Greice Negrini 17/07/2017Drama, perdão e amizade!Ao que tudo parece Londres é a cidade mais agitada e rica do mundo todo. Todas as pessoas desejam ir parar lá em algum momento e depois da segunda guerra mundial, onde muitas pessoas acabaram sozinhas, viúvas, órfãs ou com algum tipo de problema, o mais interessante era tentar ganhar a vida de alguma forma.
Nos anos quarenta, com o final da guerra, Greta é uma mulher que precisa do seu corpo para suas apresentações em seus espetáculos de dança no Windmill. Mesmo trabalhando diversas horas por dia mal consegue pagar as suas contas e vive contando os centavos. Seu amigo e comediante David é uma grande benção em sua vida, já que a ajuda em tudo o que precisa e também está tentando a vida naquela pequena cidade.
Greta precisa encontrar alguma forma de sair deste tipo de vida e ao conhecer Max, um oficial da marinha americana, viu que seus sonhos estavam se tornando realidade. Um verdadeiro cavalheiro, que estava se apaixonando por ela e a propôs casamento. Ela só precisava terminar suas últimas apresentações e rumar em destino aos Estados Unidos. Mas uma tragédia acabou acontecendo e ao esconder a verdade de sua vida ao marinheiro, ele acabou descobrindo de uma forma pior e zarpou sem Greta, a deixando sozinha e grávida, com apenas dezesseis anos de idade.
Sem saber o que fazer e agora sem emprego Greta acaba aceitando a proposta de David para que ela ficasse hospedada em sua casa na propriedade de Marchmont, onde morava sua mãe e seu tio. E é lá que Greta vai iniciar uma vida nova que, apesar de parecer normal vai acabar desencadeando uma série de tragédias ao longo de sua vida.
O que Greta queria era apenas fugir de seu padrasto e das coisas horríveis que ele tentava. E agora quando menos esperava, uma onda de acontecimentos mudaria sua vida completamente.
O que falo sobre o livro?
Lucinda Riley para mim é uma das melhores autoras que consegue ir e voltar no tempo sem perder o fio da meada. Sem ficar fazendo rodeios e colocando muita narrativa e diversos personagens bastante significativos, ela traça toda uma referência pela história, com pontos turísticos, pontos reais e uma cena bastante forte sobre todo o cenário. Os livros dela sempre foram assim.
A Árvore dos Anjos é um livro trágico. Não posso deixar de citar que apesar de Lucinda sempre escrever romances, este ser um dos livros dela que mais contem tragicidade e acontecimentos que afetam diretamente o leitor. Não no sentido que vai afetar humanamente, mas que deixa uma sensação de tristeza e peso, sendo que apesar de ler muitos livros de drama, sempre ter um fio de esperança que paira no ar. Já neste livro eu senti como se a esperança nunca viesse de nenhuma forma.
Lucinda reescreveu este livro, já que ela publicou o mesmo com o nome de Not Quit na Angel (Não Exatamente um Anjo), em 1995 com um outro pseudônimo. Assim, pela nota que ela deixa no final do livro, ela reescreveu quase toda a história. Eu percebi que ela refez mesmo porque como já li todos os livros dela dá para perceber bastante a evolução na escrita dele ao longo dos anos, porém eu acredito que o título deste livro deveria ter continuado o mesmo, já que o nome A Árvore dos Anjos não refletiu para mim o que a história em si conta.
A história começa nos anos 80, com Greta relembrando algumas coisas e então, como já é de praxe nas histórias da Lucinda, ela volta no tempo, nos anos 40, com o início da vida de Greta, uma personagem que vai dar o pontapé inicial em tudo, mas que apesar de ser uma das protagonistas, não vai ficar em evidência o tempo inteiro.
Um pequeno mistério envolve tudo. O cenário da cidade de Londres e de Marchmont, que fica no interior do País de Gales, é bastante descrito pelo cenário majestoso, tanto da mansão quanto dos seus jardins. Quando a vida de Cheska, uma outra personagem principal começa a ser desenvolvida, também teremos o cenário de Hollywood na trama, o que gera mais um cenário de glamour.
O que eu gosto é que Lucinda sempre remete as histórias a algo que ela tem experiência. A questão com o teatro e a vida nas telas de filmes é uma destas coisas. O livro tem todo um toque de maestria mostrando o setor artístico e também o que acontece quando alguém cresce neste meio totalmente afundado na fama e só pensa nisto. Pensei muitas vezes em alguns atores e atrizes que parecem com a personagem Cheska, da história.
Talvez eu seguisse algum outro rumo perante a história, mas acredito que tudo o que se aprendido a respeito de amar, perdoar e seguir em frente pode ser visto nesta obra. Mesmo com as tragédias que envolvem o livro, dá para notar que tudo o que chegou ao ponto de acontecerem gerou uma reação em cadeia e que no fim nos faz pensar se agimos certo ou o que podemos fazer para não nos arrependermos no final.
É um livro que não tem um enredo de suspense ou uma vulnerabilidade que vá causar uma emoção grandiosa, mas por ser da Lucinda Riley vale a leitura pelo entorno familiar e de amizade.
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