Thuanne Hannah 19/02/2018Quando vi esse lançamento, logo me interessei, pois já li outros dois livros da autora e gostei bastante. Com esse não foi diferente, gostei demais do que encontrei nas páginas e me surpreendi mais uma vez com sua obra.
Logo de cara nos deparamos com Jule, uma jovem misteriosa que está hospedada em um hotel no México. Bem nesse comecinho já dá pra saber que tem algo errado, pois ao se apresentar para uma hóspede, a jovem usa o nome de Imogen, sua melhor amiga que cometeu suicídio há pouco tempo atrás. Com isso, podemos perceber que ela está fugindo de algo. Mas porquê? O que a levou a tomar essa atitude?
As duas garotas tiveram problemas na infância. Imogen foi adotada e Jule teve seus pais assassinados, isso foi um dos motivos pelo qual as duas se sentiam tão ligadas. Também percebemos que logo no começo do livro Jule quer fazer as mesmas coisas que Imogen, usar as mesmas roupas que a amiga... Será que ela ainda não superou a perda?
“Não tinha mais certeza de onde traçar a linha entre elas. Jule usava perfume de jasmim como Imogen, falava como Imogen, amava os livros que Imogen amava. Aquelas coisas eram verdadeiras. Jule era órfã como Immie, uma pessoa que se inventou sozinha, como um pássaro Misterioso. Havia tanto de Imogen em Jule, e tanto de Jule em Imogen.”
O livro é escrito de trás para frente, é isso mesmo! Começa do capítulo dezoito e vai voltando, até chegar ao capítulo um. No final, nos deparamos com o 19º capítulo, que seria um epílogo da história. No começo achei um pouco confusa esse tipo de escrita, mas fui me adaptando, prestando bastante atenção e concluí que seria bem interessante. A cada página ia mergulhando mais e mais na história, que me intrigou a cada acontecimento. A autora vai brincando com o leitor, nos fazendo deduzir várias coisas, mas ao ler os capítulos seguintes vamos vendo que não era nada daquilo que estávamos imaginando, era algo muito melhor.
Ao decorrer das páginas vamos entendendo a relação de Jule e Imogen e os motivos que as levaram a tomar certas decisões. Não vou poder descrever muito sobre a personalidade das duas para não acabar com os mistérios, mas digo que Imogen é muito mimada e acha que o mundo gira ao seu redor e Jule é calculista e esconde muitas coisas.
Em livros assim, tenho mania de tentar adivinhar o final, e nesse caso, não era nada do que imaginei no começo. A cada capitulo eu era surpreendida e o que achava no capítulo anterior já não fazia mais sentido. Por isso, tratei de correr com a leitura, para saber logo o final.
O final (que na verdade é o começo) me deixou chocada e pensando em como uma coisa levou a outra, como as ações de uma personagem ia se baseando nas atitudes da outra. É só uma pena que o livro seja tão curtinho, desejei ter mais detalhes do passado das duas, para entender melhor algumas coisas. Indico a leitura para todos, mas prestem bastante atenção, porque a escrita atemporal pode dar um nó na cabeça!
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