Willjf 15/01/2022
Confrontado com as ansiedades da paternidade iminente, Jack, mergulhador de uma plataforma de petróleo, evita sua esposa e filho ainda não nascido literalmente mergulhando em seu trabalho. O pai de Jack também era mergulhador, um salvador de lixo que presumivelmente se afogou quando Jack era criança. Na véspera do nascimento de seu filho, Jack é forçado a descobrir a verdade por trás do desaparecimento de seu pai ou ser condenado a repetir os erros do seu pai.
A história é contada através das características linhas pretas e brancas de Lemire, às quais ele adiciona aquarelas cinza, dando uma impressão convincente de locais marítimos perpetuamente nublados e profundezas turvas.
Grande parte da obra depende de simbolismo, o que ajuda a capturar a solidão que resulta da obsessão, seja para o trabalho ou para um passado não resolvido. E, no entanto, o drama real se move em um ritmo lento que as imagens não são tão cativantes quanto poderiam ser. Sequências de flashback com Jack e seu pai fantasmagórico são salpicadas ao longo do livro, aproximando-nos da verdade em graus minuciosos, em cenas estáticas, semelhantes em seus visuais.
Muito mais fortes são momentos em que Lemire combina sua arte com a narração direta em primeira pessoa de Jack. Neste contexto, ele revela os sentimentos pessoais de Jack sobre a família, a natureza da memória e o passado. Essas passagens trabalham para fundamentar a história, forjando uma conexão com um leitor que, de outra forma, é evitada pelo enredo mais lento.