Eles eram muitos cavalos

Eles eram muitos cavalos Luiz Ruffato




Resenhas - Eles Eram Muitos Cavalos


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Gisele 28/09/2017

Realismo e poeticidade
O próprio Ruffato afirmou que recorreu muitas vezes a uma linguagem poética para fugir daquele molde do realismo/naturalismo que transforma o ambiente em pitoresco, e que essa coletânea de contos foi uma espécie de exercício técnico que preparou o terreno para suas obras subsequentes. Eles eram muitos cavalos é um livro fácil de ler para quem já é um leitor que vai além de best-sellers. Alguns contos são como poesias, indícios cubistas e fragmentários de vidas íntimas que nem sempre são contadas linearmente, mas às quais se alude. É um livro que toca principalmente quem viveu os fim dos anos 1980 e toda a década de 1990, porque alguns ambientes que ele descreve são às vezes muito parecidos com as empoeiradas casas de vó, cheias de lembranças, bibelôs kitsch nas estantes, flores artificiais, quadrinhos com orações, esses ambientes parados no tempo. Há outro espaços: a rua, barracos, táxis, e uma multiplicidade de vozes que ecoa o caos de São Paulo. Todas as histórias se passam ne metrópole, que abarca seres que diferem uns dos outros como se morassem em planetas diversos. Há dores e resignações, pequenas alegrias, ironias do destino, tudo observado como se você estivesse assistindo tv e ficasse sapeando entre um canal e outro. Ele se parece um pouco com o romance Zero, do Ignacio de Loyola Brandão.
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Lopes 20/07/2018

| O choque ou o espasmo linguístico |
Tornar algo vivo e em contínuo movimento, causando nas fronteiras de cada limitação anunciada nas histórias, versos, crônicas, notícias, dentre outras variações, um choque exaltado. Esses cavalos "sem" ordenação saem trovejando nas violentas pisadas o que cada fronteira destes choques são capazes de realizar. Bom, quase místico demais, mas é uma alegoria própria, logo, perdoem-me. Luiz Ruffato estremece a linguagem em seu livro, os espasmos que cada roteiro propõe quando olhamos o conjunto da obra é um dos segredos que podemos tratar de revelar. São histórias ou historietas curtas, pequenas crônicas, notícias, enfim, um reflexo de gêneros que Ruffato escreve para lermos acerca do limiar da vida da linguagem, sua elasticidade, e como dito acima, seu estremecer. E a cidade de São Paulo é o palco desse olho do furacão, a cidade propõe diversos dogmas e multifacetadas realidades, que dispõe à obra o veraneio do inferno. Esse inferno é o cúmulo, o ápice, o contraponto a calmaria relevante da vida, sem esse lugar do anti gozo o olhar se reduz a meras tirinhas riscadas a cores. Uma São Paulo ainda previsível, mas constante, de chacinas a loucura. Todos os micro 'algo' são mais que experimentações da linguagem, é ela já enlouquecida, no furor da vida. O prazer de ler é renovado, posto a dificuldade, ele senta e olha os cavalos passarem, e como eram muitos nós também sentamos. Talvez Cecília soube desfilar poeticamente o início desta saga e talvez Luiz terminou sobejamente.
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Aline 02/08/2018

E eu pensei no meu irmão
Ingênuos, mas de um jeito justificável e que desperta aquele tipo mais genuíno de indulgência.
Inteligentes, mas de um jeito meio trágico, do tipo que talvez fosse melhor permanecer na ignorância.
Ingênuos ou Inteligentes, eles eram muitos brasileiros, medíocres, vivendo um dia de cada vez em São Paulo. E aviso aqui que vem com o “Certificado Sartre de Pessimismo”.

Difícil explicar como um livro sobre nada despertou tantas emoções diferentes. Honestamente, acredito que seja 100% mérito do autor.
Não recomendaria para alguém que acredita em mentalizar o bem, sete passos para a realização pessoal ou felicidade nas pequenas coisas. Na verdade, lá no silêncio da minha leitura, antes de dormir, pensei no meu irmão: Um cara que não tem facebook, muito menos instagram, não fala muito, nem critica, não vai à igreja, não usa terno, não escreve textão, mas é onipresente. Diante de qualquer confidência que vc faça, ele simplesmente responde “Eu Sei”. E ele nunca tenta te tranquilizar com a hipocrisia das frases de impacto, porque sabe que compreensão é o melhor consolo. Enfim.... eu sei que fugi um pouco do assunto aqui, mas queria concluir assim: Para os "pessimistas onipresentes" como meu irmão, Eles Eram Muitos Cavalos
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Nath Moraes 18/12/2018

Tem contos que são uma faca no fígado!
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Desirre2 20/01/2019

Não existe livro que tenha captado São Paulo melhor do que a obra de Ruffato. Um dos melhores livros já criados na vida.
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Lorena 15/07/2019

Caos
É um livro bem incomum. Nunca tinha lido nada parecido. Não tem estilo definido. Na verdade, não tem nada definido. Alguns trechos são ótimos, outros não são e alguns não dá nem pra entender do que se trata. Vale muito como experiência, mas não é o tipo que eu queira repetir.
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