spoiler visualizarMatheus Alves Carmo 28/12/2019
Um final digno e eletrizante
Eu realmente não sei como começar essa resenha.
Comecei a saga em 2014 ainda, o ano que comecei a ler, e 'Eu sou o número Quatro' foi uma das minhas primeiras sagas. Fui lendo aos poucos, pois gostei tanto que não queria que acabasse rs. Esse ano, para finalmente ler o último, decidi reler toda a saga, incluindo 'Os Arquivos Perdidos'. E agora, cheguei finalmente ao final, e é uma explosão de sentimentos, mesmo sabendo que existe uma saga Spin-off.
Mas vamos para a história. Já começamos com um clima pesado. Sarah realmente morreu, ainda que eu torcesse por alguma reviravolta. E esse é um dos principais pontos da história, pois o tudo o que John faz no livro é influenciado pelo modo como ele lida com o luto. Aqui John tem uma mudança significativa, e passa a viver pela vingança, se tornando um personagem ainda mais forte. Johnny está praticamente invencível (ele, ao menos, pensa assim), especialmente com o Ximic, legado que permite copiar outros legados. Com isso, temos cenas de ação INCRÍVEIS, principalmente quando há combinação de poderes. Essas cenas são definitivamente um dos pontos altos do livro.
Voltando à história, temos o governo trabalhando ao lado dos Gardes, ainda que esses tenham certa desconfiança. Devido ao temperamento atual de Quatro, há alguns conflitos (e novamente, gente desconfiando de Adam), mas logo se resolvem.
Os Mogs estão confusos com a falta de contato com Setrakus, como vimos no último e-book. Alguns dos Gardes humanos estão tentando achar a Garde, o que gera alguns problemas, e os outros estão sendo caçados pelos Mogs, que agora fazem experiências com eles, e esse é o segundo ponto que mais gira a trama, pois é então que vemos o plano de Rá: dar "Legados" (chamados por Johnny de acréscimos) aos Mogs e a si mesmo. A primeira vez que vemos isso em ação é quando John, após roubar uma nave de guerra quase sozinho (uma das partes mais eletrizantes), volta à base secreta e é surpreendido por Phiri e outros Mogs modificados, que descobriram o local por causa de Mark, que no começo do livro estava furioso pela morte de Sarah, e ficou encarregado de a levar a Paradise. No entanto, após ser enganado por Tá em um sonho (uma atitude bem tola, depois de tudo que ele passou, mas entendo que estava desesperado), passa a ser controlado por um dos Mogs modificados.
Aqui, começa uma série de sequências épicas e sangrentas, pois algo que não falta a partir de então são cenas pesadas, que mostram os reais horrores de uma guerra, e todo o perigo que espera os Gardes. Temos uma grande cena com Cinco, que realmente se tornou um bom personagem: não uma boa pessoa, ainda o odeio. Mas um bom personagem, com uma boa construção. Ao contrário de Phiri, que mais uma vez nesse livro, escapa por alguma besteira e volta pra ferrar alguém.
Temos, enfim, a Batalha final, e definitivamente o momento mais épico da saga. Todo o trabalho em equipe, o massacre contra os Mogs, derrubada da Anúbis, tudo Incrível. E, finalmente, a batalha final contra Rá. Ele está ainda mais forte do que antes, com legados que não são afetados pelo Dreynen, e regeneração instantânea. Aqui, vemos as cenas mais pesadas do livro. Cinco teve basicamente o rosto arrancado (mas jogado depois no tanque de gosma preta, provavelmente deve o ter regenerado), Nove perdeu um braço e a alternativa de John era destruir a montanha mesmo com todos dentro, algo que ele tinha combinado com Adam, mas teve que pedir a Sam, pois Adam, junto com Seis, acabou se envolvendo em outra batalha, contra, adivinhem? Phiri.
Está foi outra sequência de tirar o fôlego. Seis é basicamente destroçada, e Adam se joga no poço para matar Phiri, mesmo que signifique morrer. Nessa parte, fiquei muito angustiado, pois Adam é um de meus favoritos, mas sempre acontecem coisas ruins com ele. Felizmente, no fim descobrimos que ele não morreu. Voltando à sequência de Quatro, ele e Marina descobrem que usando a cura, poderiam tirar a gosma preta de Rá, o deixando sem legados e inofensivo. John pede que Marina, com um braço quebrado, leve Nove e Seis para fora, para que Sam destrua tudo. E então parte com tudo pra cima de Setrakus, usando a cura neste e um pouco em si mesmo, para ficar vivo apenas por tempo suficiente pra matar, ou pelo menos segurar, Rá. No entanto, Seis pede para que Marina a cure e a deixe ajudar John, pedindo também para que Sam espere. Chegando lá embaixo, Johnny está completamente deformado, assim como Rá, mas este ainda se arrasta até a Gosma. Seis termina o trabalho, cortando sua cabeça. Ao encontrar BK, se surpreende com John ainda consciente, e começando a se regenerar. Logo depois encontram Adam, e seguem de volta a Nave, e então temos um salto de um ano.
Antes de falar do último capítulo, que seria um prólogo, um assunto meio controverso: Pode ser um paradoxo, mas mesmo que eu não quisesse que ninguém morresse (exceto, talvez, Cinco), entendo que seria normal que isso acontecesse. A Batalha foi pesadíssima, mas todas as insinuações de morte (Seis, Adam, Cinco, Quatro especialmente) acabaram por dar em nada, apenas Poeira morreu. Mesmo ficando feliz, acabou sendo conveniente demais.
Enfim, no prólogo temos um salto de um ano. Eu particularmente amo quando histórias dão esses saltos, e tentamos descobrir o que aconteceu com cada um. Aqui vemos isso, e vemos como está o mundo. Gostei dos finais de todos os personagens. Sei que Nove não combina como um treinador, mas é exatamente esse o ponto, o quanto ele mudou (inclusive, tem um dos melhores desenvolvimentos, a cena em que ele se desculpa com Johnny é linda). De início, achei que Adam tinha sido preso, e fiquei realmente revoltado, mas vemos depois que foi escolha dele. Lexa, Daniela, Malcom, Sam e Seis, têm seus finais bem condizentes também. Ella se torna uma personagem bastante misteriosa, mas definitivamente foi a personagem mais bem desenvolvida da saga. Cinco tem seu final triste e bem condizente com sua história. Marina passou meses atrás dele, mas quando o achou não conseguiu acabar com sua já miserável existência. Por acaso, Marina e John se tornaram muito parecidos nós últimos livros (e até antes se pareciam, por serem mais calmos), então não me surpreendi com o beijo deles e o indício de um possível relacionamento, e até já tinha pensado nisso, mesmo achando que não aconteceria.
Por fim, vemos o mundo lidando com os Gardes. Ainda não do jeito ideal, mas um começo. Por via das dúvidas, John, que viveu isolado nesse ano, montando um novo "Santuário" ou "Sala dos Anciões", vai até cada um de seus amigos entregar um cordão de Loralite com o símbolo da União. Basicamente, um chamado para que, se preciso, eles se tornem os novos anciões, mas dessa vez tentando ser melhores.
Um final Incrível e muito emocionante. Já sinto saudades da saga.
Por Lorien!