Conchego das Letras 26/07/2017
Resenha Completa
Ano de 1206, linda lady inglesa vê-se obrigada a casar com verdadeiro “ogro” das Highlanders. Após anos sofrendo abusos, era tudo de que ela não precisava, mas antes isso a cair nas mãos do horrendo lorde escolhido pelo Rei...
Okay, nada de novo até aqui; se lady Johanna não fosse a mais intrigante das mocinhas. Covarde, medrosa, insegura. É isso mesmo, produção? Ou estará ela fingindo ser algo que não é na tentativa de sobreviver a tantas adversidades? Será mesmo tão ingênua como parece? Ou é inteligente demais e está “passando a perna” em todos nós, leitores (as) e até nos outros personagens?
A verdade é que lady Johanna foi um verdadeiro enigma para mim; só formei uma opinião sobre ela no final da história e, confesso, ainda com uma pontinha de dúvida. Posso dizer que não é uma personagem tão simples quanto parece e que traduz a já conhecida engenhosidade da autora em construir personalidades únicas a partir de um “molde” previsível. Como sempre, amei acompanhar os conflitos internos de cada um deles.
Quanto ao lorde Gabriel MacBain, é, de fato, um homem rude, orgulhoso, que não luta limpo e rouba para sobreviver, sem o menor traço de remorso. Um homem sem princípios! Contudo, pasmem, é honrado. Contraditório, não? Pois são assim os personagens de Julie Garwood, fazer o quê?
Para Gabriel, casar-se com uma sassenach era algo impensável – a menos que isso garantisse a posse das terras onde vivia seu clã e esse foi o único fator que o levou a tomar essa terrível decisão. Objetivo, faria o que fosse melhor para seu povo e, em seguida, permitiria que a jovem fizesse o que bem lhe aprouvesse.
"— Eu não idealizo meu futuro como marido dela, mas você está certo, irei tratá-la muito bem. Imagino que encontraremos um modo de não cruzar nossos caminhos."
Resumo da ópera: esses dois, por motivos distintos, tiveram que se casar. Por consequência, ela, enquanto esposa, viu-se obrigada a salvar a alma desse pobre pecador, que, por sua vez, tornou-se seu mais fiel escudeiro, com “requintes de crueldade protetora”, rsrsrs. Como eu disse logo no início, nada muito diferente do que estamos acostumados a ler nos romances de época medievais, mas com aquela mágica misteriosa que algumas autoras, como Garwood, usam para nos enfeitiçar.
— Tentarei amá-lo, milorde, e certamente o horarei porque será meu marido, mas não acredito que irei obedecê-lo muito.
Um amor para Lady Johanna é uma história de coragem e superação; é romântica, pontuada por cenas engraçadas (de um jeito fofo), mas não é só isso. Há reflexões sobre o papel da mulher na sociedade, no casamento e na família; há a sementinha do amor germinando em um terreno aparentemente inóspito (meu "eu" romântico falando, rs); há também um mistério que pode colocar a vida da mocinha em perigo, mas que também pode ser um trunfo em suas mãos, e isso garante uma dose exata de apreensão do início ao fim.
Assim como em outras histórias que li da autora, não há enfadonhas descrições sem sentido, mas uma ambientação bastante respeitável através do contexto, além de personalidades construídas com muita engenhosidade. Enfim, queria falar mais, porém sou daquelas que abomina resenhas e sinopses repletas de spoiler; gosto de, literalmente, descobrir cada detalhe da trama.
Um Amor para Lady Johanna é uma história adorável. Recomendo!
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