Rafaela B 01/03/2017
Preso ao Passado
Ouvi muito em 2016 as pessoas comentando sobre essa história. Resolvi pegar para ver qual era o motivo de tanto alarde e fui lendo, no começo não entendi direito sobre o que a história se tratava, qual era a motivação da história, afinal estava acompanhando a vida de um homem a espera do seu primeiro filho, que trabalhava de soldador de uma base de petróleo num litoral, mas um soldador que trabalhava no fundo do mar, nas bases da plataforma, que gostava de seu emprego por causa do silêncio do mar e das lembranças que esse emprego trazia de seu pai, até ai tudo bem, mas então um dia ele tem uma visão no fundo do mar que mexe com ele e é afastado do trabalho pelo médico, mas seja lá o que ele tenha visto no fundo do mar mexeu tanto com lembranças quase esquecidas da sua infância que ele não consegue se concentrar no presente, nem olhar para o futuro e o filho que chegará em breve.
Ele lembra de seu pai, um homem que tinha problemas com a bebida, não era um bom pai mas tentava e ele o admirava apesar de tudo. Seu pai amava mergulhar e foi assim que, num dia de tempestade, desapareceu e ele poderia jurar que o viu no fundo no mar no dia que trabalhava e sofreu o acidente que o afastou. Isso se torna uma obcessão e ele pode perder tudo que possui por causa de seu passado.
É nesse momento que cai a ficha e percebemos que a história é sobre lembranças, traumas que não nos deixam avançar e que é preciso enfrentar os fantasmas do passado para viver plenamente o presente. O autor conta isso da forma mais bonita possível, com uma história com poucos diálogos mas com imagens que contam muito, detalhes milimétricamente pensados, perdemos minutos olhando um quadro e colhendo as informações que ele transmite. Essa não é somente uma graphic novel para quem gosta de quadrinhos, é para todos que amam boa literatura.