Bela Lima 12/04/2017Muitas questões ficaram em aberto e não de um jeito positivo, embora eu ainda tenha amado esse livroJesse Alderman pode conseguir o que você quiser, quando quiser, para onde quiser. Mas tudo tem um preço. Ele aceita dinheiro, é claro, contudo o que vale mais é segredos. Segredos são importantes. Segredos têm poder sobre os outros – por isso ele guarda os seus muito bem.
“Nós devíamos segredos um ao outro — uma amizade, a maioria das pessoas chamaria, apesar de que se importar com os outros só trazia tristeza. É uma das leis do universo.”
Quando Ken, o popular e bonito jogador de futebol, vai atrás do seu serviço, Jesse não está receoso em concordar, porque conseguir garotas para idiotas, desde que não sejam prostitutas ou garotas de programa, está dentro de sua alçada, pois trabalho é trabalho e ele aceita qualquer um.
Assim, Jesse começa a acompanhar (perseguir é uma definição melhor) Bridget Smalley, tentando entendê-la, descobrir seus gostos, sua rotina... e seus segredos, porque sem chance daquela garota ser tão boa quanto aparenta.
Quanto mais tempo passa com Bridget, menos disposto Jesse está de dizer o que saber a Ken, mas trabalho é trabalho e...
“-Você visita sua avó, é voluntária no Siegel Center. O que faz para se divertir nos finais de semana, salva gatinhos ou trabalha fazendo sopão para os pobres?
-Agora está tirando com a minha cara — ela disse.
-Não estou tirando com a sua cara. Estou mesmo interessado. O conceito de altruísmo me fascina, apesar de eu não acreditar realmente nisso. Você deve ter um motivo egoísta para todas as suas boas ações.
-Você é muito observador, Jesse, apesar de um pouco irritante. Decidi que vou gostar de você, mesmo que você não queira.”
Eu gostei bastante do livro, porque adoro personagens com a personalidade do Jesse – humores ácidos e sarcásticos é a minha perdição. Ele é aquele personagem que faz o que quer desde que sai ganhado, que parece não ter coração, mas se preocupa bastante com as pessoas que gosta, que é perseguido por todos (T-o-d-o-s, é sério! É meio que concorrido!) que tem uma lista de pagamento... É, ele tem.
Mas também houve algumas coisas que não gostei, como o final. Ou a falta de profundidade nos personagens que cercam Jesse, que podiam ser tão maravilhoso quanto ele. Ou os vários segredos não ditos.
“-Sway, você é zoado às vezes — Carter riu.
-Por que você chama o Jesse assim? — Pete perguntou. — Sway?
-Porque ele é o Sway — Carter respondeu simplesmente.
-Mas o que significa? — Pete quis saber.
-Nunca ouviu a palavra sway? (...) Sway não é algo que se possa definir. Um cara que tem sway é o cara, não precisa tentar ser descolado, apenas... é. Jesse é foda. É tão ligeiro que podia te convencer de que sou branco, fazer você acreditar como se estivesse escrito na Bíblia.”
O livro é um livro bom? É. Vai te fazer querer ler mais? Vai. Vai te fazer ficar pensando depois? Sim. Houve muito potencial desperdiçado, foi como se a autora tivesse se perdido no meio da história e não lembrasse mais qual era o foco, ela jogava uma insinuação de algo, mas depois esse “algo” desaparecia. Muitas questões ficaram em aberto e não de um jeito positivo, embora eu ainda tenha amado esse livro – você sabe: personagens ácidos, sarcásticos...
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