Resenhas - Dias de Abandono

camila_camomila 21/03/2023

A escrita da ferrante sempre me acolhe e é por isso que gosto tanto dela. demorei para terminar esse livro, não porque é ruim ou algo do tipo, mas porque precisava de momentos de retrospecção para ele... é tanta intimidade, exposição e dor... é mais do que sobre ser abandonada pelo marido. num dia, você é carne de sua carne e, no outro, não é nada e não pertence nem a si mesma.

?o cão não me queria dentro do seu sofrimento, me afastava como se eu não merecesse aliviar sua agonia?

Ricardo Emídio 19/03/2023

Livrasso, Elena Ferrante não mede palavras pra expor o que quer que seja em suas histórias, é muito interessante como a autora consegue atingir dos pontos mais chulos até os mais poéticos da linguagem, tudo isso sem se perder do objetivo central da narrativa. O episódio central de catarse da personagem é extremamente sufocante, eu literalmente tive que me lembrar de dar pausas para respirar, a situação é muito potencializada pela escrita envolvente da autora. Foi bom ler esse livro curtinho, além de uma história sensacional e contada de forma magistral, ainda serviu pra me dar o incentivo que faltava para terminar a tetralogia "A Amiga Genial".

mahyA.buzutti 19/03/2023

AS FASES DE SER DEIXADA DE LADO
Que livro profundo!
Cada parte que lia, conseguia sentir aquilo que a protagonista estava sentindo. Muito difícil sofrer por algo que vc não tem o que fazer a respeito a não ser superar!

Tocante, profundo e inspirador, tudo passa e cada dia mais vejo o quão verdade é: TUDO É APRENDIZADO! (principalmente coisas ruins que acontecem, COMO aprendemos)

LEIAM!!

xtina42 15/03/2023

A woman left lonely
Li em um dia de tão presa que fiquei na história da Olga. A escrita desse romance é fantástica, conseguiu impor as emoções da narradora a sua leitora (eu) com firmeza. O abismo de Olga virou meu também. A depressão que se manifesta descontrolada, raivosa, tão comum nas mulheres - principalmente as que acreditam que "dão conta de tudo". O desespero, a nausea, o nevoeiro de emoções que encobria a visão de Olga. Tudo isso senti com ela. O fim do livro chegou que eu nem vi. Elena Ferrante causou revoluções na minha cabeça.

ju leite 13/03/2023

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184 páginas da mente de uma mulher traída. gosto muito da forma como esse livro aborda a facilidade que temos em virar aquilo que um dia juramos que nunca seríamos (principalmente quando se é mulher). fui da empatia ao remorso rapidamente e várias vezes. meu coração despedaça toda vez que lembro das crianças mesmo tendo ciência de que é uma ficção. menos 0,5 porque a Olga me tirou do sério muitas vezes ao ponto de fechar e largar o livro, mas acho que é isso que acontece quando a gente se depara com um personagem tão real. ?preciso aprender de novo - disse - o passo tranquilo de quem acha que sabe aonde está indo e por quê?.

Camila 11/03/2023

Dias de Abandono
Repito: tudo que Elena Ferrante publicar, lerei. Depois de ?Um Amor Incômodo? fiquei com receio de reencontrar Elena e me decepcionar. Dias de Abandono apaziguou a falta que essa escrita me fez/faz. Elena é tão dura e crua na descrição de uma relação de acaba após 15 anos que foi possível sentir na pele o desespero de Olga, a esposa abandonada pelo marido que decide viver com uma ninfeta. Através da narrativa de Olga acompanhamos o momento da ruptura e todas as fases subsequentes que vive uma mulher (ponto alto) desprovida de explicações e sentido que aplaque a dor daquela traição. Olga abandona a si, aos filhos e ao pobre Otto, cachorro com um papel fundamental na reconstrução dessa mulher. Foi difícil atravessar a metade do livro, onde Olga cai no vazio de sentido. Difícil, doloroso e, por vezes, desesperador. Levei dias para atravessar poucas páginas. Mérito indiscutível do que Elena Ferrante consegue provocar. Qualquer um que tenha vivido minimamente uma experiência de traição vai se identificar com esse processo tão densamente descrito.
Para os fãs da tetralogia, achei a cadência narrativa bem próxima aqui.

Susana 07/03/2023

Impactante, é um fluxo de consciência bem pesado, mas necessário para entender o que se passa na vida de uma pessoa abandonada.

Francine 06/03/2023

O duro abandono de si
Gosto muito dos livros de Elena Ferrante, apesar de duros e angustiantes.

A sua escrita é envolvente, crua e direta.

Nesse título fiquei sem fôlego, incomodada e reflexiva do início ao fim.

Ela nos faz sentir a confusão, os dias de abandono de si da personagem e a busca por sentido.

Não é uma leitura fácil, no sentido emocional, mas vale a leitura.

Vladia Castro 04/03/2023

Dias de abandono (Elena Ferrante)
Elena Ferrante traz um livro mais intenso. Olga se vê em um turbilhão de emoções, sem rumo, após Mario, seu marido, dizer que o casamento tinha acabado. Isso sem muitas meia palavras... Com filhos e completamente desnorteada, Olga passa por momentos em que sua angústia domina e lhe deixa sem fôlego... E que acaba ficando pior quando descobre que Mário está com uma mulher mais nova. Há todo o questionamento de si mesma como mulher e mãe, do porquê do fim do casamento. Em várias páginas, Elena Ferrante consegue muito bem passar essa angústia que oprime Olga pra quem tá lendo.

Lana 02/03/2023

Muitas faces do abandono
Estamos dentro da cabeça de uma personagem dilacerada. Gostei muito de algumas passagens, de outras achei que faltou algo... mas entendi que o retrato da dor às vezes pode ser assim: profundamente empático ou inverossímil. O desespero tem em si uma licença poética pungente.

Camila.Queiroz 27/02/2023

"Existir é isso, pensei, um sobressalto de alegria, uma pontada de dor, um prazer intenso, veias que pulsam sob a pele, não há mais nada de verdadeiro para contar.".

Fazia tempo que eu queria ler esse livro, mas eu tinha tanta certeza que eu iria gostar, que deixava ele no canto, meio que guardando essa experiência agradável para depois, sabe? No final das contas, eu gostei, mas não foi uma leitura fácil, tampouco minha preferida. Elena Ferrante é capaz de nos fazer sentir na pele um pouco das suas personagens, mas nem sempre estamos preparados para esse sentir.

patricia 25/02/2023

Muito bom
Representação bem crua do abandono e da dor da rejeição. mostra questões profundamente femininas na dinâmica do casamento heterossexual e o que significa quando ele acaba.

luiza 23/02/2023

Que homem ele era? Com quem eu vivi por quinze anos?
Durante 15 anos Olga foi casada com Mário, mas isso não o impediu de um dia acordar e decidir que a trocaria por outra mulher, outra família e outra vida.

Com duas crianças para cuidar e todas as responsabilidades antes divididas postas em suas costas, a protagonista escancara sua frustração e não se retém em expressar suas emoções enfurecidas e consideradas por muitos histéricas.

Da negação ao desespero, Elena Ferrante demonstra nessa história todas as fases corrosivas do abandono e tormento de encarar o vazio dentro de si.

A autora segue sendo magnífica em transcrever sensações cotidianas e estranhezas das relações humanas.
Muito bom!!!

nanda 22/02/2023

Um abandono completo de si
Elena Ferrante consegue trazer diferentes sentimentos a cada leitura. esse é o sétimo livro que leio dela e posso dizer que é minha autora preferida.

sua leitura sempre traz consigo sentimentos que não encontro em outros livros. ela consegue descrever quase perfeitamente um incômodo e uma sensação de estranheza, carregada de angústia.

"Dias de abandono" não é uma leitura simples, assim como seus demais livros. você realmente sente o abandono na pele, e percebe como o amor realmente pode nos destruir. aqui, um abandono amoroso se tornou um abandono de si mesma e dos próprios filhos.

a escrita de Elena Ferrante é de outro mundo - talvez por isso não é do agrado de todos. é cativante ao mesmo tempo que pode ser monótona: desses dois opostos se cria uma leitura bela.

mesmo amando sua escrita, não consigo evitar sentir que depois da leitura da tetralogia napolitana (leiam!!!), qualquer leitura posterior dela parece um rascunho. é inevitável a comparação, mas tento aproveitar suas outras obras igualmente - ou quase.

Bruno Malini 21/02/2023

Muito bom
A cada livro me apaixono mais ainda pela dessa autora. Um texto cru, vai na ferida sem medo de chocar, sem falso moralismo.