Viane 01/05/2022
Resumidamente, gostei do livro apesar dele me deixar triste
"Era mais uma vez o conservadorismo, o fisiologismo e o estamento cobrindo com seu manto obscuro a sociedade brasileira."
É uma história repleta de retrocessos. Às vezes quebrava meu coração ao ver o quão imbecil os homens no poder foram capazes de ser para proteger suas preciosas elites.
Esse livro é essencial pra quem quer relembrar sua história, pra quem quer saber como chegamos aqui; onde foi que erramos. Bem, nós ? o povo ? na verdade fomos vítimas de erros cujo grandes nomes cometeram. O mais triste é ver a verdade nua e crua: o povo ignorante a tudo que acontecia. Isso porque somente uma ou duas vezes antes dos anos 2000 que o estado realmente tomou decisões pensando no povo. Isso em mais de 500 anos.
Escravidão, ignorância, ditadura, opressão, mais outra ditadura...
O pior é ver que não mudou muito, falando da ignorância popular. Parece que algumas pessoas, no contexto atual, ainda são tão imaturas com a própria democracia quanto foram em 1989. E pensar que hoje ainda há acéfalos no poder, dando créditos exagerados para as forças armadas, concedendo perdão às ameaças da democracia, usando do populismo e do falso discurso patriota... Tudo isso para massagear o clitóris das elites. Dos brancos engravatados obesos e calvos que assediam mulheres e fazem da pobreza um escárnio, um motivo para rir em seus banquetes avantajados.
Nada mudou, se olharmos bem. Nada nunca muda para as pessoas da parte mais baixa dessa sangrenta hierarquia. Muitos trabalham sem folga de segunda a segunda pra ganhar um salário mínimo, e ainda fingem não ver o verdadeiro culpado pelo fato desse salário mínimo não ser o suficiente para comprar um almoço; criam fantasias e histórias xenofóbicas para acreditarem e assim, não verem o verdadeiro culpado dos 600.000 mortos por esse vírus. Lambendo as bolas de, não só um, mas vários assassinos que vieram um após o outro para governar o país.
E assim vamos em frente, com um passinho na frente e uma maratona para trás.
"Entre o que somos como nação e o que queremos ser, existe um abismo. Para se chegar até lá é preciso que sejam construídas algumas pontes ? com alicerces sólidos ?, que podem ser traduzidas como projeto de nação. Sem esse projeto, o país e seu povo vão permanecer divididos entre duas realidades perversamente distantes. Somos, enquanto nação, uma espécie de ornitorrinco social cujo habitat se localiza em algum lugar entre o Principado de Mônaco e o Haiti." ? A história do Brasil pra quem tem pressa.