Greice21 21/07/2023
La bela morte
Caitlin sempre foi fascinada pela morte. Desde muito nova, seus gostos pendiam para as mais remotas singularidades do mundo dos mortos. Não obstante, neste livro, Caitlin nos levara de carona aos cantos de um crematório, dissecando cada momento, desde o melhor ao pior. Seu objetivo, como relata em alguns trechos é tornar-se dona de uma casa funerária, que trate a família enlutada, e o morto claro,a morte em si como algo normal, que acontece dia a dia. Avessa as parafernálias, e peruagens que são incrustadas num velório, Caitlin abordara também, como ocorre esse pré e pós morte nas mais diversas culturas. Interessante que ela faz um respaldo de seu outro livro - _Para toda a eternidade_ - que também traz a fundo como as culturas mundo a fora lidam com a morte, seus cultos e ritos. Dos mais belos aos mais curiosos. Li o livro nos dias seguintes ao falecimento do meu pai, ocorrido em 2020. E enquanto lia este ?Confissões do Crematório- me veio a memória de quão estranho me pareceu o corpo de meu pai, aquele não era o homem que me viu nascer e crescer. Assim como Cailtin nos traz no livro, a questão da maquiagem, para deixar apresentável a família, e a que deixa indignada, me fez pensar no que senti naquela época. Meu pai estava diferente, coberto com sabe lá quantas camadas de maquiagem, cabelo penteado e lambido rente a cabeça (meu pai sempre teve cabelos encaracolados e revoltos heheh). Fiquei bem pensativa no fim que gostaria para mim... Foi até uma pauta que discuti com meu marido, não vejo sentido -gera até mais angustia- o simbolismo do velório, o sepultamento. Nessa do velório até foi um assunto que surgiu na escola, por conta de que pessoas voltavam a vida, por isso o rito do ?velar?. Parece-me que fica aquela lembrança ? o tumulo, o caixão- de que você passou por uma perca, acho que o que nos vale é a lembrança de quem foi aquela pessoa em vida, e que ela sempre terá um lugar em nossos corações.