Yasmin O. 10/01/2024Eis que reencontro a Despentes desbocada, irônica, debochada, sem filtros, que eu tanto amei em Apocalipse Bebê, agora em um livro de não-ficção, um desabafo visceral, no qual ela retrata um pouco de sua trajetória, seus posicionamentos acerca de ser mulher, ser mulher, escritora e cineasta, sobre as relações de poder, o patriarcado, a prostituição, a indústria pornô... Novamente um deleite ler Despentes, eu que também estou mais pendendo para King Kong do que para Kate Moss, fiquei até com saudade da Hiena rs.
"(...) Dei uma geral na minha saúde mental, de dentro dessa minha sombra de loira. Mas o monstro em mim não se rende. (...) Cada um leva a vida que deve levar, e isso tudo não funciona para mim. Não sou doce, não sou amável e não sou burguesa. Tenho picos hormonais que me deixam fulgurantemente agressiva. Se eu não viesse do punk rock, eu teria vergonha do que sou. Não fui feita para me adaptar a esse ponto. Mas eu venho do punk rock e estou orgulhosa de não ter conseguido".
"(...) O que as mulheres atravessaram não foi somente a história dos homens, como os homens, mas também a sua própria violência específica. Uma violência sem precedentes. Daí esta proposição simples: vão todos tomar 🤬 #$%!& (...)".