Teoria King Kong

Teoria King Kong Virginie Despentes




Resenhas - Teoria King Kong


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mavi 19/01/2022

"Sejamos livres, mas não muito."
apesar de ser um livro curto, Teoria King Kong aborda muitos assuntos relacionados entre si como patriarcado, prostituição, estupro etc. fica o aviso de gatilho, Virginie fala muito sobre o que passou e como isso afetou sua vida e a levou a ser quem é.
a leitura é fluida, é necessária, se tivesse mais, eu leria mais. recomendo para todos, pois o feminismo é uma aventura coletiva para as mulheres, para os homens e para os outros. Virginie é direta e de fácil compreensão, não tem medo de usar as palavras e faz isso muito bem.
por muitas vezes me identifiquei, senti como se seus pensamentos fossem meus, mas por outras - como sobre pornografia e prostituição - tudo foi totalmente contrário e ainda assim me foi interessante ler seu ponto de vista e sua convivência nesse mundo.
devemos ter voz e não ceder às vontades deles; os que julgam e proíbem nossos atos dizendo ser para nosso próprio bem. devemos sim, da mesma forma que Virginie nos rebelar diante de toda essa virilidade.
gostei muito das citações de Virginia Woolf, Angela Davis e Simone de Beauvoir.

alguns trechos do livro:

"Compreender os mecanismos da nossa inferiorização e as maneiras através das quais nós temos nos convertido em nossos maiores vigias é compreender os mecanismos de controle de toda a população. O capitalismo é uma religião igualitarista, no sentido de que nos submete a todos e leva cada um de nós a se sentir preso dentro de uma armadilha, assim como estão presas as mulheres."

"O estupro, esse ato condenado do qual não se deve falar, sintetiza um conjunto de crenças fundamentais que dizem respeito à virilidade. O estupro é um programa político preciso: esqueleto do capitalismo, é a representação crua e direta do exercício de poder."

"Jamais uma sociedade exigiu tantas provas de submissão a uma ditadura estética. A refeminização parece uma desculpa após a perda das prerrogativas masculinas, um jeito de se tranquilizar tranquilizando os homens. Sejamos livres, mas não muito."

e como Virginie disse, ela realmente não é nada sutil na maioria das vezes.
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Adriana Scarpin 05/03/2017

Tudo que precisa ser dito e mais um pouco
Como cinéfila, bibliófila e feminista, considero Despentes uma voz fundamental para o feminismo do século XXI, pelo menos o feminismo que não flerta com o conservadorismo. Neste livro biográfico com vastas colheradas de filosofia feminista, além de ser um libelo à condição da mulher é uma parte importantíssima para o entendimento estético e político para a obra cinematográfica e literária de Despentes.
Na primeira parte, Eu te fodo ou você me fode, Despentes discorre sobre o estar à margem do que que se padronizou como condição feminina - socialmente, esteticamente e maternalmente.
Na segunda parte, Impossível estuprar essa mulher cheia de vícios, fala do conteúdo político do estupro e de como a ameça de morte é ainda mais traumática do que o estupro em si.
Na terceira parte, Dormindo com o Inimigo, Despentes fala de sua experiência como prostituta e um paralelo entre a mesma com sua vida como escritora, além de situar essa condição mais uma vez como um jogo político entre homens e mulheres.
Na quarta parte, Pornofeiticeiras, a autora analisa o pornô e os seus estranhamentos.
Na quinta parte, King Kong Girl, a autora traça finalmente a teoria feminista que usa como paralelo com o filme de Peter Jackson.
Na sexta e última parte, Boa sorte meninas, Despentes declara as agruras em que mesmo a literatura feminista passou no século XX.
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Beatriz 08/04/2021

Virginie traz uma outra perspectiva para a discussão de algumas pautas feministas. Algumas opiniões bem polêmicas, que de início fiz cara feia ao ler (e me pareceu muito com alguns discursos do feminismo liberal), mas é indiscutível que me fizeram pensar.
Apesar dos pesares, indicaria a leitura para quem já tem base e conhecimento sobre o movimento, para não se deixar levar totalmente pelo discurso da autora.
rosinhaa 12/05/2021minha estante
tive os mesmos sentimentos (incluindo a cara feia), mas é uma leitura sensacional.




Talita Teles 17/01/2022

Resolvi mergulhar em alguns livros mais feministas, e esse é o segundo do gênero que li.
Virginie foi absurdamente corajosa ao escrever esse livro, ela escreve de forma fácil de compreender temas que ainda são complicados pra maioria das pessoas, estupro, prostituição, pornografia, abuso? entre tantos outros. Seu vocabulário não é nada leve, mas é o real, ela retrata as coisas realmente como são ditas e como as ouviu durante sua vida, ela não tem medo de julgamentos, já apanhou demais por muito tempo para se preocupar com isso agora.
O livro se trata de um ensaio biográfico da autora, relatando um pouco do que viveu, de como entrou na prostituição, das situações que enfrentou com desigualdade de gênero, da feminilidade, delicadeza, filhos, e tudo mais que foi cobrado dela, enquanto para os homens só era esperado que eles fossem bem sucedidos em suas profissões.
É um livro que fala sobre coragem, patriarcado, dor, padrões, mas acima de tudo, sobre libertação. São apenas 128 páginas? mas com uma densidade absurda de conteúdo para absorver.
Recomendo para todas as mulheres, e homens também.
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thaivstheuniverse 08/06/2020

Forte e necessário
Esse livro me deu muitas sensações diferentes, de choro à riso. Apesar de não concordar com tudo que a autora traz no livro, foi ótimo ler e entender outros pontos de vista sobre assuntos polêmicos. Ele deveria ser muito mais conhecido, mas não recomendo a todos pois contém muitos gatilhos.
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Vi 13/07/2020

Muito além de falar sobre feminismo, é falar sobre a vida que pulsa compulsivamente. Os relatos pessoais de Virginie em nenhum momento são postos como modelos a serem seguidos pela revolução ? sexual, de gênero ou social. Sua vida é posta como um retrato político na qual evoca e questiona, incessantemente, quais os potenciais de luta, transgressão, resistência e práticas de liberdade dos gêneros.
Os percursos micropolíticos que a autora propõe nos indicam pistas para pensarmos os desempenhos do gênero feminino e as violências constantemente direcionadas. A hostilidade sexista estratifica-se, justamente, no micro. E através dele as revoluções radicalmente intensificam-se.
Há também um convite epistêmico. De pensar eventualidades femininas para além de uma perspectiva central, estrutural e, consequentemente, colonial. A realidade da autora é bem destacada: branca, europeia e não rica. E assim podemos como consequência pensar em alternativas transgressoras de gênero. O feminismo pró-sexo e punk futurista é apenas uma alternativa, e isso é claro na obra. Assim como é cristalina a importância de se estabelecer, sempre, análises intersecionais, raciais e decoloniais. Elementos que, em muitas discussões feministas, é esquecida. Até mesmo entre autoras anti-capitalistas.
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Rita515 18/03/2021

Um soco na cara dessa sociedade hipócrita
Teoria King Kong não é apenas um livro feminista, é a revelação das nossas hipocrisias de cada dia: de homens e mulheres. TODOS deveriam ler essa obra, de espírito prevenido para sua dureza, mas baixando a guarda pra ver se com a assimilação de tantas indagações possamos construir seres humanos melhores independente do gênero.
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Yasmin O. 10/01/2024

Eis que reencontro a Despentes desbocada, irônica, debochada, sem filtros, que eu tanto amei em Apocalipse Bebê, agora em um livro de não-ficção, um desabafo visceral, no qual ela retrata um pouco de sua trajetória, seus posicionamentos acerca de ser mulher, ser mulher, escritora e cineasta, sobre as relações de poder, o patriarcado, a prostituição, a indústria pornô... Novamente um deleite ler Despentes, eu que também estou mais pendendo para King Kong do que para Kate Moss, fiquei até com saudade da Hiena rs.

"(...) Dei uma geral na minha saúde mental, de dentro dessa minha sombra de loira. Mas o monstro em mim não se rende. (...) Cada um leva a vida que deve levar, e isso tudo não funciona para mim. Não sou doce, não sou amável e não sou burguesa. Tenho picos hormonais que me deixam fulgurantemente agressiva. Se eu não viesse do punk rock, eu teria vergonha do que sou. Não fui feita para me adaptar a esse ponto. Mas eu venho do punk rock e estou orgulhosa de não ter conseguido".

"(...) O que as mulheres atravessaram não foi somente a história dos homens, como os homens, mas também a sua própria violência específica. Uma violência sem precedentes. Daí esta proposição simples: vão todos tomar 🤬 #$%!& (...)".
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Mariane.Santos 13/06/2020

Feminismo
Livro perfeito!! É um ótimo livro pra quem está começando a ler leituras feministas. Um livro dinâmico que aborda muitas pautas atuais dos diversos feminismos em uma linguagem super acessível.

É um livro que vai além do feminismo que estamos acostumadas a ouvir, adotando temas e discussões mais profundas.

O livro como esperado é incrível.
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Vanelise.Aloraldo 11/03/2020

Leitura interessante e polêmica
Selecionei para ler, pois sabia que se tratava de uma leitura feminista que fala de liberdade e contra todo tipo de estereótipos que insistem em nos enquadrar. Também confiei na editora que tem publicado livros de muita qualidade e importância. Este livro em especial, autobiográfico, fala de estupro, sobre os padrões de beleza e comportamento, prostituição e pornografia. A parte relacionada à violência do estupro impacta, principalmente porque demonstra a humilhação, o medo e o sentimento de culpabilização que colaboram para calar as mulheres. Sobre a prostituição, foi importante observar um ponto de vista diferente. Geralmente eu via apenas sob a condição de exploração, única alternativa para sobrevivência, objetificação da mulher... mas a autora problematiza no livro sobre boa remuneração, condições propícias, liberdade e poder. Ela comentou que o que ganhava em 40 hs de trabalho degradante, passou a ganhar em menos de duas horas nos serviços sexuais. E questiona sobre as mulheres que decidem casar, cuidar da casa e dos filhos, ter relações sexuais mas que igualmente cobram uma remuneração não explícita (o homem paga as contas), mas que nesse caso é pior, pois, geralmente lhes é suprimida a liberdade de decidir, de ter prazer e de ir e vir. Seria então falso moralismo e hipocrisia, julgar uma mulher por cobrar explicitamente. Sobre a pornografia, também a autora fala combatendo a censura e a rejeição. Fala sob o ponto de vista do desejo, do alívio psíquico, da excitação como tabu, do domínio privado. Menciona que as mulheres são para sempre marcadas e pagam um preço pesado por terem saído do bom caminho e feito isso publicamente.
São abordadas várias outras questões, mas essas me chamaram mais a atenção.
Importante ressaltar que este livro trata de uma trajetória vivida na França pela Virginie Despentes, e que são relevantes os pontos de vista da autora (sobre não criminalizar os trabalhos que envolvem sexo e prazer), mas sem esquecer que vivemos sob capitalismo periférico e dependente que impõe a muitas profissionais do sexo e da indústria pornográfica trabalhos humilhantes e degradantes que igualmente precisamos combater. Concordo que elas precisam de condições dignas e de consentimento para viverem esse binômio trabalho x intimidade.
Creio que a mensagem final seria: que possamos ser excessivas, viris, sedutoras, peludas, não-comportadas, sem ter que casar, sem ter que sermos mães, conhecer a si mesmas, poder mostrar tudo, poder ter o dinheiro próprio, poder fazer com o corpo o que bem quiser, poder poder.
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Igor 02/01/2022

Homens: leiam autoras feministas.
Minha primeira leitura especificamente feminista. Neste sentido, considero particularmente interessante o modo como a autora utiliza suas próprias vivências para desembocar em relevantes análises, reflexões e pensamentos coletivos, sociais, culturais.

Talvez pela sua abordagem pessoal é que a obra desperte tanta vontade de conhecer mais de sua vida e de suas outras criações, inclusive assistir seus filme, como o Baise-moi, que ela cita repetidas vezes.

Leitura bem gostosa (li em duas viagens de ônibus entre Curitiba e São Paulo), concentração fácil nas palavras, principalmente por conta das metáforas, analogias e paralelos. Acredito, contudo, que esta relação de fácil leitura esteja bem ligada a meu lugar como hómi, porque encontro ali várias noções e gatilhos que não foram fáceis pra mim e devam ser de 1000000000 vezes mais difícil digestão para leitoras mulheres.

Há alguns erros de revisão textual e editorial que me incomodam. Nada demais. A edição é muito bonita, uma das mais legais que já vi em livros de não-ficção.
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deiaszora 23/08/2022

Estupro, cinema pornô e feminismo
Dilacerante, necessário, rápido de ler, necessário.

Virginie, conta a sua história, e da voz há tantas outras. Tece uma costura incrível sobre pornografia, e sobre o que é o sexo conforme a psicanalise. Muito bom.
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Ale 05/01/2022

O livro é porreta
Cara, a Virginie conta um pouco da história dela, de mulher, prostituta, escritora, etc. Ela aborda temas como estupro, prostituição, pornografia, fazendo uma relação da vivência pessoal, incluindo a de outras mulheres. É uma análise cultural porreta de potente, que aponta o quanto a base de muitos problemas sociais está no sistema, na maneira como as coisas estão estruturadas. Pq o fato das mulheres usarem roupa curta ou não usarem roupas, causa mais estardalhaço do que a fome e a desigualdade?
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Amanda 01/05/2019

Esse livro muda a vida. Muda a forma de estar na vida, principalmente se vc é uma mulher, mas se vc não é também. Queria distribuí-lo para todos que conheço e que visse na rua.
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