Luizin Espaia Lama 22/09/2021
A genialidade e repetição de Poe
Contexto: Estava eu, numa Leitura de shopping qualquer, lembrando alguns livros que sempre tive vontade de ler. Topei com a sessão "terror", e um lapso de memória me lembrou da Santíssima Trindade do Horror: Stephen King, H.P Lovecraft e Edgar Allan Poe.
Como eu tava sem vontade de voltar a leitura do King (IT já me traumatizou bastante), e Lovecraft é dito como pior ainda, resolvi buscar conforto no homem que escrevia contos para o jornal local, e ganhou fama por sua ambientação. Não, não é o Maurício de Souza, é o EDGAR.
Dada essa introdução, vamos ao livro.
- DO QUE SE TRATA
? Contos organizados de forma quase que aleatória; temos como temática comum uma ambientação com seres paranormais e/ou anormais, e normalmente narrados em 1a pessoa pela personagem apresentafa
- ESTILO DE ESCRITA
? Poe vem do século XX, obviamente seu estilo de escrita foi adaptado, mas pelo contexto ainda sim são usadas palavras mais antigas e de certo ponto cultas. A descrição também é um recurso absoluto em sua escrita (chamados de "Unidade de Efeitos"), mas esse é um dos pecados do livro, que quase sempre descreve ambientes escuros, claustrofóbicos, com névoa, pedras frias e úmidas. Alguns contos escapam da fórmula, ainda que dotados do léxico vicioso de Poe.
- MELHOR PARTE
? O 1? conto é perfeito, e sintetiza muito bem o que é Allan Poe. "Ligeia" acompanha um protagonista frustrado, que perdeu a esposa, e não a superou, mesmo anos depois. A frase
"O Homem não se entrega aos anjos, nem se submete a morte, senão pela fraqueza de sua débil vontade"
É perfeita, e define o final do conto de maneira frígida, depois de todos os desejos do personagem.
- Nota geral: 10/10, uma antologia que marca, essencial para todo fã de Terror, e perdoável em suas falhas.