José Sizenando D. 08/01/2022Eu não pensei que essa resenha ficaria tão grande.Li em algum lugar que este livro foi uma das inspirações de Neil Druckmann para escrever The Last Of Us, assim o livro entrou no meu "quero ler" automaticamente. Encontrei o filme antes do livro e quando assisti não gostei muito, mas mesmo assim não desisti da leitura, afinal "O livro sempre é melhor que o filme".
A Estrada nos conta a história de um homem e seu filho rumando para o sul, fugindo do inverno, num mundo pós apocalíptico. Não é explicado exatamente o que causou a destruição do mundo, mas é fácil supor. O fogo assolou as ruas, as florestas, transformando tudo em cinzas. A humanidade acacabou e pouquíssimas pessoas vagam pelas estradas buscando sobreviver como for possível. É aí que o autor explora como a humanidade pode ser terrível.
A escrita de McCarthy, a princípio causa um certo estranhamento, parágrafo esparsos e diálogos, curtos e diretos, se fundindo com a narrativa, podem causar uma confusão no início, mas a história é envolvente demais, mesmo com descrições extensas.
E, se for permitido falar de vídeo games aqui no Skoob, sabe aquela sensação que a gente fica depois de terminar TLOU? Falo daquele nó na garganta, as lágrimas no canto do olho, o temor diante de uma possibilidade terrível de mundo e, ainda assim, um certo encanto diante de tanta beleza, este livro me trouxe tudo isso. Não digo que as histórias (nem os rumos) sejam iguais, mas as semelhanças são notáveis. A relação de pai e filho (filha no primeiro jogo) se desenvolvendo num mundo destruído é por vezes triste e por outras emocionante.
Por fim, as alegorias religiosas, a inocência do menino e as atitudes das pessoas que eles encontram pelo caminho nos possibilitam diversas reflexões... Isso sem falar da memória de um passado melhor, que sempre que é lembrada pode nos ferir.