A Rainha de Tearling

A Rainha de Tearling Erika Johansen




Resenhas - A Rainha de Tearling


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Lu Oliveira 27/02/2017

Um excelente livro!
"Oh, Tearling, oh, Tearling, Os anos que presenciaste, Tua paciência, tua tristeza, Clamando por uma rainha."

Primeira resenha que escrevo em 2017.
Em A Rainha de Tearling vamos acompanhar a vida de Kelsea, do exílio ao trono.
Kelsea foi enviada quando ainda era um bebê pra um lugar bem longe para que ela pudesse se salvar, e lá viveu exilada até completar 19 anos. Depois da morte de sua mãe, ela deveria ocupar o trono. Os guardas da antiga rainha não tardaram a chegar, e ela teve que deixar sua antiga vida para trás. O caminho até Tearling não será fácil, já que a rainha vermelha de Mortmesne e seu tio a querem morta.

Ao longo do caminho, Kelsea percebe as injustiças cometidas contra as pessoas do Reino ao qual herdara, e ao chegar em Nova Londres, percebe que a situação piora e que tem muita coisa para fazer enquanto for soberana.

Apesar de ser tão nova, e ter sido treinada apenas na teoria, sinto que Kelsea é uma personagem muito madura pra sua idade, e gostei muito dela. Senti que faltava um pudor nela, que já vi em várias outras personagens, mas que deixou ela incrivelmente interessante.
Gostei também, que apesar dela ter crescido sem contato com outros humanos, ela não ficou se lamuriando pelos cantos e se adaptou bem a sua nova vida.

Em A rainha de Tearling temos uma protagonista que não é magérrima como milhões de outras, e que ama comer, fato que fez o livro crescer muito no meu conceito. Só que, ao passo que temos uma protagonista gordinha, temos ela se importando com a aparência justamente por causa de opinião de macho. Outra coisa engraçada, foi o fato dela achar praticamente quase todos os homens lindos, o que pode ser perdoado, já que ela viveu exilada.

Eu amei esse livro, amei os personagens, mas um fato que me incomodou um pouco foi não saber exatamente o que aconteceu com o mundo, já que parece ter voltado a era medieval, mas cita coisas como: livros de papel terem sido extintos por livros digitais, os livros da J. K. Rowling e O hobbit, cirurgias plásticas, e o fato de haver magia.

Acho que essa resenha ficou péssima, mas ainda assim, recomendo muito o livro pra vocês. Kelsea é uma personagem muito forte, e diferente do que estamos acostumados a ler por aí (Pelo menos foi assim comigo).

"A marca do verdadeiro herói é que a mais heroica de suas proezas é feita em segredo. Nunca ficamos sabendo dela. Contudo, meus amigos, de algum modo sabemos."
Dani 27/02/2017minha estante
kkkkkk Rindo muito do "acho que essa resenha ficou péssima" kkkk
Achei muito boa a resenha.
Tenho o primeiro e o segundo volume no kindle há mais de 6 meses e não sei pq até agora não iniciei...


Lu Oliveira 27/02/2017minha estante
Dani, é porque achei que as ideias ficaram um pouco desordenadas kkkkkk


Vittória Brasil 04/03/2017minha estante
Oi, posso perguntar se o livro possui algum tipo de romance, mesmo que sutil?


Lu Oliveira 04/03/2017minha estante
Vitória, nesse não possui romance, apesar da protagonista se encantar por um dos personagens.


Vittória Brasil 04/03/2017minha estante
Obrigada hahaha Fiquei ainda mais animada para ler!


Thaira.Corpes 10/03/2017minha estante
São quantos livros dessa série?


Lu Oliveira 10/03/2017minha estante
Thaira, são 3 livros ao todo.


Thaira.Corpes 10/03/2017minha estante
Obrigada!


Pâm 12/03/2017minha estante
Se passa no século 24. Então ao que parece muitas conhecimentos se perderam, e eles tiveram que começar do 0. Foi o que entendi sobre o fato citar coisas da atualidade.


Lu Oliveira 12/03/2017minha estante
Sim, estou no segundo livro e já entendo bem o que houve. O primeiro livro é mesmo uma apresentação.


Pâm 12/03/2017minha estante
Em português?


Lu Oliveira 12/03/2017minha estante
Não, em inglês. Em português deve sair só ano que vem.




spoiler visualizar
Bia 10/10/2018minha estante
Tem algum indício de triângulo amoroso?


Sche Ferreira 11/10/2018minha estante
Olha Bibi, no primeiro livro da trilogia não, só se for acontecer no decorrer da série.


Bia 20/10/2018minha estante
Vixi, então vou ver se tem nas outras resenha dos outros. Espero que não.




Nathalia 02/04/2017

3 estrelas
O estória flui em ritmo bem lento até pelo menos a metade de livro. Em se tratando do primeiro livro de uma trilogia, isso já é esperado, mas nesse caso há um excesso por parte da autora na descrição de coisas, lugares e fatos que não são relevantes para o desenvolvimento do livro. A ideia é boa, o mundo construído pela autora é interessante, bem como os personagens (em sua maioria). Apesar de ser YA, o livro está livre da maioria dos clichês intrínsecos a essa categoria (triângulos amorosos, protagonista burra e teimosa, etc). Também gostei bastante do fato de a maioria dos personagens serem mais velhos. O "pecado" realmente se encontra na narrativa utilizada pela autora, extremamente descritiva e desnecessária, páginas e páginas de nenhuma ação e nenhuma informação acrescentada pra a estória, isso ocorre durante todo o livro, mas na segunda metade a maior agilidade no desenvolvimento do plot consegue compensar um pouco.
DESATIVADO 02/04/2017minha estante
Finalmente uma resenha digna do q esse livro realmente é. Excessivo e enrolado. Estou tentando terminar. Mas me decepcionei um pouco já. Sou mais the kiss of deception mesmo


Naty 15/04/2017minha estante
Não estou conseguindo sair da página 150. Vai fazer um mês que estou lendo. E a leitura não desenvolve. Já estou desanimada em continua. Tinha uma expectativa muito grande nele e fiquei decepcionada com o que lê até agora.


DESATIVADO 15/04/2017minha estante
Eh horrivel esse livro :( terminei na marra




lavinnya1 16/12/2023

Sobre o livro!
Comprei ele no começo do ano,mais nunca tinha lido até q tava sem nada pra per e peguei,e não me arrependi,amei a história,pq flui beeeem rapido,mais não sei se tenho coragem de comprar os outros,me digam se é bom por favorr (mais amei esse!)
Giovanna1656 19/12/2023minha estante
Tem que comprar o resto da saga? Ou não precisa? Pq no meu aparece livro 1 e 2 tô um pouco confusa


lavinnya1 20/12/2023minha estante
assim,eu qro comprar o resto da saga pra poder acompanhar,no meu tbm aparece esse negócio de livro 1 e 2,mais isso é só pra incrementar na história,eu acho!??




Thais 12/03/2017

Até que enfim uma protagonista forte!
História incrível, protagonista cativante e intrigante, cheia de mistérios que nos faz ficar com um gostinho de quero mais.
Uma pena mesmo que essa capa seja lamentável, a editora poderia ter se esforçado um pouquinho mais. Espero ansiosamente que o segundo volume não demore a ser lançado como o primeiro.
Pathy Oliveira 19/03/2017minha estante
Tipo Jogos Vorazes?




Catarina402 25/09/2023

Bom, porém não excelente
---- COMENTÁRIOS PESSOAIS ----

Essa é a história da Kelsea, uma princesa escondida no meio da floresta, que precisa voltar para o castelo finalmente depois de ter sido levada até os seus pais adotivos na floresta.
A situação é que ,aparentemente, todo mundo quer matar a Kelsea, principalmente a Rainha Vermelha ( do outro reino). E a única maneira que a Kelsea consegue provar que é a herdeira, é por um colar e uma cicatriz no braço. Porém ela não sabe de quase nada do mundo, e muito menos do seu colar mágico e vai ter que aprender a história e confiar na Guarda dela, ou melhor não?

???

Eu amei o conteúdo e meio que a mensagem que ele quer passar pra gente. Gostei dos personagens também, mas não a ponto de ficar triste se alguém morresse. Menos o Fetch.
Mas coisas aconteciam no livro que parecia que a única pessoa consciente e sã era a Kelsea, pq ela ficava abismada com isso também.
Outra coisa que me deixou meio estressada era que as coisas aconteciam muito devagar. Eu fiquei umas boas 100 páginas lendo o mesmo acontecimento. E quando eles davam alguma cena divertida e legal, não dava tempo de curtir pq já voltava com o mesmo assunto sério abordado a algumas muitas páginas atrás.
Acho que eu vou reler daqui uns anos, pq a coisa toda tava acontecendo e eu só tava "KD O FETCH????" ou " Kelsea vai falar com o boy, vulgo Fetch, pra coisa andar pfvr?". Enfim né
Catarina402 12/10/2023minha estante
Eu tava com uma outra esperança pra esse livro




Queria Estar Lendo 18/12/2017

Resenha: A Rainha de Tearling
A Rainha de Tearling é o primeiro livro da trilogia que leva o mesmo nome, e foi publicado aqui no Brasil pela editora Suma das Letras, que nos cedeu um exemplar para resenha. O romance de estreia da autora Erika Johansen é uma fantasia com uma protagonista feminina que não mede esforços para obter aquilo que quer: ser uma boa rainha e salvar o seu povo.

Kelsea foi levada para longe da Fortaleza quando tinha apenas um ano de idade, e permaneceu escondida por longos 17 anos enquanto era treinada em história, política e no que fosse necessário para garantir que viesse a ser uma boa rainha. Durante sua vida de isolamento a garota apenas conheceu o mundo através dos livros e dos olhos e histórias de seus dois tutores, as únicas pessoas com quem convivia. Ela não possuía uma família; por mais que amasse Barty e Carlin eles nunca foram seus pais de verdade, sua mãe havia muito que já estava morta e seu tio, o único parente vivo que ela possuía, queria garantir que a menina nunca chegasse viva até a Fortaleza, onde ele agora reinava como regente.

"Sou a rainha. Ninguém manda em mim. Isso é o que a maioria das rainhas pensa até o momento em que o machado desce."

Quando seu décimo oitavo aniversário chega a Guarda da Rainha bate à porta do chalé onde Kelsea vive escondida, e sua jornada rumo ao trono de Tearling tem seu início. Acompanhada de guardas que juraram proteger sua vida, ela precisa cavalgar em direção ao futuro e ao trono que a aguarda, mas não serão poucos os empecilhos que tentarão a impedir de chegar ao seu destino. Além de seu tio que a quer morta para que ele possa continuar como regente, a Rainha de Mortmesne também possui muito interesse em fazer com que a princesa nunca venha a se tornar rainha.

É em meio a perseguições, atentados contra sua vida e até mesmo sequestros que Kelsea faz seu caminho rumo à Fortaleza apenas para se deparar com algo terrível ao finalmente concluir sua jornada. Seu povo e sua terra foram esmagados, anos de um governo que não se importava com os mais pobres e que vivia sob a sombra de um poder maior acabaram fazendo de Tearling um reino fraco e vulnerável, seu povo escravo e subjugado. É em meio ao caos, a dor e ao horror que ela realiza seu primeiro ato como rainha, ainda nos gramados da Fortaleza: Kelsea vai libertar seu povo, mesmo que isso signifique ir a guerra com a Rainha Vermelha.

A Rainha de Tearling é um livro de fantasia que carrega sua magia em doses leves e pontuadas, ainda que ela exista e seja de extrema importância os elementos fantásticos se restringem a certos aspectos mágicos. A construção de mundo é muito interessante, tendo em vista que parte da premissa de que o mesmo se passe em um futuro onde povos da América, Europa e África descobriram novas terras após a longa Travessia, e ali decidiram morar, deixando no passado toda a tecnologia existente. Ou seja, tratasse de um livro com ambiente medieval mas que se estabelece numa linha temporal do futuro.

"Mas Tyler sabia que a história era tudo. O futuro consistia apenas nos desastres do passado esperando para acontecerem novamente."

Quanto a escrita o livro tem seus problemas de desenvolvimento durante as 100 primeiras páginas, onde existem muito mais perguntas do que respostas e o leitor ainda está se ambientando a história e seus personagens. Passado esse primeiro momento, muito comum em livros de fantasia, tudo começa a fluir de uma maneira muito mais rápida e interessante, criando uma necessidade de continuar a ler e entender como todos os fios soltos apresentados irão se juntar e onde eles irão nos levar, que história irão contar.

Um aspecto, porém, que me desagradou muito durante toda a leitura mas principalmente no começo foi o problema que a protagonista tem com a beleza. Cheguei a comentar no nosso Instagram que a Kelsea só "pensava em omi" e fui corrigida por várias pessoas. O que eu acho que as pessoas não entenderam, e talvez eu não tenha explicado direito, é que o fato da personagem não ter um relacionamento romântico ou um par em específico, não signifique que ela não fique pensando em homens. Logo no início do livro, por exemplo, quando ela conhece a Guarda da Rainha, seus primeiros pensamentos são em relação a beleza - ou não - deles, até mesmo sobre como um dos guardas era "muito bonito apesar da idade". E isso se estende por diversas situações, onde a narrativa sobre personagens masculinos sempre estão relacionados a aspectos físicos e estéticos. Mesmo sob ameaça de morte ela consegue tomar um tempo para pensar na beleza do seu sequestrador. E isso me irritou, e muito, principalmente porque não era a imagem vendida da personagem.

"- Todo mundo morre um dia. É melhor ter uma morte limpa."

Demorei algumas páginas para entender, no entanto, que isso não era culpa da personagem em si, mas sim da autora. Não é Kelsea quem tem um problema, mas Erika Johansen. Isso fica claro com o decorrer da história e como a personagem lida com a beleza; quando masculina, sempre a atraindo, mas quando feminina, causando inveja ou desconfiança. Este aspecto se dá, principalmente, porque a autora recorreu a certas técnicas clichês das quais já estou bem cansada e que acho um completo desserviço.

Eu explico: a mãe de Kelsea, a Rainha Elyssa, é branca, loira, linda, feminina, fútil e uma péssima rainha. Kelsea, por sua vez, é morena (negra?), acima do peso (gorda?), de traços comuns (feia?), inteligente, apaixonada por livros, aversa a futilidades (vestidos e jóias, sempre coisas relacionadas à feminilidade) e uma boa rainha. Colocando as características assim, lado a lado, fica claro como a autora buscou contrapor as duas personagens: onde uma é linda, é má rainha, onde a outra é feia, é boa pessoa e rainha. Assim, a autora não apenas peca ao caracterizar certos aspectos físicos de forma negativa, mas também ao expor a beleza de forma negativa. Poderia ser apenas representações e caracterizações destes personagens em específico e não um erro geral da autora? Poderia, não fosse o contraponto que as duas personagens estabelecem durante o livro inteiro, não fosse a relação que Kelsea tem com a beleza e a forma como os demais personagens comparar ela e a mãe, e, principalmente, não tivesse eu lido outras dezenas de livros que sigam a mesma linha de narrativa clichê e problemática.

"- Está preparada para morrer hoje?
- Estou preparada para morrer por esta nação desde o dia em que nos conhecemos, Pai dos Ladrões."

A Rainha de Tearling tem seus problemas, que devem ser discutidos, mas conta uma história que merece ser lida. Kelsea é uma personagem muito interessante, e seu caminho na luta por dar um futuro melhor a seu povo é longo e perigoso. E digno de ser acompanhado.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2017/12/resenha-rainha-de-tearling.html
Puri Morais (@nocasoumabookaholic) 01/02/2018minha estante
to lendo, e gostando , indo pra pagina 178 , kkk eu gosto tanto do guarda Pen, espero que não morra.




Renata 09/10/2017

A Rainha de Tearling - Erika Johansen
Kelsea Glynn é uma garota simplesmente comum. Porém tem seu diferencial: foi criada isolada do reino que nasceu para governar, Tearling. Além disso, nunca chegou a conhecer seus pais, o mais próximo que teve de uma família foram Carlin e Barty. Carlin sempre muito dura e rígida com as disciplinas aplicadas sobre Kelsea, mas dona de uma incrível biblioteca na qual Kelsea passava horas e horas. Já Barty era doce e amável, o responsável por ensinar Kelsea a caçar, montar a cavalo e até a lutar com uma adaga. O objetivo era prepará-la para ser uma boa rainha, aquela que precisava salvar Tearling das garras de seus inimigos.
A mãe de Kelsea, a antiga rainha, Elyssa, morreu envenenada (o culpado nunca revelado) e seu irmão, Thomas, tornou-se regente de Tearling enquanto a sobrinha não estava apta para governar — o que acabou sendo mais que conveniente para ele, que desfrutava de tudo o que a riqueza da Fortaleza poderia lhe oferecer e muito mais que isso. Ganancioso, Thomas permitiu que Tearling ficasse à mercê de Mortmesne, o reino da tão temida Rainha (e feiticeira) Vermelha. O desejo do regente era que as coisas permanecessem daquela forma: conforto e luxos para ele, sofrimento e miséria para o povo. Por isso, queria impedir de todas as formas que Kelsea assumisse seu lugar no trono. Mas apesar de todos os esforços, mesmo no último segundo na hora da coroação, nada conseguiu impedir que a legítima herdeira do trono, Kelsea Glynn, fosse coroada.
Assim que põe os pés na cidade, Kelsea já começa a fazer uma série de mudanças. Dessa forma, conseguiu conquistar o apoio dos governados e desagradou muitos nobres. A partir de então tudo começa a ficar mais perigoso e torna-se difícil confiar em qualquer pessoa — mesmo nos fiéis guardas que sua mãe designou para buscá-la de seu exílio, escoltá-la até a Fortaleza e cuidar dela como se fosse a própria Elyssa (coisa que Kelsea está bem longe de ser). À medida que Kelsea vai conhecendo as entrelinhas do reino que agora governa, vê que há muito a ser feito e busca sempre se distanciar ao máximo do reinado fútil e egoísta da mãe que nunca conheceu. Em meio a tudo isso, a jovem rainha — a quem todos chamam de Rainha Verdadeira — conta com um misterioso e duvidoso aliado, o fora da lei Fetch, que não está apenas na mente, mas também no coração de Kelsea.

Nunca tinha ouvido falar da trilogia Tearling. Apenas quando busquei saber mais sobre a história percebi o quanto esse livro poderia ser instigante. Muitos tratavam a série como uma "versão feminina das histórias de George R.R. Martin", o escritor de As Crônicas de Gelo e Fogo. Mas, avançando na leitura, percebi que essa comparação é um grande equívoco. Apesar de a história se passar em um cenário medieval, cheio de histórias de guerras, cavaleiros, foras da lei, reis/rainhas e seus tronos, o universo criado por Erika é bem diferente do de Martin.
Para começar, algo que não fica muito definido durante a narrativa é o tempo em que o enredo se passa, mas logo fica claro que se trata de uma distopia (porém, não esperem nada do que tem nas comuns distopias contemporâneas, como Divergente ou Jogos Vorazes). O cenário é um mundo criado muitos anos depois do nosso, chamado de Novo Mundo, onde o grande visionário que faz a tão famosa Travessia, perde tudo o que leva de mais avançado em tecnologia durante um naufrágio, fazendo com que o Novo Mundo se torne "antigo" e crie sua própria civilização partindo do nada.
O livro é narrado em terceira pessoa e seu foco principal é Kelsea. Porém, outros focos são trabalhados em torno de personagens secundários — especialmente daqueles que não têm nada a esconder, como a própria protagonista. A narrativa de Erika é muito detalhada e se torna arrastada em alguns momentos por descrever bem tudo o que se passa. Uma grande marca de sua escrita é a sensitividade com que trata cada um dos personagens, fazendo com que o leitor chegue a sentir praticamente a mesma sensação que eles — isso ajuda a criar uma proximidade maior com a história como um todo.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção e impressionou na leitura foram os desmembramentos políticos, econômicos e sociais que Erika criou em torno da fictícia sociedade de Tearling — não só desta, mas também de seus arredores, como Mortmesne e Caden. A sensação é a de que todos esses reinos realmente existem ou existiram. Há todo um planejamento territorial, geográfico (com direito à descrição dos solos de cada região e fluxo dos rios). Erika praticamente está contando através deste livro de ficção, uma outra história da América, fazendo referências à "Nova Londres" e "Nova Europa". São pequenos detalhes que tornam uma fantasia mais real. Claro que não se pode esquecer da magia que todo o enredo contém: tanto a benevolente, que provém da própria rainha e sua linhagem — os colares com as safiras tear são a prova disso —, quanto a malevolente, vinda da Rainha Vermelha, aquela que tem mais de séculos de vida e continua governar Mortmesne através de uma poderosa magia negra.

Os personagens são o ponto alto da narrativa. Cada um deles tem sua particularidade e isso fez com que me conquistassem facilmente. Kelsea é a protagonista que muitos sonham em ver nos livros: a heroína corajosa, que tem inseguranças, mas enfrenta seus medos de cabeça erguida. Porém há uma particularidade nela que não se vê em muitas mocinhas por aí: Kelsea é descrita como "feia", com um rosto "comum", sem nada de atrativo além dos intensos olhos verdes. Além disso ela dá sinais claros de que foi bastante influenciada pela mescla da educação de Carlin e Barty. É uma leitora compulsiva, fruto das horas passadas na biblioteca de Carlin e também é cética com relação a crenças religiosas (mais uma herança da mesma). Mas a bondade e a compaixão que se tornam marcas de seu reinado, vieram do amável Barty.

Os personagens secundários também são muito bem trabalhados. É impossível não sentir o coração bater mais forte com o imprevisível Fetch. Ou não querer dar uns soquinhos no impotente — e tão cheio de mistérios — Clava, cuja fidelidade é digna de admiração, tanto quanto seu manejo de clava (daí seu apelido). E ainda se derreter com o encantador e espetacular esgrimista Pen, que, em minha opinião, serviria mais como um príncipe encantado que como um guarda-costas. Mas eles não são só flores. Thorne, um dos personagens mais fortes e um inimigo perigoso de Kelsea, pode despertar muitos sentimentos raivosos. Da mesma forma ocorre com Thomas, o regente — só que de forma diferente, pois ele é apresentado apenas como um covarde, mas a medida que a história avança, percebe-se como chegou a ser o que é. Isso é um diferencial muito bacana da escrita de Erika: seus personagens são profundos, cheios de conflitos, vícios e motivações. E claro que não se pode esquecer da Rainha Vermelha — que espero que esteja mais presente nos próximos livros —, um rival quase perfeita para a rainha Kelsea.

Puri Morais (@nocasoumabookaholic) 01/02/2018minha estante
TO QUASE na metade do livro e to amando o Pen.




Livros e Citações 24/02/2017

Esperei muito tempo por você, rainha tear. Mais do que pode imaginar.
Sabe quando você está muito, muito, muito ansioso para ler um livro, com altas expectativas? Pois bem, multiplica isso, e então você deve entender bem meus sentimentos antes de iniciar Rainha de Tearling. Lê-lo em uma tacada foi fácil, difícil é lidar com a espera pelo próximo livro (que eu li no dia seguinte porque não aguentei, confesso).

A trama gira em torno de Kelsea, uma princesa enviada ao exílio ainda criança por sua mãe, onde é criada em uma cabana isolada, longe das confusões políticas e da história infeliz de Tearling, o reino que está destinada a governar. Dezenove anos depois, os membros remanescentes da Guarda da Rainha aparecem para levar a princesa de volta ao trono – mas o que Kelsea descobre ao chegar é que a fortaleza real está cercada de inimigos e nobres corruptos que adorariam vê-la morta.

Mesmo sendo a rainha de direito e estando de posse da safira Tear – uma joia de imenso poder –, Kelsea nunca se sentiu mais insegura e despreparada para governar. Em seu desespero para conseguir justiça para um povo oprimido há décadas, ela desperta a fúria da Rainha Vermelha, uma poderosa feiticeira que comanda o reino vizinho, Mortmesne. Mas Kelsea é determinada e se torna cada dia mais experiente em navegar as políticas perigosas da corte. Sua jornada para salvar o reino e se tornar a rainha que deseja ser está apenas começando. Muitos mistérios, intrigas e batalhas virão antes que seu governo se torne uma lenda... ou uma tragédia.

Nossa protagonista não é bela, delicada ou possui experiência suficiente para estar a frente de um reinado, sua única arma é um bom coração, uma forte teimosia e alguns estranhos -- e quentes -- aliados que encontra pelo caminho. Não há preto no branco, alguns personagens você quer odiar, e ainda assim você se condói por suas tristezas e perdas.

O livro todo é uma batalha, você sabe que alguém vai morrer, mas não sabe bem quem, e de início nossa rainha parece nada especial, e nada preparada para o que se acerca. E, como bem sabemos, ninguém se torna herói sem ter um pouco de sangue nas mãos, e muito menos sem se perder um pouco pelo caminho.

Dividido em três partes, A Rainha de Tearling chegou perto de me causar um ataque no coração logo em sua primeira parte, e esse ritmo permaneceu em diversos capítulos do livro, o grande ás na manga é exatamente esse estica e puxa em nossos sentimentos, mas infelizmente esse livro não passa de uma introdução, por mais gostoso que seja aprecia-lo. Felizmente, parece que algo ainda melhor esta por vir.

"Esperei muito tempo por você, rainha tear. Mais do que pode imaginar."
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Guta 13/03/2017

Muito bom! Uma heroína que foge dos padrões!
Só por ela ser gordinha e comum, já gostei.
Mas realmente a história é mto boa, fazia tempo que não lia uma história tão envolvente.
Fantasia, uma heroína corajosa, um mundo medieval distópico, tudo d bom!
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Kelly 24/03/2017

Mais uma mocinha imponderada para a coleção

Olá
Pessoal!!

Hoje vamos falar de um lançamento que logo de cara já me conquistou, e a leitura é inebriante, uma Protagonista super forte e imponderada que veio para mostrar que mulher pode sim ser forte e amável, dominar e se perder, ser fraca e ao mesmo tempo forte, é com muita energia que lhes apresento Kelsea, A Rainha de Tearling.


"Não acho que você vai sobreviver tempo suficiente para realmente governar esse reino. É inteligente e tem bom coração, e talvez seja até corajosa. Mas também é jovem e lamentavelmente ingênua.(...)"


Kelsea foi criada em um chalé no meio do nada, com a presença apenas de seus pais adotivos e livros, ela viveu sua infância e adolescência sendo treinada para ser uma rainha, a Rainha de Tearling.

Quando finalmente chega a hora de exercer sua função, e os guardas da rainha finalmente chegam para buscá-la, Kel percebe que sua mais nova vida vai exigir muito mais do que ela aprendeu nas aulas. Com apenas 19 anos ela sabe pouco sobre seu passado, além do fato de ser filha de uma rainha já falecida, toda e qualquer história sobre seu passado e seu reino lhe foi negado, mas como toda jovem sonhadora e leitora, ela imagina um reino lindo, e uma mãe doce e direita que exercia seu cargo com amor por seu povo e sabedoria, mas talvez isso seja apenas um sonho.

Kelsea então partirá em uma longa e perigosa jornada para chegar ao Novo Mundo, na sua Fortaleza, acompanhada agora por seguranças que não possuem respeito por sua condição, eles não há veem como nada mais que uma pirralha mimada e despreparada para o reinado, tendo consigo nada mais que seus pertences e a misteriosa Safira, a qual usa desde pequena e que é proibida de retirar do pescoço, Kel percebe que acima de sair rainha ela terá que conquistar a confiança não só do seu povo, como de seus guardas.


"A grande responsabilidade que herdara, bastante problemática no mundo das ideia, agora parecia intransponível. Mas claro que ela já sabia que o caminho seria árduo."

Kelsea, assim como, Katnes Everden e outras protagonistas que venho conhecendo, é a demonstração de que mulheres não são apenas sensíveis, elas podem e devem amar, mas isso não tira delas a garra e a força para lutar por aquilo que acha correto, fazendo do amor a um companheiro apenas um complemento da história.

A autora criou uma personagem forte, porém com padrões comuns, Kelsea é morena, gordinha, meio míope, ou seja, uma beleza nada comum aos padrões de beleza que são impostos não só em livros, mas na vida real também, afinal o padrão são loiras de olhos claros e corpo escultural, e isso não passa despercebido nem aos leitores e nem aos súditos da rainha.

Kelsea chegará em seu reino e terá que tomar decisões muito difíceis, e como uma das principais ela quebrará um acordo com a Rainha vermelha, agora sua mais nova inimiga, uma guerra esta se aproximando, as coisas acontecem rápido e Kelsea precisa criar uma estratégia rápido para proteger seu povo.


"(...) Um surto em fey carrega enorme poder, mas assegure-se de que a distruição que vai causar é em nome do seu povo, não contra a memória de sua mãe. Essa é a diferença entre uma rainha e uma criança birrenta."

Toda a história acontece em um mundo pós nossos tempos, chamado como Novo Mundo, onde o idealizador resolve pegar um navio e partir daqui em busca de uma nova vida, mas apesar do navio conter tudo que há de melhor na tecnologia e saúde o mesmo naufraga perdendo tudo, fazendo assim com o que o Novo mundo comece do zero.

O mundo criado pela autora é bem comum aos nossos olhos, apesar de ser uma distopia, ainda sim o mundo é bem medieval, os personagens são fortes e tanto Kelsea quanto seus guardas possuem uma fibra e uma garra exemplar. O enredo é repleto de momentos de comédia e drama, fazendo com que os sentimentos dos leitores navegue entre extremos durante a leitura.

A força e determinação da personagem são admiráveis, e apesar de ser novata e estar mais do que perdida, Kelsea irá se mostrar muito capaz de reinar e resolver seus problemas. Com uma mocinha que promete e muito para seus próximos exemplares, Erika já me conquistou.

Com uma escrita suave e contagiante, a autora nos apresenta esse mundo mágico e surpreendente, e por mais que o inicio a leitura se mostre um pouco arrastado pelas explicações, logo a leitura pega velocidade e arrasta o leitor por um enredo eletrizante.

A edição da suma ficou linda, o livro possui uma capa linda, não revela muito e deixa toda a surpresa para a leitura, com uma edição diferenciada, a capa e a encadernação são mais maleáveis deixando o livro bem molinho para o manuseio do leitor, o que gostei bastante, diagramação impecável, páginas amareladas e fonte confortável, durante a leitura não localizei erros de revisão, o que conta vários pontos à favor da editora.

O livro é incrível, depois de Jogos Vorazes, livro que amei de paixão, estava me faltando uma protagonista comum e forte, uma mulher que tomasse as rédeas e colocasse fogo no mundo, e enfim encontrei. Para quem gosta de mulheres poderosas, esse livro é com certeza seu estilo.



site: http://paraisodasideas.blogspot.com.br/
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Mikaely.Menezes 21/04/2024

Rainha de Tearling
Um livro de fantasia cativante, uma protagonista interessante que não é chata nem enjoativa, personagens complexos, ótimo enredo e boas histórias paralelas

Essa é minha primeira resenha
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Carla Jeanine 05/04/2017

A trajetória de uma protagonista incrível!
"Kelsea experimentou dizer a palavra outra vez, embora a sensação fosse a de estar com a boca cheia de terra: rainha. Uma palavra agourenta, pressagiando um futuro sombrio."

Kelsea Raleigh vem sendo protegida desde a sua infância, após a morte de sua mãe, a Rainha de Tearling Elyssa, a pequena garotinha foi levada para uma cabana e criada por um casal de confiança, e ao longo de sua vida foi ensinada e preparada para um dia governar Tearling. Agora com 19 anos ela será levada de volta ao castelo, se sobreviver para reclamar o seu trono. Acompanhada da guarda da Rainha, que foi fiel a sua mãe e se manteve fiel a sua família, Kelsea começará a trilhar o caminho para o qual foi preparada, acompanhada de duas joias místicas que pertenceram a sua mãe e que ela nunca poderá tirar, pois conta-se que são responsáveis por proteger a verdadeira princesa herdeira do trono.

Na capital de Tearling, seu tio Thomas tem reinado como regente, e o reino está a beira de um colapso, praticamente controlado pela Rainha Vermelha de Mortmerne, uma mulher perigosa que todos declaram ser uma feiticeira, e que conquistou e colocou todos os reinos a sua volta aos seus pés. Cabe a Kelsea portanto não apenas retomar o seu trono e tentar sobreviver a todos os inimigos que querem matá-la, mas também trazer paz e justiça para seu povo, num reino que há muito desconhece o significado dessas palavras.



Capa maravilhosa e livro que provavelmente será adaptado para os cinemas, esses foram os motivos que me fizeram ler A Rainha de Tearling, confesso que não sabia absolutamente nada sobre a trama, não havia lido nem a sinopse, mas como sou fã de histórias de reis e rainhas, e me pareceu mais uma fantasia young adult, embarquei logo de cara, e me enganei muito.

A primeira coisa que você precisa saber é que esse não é um livro pra um público teen, possui uma linguagem mais pesada, com conotações sexuais mais escrachadas nos diálogos, muita violência e menção a estupros e abusos, então não é apenas mais um young adult. A segunda coisa é que esse não é um livro de fantasia, ou de romance, apesar de conter esses elementos de uma maneira muito sutil, esse é um livro que narra a trajetória de uma personagem, que enquanto aprende sobre sua força e coragem, também tenta resgatar o seu reino consertando os erros do legado de sua mãe. Eu não sabia do foco do livro, portanto ficava esperando o momento onde a fantasia e o romance aconteceriam, e só pude desfrutar da leitura apropriadamente quando compreendi esse propósito.



Kelsea é uma personagem diferente das que costumamos conhecer, ela sabe muito bem qual é a missão de sua vida, e abraçou essa causa logo muito nova, portanto apesar de sua idade e falta de experiência, ela é extremamente sensata e foi muito bem treinada para o que está para enfrentar. Portanto além de inteligente, ela é uma excelente estrategista, é muito corajosa e forte, mas ao mesmo tempo vemos nela as fraquezas de uma adolescente comum, baixa auto-estima, medos, incertezas, e tudo isso foi construído com maestria pela autora, fazia tempo que eu não acompanhava uma protagonista tão completa como ela, que me ensinou tanto sobre a necessidade de ser uma mulher independente, bem resolvida e que toma suas próprias decisões.
"Segundo Wyde, os mendigos a chamavam de a Rainha Verdadeira. Tyler conhecia o termo: era uma variante feminina de uma lenda pré-Travessia do rei Artur, a rainha que salvaria a terra de um terrível perigo e a conduziria a uma era dourada. A Rainha Verdadeira era um conto de fadas, um conforto para mães e filhos. No entanto, o coração de Tyler deu um pulo ao escutar as palavras de Wyde."
Enquanto Kelsea tenta recuperar seu trono, diversas outras coisas estão acontecendo no reino, e vemos a autora nos apresentando pontos de vistas de personagens importantes como o regente Thomas e a feiticeira A Rainha Vermelha, aos poucos ela vai amarrando os pontos da história, dando respostas sobre como esse mundo foi desenvolvido, sobre a magia, sobre o passado de Kelsea e compreendemos os rumos que a história vai tomando, apesar disso diversas pontas ficaram soltas e a parte de fantasia foi pouco desenvolvida nesse primeiro volume. Confesso que alguns capítulos foram maçantes, apesar de a narrativa ser interessante, não temos momentos com grandes reviravoltas ao longo da história, esses momentos são poucos e bem pontuais, portanto a história ganha uma trajetória linear que pode incomodar um pouco quem não está adaptado a esse tipo de gênero, principalmente porque como afirmei, o foco desse primeiro livro é a trajetória da personagem e sua ascensão.

Fiquei curiosa com alguns personagens, como Fetch, o jovem ladrão que faz parte de um bando de assassinos e apoia a ascensão da Rainha. Apesar do breve interesse de Kelsea nele, nada demais aconteceu, mas tenho suspeitas que a autora ainda pode vir a desenvolver o relacionamento deles nos próximos volumes da série. A autora trabalhou assuntos importantes, como o desejo por poder pode destruir a raça humana, lições sobre como um líder deve demonstrar compaixão e bondade para com seu povo, e como a soberba e o poder podem corromper as pessoas, além de falar muito sobre empoderamento feminino, elevando o papel da mulher numa sociedade praticamente patriarcal apesar da maior figura ser uma rainha, e de como as religiões podem influenciar e alienar as pessoas de um povo também.

Com a escrita rebuscada, e uma fascinante protagonista que te faz querer cada vez mais conhecer sua história e torcer por ela, me surpreendi com esse livro com lições fascinantes!
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Raquel.Euphrasio 15/04/2017

Uma história medieval mas em um outro espaço de tempo, confuso? É! Mas é tão interessante e curioso essa criação de mundo desse livro. Posso dizer que estou encantada com essa história. Kelsea, a nossa protagonista Girl Power que sim já conquistou um lugar mega especial na minha lista de personagens queridinhos. Além de tudo isso temos uma questão política, um tanto quanto atual contadas nessas páginas e nos leitores ainda somos presenteados com referências literárias. Uma história de lealdade, inteligência, educação... humana. Leiam!
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Patty Santos - PS Livros 15/04/2017

Um começo promissor!!!
"O Tearling era como um homem que ficara sem comer por tanto tempo que não se lembrava mais de como era estar com fome."


A Rainha de Tearling é o primeiro livro da trilogia escrita por Erika Johansen, também é o primeiro livro da autora, que cresceu e ainda vive em São Francisco. Essa fantasia foi lançada em 2014 lá fora, mas somente foi publicada em Março desse ano pela editora Suma de Letras aqui no Brasil. Existem rumores que o livro será adaptado para o cinema e trará Emma Watson no papel principal, porém ainda não temos uma data prevista. Estou ansiosa para ler a sequência dessa trilogia, e como meu nível de inglês ainda não me permite me aventurar em ler no idioma original, espero que a editora publique rápido os próximos livros.

A Rainha de Tearling é uma fantasia medieval, porém essa história apresenta um diferencial. Ela é uma fantasia medieval que se passa em um futuro distópico. Estranho? Eu também achei, e devo confessar que demorou um pouco para eu conseguir me situar. Em algum momento a civilização que conhecemos hoje desaparece e juntamente com ela toda a tecnologia e avanços da medicina, isso faz com que a humanidade volte a viver em uma era medieval, que os personagens denominam de pós-travessia. Isso porque, os americanos e britânicos se unem em uma travessia pelo mar com a pouca tecnologia que ainda existe em busca de um novo território para habitar. Nessa "travessia", muitos navios afundam e com eles todo o conhecimento adquirido pela civilização.

A catástrofe que vitimou a civilização não é muito explorada nesse primeiro livro e o leitor fica meio que desorientado, temos a consciência que estamos vivendo em uma era medieval, porém a história nos traz vislumbres de tecnologias presente nos dias de hoje, como livros digitais, ou exemplares de J.K. Rowling e Senhor dos Anéis. Espero que nos próximos livros a autora explore melhor esse aspecto da trama, até porque acredito que seja uma parte importante da história para ser deixada de fora. Com a Travessia surgem os territórios de Tearling e Mortmesne, o primeiro apesar do relevo e do território vasto possui menos recursos que o segundo.

E é nesse contexto que iremos conhecer Kelsea, hoje aos dezenove anos ela é a princesa e herdeira do trono de Tearling. Kelsea viveu reclusa e escondida durante toda sua vida. Ao perceber que sua filha sofria perigo de vida, a rainha, mãe de Kelsea, a enviou para ser criada por pessoas de sua confiança, e somente quando Kelsea completasse dezenove anos a "guarda da rainha" iria escolta-la de volta ao castelo para que ela assumisse o trono. Após a morte da rainha o reino passou a ser governado pelo tio de Kelsea, que não está muito disposto a entregar o poder.

Kelsea sempre soube que era uma princesa e que iria assumir o trono aos dezenove anos, porém muitas outras informações foram omitidas durante sua criação, ela pouco sabe sobre sua mãe, ou qual é e verdadeira situação de seu reino. Então assim que a "guarda da rainha" chega para escolta-la de volta para o castelo a única certeza que Kelsea tem é que a morte está a sua espreita. Conforme ela embarca nessa jornada rumo ao castelo, ela começa a descobrir a verdade sobre sua mãe, seu reino e seus inimigos.

O grande inimigo de Tearling é a Rainha Vermelha, ou a rainha de Mortmesne, ninguém sabe na realidade qual é seu nome, porém sua fama a precede, ela é uma conquistadora, ardilosa e sanguinária, e muitos acreditam que ela seja uma bruxa, pois apesar de estar no poder a mais de cem anos a rainha possui uma aparência jovial. A Rainha Vermelha também está buscando por Kelsea, na realidade ela está mais focada em achar a joia do herdeiro, uma safira azul que a princesa carrega consigo desde que nasceu e que é um dos dois sinais que identifica Kelsea como a herdeira do trono.

Kelsea é uma personagem diferente, fisicamente ela não se considera uma garota bonita, ela foge dos padrões que estamos acostumados encontrar quando rainhas e princesas são descritas, ela é uma jovem normal que a princípio não se importa muito com sua aparência, porém a insistência da autora em tocar diversas vezes nesse mesmo assunto, deixa uma certa dúvida se a Kelsea realmente não se importa em ser "normal". Algo que devemos destacar é que ela é uma personagem forte, que sabe bem qual é o seu papel e que fará tudo para conseguir alcançar seu objetivo.

A Rainha de Tearling é uma fantasia adulta bem diferente das quais estou acostumada a ler, e acredito que por este motivo a narrativa minuciosa se tornou arrastada no começo da leitura, demorei um pouquinho para conseguir me habituar com o estilo de narrativa e com o mundo que estava sendo apresentado pela autora, mas assim que conseguir romper algumas barreiras me deliciei com a história e me envolvi com os personagens, as intrigas e conspirações.

É válido avisar que esse livro não possui romance, não há um par romântico para Kelsea. Se algumas pessoas se irritam com o fato de algumas fantasias apresentarem um triangulo amoroso, o fato de um livro não apresentar nada de romance me incomodou um pouco. Não que eu acredite que um livro necessite de um romance para ser bom, mas a autora frisou com tanta veemência que a Kelsea não tem o padrão de beleza esperado em uma princesa que isso me deixou desconfortável. Não há um par romântico porque a história realmente não necessita, ou somente para provar que a Kelsea não é bonita?

Com relação a diagramação a Suma de Letras pecou um pouco na fonte utilizada no livro, ficou muito pequena e eu optei em ler A Rainha de Tearling em e-book. A narrativa é densa e a fonte pequena não ajuda. Já a capa parece uma unanimidade, a estrangeira é bem mais bonita. A narrativa é em terceira pessoa, e mesmo não sendo minha narrativa preferida não senti aquele distanciamento presente nesse estilo.

A Rainha de Tearling apresenta uma história complexa, com muitos personagens secundários e histórias paralelas, e por ser o primeiro livro da trilogia e ter que apresentar todo o mundo criado e seus personagens tende a ter uma narrativa mais lenta em determinados momentos, mas no contexto geral é uma trama com um conteúdo inovador com personagens marcantes, que me deixou com muita vontade de ler os próximos livros. Se você é fã de fantasia já pode colocar A Rainha de Tearling na sua wishlist, vale a pena!

“ - Consigo matar qualquer um neste reino. Sou mais perigoso que os mort, mais perigoso que os Caden. Roubei muitas coisas do regente, e seu pescoço já esteve sob minha lâmina. Eu poderia tê-la matado inúmeras vezes, se não tivesse de esperar.
- Esperar o quê?
- Esperar você, rainha tear.”

site: http://www.coracaodetinta.com.br/2017/04/resenha-384-rainha-de-tearling-erika.html
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