tribos e raças diferentes e, até entrar para a escola, jamais havia escutado palavras como tútsi ou hútu... eu era uma menininha muito feliz, em uma família feliz, habitante do que me parecia ser uma aldeia feliz, onde as pessoas se respeitavam e eram amigas umas das outras.”

”Meus pais eram professores, pais extremosos e muito respeitados na aldeia. Éramos quatro filhos e só eu de menina, os amávamos muito e éramos muito próximos até o último minuto antes de nossa separação. Lembro-me que nossos vizinhos eram com pais para nós. Sabíamos que tinham problemas entre os Hutus e os Tutsis, porém, nunca imaginamos que o ódio imperaria.”


A história prossegue e Immaculée continua seu relato repassando ao leitor todos os sentimentos que a invadiram durante os três meses que ela e mais sete mulheres passaram escondidas em um minúsculo banheiro, amontoadas, amedrontadas, em silêncio absoluto, comendo restos da casa (quando era possível). Tinham seus ciclos menstruais sem as mínimas condições de higiene, sem direito a tomarem um banho sequer, num banheiro que tinha como área de ventilação apenas uma pequena janela basculante, à altura do teto, coberta por um pedaço de pano vermelho. Immaculée conta que a única coisa que podia fazer era rezar doze, treze e até mais horas por dia. Por vezes, quando o pastor conseguia ir até elas, contava-lhes sobre as atrocidades que estavam acontecendo lá fora, o que as deixavam cada vez mais aterrorizadas, vivendo numa constante tortura física e mental.
“Não sou capaz de dizer quanto medo você sente quando sabe que eles podem nos pegar a qualquer momento. Eles tinham facões. Eles tinham lanças.”
“Por favor, Deus, deixe cegos os assassinos quando chegarem ao quarto do pastor — não permita que descubram a porta do banheiro, não permita que eles nos vejam. Você salvou Daniel da cova dos leões, impediu que eles o fizessem em pedaços... não permita que esses homens nos façam em pedaços também. Deus, proteja-nos como protegeu Daniel.”
“Eu sabia que existiam problemas entre as duas tribos. Mas nunca imaginei... simplesmente aconteceu. Sem motivo algum. Ficamos naquele banheiro por três meses. Eles nunca nos encontraram.”


Immaculée sentia que perdera todos aqueles a quem amava e por quem tinha grande apreço e carinho, pois seus parentes e amigos ou estavam mortos ou se transformaram em caçadores cruéis de tutsis. Perdeu pais, irmãos (só um sobreviveu por encontrar-se longe do local do conflito), amigos, vizinhos, colegas, o namorado John (de etnia hutu), com o qual havia namorado firme por dois anos e já haviam vislumbrado casamento. Para termos ideia das privações pelas quais ela e suas companheiras de confinamento passaram, relatou que quando entrou naquele banheiro, pesava 52kgs e, ao sair, estava pesando em torno de 29kgs. Immaculée prossegue seu relato narrando as situações difíceis e desafiadoras pelas quais passou após sair do banheiro, a pouca ou nula atuação da ONU para estagnar o conflito e a pouca eficácia das tropas francesas e dos belgas para deter os assassinos. Em todos esses momentos e situações, a autora professou sua crença, sua fé em Deus.
“Aquela estrada me havia levado a todos os lugares que eu amava. A estrada atravessou minha vida, mas essa vida já não existia. Era agora um caminho percorrido por assassinos e estupradores. Uma tristeza profunda tomou conta de mim à medida que me dava conta de que, acontecesse o que acontecesse, minha vida jamais voltaria a ser a mesma. Fechei os olhos e disse a Deus que cabia-Lhe encontrar o novo caminho que eu deveria seguir.”


Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre é um livro no qual o leitor enxerga sob os olhos e sentimentos da autora a matança impiedosa de seu povo, além de deixar bem claro aos leitores que sua sobrevivência ocorreu única e exclusivamente pela fé incondicional e inabalável em Deus, que a amparou e a livrou de morte tão cruel. É um relato de todo o horror que o holocausto impôs ao seu povo e da infeliz constatação de o quanto o ser humano pode ser cruel e impiedoso com seus semelhantes.


Minha opinião sobre a obra

Bem, queridos leitores, li “Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre” muito rapidamente. Este é o tipo do livro que, apesar de conter um enredo forte, impele o leitor a prosseguir ininterruptamente com a leitura. Gera angústia e ao mesmo tempo expectativa de se conhecer detalhes da impressionante trajetória de fé, resistência e vitória de Immaculée Ilibagiza. O único ponto que me incomodou na narrativa da autora foi o fato de ela atribuir a forças malignas toda essa carnificina, pois acho uma maneira muito simplista de tentar justificar os atos bárbaros cometidos por seres (ditos) humanos. Não há de se desconsiderar que não foram atrocidades cometidas ao acaso, sem planejamento e/ou motivação. Através do próprio relato de Immaculée e de pesquisas, tomei conhecimento das principais causas que deflagraram tal barbárie. A grande maioria dos hutus, incluindo religiosos, decidiu pelo genocídio, mas teve também hutus, como o pastor que arriscou sua vida e a de sua família escondendo-as no banheiro, que optaram por tentar poupar, salvar vidas. Então, de acordo com a natureza de cada um, escolhas foram feitas e cada um deve ser responsável e responsabilizado por atos (bons ou ruins) que praticou em razão de sua escolha.
“Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre” relata os sentimentos mais vis e também os sentimentos mais nobres e virtuosos que o ser humano pode expressar. Através de um relato dramático e comovente, ficamos sabendo através do ponto de vista de Immaculée Ilibagiza, uma sobrevivente ao genocídio ocorrido em Ruanda, que o extermínio impiedoso de cerca de 75% dos ruandeses tutsis foi fruto da intransigência, da intolerância, da ganância pelo poder e da falta de misericórdia do homem com seu próximo. Ele não só contém a história das agruras pelas quais Immaculée passou durante três meses escondida em um pequeno banheiro com outras sete mulheres para escapar da morte, como também é uma confissão categórica de religiosidade e fé em Deus, fé essa que, particularmente acho, que aliada a sua determinação em não se deixar matar de forma tão bárbara, tornou-a vitoriosa. Aos agnósticos, digo que a intenção da resenha não é fazê-los crer em Deus, mas, sim, expor o sentimento da autora de que uma força superior lhe amparou e a ajudou a suportar todas as penúrias impostas pelos algozes do seu povo. Essa força ela (e eu) chama de Deus. Cada um denomine-a como quiser, de acordo com suas convicções e crenças.
“Eu nunca me rendi à morte, de alguma forma senti que deveria viver. E eu supliquei a Deus: Deus, se você estiver aí, expulse daqui os assassinos, por favor, antes que eles nos encontre.”

Os assassinos não “enxergaram” Immaculée. Ela sobreviveu graças a sua fé incondicional e inabalável em Deus. Atualmente, ministra palestras em todo mundo sobre os horrores provocados pelo holocausto que exterminou quase a totalidade de seus irmãos étnicos e deixou sequelas irreparáveis e inesquecíveis nos que a ele sobreviveu.
Que relato impressionante, dramático e comovente!
Li, gostei demais e recomendo!


site: http://clubedolivro15.blogspot.com.br/2017/05/resenha-internacional-sobrevivi-para.html
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Vanda 24/05/2017

Relato impressionante, dramático e comovente
Olá, gente querida!
Hoje, trago para vocês a resenha do livro “Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre”, de Immaculée Ilibagiza. Neste livro, rebuscando suas memórias, Immaculée, a mulher que sobreviveu ao estarrecedor genocídio ocorrido em 1994, em Ruanda (que vitimou mais de 800 mil pessoas num massacre que chocou a África e o mundo), faz um relato impactante sobre como ela e mais sete mulheres sobreviveram durante três meses escondidas em um minúsculo banheiro para escaparem da morte. É um relato de vida real, no qual o leitor se depara com os sentimentos mais cruéis e impiedosos que o ser humano impõe ao seu semelhante em prol da intolerância, do poder e da ganância. Este é o tipo de leitura que a gente gostaria que os fatos narrados não fossem reais, fossem fantasias, ficções, que nunca tivessem ocorrido. Entretanto, esse e outros genocídios aconteceram na história da humanidade e, mesmo chocando a quem lê, devem ser do entendimento e conhecimento de todos para, quem sabe, além de simplesmente constarem dos anais da história, nunca mais, por razão ou motivação alguma, tornem a acontecer. A religiosidade e o poder da fé inabalável de Immaculée também são pontos fortes da narração.
A história de Immaculée me tocou tanto que após ler o livro dei uma pesquisada sobre o assunto e fiz um pequeno resumo para auxiliar o leitor que, assim como eu, tiver a curiosidade de saber a motivação de tanta iniquidade. Achei interessante colocar essas informações antes da resenha, para que ao apresentar a história, todos tenham algum conhecimento dos fatos. Bem, essa foi minha interpretação sobre o genocídio em Ruanda:

Ruanda, capital Kigali, é um país pequenininho localizado na região dos Grandes Lagos da África Centro-Oriental. A maioria dos ruandeses professa a religião católica e sua população em sua quase totalidade é constituída por três tribos: Hutus (maioria), Tutsis (minoria) e um número insignificante de Twa (pigmeus).
Apesar da grande maioria dos ruandeses ser hutus (cerca de 85%), por muito tempo, a minoria tutsi dominou o país, detendo as funções e cargos mais importantes e privilegiados, enquanto que aos hutus cabiam cargos e funções menos relevantes e os trabalhos braçais. Essa condição prevaleceu por muito tempo até os hutus se revoltarem, se organizarem e em 1959 derrubarem a monarquia tutsi. Milhares de tutsis fugiram para países vizinhos incluindo a Uganda. Um grupo de exilados tutsis formou a Frente Patriótica Ruandesa (RPF) que invadiu Ruanda em 1990.
Em 1993 foi assinado um acordo de paz e, logo após o acordo que parecia por fim aos conflitos tribais, em seis de abril de 1994, o avião que transportava dois líderes hutus, o presidente de Ruanda (Juvenal Habyarimana) e o presidente do Burundi (Cyprien Ntaryamira), foi derrubado matando os dois líderes. Os hutus culparam a RPF pelas mortes (há quem diga que foram os próprios hutus que derrubaram o avião para justificar a chacina) e imediatamente deram início ao sangrento e cruel genocídio que durou cem dias, vitimando mais de 800 mil tutsis (o número de mortos varia de acordo com as fontes: umas dão conta de 500 mil mortos, outras, contabilizam mais de um milhão).
A maioria dos estudiosos afirma que a colonização Belga foi fator determinante do genocídio, entretanto, há correntes que afirmam que a colonização Belga não foi a principal causa, mas um dos fatores determinantes, pois a posição social que hutus e tutsis possuíam já fazia parte da tradição ruandesa. Com a chegada dos belgas essa tradição foi sendo erradicada quando os belgas passaram a “classificar” os ruandeses, através de características (detalhes) físicas em hutus e tutsis e registraram em seus cartões de identidade sua posição social (se eram hutus ou tutsis), acirrando a rivalidade já existente. O catolicismo também contribuiu com o genocídio, pois de acordo com os estudiosos, a alta cúpula da igreja católica ruandesa estava vinculada ao poder do Estado e foram os principais bispos e alguns padres de Ruanda que autorizaram a matança dentro das igrejas (locais que deveriam manter em segurança as pessoas que ali procurassem ajuda).
Um conflito étnico entre duas aldeias “irmãs” em busca de poder, deu início a um sangrento e cruel massacre local. Eles invadiram casa torturando até a morte. Vizinhos mataram vizinhos, maridos hutus mataram suas esposas tutsis. Mulheres tutsis foram barbarizadas, estupradas e mortas. Muitas delas foram levadas pelos hutus e mantidas como escravas sexuais. Crianças eram trucidadas na frente dos pais e mulheres grávidas tinham o ventre dilacerado e seus bebês arrancados e mortos na frente de todos. A ONU e a Bélgica tinham forças de segurança em Ruanda, mas são acusadas de não fazerem nada para pararem a matança. Os franceses enviaram militares para criar uma zona de segurança, mas, também, são acusados de serem aliados aos hutus e de não fazerem nada para deter os assassinatos. Enfim, uma combinação de ganância, ódio, preconceito, vingança e omissões dizimaram barbaramente cerca de 75% da população tutsi. Foi um período feio, bárbaro, impiedoso e desumano da história mundial.

No livro “Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre”, a autora,Immaculée Ilibagiza, relata de maneira clara, objetiva e muito emocionante a história de sua vida, mais precisamente, de como sobreviveu ao cruel genocídio ocorrido em Ruanda, no ano de 1994. A autora deixa claro que o livro não tem a pretensão de contar a história de Ruanda ou do genocídio, mas, sim, a história de sua vida, e de como ela sobreviveu ao genocídio. Entretanto, ao relatar tão minuciosamente suas impressões e toda perseguição, perdas, angústias e dor pelas quais passou, ela acaba dando ao leitor informações valiosas sobre as motivações e a forma como os tutsis foram dizimados, tornando-o conhecedor de toda a tragédia e horror que não só ela, mas que todos os tutsis passaram. É um relato ao mesmo tempo chocante, pela crueldade dos atos e fatos, e comovente, pela experiência que a autora teve com o poder de sua fé em Deus.
Em primeira pessoa do singular, Immaculée conta todo horror pelo qual passou durante os cem dias que durou o conflito. Immaculée começa a narração se apresentando e apresentando seu país a todos os leitores. Nesta parte a autora retroage no tempo para que o leitor possa tomar conhecimento de como ela e sua família pensavam e viviam antes do terrível conflito. Seus pais (Leonard e Rose) eram professores e acreditavam que a educação era a única arma contra a pobreza e a fome e, por isso, investiram na educação de seus quatro filhos, três meninos (Damascene, Vianney (mortos) e Aimable, e uma menina (Immaculée).
Immaculée e sua família eram católicos fervorosos, amavam-se e eram muito unidos. Seus pais eram respeitados e queridos pela vizinhança. Immaculée sempre foi muito estudiosa e, apesar de em seu país as meninas não serem incentivadas a estudar, pois o casamento era o máximo que uma mulher poderia almejar, seus pais sempre fizeram de tudo para que ela, através dos estudos, tivesse sua independência intelectual e financeira. Com o incentivo e apoio da família Immaculée ingressou na Universidade. Ela sabia que havia desavenças entre tutsis e hutus, mas não imaginava que essa rivalidade culminaria com o acontecimento que devastaria seu povo.
“Em nossa casa, racismo e preconceito eram totalmente desconhecidos. Eu não tinha consciência de que as pessoas pertenciam a tribos e raças diferentes e, até entrar para a escola, jamais havia escutado palavras como tútsi ou hútu... eu era uma menininha muito feliz, em uma família feliz, habitante do que me parecia ser uma aldeia feliz, onde as pessoas se respeitavam e eram amigas umas das outras.”

”Meus pais eram professores, pais extremosos e muito respeitados na aldeia. Éramos quatro filhos e só eu de menina, os amávamos muito e éramos muito próximos até o último minuto antes de nossa separação. Lembro-me que nossos vizinhos eram com pais para nós. Sabíamos que tinham problemas entre os Hutus e os Tutsis, porém, nunca imaginamos que o ódio imperaria.”


A história prossegue e Immaculée continua seu relato repassando ao leitor todos os sentimentos que a invadiram durante os três meses que ela e mais sete mulheres passaram escondidas em um minúsculo banheiro, amontoadas, amedrontadas, em silêncio absoluto, comendo restos da casa (quando era possível). Tinham seus ciclos menstruais sem as mínimas condições de higiene, sem direito a tomarem um banho sequer, num banheiro que tinha como área de ventilação apenas uma pequena janela basculante, à altura do teto, coberta por um pedaço de pano vermelho. Immaculée conta que a única coisa que podia fazer era rezar doze, treze e até mais horas por dia. Por vezes, quando o pastor conseguia ir até elas, contava-lhes sobre as atrocidades que estavam acontecendo lá fora, o que as deixavam cada vez mais aterrorizadas, vivendo numa constante tortura física e mental.
“Não sou capaz de dizer quanto medo você sente quando sabe que eles podem nos pegar a qualquer momento. Eles tinham facões. Eles tinham lanças.”
“Por favor, Deus, deixe cegos os assassinos quando chegarem ao quarto do pastor — não permita que descubram a porta do banheiro, não permita que eles nos vejam. Você salvou Daniel da cova dos leões, impediu que eles o fizessem em pedaços... não permita que esses homens nos façam em pedaços também. Deus, proteja-nos como protegeu Daniel.”
“Eu sabia que existiam problemas entre as duas tribos. Mas nunca imaginei... simplesmente aconteceu. Sem motivo algum. Ficamos naquele banheiro por três meses. Eles nunca nos encontraram.”


Immaculée sentia que perdera todos aqueles a quem amava e por quem tinha grande apreço e carinho, pois seus parentes e amigos ou estavam mortos ou se transformaram em caçadores cruéis de tutsis. Perdeu pais, irmãos (só um sobreviveu por encontrar-se longe do local do conflito), amigos, vizinhos, colegas, o namorado John (de etnia hutu), com o qual havia namorado firme por dois anos e já haviam vislumbrado casamento. Para termos ideia das privações pelas quais ela e suas companheiras de confinamento passaram, relatou que quando entrou naquele banheiro, pesava 52kgs e, ao sair, estava pesando em torno de 29kgs. Immaculée prossegue seu relato narrando as situações difíceis e desafiadoras pelas quais passou após sair do banheiro, a pouca ou nula atuação da ONU para estagnar o conflito e a pouca eficácia das tropas francesas e dos belgas para deter os assassinos. Em todos esses momentos e situações, a autora professou sua crença, sua fé em Deus.
“Aquela estrada me havia levado a todos os lugares que eu amava. A estrada atravessou minha vida, mas essa vida já não existia. Era agora um caminho percorrido por assassinos e estupradores. Uma tristeza profunda tomou conta de mim à medida que me dava conta de que, acontecesse o que acontecesse, minha vida jamais voltaria a ser a mesma. Fechei os olhos e disse a Deus que cabia-Lhe encontrar o novo caminho que eu deveria seguir.”

Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre é um livro no qual o leitor enxerga sob os olhos e sentimentos da autora a matança impiedosa de seu povo, além de deixar bem claro aos leitores que sua sobrevivência ocorreu única e exclusivamente pela fé incondicional e inabalável em Deus, que a amparou e a livrou de morte tão cruel. É um relato de todo o horror que o holocausto impôs ao seu povo e da infeliz constatação de o quanto o ser humano pode ser cruel e impiedoso com seus semelhantes.

Minha opinião sobre a obra

Bem, queridos leitores, li “Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre” muito rapidamente. Este é o tipo do livro que, apesar de conter um enredo forte, impele o leitor a prosseguir ininterruptamente com a leitura. Gera angústia e ao mesmo tempo expectativa de se conhecer detalhes da impressionante trajetória de fé, resistência e vitória deImmaculée Ilibagiza. O único ponto que me incomodou na narrativa da autora foi o fato de ela atribuir a forças malignas toda essa carnificina, pois acho uma maneira muito simplista de tentar justificar os atos bárbaros cometidos por seres (ditos) humanos. Não há de se desconsiderar que não foram atrocidades cometidas ao acaso, sem planejamento e/ou motivação. Através do próprio relato de Immaculée e de pesquisas, tomei conhecimento das principais causas que deflagraram tal barbárie. A grande maioria dos hutus, incluindo religiosos, decidiu pelo genocídio, mas teve também hutus, como o pastor que arriscou sua vida e a de sua família escondendo-as no banheiro, que optaram por tentar poupar, salvar vidas. Então, de acordo com a natureza de cada um, escolhas foram feitas e cada um deve ser responsável e responsabilizado por atos (bons ou ruins) que praticou em razão de sua escolha.
“Sobrevivi para Contar - O poder da fé me salvou de um massacre” relata os sentimentos mais vis e também os sentimentos mais nobres e virtuosos que o ser humano pode expressar. Através de um relato dramático e comovente, ficamos sabendo através do ponto de vista de Immaculée Ilibagiza, uma sobrevivente ao genocídio ocorrido em Ruanda, que o extermínio impiedoso de cerca de 75% dos ruandeses tutsis foi fruto da intransigência, da intolerância, da ganância pelo poder e da falta de misericórdia do homem com seu próximo. Ele não só contém a história das agruras pelas quais Immaculée passou durante três meses escondida em um pequeno banheiro com outras sete mulheres para escapar da morte, como também é uma confissão categórica de religiosidade e fé em Deus, fé essa que, particularmente acho, que aliada a sua determinação em não se deixar matar de forma tão bárbara, tornou-a vitoriosa. Aos agnósticos, digo que a intenção da resenha não é fazê-los crer em Deus, mas, sim, expor o sentimento da autora de que uma força superior lhe amparou e a ajudou a suportar todas as penúrias impostas pelos algozes do seu povo. Essa força ela (e eu) chama de Deus. Cada um denomine-a como quiser, de acordo com suas convicções e crenças.
“Eu nunca me rendi à morte, de alguma forma senti que deveria viver. E eu supliquei a Deus: Deus, se você estiver aí, expulse daqui os assassinos, por favor, antes que eles nos encontre.”

Os assassinos não “enxergaram” Immaculée. Ela sobreviveu graças a sua fé incondicional e inabalável em Deus. Atualmente, ministra palestras em todo mundo sobre os horrores provocados pelo holocausto que exterminou quase a totalidade de seus irmãos étnicos e deixou sequelas irreparáveis e inesquecíveis nos que a ele sobreviveu.
Que relato impressionante, dramático e comovente!
Li, gostei demais e recomendo!


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Toni 17/05/2017

Uma fé que removeu montanhas
Um milhão de pessoas mortas em 3 meses! Isto é cerca de 11.000 pessoas trucidadas ao dia... que louco este mundo, não?! Mas, mais importante do que isto, é a superação apresentada como uma possibilidade a todos nós. Se I. Ilibagiza perdoou seus detratores através de uma fé ate então para mim desconhecida, eu também posso!!!
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Maria.Carolina 05/03/2017

A vida sofrida, a perseguição e a fuga.
Cada página de sofrimento é cativante e muito real, todos os detalhes são descritos com tamanha realidade que entramos naquele banheiro que serve de esconderijo.

Sufocamos juntos, torcemos por ninguem ouvi la e rezamos juntos com aquelas mulheres.
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Gabriela.Ferreira 23/02/2017

Maravilhoso
Foi um retiro espiritual me conectar com a história de Immaculée! Vivi intensamente cada momento e aprendi muito com sua capacidade de ser o Evangelho vivo de Cristo!
Ler o livro me fez querer ser alguém melhor! Gratidão e perdão passam a ser as palavras de ordem!
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Manuh 07/09/2016

Que história!!!

Fiquei completamente encantada com a família de Immaculée, uma estrutura familiar tão sólida e com tanto amor, que desejei que todas as famílias fossem assim.
A cada página do livro, sofri junto, chorei, fiquei perplexa com a maldade humana, e chorei mais ainda com o poder do perdão.
Esse livro mexeu comigo, me deixou reflexiva por semanas, me marcou! Vou levar essa história comigo, os seus valores, e vou indicar sempre a sua leitura.

Estou grata por essa mulher ter compartilhado a sua história.
Vale a pena ler e reler.

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spoiler visualizar
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Simone de Cássia 11/04/2016

Toda vez que abandono um livro e pego outro em seguida eu fico com um certo "pé atrás", esperando que esse "outro" me surpreenda e conserte a "trapalhada" do anterior... e dessa vez me surpreendi mesmo... esse livro é muito lindo! Uma história de vida fantástica, uma lição de coragem e fé surpreendente! Eu imaginava que seria bom, mas achei ótimo! Vale como leitura e releitura constante como terapia anti desânimo.A vida pode ser bela...
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Ju 25/01/2016

Melhor livro
Eu amei do começo ao fim! Recomendo muito!
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Jhow 24/06/2015

História comovente e inspiradora...
Sou suspeito para falar sobre esse livro, eu simplesmente me apaixonei pela história e sofri junto com a Immaculée Ilibagiza. Não consigo entender o porque de tanta maldade no coração dessas pessoas; não consigo entender porque tanta raiva; enfim, realmente eu não consigo e jamais conseguirei entender o que se passa na cabeça de pessoas que cometem coisas do tipo. Apesar da história triste e comovente, nos traz uma ótima lição de vida (tanto para os que acreditam em Deus) tanto para os que não acreditam. A coragem, a força e o amor se faz presente do início ao fim nessa linda (e triste ao mesmo tempo) história. O mais intrigante nisso tudo, é a forma com que ela perdoou um dos malfeitores. Tenho a plena certeza e convicção, de que essa garota, é um símbolo da humanidade que que deveria existir.
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