Dawison 15/06/2022
"O homem não vive nem morre em vão."
Primeiramente, H. G. Wells, em seu livro, trás, com uma imaginação sem igual, uma invasão alienígena à Terra, na qual os marcianos, mais inteligentes e evoluídos que os seres humanos, trazem destruição e morte aos Londrinos (sim, os alienígenas de Wells os odeiam) com suas máquinas típicamente alienígenas.
De leitura fácil, é uma história um tanto envolvente e com bastante detalhes do ocorrido e dos seres de Marte. Além disso, é capaz de trazer discussões filosóficas (envolvendo também o papel da religião) interessantes. Enfim, um bom livro para amantes do Sci-Fi.
Trechos interessantes fora de contexto:
?Reconheço que oscilo entre um otimismo cauteloso e limitado e minha convicção de que o desastre é inevitável e avança rapidamente."
"A pressão imediata da necessidade aguçou o intelecto, alargou os poderes e endureceu o coração dessas criaturas."
"O intelecto humano já admite que a vida é uma incessante luta pela existência"
"Mas, antes de os julgarmos com muita severidade, lembremos a destruição cruel e completa que nossa própria espécie impôs não só a animais, como os extintos bisões e dodôs, mas a suas próprias raças menores. Os tasmanianos, apesar da aparência humana, foram inteiramente dizimados numa guerra de extermínio promovida por imigrantes europeus no espaço de cinquenta anos. Será que somos realmente apóstolos da tolerância para nos queixarmos, quando os marcianos nos combateram com a mesma mentalidade?"
"Talvez eu seja um homem de temperamento raro. Não sei até que ponto minha experiência é comum. Às vezes sinto-me estranhamente desligado de mim e do mundo ao meu redor; parece que assisto a tudo de fora, de um lugar incrivelmente remoto, fora do tempo, fora do espaço, fora da tensão e da tragédia que nos cercam. Essa sensação me veio com muita força naquela noite. Era o outro lado do meu sonho."
"Da mesma forma, algum respeitável dodô nas Ilhas Maurício deve ter se gabado em seu ninho, discutindo a chegada de um navio cheio de marinheiros implacáveis em busca de alimento animal. 'Amanhã vamos bicá-los até a morte, querida.'"
"? Seja homem! ? disse eu. ? Está enlouquecendo de medo! De que adianta a religião se ela desmorona diante da calamidade?"
"Mas sempre que há uma situação em que muita gente acha que deveria fazer alguma coisa, os fracos, ou os que enfraquecem quando precisam pensar, sempre inventam uma religião comodista, muito virtuosa e superior, submetendo-se à perseguição e à vontade de Deus."
"Pelo preço de um bilhão de vidas, o homem comprara seu lugar de direito na Terra, que lhe pertence em detrimento de todos os invasores e que continuaria a pertencer-lhe ainda que os marcianos fossem dez vezes mais fortes do que eram. Pois o homem não vive nem morre em vão."