As ondas

As ondas Virginia Woolf




Resenhas - As Ondas


101 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Igurzz 28/07/2020

A capacidade de estar só na presença do outro
As ondas, é de longe o maior ato de virginia woolf, uma prosa poética extremante caótica intercalada com várias fases do humano, de como lidamos com a falta, a perda, a plinitude e o luto. Um sentimento oceânico de extrema solidão, porém demasiada plenitude. Uma prosa desitengrada por seis personagens, que contemplam a si mesmos na presença do outro. Um mecanismo tão sofisticado, uma solidão tão clariceana, que apenas Woolf conseguiu metabilizar a violenta angústia de uma persona quebrada em seis.
Esse livro é antes de tudo um ensaio sobre a capacidade de estar só na presença do outro, sem a necessidade de destruir o outro para contemplar a si mesmo.
comentários(0)comente



Lorenza.Borba 04/07/2020

caramba - disse lorenza - que doidera, nunca vi uma narrativa dessas, parece que saí da minha cabeça e pipoquei na de sete.
Maria 12/07/2020minha estante
Onde você comprou? Estou procurando e não acho em lugar nenhum


Lorenza.Borba 12/07/2020minha estante
eu li em pdf, desculpa...




Natalia.Maria 30/06/2020

Deixei-me levar
Fui levada pelas ondas de Virginia, o livro tem uma leitura fluida e muito gostosa
comentários(0)comente



Lázara 29/06/2020

À sombra da natureza humana
À sombra na natureza, Virginia semeou seis personalidades perfeitamente identificáveis. Seis mentes abertas ao nosso escrutínio: mentes repletas de recantos escuros, terra, folhas, miragens... e Percival.
comentários(0)comente



Ingrid 11/02/2020

Minha primeira experiência com Virginia Woolf foi “Orlando”. Fiquei encantada e não me esqueci dele. Fiquei curiosa para me aproximar mais das obras de Virginia, mesmo sabendo que não seria fácil. Realmente, não foi. “As ondas” me afogaram lentamente e no raso. As seis narrativas foram dificultosas e cansativas de acompanhar. Antes de iniciar a leitura do livro, li diversas resenhas críticas para saber o que esperar e inúmeras vezes me deparei com a descrição de que seria a obra prima da autora, o livro mais complexo e completo que ela já teria escrito. Talvez seja de uma profundidade e complexidade que não me cabe. São sim, seis narrativas poéticas, costuradas de forma a passarem os anos sem que isso seja dito nessas exatas palavras, mas sentido pelos fatos das vidas e amadurecimento dos personagens. No entanto, não consegui atingir a profundidade que ela exige para ser tomada pelas ondas da forma como, talvez, devesse. No final de tudo, só posso dizer que não foi uma boa leitura. Foi intercalada por inúmeras pausas em que me pegava pensando se não era melhor desistir dela, já que, cada vez que me perguntava se estava compreendendo, a resposta era uma negativa. Não quis largar e acho que aí está meu maior erro. Agora, minha avaliação é baixa para este livro. Mas, talvez aos cinquenta e tantos anos, essas seis pessoas me dissessem tudo que eu precisasse ouvir sobre a vida.
Maria 27/06/2020minha estante
Onde comprou? Não acho em lugar nenhum... estou tentando uma versão online mas também não estou conseguindo


Ingrid 27/06/2020minha estante
Comprei na Saraiva, mas há muito tempo...




morning_sato 26/01/2020

Absurdo!!!!
É assustador se flagrar com uma compreensão e identificação crescente com os sentimentos a percepção dos personagens sobre o mundo. Encontrar alguns pensamentos profundos e quase subconscientes representados com exatidão através das lentes dessas 6 personagens tão complexas é fascinante. A metáfora das ondas encaixa com absolutamente TUDO que é apresentado nessa obra. Melancólico até o fim. Pra mim, obra prima incontestável dessa autora perfeita
comentários(0)comente



isabelle. 19/09/2019

PERFEITO PERFEITO PERFEITO NARRATIVA PERFEITA nunca quis tanto marcar todas as passagens de um livro
comentários(0)comente



Dan 24/07/2018

As nossas diferenças talvez sejam demasiado profundas para serem explicadas. Mas talvez não seja má idéia tentá-lo.
É um livro denso e escrito em soliloquios, narrado por seis personagens. Em alguns momentos - muitos - pode ser massante, mas mesmo assim é um bom livro.

Não somente por ter uma escrita diferente, experimental, e belas frases, mas por ser capaz de abordar o suicídio e a homossexualidade em uma época em que existia mais do que visões críticas e preconceituosas.
comentários(0)comente



bobbie 30/05/2018

Virginia Woolf é... Virginia Woolf.
Bom, apesar de ser Doutor em Literatura Comparada, não tenho vergonha de confessar: Virginia Woolf é para poucos e eu não me incluo nesse número. É um nível de abstração muito exigente para meu cérebro que exige digestão na mesma velocidade com que funciona. Reconheço o valor da obra da autora: é uma pintura abstrata, um trabalho poético, um trançado de ideias em fluxo de consciência da mais alta capacidade. Apenas não é para mim. O que não significa que desistirei de seus livros.
comentários(0)comente



Samuel.Manzini 17/03/2018

Definitivamente não foi uma leitura fácil, por outro lado, saborear a poesia e toda a habilidade de escrita foi uma experiência impressionante. Parecia ser um livro para dedicar um estudo para cada trecho.
comentários(0)comente



Júlio 15/10/2017

Em As Ondas, Woolf conta a história de 6 pessoas, desde o período da juventude até a velhice, onde o foco são os episódios chave de formação desses personagens, como indivíduos e como grupo. O grande diferencial dessa obra é a forma em que a história é contada, pois a narrativa é feita na forma de solilóquios onde os personagens nunca dialogam diretamente entre si, apenas descrevem através de monólogos o que passa ao seu redor, seus sentimentos e pontos de vista. A exceção fica por conta de pequenos interlúdios que servem como forma de separar o tempo entre as cenas que compõe o livro. Esses interlúdios são narrados na terceira pessoa, descrevendo a posição do Sol no céu e seu efeito sobre a fauna, flora e, claro, as ondas da paisagem em que esses personagem habitam.

Diferente de Ao Farol, onde o fluxo de consciência é feito de forma fluída e poética, as vezes deixando o leitor no escuro sobre quem é o real autor por trás de cada pensamento ou sensação, em As Ondas o agente de cada monólogo é explicitamente descrito, não abandonando a excelência poética da autora, que aqui floresce nas mais belas metáforas. Apenas pequenas e curtas passagens mais piegas mancham o que é, em seu conjunto, um texto irrepreensível. É a forma sutil nas mais pequenas descrições que realmente trazem vida à essas pessoas, como por exemplo as botas ensopadas de Susan, Jenny sentada à frente do espelho, a forma que Rhoda entra no restaurante etc. Em um dos melhores monólogos do livro, em que Louis lê um poema, a forma com que Woolf intercala as lembranças de Louis com sua leitura, gerando a necessidade de que o poema seja constantemente recomeçado do início é de sutileza notável, uma passagem breve, mas que mostra a engenhosidade da autora. Todas essas cenas são descritas com precisão e lucidez de idéias, usando metáforas que dão vida e cor aos personagens sem cair no enfadonho, sem ter como objetivo confundir e alienar o leitor, afastando-o do texto.

É importante comentar sobre como o livro começa, pois sua abertura passa uma aura hermética que pode afastar o leitor desavisado. Após a introdução narrando o nascer do Sol, somos apresentados de forma direta, desavisada, aos personagens que começam narrando eventos desconexos e aparentemente cacofônicos, porém logo se torna clara a intenção da autora. É uma forma de apresentar os motivos que vão compor o resto do livro, é a forma da autora abordar a mesma idéia que Joyce teve no início de seu Retrato do Artista Quando Jovem, porém da sua maneira, com voz própria. O texto nos passa que os personagem "dizem", mas é o subtefúrgio usado por Woolf para introduzir cada solilóquio, nada é de fato dito e sim pensado e sentido.

Woolf escreve um livro que é cheio de cor e música, mas as cores são lúgubres, e a música em adágio. Seus personagens, apesar de bem caracterizados e possuírem motivações, inseguranças e experiências próprias parecem serem todos variações de um mesmo tema, como cores por um prisma. Não ponho isso como defeito, pelo contrário, se torna claro que é uma escolha estética da autora para fixar sua mensagem, para mostrar como, apesar de serem indivíduos suas experiências são potencializadas quando os mesmos entram em ressonância.

O livro é de difícil classificação, devido a sua estrutura única não é possível encaixar ao lado de outras novelas, e apesar de poético não chega a se rum poema em versos. Talvez a forma mais abrangente de encarar a obra seja na forma de um estudo artístico sobre as relações humanas, que tem como objetivo relacionar, através da metáfora com as ondas, os choques que definem toda nossa vida. As Ondas, juntamente com Ao Farol, colocam para mim Woolf entre os artistas mais geniais do século XX, e talvez ainda além disso. O paradoxo aqui, ou melhor, a ironia, é que ao escrever sobre a fragilidade e a inevitabilidade da morte sua obra se tornou infrangível e imortal.
Salomão N. 15/10/2017minha estante
Quero ler!




Flavio 21/05/2017

Excelente texto. Narra a relação de seis pessoas e suas histórias, sempre do ponto de vista subjetivo, a partir a vivência interior, um livro sensível e profundamente psicológico.
comentários(0)comente



DIRCE 25/12/2016

Um livro para se levar em uma ilha deserta
“As Ondas “ exigiu de mim uma releitura, pois terminei a leitura com muitos pontos carentes de esclarecimentos, entretanto, não foi de forma alguma um castigo, foi sim, puro deleite.
Enquanto eu “ouvia” as vozes - não fiquei maluca, ainda não- ( ocorre, que o livro é uma meditação da vida por meio dos monólogos interiores de seis personagens), lembrei-me de uma frase do Gullar de Andrade: “A arte existe porque a vida não basta”.Bingo!!!! É isso: a vida não era o bastante para Virginia Woolf, daí sua necessidade de criar. E como ela foi pródiga ao criar “As Ondas” ... Virgínia criou essa obra com parágrafos e frases com tamanha beleza que não foram raras às vezes que tive a sensação de que ela trocara sua caneta por um pincel. E com que genialidade ela usa a metáfora de um só dia ( do amanhecer até o anoitecer) aos estágios da vida humana : infância , adolescência, juventude, maturidade e a velhice, se utilizando para tal, de seis personagens , dos seis amigos- Jinny, Rhoda, Suzan, Neville ,Louis e Bernard. Cada um desses personagens refletem de forma desordenada ( o tal fluxo de consciência) sobre cada um desses estágios. De forma, que somos levados a acompanhar o olhar ingênuo da infância, a incompreensão do mundo, os arroubos da juventude, as desilusões amorosas, a sensação de não pertinência, as frustrações advindas das aspirações ( como a de Susan com relação ao casamento e filhos), o homossexualismo, a culpa nossa de cada dia, a dor pela partida, pela perda – esta representada por Percival ( um amigo comum a todos) e também por Rhoda, e acompanhamos o olhar multifacetado de Bernard que é quem mais detém as palavras,( embora a minha personagem favorita seja a Suzan ) sobre a felicidade , sobre vida e sobre a inimiga implacável do ser humano.
As Ondas é o livro. As ondas é o livro que eu levaria para uma ilha, visto que ele não tem um enredo, não tem uma história e, portanto, não tira o sabor da leitura por conhecer o final. E mais: é um livro que o leitor abrindo-o em páginas aleatórias irá se deparar com frases ora contundentes, ora de extrema beleza , ora de um brilhantismo que surpreende. Brilhantismo surpreendente e extasiante foi o cenário criando por Virgínia – a trajetória do sol: a incidência da sua luz no mar e em toda a paisagem. Lindooooooooo!!!!!!
Embora Virgínia evoque muitas vezes as ondas, a praia, e possa ser essa uma explicação para o título, no meu entendimento ( e sei que ele não é nada ortodoxo- sequer confiável ele é) o título as Ondas é uma referência à Vida, pois há uma série de repetições, de acontecimentos, de ações humanas, dos dias da semana , repetições estas que são inerentes à vida e que se assemelham aos repetidos fluxo do mar, inclusive , no instantes finais Bernard diz:” (...) A madrugada é uma espécie de caiação do céu; uma espécie de renovação . Outro dia; outra sexta-feira; outro vinte de março; janeiro ou setembro (...) E ainda: “ Sim, esta é a eterna renovação, o incessante erguer-se e cair, cair e erguer-se outra vez”. (pg. 230) .
Bem, não intenciono ir para uma ilha deserta, mas sei que em 2017 encontrarei as mesmas repetições de 2016 ( não é pessimismo – é uma constatação, uma certeza), e eu estarei às voltas com repetidas salas de esperas, então meu livro As Ondas, edição de bolso ( infelizmente – não gosto de edições de bolso ) estará nas minha bolsa e farei repetidas leituras de diversas páginas, como as repetições das ondas
Nanci 25/12/2016minha estante
A vida é oceânica!
Linda resenha, Dirce. Um incentivo para eu tentar me entender com Mrs. Woolf em 2017... Para você, desejo momentos de paz e boas leituras, nessas salas de espera ou em lugares mais aprazíveis.


Natalie Lagedo 25/12/2016minha estante
Amei a resenha! Adicionarei o livro à minha estante.


25/12/2016minha estante
Excelente resenha Dirce. Estou com muita vontade de ler As Ondas, até porque nunca li Virginia Wolf. Obrigado pela dica.


DIRCE 25/12/2016minha estante
Obrigada a todos.
Que todos possamos ter boas leituras em 2017 , e quem sabe em locais aprazíveis, por quê não?


MARY 25/12/2016minha estante
Amei a resenha!


DIRCE 26/12/2016minha estante
Obrigada, Mary.


Flávia 27/12/2016minha estante
Primeira resenha que leio à altura desse livro maravilhoso. Já me fisgou pelo título, pois eu disse ao meu marido um dia que se eu ficasse só no mundo com um único livro, teria de ser As Ondas. Antes eu nunca ousará dizer X é meu livro favorito, logo, quase não gosto dele né? rs
Fiquei com vontade de te dar um abraço. Sinta-se abraçada!


27/12/2016minha estante
Depois de tantos elogios ao livro fui babando na livraria mas disseram que está esgotado na editora. Ai, ai, ai será que vou ter que recorrer aos sebos?


DIRCE 28/12/2016minha estante
Corre e recorre. Boa leitura. Espero que você goste tanto dele como eu e a Flávia.


DIRCE 28/12/2016minha estante
Obrigada, Flávia, pelo elogio e por ter me seduzido com suas palavras e me levado a ler As Ondas. Sou- lhe muito grata. bjs


DIRCE 28/12/2016minha estante
Ah! Flavia, obrigada pelo abraço.


Flávia 28/12/2016minha estante
E eu fico muito feliz por ter influenciado vc a lê-lo. Outro abraço! rs


dranilo 24/05/2018minha estante
Ótima resenha!

PS: homossexualidade*


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Parabéns pela resenha, por ter uma abordagem completa dos temas traçados no livro e a bela descrição do estilo. Eu também tive que reler o livro para entender.

Gullar de Andrade: ?A arte existe porque a vida não basta?. ? Bela citação.

"A vida não era o bastante para Virginia Woolf, daí sua necessidade de criar.", o que infelizmente a levou a se suicidar.




letycialets 15/08/2016

Fascinante
O mais intrigante na forma de Virgínia Woolf escrever é como ela consegue relatar os fatos mais ordinários do cotidiano sem que estes pareçam monótonos e exaustivos de ler. “As ondas” é uma obra literária que trata, basicamente, da vida. Crescer, amadurecer, se apaixonar e todas intempéries que permeiam esses instantes da vida são retratados de forma poética e dramática. Foi o primeiro contato que tive com essa autora e certamente me motivou a comprar outros escritos seus. A crítica não foi nada bondosa com Virgínia, devido ao caráter denso de sua forma de escrever, o que por vezes dificulta o entendimento de alguns momentos do enredo, mas ainda assim, vale a pena a experiência de conhecê-la, pois é uma escritora que marca profundamente a alma dos leitores que lhe dão uma chance de mostrar todo o seu talento.
Juliana Brandão 16/02/2018minha estante
undefined




Geovane 08/08/2016

Seis vozes, uma canção.
Virginia sempre teve duas paixões: as pessoas e o tempo. Em seus romances, ela explorou a complexidade humana de dentro para fora, sendo capaz de revelar o que há de mais secreto em todos nós;aquilo que até então não sabíamos traduzir em palavras. Para fazer isso, é preciso tempo.
O tempo é a cama; o solo; o movimento do oceano e dos astros. Mas todas essas coisas não são o tempo, apenas seguem o caminho traçado por ele, assim como nós. O tempo nos segue, persegue e precede nossos passos. É o acompanhante marítimo encharcando nossos sapatos enquanto fazemos a árdua jornada da vida.
É um oceano que nos liga, que nos torna unidos e ao mesmo tempo únicos. Eu sou eu e meu pai e meus amigos do ginásio, o estranho que bateu na minha mochila e a fez cair. Tenhor dor, alegrias e desejos, que morrem e nascem e rebentam nas rochas. Então imergimos nas ondas, somos seis vozes com os pés molhados, e cada um sente a água ao seu modo, porém estamos todos aqui.
Talvez, a obra mais visceral que ela tenha escrito, capaz de destruir e construir coisas de forma brusca e paulatina, intrinsecamente. Talvez, o maior desafio para ela, ao permitir que o tempo e a sensibilidade humana inundassem suas palavras, tornando o ilegível possível.
comentários(0)comente



101 encontrados | exibindo 76 a 91
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR