Eles eram muitos cavalos

Eles eram muitos cavalos Luiz Ruffato




Resenhas - Eles Eram Muitos Cavalos


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Antonio 10/05/2016

O todo
Impressionante retrato da cidade de São Paulo, Eles eram muitos cavalos apresenta a capital paulista ao leitor por meio de fragmentos que a compõem: personagens angustiadas, zés ninguéns, situações extremas, eventos corriqueiros, a fé, a desesperança, o medo, a coragem... Uma pluralidade que singulariza a megalópole.

Nenhuma das setenta histórias contadas neste livro se toca, mas todas se entrelaçam, numa engenhosa operação narrativa que nos enfia no corre-corre da metrópole que não pode parar e nos faz sentirmo-nos embasbacados diante do colosso que é a insignificância.

Este que é o primeiro romance publicado por Ruffato nos toca insistentemente, brigando pelos invisíveis por nosso olhar, entregando-nos a sensibilidade que há na pedra bruta.

Forte, belo e inovador, Eles eram muitos cavalos é, sem dúvidas, um livro marcante.

Trecho do livro:

"Um dos grandes problemas que afligem a vida do casal é o ciúme. Para eliminar totalmente esse mal, que provoca brigas inúteis comprometendo a união, deve-se fazer o seguinte: numa quinta-feira, compre um vidro de perfume de sua preferência. Benza-o contra o ciúme, fazendo uma cruz por cima da tampa. Dê o frasco de presente para a pessoa ciumenta, dizendo que gosta do aroma e por isso quer que ela o use. À medida em que o líquido vai acabando, vai indo embora também o ciúme." (p. 107)

site: leioedoupitaco.blogspot.com.br
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

“Eles eram muitos cavalos” é um romance inovador. E chamá-lo de romance carrega um sentimento de estranhamento. Afinal o livro não conta com uma trama única, são diversas estórias cuja ligação é a presença das personagens na mesma cidade (São Paulo) e no mesmo dia (9 de maio de 2000). Muitos poderiam contestar afirmando que esta obra de Luiz Ruffato é uma coletânea de contos. Procurar classificações é perder tempo com uma discussão supérflua sobre gêneros literários, o importante e o mais impactante neste livro, além de sua forma avessa ao romance tradicional, é a multiplicidade de vozes que o escritor retrata em suas linhas. É um livro de personagens heterogêneas que traduzem a cidade de São Paulo em sua diversidade, que a representam e a fazem ser como é. Do mendigo ao assalariado, da dona de casa insatisfeita à prostituta que se agarra às lembranças de um cliente rico e afetuoso, do morador da periferia ao pertencente à classe média, do bandido à vítima, do desempregado aquele que trabalha em condições precárias. Relatos que impressionam pela concisão e pela crueza, circundados pela tristeza e a melancolia das conquistas não alcançadas, por uma realidade de violência e pobreza, de subsistência. “Eles eram muitos cavalos” incomoda não apenas pelo seu formato, mas o quão próximo estão aquelas personagens de nós (quem nunca travou contato com um desses tipos diariamente, mesmo que de maneira fortuita?), somos nós mesmos naquelas páginas vibrantes, pois trazem um recorte da própria vida ali. O romance de Luiz Ruffato é uma obra plural, que dialoga com o melhor e o pior de São Paulo, sem distingui-los, pois pertencentes a mesma cidade, que é única, que traz o mundo inteiro em si, que é traduzida em forma de texto literário.


site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2015/05/na-estante-39-eles-eram-muitos-cavalos.html
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melnoliteraverso 12/12/2023

Eles eram muitos cavalos
Peguei pra ler por causa da faculdade e achei o livro bem interessante. Não é um romance, e sim uma série de fragmentos que fazem com que paramos para refletir sobre a sociedade
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Menina.Jasmim 05/09/2015

eles eram muitos cavalos
eles eram muitos cavalos não é um livro fácil de ler ou de comentar. Não há uma história continua, ao mesmo tempo que é a história de um dia comum em São Paulo. Tudo passa em apenas um dia, mas poderia ser em qualquer dia do ano.

O livro foi dividida em textos curtos. Crônicas? Contos? Não se sabe. O autor mesclou diversos tipos textuais, então encontramos desde folhetos de propagandas a listas. Para quem está acostumado com o estilo "mais clássico" de Literatura, pode achar bastante confuso.

Muitos textos param no meio. Não possuem pontuação ou letras maiúsculas. Tudo isso para mostrar a rapidez como as coisas acontecem em meio a grande cidade. Personagens vêm e vão, como pessoas na rua, deixando seu rastro e suas histórias, mas não fazendo tanta diferença depois.

Se pegar esse livro para ler, leia de uma vez e sinta as histórias como se fosse você caminhando em meio a São Paulo e escutando as pessoas conversando, vendo cenas cotidianas, lendo propagandas... Parece um complexo e bem estruturado sussurro da sociedade. Mostrando o que se esconde nas ruas, mesmo estando a altura de nossos olhos.

Eu pouco tive contato antes desse ano com Literatura contemporânea nacional (principalmente a que segue um pouco a premissa do Modernismo de criar algo novo e quebrar com o que estava em vigor). No principio é um choque não encontrar a história construída como estamos acostumados. Ou encontrar vários fragmentos de histórias e não saber o que veio antes ou irá vir depois. Mas é maravilhoso quando se entende e consegue entrar em uma obra contemporânea. É um jeito diferente de Literatura, mas muito animador.

Concluindo, o livro é complicado de ler, nem todo mundo gosta, nem todo mundo entende. Parece qualquer coisa menos Literatura, mas talvez por isso seja tão interessante. É uma representação da realidade quase naturalista, mas juntando os vários tipos textuais que encontramos quando, por exemplo, andamos em um dia comum pelas ruas.

site: http://ultimasfolhasdooutono.blogspot.com.br/2015/05/resenha-eles-eram-muitos-cavalos.html
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Luis 03/08/2015

Um virtuose da língua portuguesa
Desde a primeira página, percebe-se que é um livro incomum. Composto de pequenas histórias sem relação entre si, é escrito com linguagem inovadora, das mais variadas formas: Omissão de parágrafos, falas sem travessão separando-as, frases sem verbo, ausência de personagens, dentre outras. Cada capítulo é escrito de uma forma, o que mantém a novidade e evita que a fórmula se desgaste.

Cada história conta uma cena perfeitamente crível em um cotidiano urbano, e o estilo do autor tenta captar tudo, sem distinção ou fronteira: pensamentos, barulhos, devaneios, falas. Há capítulos puramente descritivos, sem personagens, nos quais são transcritos aqueles textos esquecidos, normalmente relegados à paisagem. É como se o autor dissesse que não há irrelevância, que todos os detalhes devem ser considerados. Por isso mesmo, cada trecho é bastante intenso, dando a sensação de vivenciar a cena.
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Enoque 15/05/2015

“Eles eram muitos cavalos, mas ninguém mais sabe os seus nomes, sua pelagem, sua origem...” (Cecília Meireles)

O título do livro foi tirado do poema "Dos Cavalos da Inconfidência", de Cecília Meireles e diz exatamente o que Ruffato expõe nessa coletânea de vários contos relacionados ao cotidiano da cidade de São Paulo. O autor usa de vários artifícios literários e poéticos para tentar reproduzir o dia a dia na maior metrópole do país. Em cada conto, os personagens são diferentes, muitas vezes têm nomes mas, mesmo assim, não deixam de ser generalizados. Os fatos descritos parecem acontecer a todo momento, e os textos, muitas vezes, com formas diferentes e com linguagem coloquial, fazem a leitura fluir muito rápido. Esta maneira de escrever, na minha opinião, tenta reproduzir a correria das pessoas que vivem nessa cidade e que, muitas vezes, se passam despercebidas em diversas ocasiões ou vivem no "piloto automático".

Nos contos, Luiz faz várias críticas e tenta distribuí-las em classes sociais diferentes. Mesmo as condições sendo favoráveis ou adversas, a generalização é a mesma para todos os personagens, reificando as relações humanas. O autor critica, por exemplo: a relação marido e mulher, a política, a corrupção, o caos nos transportes, a violência, a quantidade de informações a que somos expostos o tempo todo, o futebol, a internet, dentre outros assuntos evidentes ou não, mas conhecidos de todos que vivem aqui em SP. O autor não coloca sua opinião em relação às atitudes das personagens e, literalmente, essas não aparecem diretamente. Entretanto, fica muito claro nas entrelinhas uma estereotipação de vários personagens.

Eu li diversas críticas relacionadas à este livro, no entanto, discordo de várias delas. Muitos diziam "Essa é um livro sem pé nem cabeça" ou "Ele escreve qualquer coisa e coloca nos contos, como por exemplo, um anúncio de classificados". Primeiramente, devemos ter ciência de que este é um livro de contos e não um romance ou uma novela, sendo assim, as histórias não se dão de forma contínua e, em vários momentos, o autor não escreve o final da história e deixa este para a imaginação do leitor deduzir. Achei esse recurso muito interessante e, com certeza, me fez divagar por todo o texto imaginando situações diferentes. Além disso, Ruffato usa formas diferentes como cartas, classificados, estantes de livros para explicitar quantas vezes somos bombardeados de informações no nosso dia a dia e são coisas tão banais que não nos damos conta.

Apesar das várias críticas que li, achei o livro muito bom de se ler e de compreensão mediana. As histórias diferentes nos fazem ter uma grande empatia com as personagens, mesmo elas aparecendo de formas generalizadas. O modo de escrever, sem vírgulas e sem forma rígida, dá aos textos um teor poético e causam muitas sensações em quem está lendo. Sem dúvidas é um livro que incomoda e muito provocativo, indicado para quem quer refletir sobre as situações do cotidiano e também conhecer mais o que acontece nas ruas e nas casas de São Paulo.

site: virazoi.blogspot.com.br
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jota 24/11/2014

Muitos mesmo, uns sessenta e nove...
Eles Eram Muitos Cavalos é sobre a cidade de São Paulo e seus personagens - ou habitantes, alguns deles. Não é exatamente um romance no sentido tradicional da palavra, mas uma série de histórias curtas e textos que incluem até mesmo anúncios, orações, um cardápio de restaurante e outras coisas mais. Parece que tudo isso junto forma uma unidade. Mas também pode parecer que não, depende do leitor.

Algumas histórias - as que achei as melhores - são contadas com início, meio e fim, de modo tradicional etc. Não são tantas assim; digamos cerca de vinte dentre sessenta e nove textos. Outras, contadas (ou formatadas ou mesmo fragmentadas) à maneira de David Foster Wallace - foi o autor de Breves Entrevistas com Homens Hediondos que me veio à memória durante a leitura do livro de Ruffato - , sem pontuação e algumas vezes parecendo sem sentido mesmo, denotando experimentalismo de linguagem ou algo parecido, foram as que não me agradaram tanto assim, embora eu tenha de reconhecer que às vezes sejam curiosas. Mas podem acabar incomodando o leitor pela repetição do modelo, pelo jeito de escrever meio sem regras.

É claro que livros como este têm seus leitores fieis e entusiastas - além disso foi premiado, traduzido para várias línguas e já está na 11ª. edição, a que li - e esse jeito diferente de escrever um romance - ou um livro - tem a ver com a revolução ou renovação que James Joyce causou na literatura com seu Ulisses lá em 1904 e parece que não vai acabar nunca. Ou também pode ser que o livro não tenha nada a ver com isso, sabe-se lá. Que ele seja, como querem alguns leitores, pretensioso. Seria? Será?

Como não tinha lido nada de Ruffato até aqui, e tampouco sei muita coisa sobre o homem, não sei se ele se considera ou é considerado um discípulo de James - ou mesmo de DFW - e isso também não tem importância nenhuma eu pensar, mas essas coisas me vieram à cabeça neste momento, finalizando a resenha, melhor dizendo, minhas impressões sobre o livro.

Lido entre 22 e 24/11/2014.
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Toni 29/01/2014

A cidade romance
Vez ou outra, o "romance" Eles eram muitos cavalos aparece na crítica especializada assim mesmo, com a palavra referente ao gênero posta entre aspas. Difícil, com efeito, chamar ao romance romance, quando tão poucos elementos concorrem para semelhante classificação. Lembro-me da recusa de José Saramago em se referir à Viagem do elefante como um romance, por não haver nele homem que se apaixonasse por mulher, ou seus contrários, ou porque não houvesse "ingrediente que se costuma encontrar em um romance, como um conflito complicado ou um problema de família". Se a viagem cheia de episódios do elefante Salomão não era assunto que justificasse o título que a editora portuguesa insistiu atribuir-lhe, que dizer dos 70 episódios desconexos arregimentados pelo escritor mineiro, tão variados quanto são possíveis as linguagens, formas e pontos de vista narrativos?

O romance-entre-aspas de Luiz Ruffato é composto de minicontos transcorridos ao longo de uma terça-feira, 9 de maio de 2000, na cidade de São Paulo. No entanto, longe de deixar o leitor perdido entre múltiplas sequências de breves histórias anônimas, a versatilidade narrativa de Ruffato permite que cada episódio seja absorvido onivoramente, deglutido e misturado à sensibilidade de quem observa impune aos flagrantes. À medida que impõe uma reflexão sobre o agora metropolitano, Ruffato expõe o leitor a uma linguagem literária aglutinadora que é conto romance poesia ensaio jornal televisão anúncio lista carta peça de teatro etc, demonstrando o deslocamento para a fragmentação, o cruzamento da literatura com outras mídias e a multiplicidade de caminhos tomados pela literatura brasileira a partir da década de 80.

Essa estética fragmentária presente na forma e no conteúdo coloca "Eles eram muitos cavalos" no centro da complexa dialética que enlaça a realidade representada e a forma da representação. Daí advém, sem dúvida, seu maior trunfo e o motivo de sua aclamação pela crítica. Nas palavras de Flávio Carneiro (No pais do presente, 2003, p.71), "As vezes o miniconto é apenas um recorte de jornal, que, colocado ali, no romance, adquire -- pela mudança de contexto original -- a polissemia característica do texto literário, perdendo parte do seu valor de 'uso' e transformando-se, então, em signo estético, aberto à intervenção do leitor na criação de possíveis significados."

Dessa forma os episódios se sucedem entre o humor e a crítica social: ora se demoram, provocam náusea e revolta, ora são breves-muito-breves e deixam o leitor a desejar que a narrativa torne à moça que sonha, ao médico que se recusa a operar o assaltante de sua casa, ao casal que decide ir a uma casa de swing, à secretária eletrônica de uma amante descoberta. Mas ela nunca torna; e de cada personagem não sabemos mais os seus nomes ou sua origem, como adverte a epígrafe retirada ao "Romanceiro da inconfidência". Como pedaços de um complexo mosaico, os episódios de "Eles eram muitos cavalos" se encaixam idiossincraticamente: emendam-se para formar uma obra que não é só "romance", mas uma elaborada sinédoque da vida nas metrópoles, reino de infinitas possibilidades para a ficção.
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Dose Literária 20/02/2013

Visceral
O curioso título foi retirado do poema "Dos Cavalos da Inconfidência", de Cecília Meireles, e não poderia ser mais pertinente para descrever São Paulo, a cidade das luzes e escuridões do Brasil.
Confesso: foi bem complicado. A narrativa não segue os padrões convencionais e alterna entre poesia, prosa, texto, depoimento, conto, fluxo de consciência... São histórias que circulam entre o rico e o pobre, o confuso e a certeza da incerteza. Ninguém é poupado: das despirocadas da alta sociedade até o crime de uma batalhão de esfomeados; da conversa de um taxista nordestino boa praça à uma lista de livros contidos em determinada estante "intelectual e esotérica" paulistana ou ainda, a revolta de uma mulher traída disparada contra a secretária eletrônica da suposta amante.
Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/05/os-cavalos-viscerais-de-ruffato.html
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Vanda 24/01/2013

uma resenha interessante

uma boa resenha sobre este livro pode ser encontrada aqui

http://amerika.revues.org/3507
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Márcia Regina 01/09/2012

A falta de história pode ser a própria história?

Luiz Ruffato nos mostra que sim. Poesia, prosa literária, relatórios, textos jornalísticos, cinema, televisão, publicidade... Diferentes gêneros, tipos de discurso e vozes compõem um texto que retrata o redemoinho da cidade grande, o impacto da velocidade quotidiana que nos impede de perceber o que nos forma e o todo que somos. Nosso espelho está quebrado, grita o autor, e os pedaços são quase infinitos.

No transcorrer de toda a obra, vemos uma mescla de textos de forte lirismo (“O Neon vaga veloz sobre o asfalto irregular” - onde inclusive “Neon” adquire um sentido mítico ao ser escrito com inicial maiúscula) com listas, manchetes de jornais, classificados, etc. Dessa forma, o autor monta um retrato vivo e palpitante da cidade e da vida contemporânea, retrato que se torna ainda mais vivo na medida em que vários trechos são colagem, mais do que reescrita.

Reforçando essa ideia de retrato, vemos um cabeçalho identificando a obra temporal (9 de maio de 2000) e espacialmente (São Paulo). Mas, ainda antes do cabeçalho, temos o título, retirado (fragmento) de um poema de Cecília Meireles, cujas palavras direcionam a leitura, pois destacam a perda de memória ligada à falta de percepção. Não podemos lembrar o que não percebemos, e não podemos ser lembrados se somos incapazes de tocar, de atingir o outro, tão ausente e tão muro quanto nós.

As imagens são jogadas como flashes, perdem-se entre outras cenas, não permitem a personificação como indivíduo, como ente diferenciado do grupo, do todo que é a cidade.

Nesse sentido, o da angústia do não conseguir ser parte, mas também não conseguir não ser parte, é exemplificativo o texto da página 93. Atente-se para a expressão "parcial" constante no “título” e para o uso da letra minúscula na designação da cidade:

"45. Vista parcial da cidade
são paulo relâmpagos
(são paulo é o lá-fora? é o aqui-dentro?)”

Realidade e ficção mesclam-se, desemprego, miséria, esperança, sonhos e falta de perspectivas. Realidade crua com todas as suas nuances. A fragmentação também permite uma leitura não sequenciada. São pedaços autônomos (mas nem tanto quanto parecem em um primeiro momento) que apresentam textos curtos, mais ou menos intensos, mais ou menos complexos, não raro verdadeiros microcontos a serem decifrados pelo leitor, como pequenas brechas em muros de concreto.

A linguagem, ao se utilizar de diferentes linguagens, ao se fragmentar entre as vozes a que dá voz, também chama a atenção para a importância do questionamento, da relativização mesmo da cultura dita “oficial”. Até que ponto o ser humano deve almejar apenas o que os meios oficiais de conhecimento consideram “superior”? Somos múltiplos e torna-se urgente aprender a ver e compreender a amplitude da qual fazemos parte.

Fragmentar o texto é, de certa forma, reconstruir e reaproveitar seu sentido, mas, principalmente, é impedir o cerceamento, a limitação, o encarceramento da linguagem em uma ideologia ou visão de mundo.

E, assim, é uma forma de fugir do controle.
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Eni Miranda 18/04/2012

Resenha de "Eles Eram Muitos Cavalos" no www.doseliteraria.com.br
http://www.doseliteraria.com.br/2011/09/eles-eram-muitos-cavalos.html
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Paula 28/05/2012

Eles eram muitos cavalos
O primeiro romance de Luiz Ruffato é composto por 68 pequenos textos que formam um mosaico da sobrevivência numa megalópole, nesse caso, a cidade de São Paulo. A estrutura narrativa é inovadora pela amálgama de gêneros textuais e pela fragmentação. Cada história relata uma situação, sem introdução e conclusão, como se fosse uma fotografia. Porém os textos são totalmente inteligíveis. O título é baseado num poema de Cecília Meireles: “Eles eram muitos cavalos, / Mas ninguém mais sabe os seus nomes, / Sua pelagem, sua origem...”.

As personagens não têm nenhuma relação, só o fato de viverem na mesma cidade. São ocorrências vividas desde um professor a um taxista ou de um evangelista a um índio, assim, o autor consegue demonstrar a diversidade humana, além da textual. Essa técnica é totalmente concernente ao “enredo”, pois tem o objetivo de enfatizá-lo. Com isso, a obra possui ainda classificados, horóscopo, simpatia e até uma relação de livros de uma estante.

Uma obra catártica aos paulistanos e/ou moradores de São Paulo e reveladora para quem não a conhece. Mas sobretudo singular em sua estrutura narrativa.

Texto publicado na 5ª edição da Revista Macondo (Pág. 52): http://revistamacondo.co.cc/
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andalm 07/02/2010

Frenético!
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