Jefferson Nóbrega 27/02/2023
E se a vida fosse um ciclo literalmente?
Muitos acreditam que a vida é feita de ciclos, outros que a vida é cíclica, mas em todo esse círculo inevitavelmente há a morte, o ponto de encerramento ou de um novo início, como creem os que defendem a reencarnação. Mas, e se a vida fosse isso tudo e ao mesmo tempo nada disso? Para Harry August e todos os ouroboranos é isso que acontece. A morte não encerra, ela reinicia, mas não uma vida nova, mas a mesma vida, no mesmo dia de nascimento, no mesmo local até o inevitável fim que não é bem um fim. Essa é a história de Harry.
Harry August morre, mas quando isso acontece ele renasce no mesmo local, nas mesmas exatas horas, dia e ano e, não apenas isso, ele conserva a memória da vida anterior. E se desenrola sua jornada de início tentando descobrir os motivos que o levam a ser assim, sejam espirituais ou científicos e por fim, já em uma aceitação de sua condição, na tentativa de pelos menos fazer essas vidas repetitivas terem sentidos.
É uma ótima obra de ficção, que contém em seu âmago reflexões sobre os nossos ?se?. Se tivéssemos mais uma chance nós mudaríamos a forma como vivemos? Se pudéssemos fazer tudo novamente conseguiríamos mesmo mudar tudo o que fizemos? Mas, nós que somos lineares como podemos mudar nosso mundo, nosso futuro e nos reconciliar com o nosso passado?
O livro contém ação, política, história e todo o tipo de coisa que se pode se acumular quando se vive para sempre.
Valeu muito a pena a leitura e recomendo.