Fabio Pedreira 28/11/2017Ninguem Nasce HeroiFala galera, hoje vim trazer para vocês a resenha do livro Ninguém nasce herói, mas vou deixar um pequeno recado antes que é o seguinte... Talvez ela seja um pouco polêmica e contenha um pequeno spoiler (não considero mas tenho que avisar kkkk).
“Mas por que polêmica, Fabio?” vocês me perguntam, e eu já explicarei, mas antes vamos à sinopse para ajudar a entender o porquê.
“Num futuro em que o Brasil é liderado por um fundamentalista religioso, o Escolhido, o simples ato de distribuir livros na rua é visto como rebeldia. Esse foi o jeito que Chuvisco encontrou para resistir e tentar mudar a sua realidade, um pouquinho que seja: ele e os amigos entregam exemplares proibidos pelo governo a quem passa pela praça Roosevelt, no centro de São Paulo, sempre atentos para o caso de algum policial aparecer. Outro perigo que precisam enfrentar enquanto tentam viver sua juventude são as milícias urbanas, como a Guarda Branca: seus integrantes perseguem diversas minorias, incentivados pelo governo. É esse grupo que Chuvisco encontra espancando um garoto nos arredores da rua Augusta. A situação obriga o jovem a agir como um verdadeiro super-herói para tentar ajudá-lo — e esse é só o começo. Aos poucos, Chuvisco percebe que terá de fazer mais do que apenas distribuir livros se quiser mudar seu futuro e o do país."
Essa é apenas uma pequena parte da sinopse que vem dentro do livro, mas ela continua no mesmo ritmo, levando você leitor desavisado a pensar que esse é um livro onde teríamos uma distopia no país e caberia ao jovem Chuvisco conseguir acabar ou pelo menos dar início a revolução para dar fim nesse estado em que o país se encontra.
Pois não se iluda porque pelo menos para mim esse livro te vende uma coisa que não é. Ele consta de 30 capítulos mas ele só mostra aquilo que vende em no máximo 5 ou 6 deles. O primeiro começa de forma excelente com Chuvisco e seus amigos distribuindo livros (um que foi proibido de ser vendido por ter palavras que iam contra os gostos do governo) na praça, até que se depara com dois policiais e um deles resolve parar Cael (o amigo de Chuvisco) para questionar o que estão fazendo, e isso está ligado ao fato de que Cael é negro e o policial racista.
Então você fica naquela tensão do que vai acontecer ali: será que vão se dar mal, será que vão escapar? Mas, pronto, terminado esse capítulo o livro só vai focar de verdade nessa luta e as questões contra o governo lá para o capítulo 20. Antes disso tem uma citação ou outra esporádica, e o encontro de Chuvisco com Júnior (o garoto que ele salva).
Do capítulo 2 em diante o livro passa a focar em Chuvisco e suas amizades e entra em um grande problema. Para quem leu a resenha de Darkham que fiz aqui viu que ele caiu em um erro de ficar descrevendo itens caros que o personagem usava, pois bem, nesse livro tem o mesmo erro, só que mais irritante. Isso porque nesse livro ocorre com muito mais frequência.
Aqui o autor não fala sobre itens caros repetidamente, mas sim como seus amigos já se pegaram entre sim, como sexo é bom, quando não sei quem fez sexo a três com outro amigo, como não sei quem beijou não sei quem. Ou como não sei quem já pegou aquele outro, mas agora está pegando aquele outro e fica nisso o livro inteiro, parecendo mais um livro hot do que um livro de distopia.
Depois tem o encontro de Chuvisco com Júnior, em que Chuvisco salva Júnior de ser morto pela Guarda Branca, até aí beleza, interessante. Porém, depois cada um vai para um lado e Chuvisco fica fissurado em encontrar esse menino para, quando se encontrarem lá para depois da metade do livro, os dois trocarem meia palavra, se pegarem sem mais nem menos como se fosse um livro de romance e que o foco todo do livro fosse o encontro dos dois.
Então chegamos no capítulo 20, depois de muita enrolação e conversas fora do foco, e aí sim o livro começa a nos entregar o que passou na sinopse. E passa a mostrar as consequências que um governo opressor pode trazer e as lutas reais para os personagens, faltando 10 capítulos para o final. MAS, antes, uma pausa em 2 capítulos para fugir do foco falando coisas desnecessárias e retomar depois.
Nesses 10 últimos capítulos (tirando os dois de pausa) o livro melhora muito, dá um salto de qualidade tremendo, você começa a se empolgar com o livro finalmente, Chuvisco vai fazer um grande discurso em uma passeata e você quer ver esse discurso acontecendo, estamos no penúltimo capitulo, o discurso vai acontecer no último e vai salvar o livro, chegamos no último capítulo e... Salto no tempo para avisar que ele está no hospital com apendicite e dar um resumo básico e corrido do que aconteceu com ele e os amigos e acabar o livro. SÉRIO? SÉRIO!!
Cara, foi o final de livro mais (desculpe a palavra) brochante que já vi na minha vida. Então desculpem, mas não tem quem faça eu gostar desse livro. Achei ruim de verdade. Mas nem tudo é de se jogar fora. Por mais que a história seja ruim (NO MEU PONTO DE VISTA) a escrita do autor é muito boa, é dinâmica, fácil e leve. E o livro é muito bom também em questão técnica (tamanho da letra, a capa que é muito bonita e etc). Mas é só isso. Ainda tem questões que nem quero falar aqui para não falar mais coisas ruins, como o fato do grupo chamado Santa Muerte ter um desenvolvimento péssimo ou das catarses criativas de Chuvisco.
Eu andei vendo outras resenhas e fui o único a não gostar desse livro, então não desistam dele. E é por isso que eu disse que a resenha poderia ser polêmica. Vai ter muita gente me odiando depois dela, provavelmente, mas é minha opinião, queria poder dizer que o livro é ótimo, maravilho e tudo mais, mas infelizmente é só 1 estrela e meia para ele, pois isso não acontece. =/
Até a próxima e me perdoem =*