Resenhas - A grana

Karol Cremonini 17/04/2017

A grana
Leo, Jack, Bea e Melody cresceram sabendo que num futuro próximo iam receber uma bolada cada um. Isso porque quando eram crianças, o pai deles depositou no banco uma quantia, que através dos investimentos certos, acabou por virar uma boa fortuna.

Entretanto, o Pé-de-Meia, como eles chamavam, só seria entregue aos quatro quando Melody, a caçula, fizesse 40 anos. Até lá, a grana estava sob a custódia de Francie, a mãe.

No decorrer dos anos os irmãos Plumb fizeram dívidas poderosas, contraíram empréstimos, pesquisaram universidades particulares para os filhos, tudo isso contando com o dinheiro que viria.

Até que faltando pouco tempo para o tão esperado aniversário de Melody, Leo, o mais velho e mais irresponsável dos quatro, escapa do casamento do primo com uma garçonete, e numa situação extremamente embaraçosa, eles acabam se envolvendo num acidente de carro, que tem consequências enormes.

Como a matriarca da família não quer um escândalo, decide pagar uma boa quantia a garçonete, pra encerrar logo o assunto. Mas o dinheiro usado para isso não é outro que não o do Pé-de-Meia.

Acontece que Jack, Bea e Melody não sabiam disso. E mesmo que soubessem nunca concordariam. Porém, quando se deram conta, já era tarde, o tão sonhado dinheiro foi embora.

Depois de noites insones, preocupados com as dívidas, eles querem que Leo devolva o dinheiro. Mas o próprio Leo não tem tanta certeza assim se quer realmente fazer isso.
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Acompanhar os irmãos Plumb tentando chegar num acordo ao mesmo tempo em que suas vidas, casas e famílias estão em jogo despertou em mim uma empatia imediata.

Acredito que todos já passamos por uma situação em que contávamos com uma coisa, nos planejamos para que desse tudo certo, mas por algum motivo, levamos uma rasteira da vida.

Temos na história cada um dos irmãos contando a sua parte e com isso várias perspetivas diferentes. Por um lado achei bom conhecer mais de cada um, por outro lado, achei a narrativa um pouco embolada, pois dava muitas voltas para nos situar como leitor em cada pormenor.

Melody foi a personagem que senti mais empatia, pois para ela o dinheiro seria utilizado para uma necessidade real. E preciso dizer ainda que detestei o Leo. Irresponsável, imaturo, egoísta, mentiroso e sem vergonha. Se fosse meu irmão eu teria que me segurar pra não dar uns bons tapas, que era o que ele merecia.

E por fim, achei a história boa e real, mas não excelente. Pra quem gosta de conflitos familiares, pode ler sem medo que vai gostar. E eu não poderia deixar de citar que a capa é maravilhosa. Boa leitura pra vocês.