M Ferreira 09/10/2022
Paulo Freire, um dos maiores educadores brasileiros, deixou um legado imenso de conhecimentos, reflexões e propostas de processos educativos que sirvam para promover a emancipação e a liberdade dos indivíduos.
Nesta obra, uma das mais conhecidas e comentadas, o autor nos propõe diversas reflexões sobre as dinâmicas sociais entre opressores e oprimidos, como essa relação é formada e quais os fatores que a mantém.
O livro é dividido em quatro partes. Na primeira, "Justificativa da pedagogia do oprimido", somos apresentados aos conceitos de oprimidos e opressores, bem como as situações sociais que criam cada um desses papeis.
A segunda parte apresenta um conceito bastante conhecido, "a concepção 'bancária' da educação como instrumento da opressão". Nesse capítulo, Freire aborda a educação bancária, na qual os educadores apenas depositam informações nos educandos, como forma de manter a dinâmica social da opressão.
Como solução para isso, o terceiro capítulo apresenta "a dialogicidade: essência da educação como prática da liberdade". Defendendo que apenas o diálogo, ou seja, a comunicação entre educadores e educandos, de forma horizontal, é capaz de promover uma educação libertadora.
Por fim, o autor aprofunda as reflexões sobre o diálogo, apresentando as diferenças entre a teoria antidialógica, que mantém a opressão, por meio do desestímulo ao pensamento crítico, e a teoria dialógica, que fomenta nos indivíduos os processos de consciência crítica e pensamento sobre a realidade.
Esta é uma obra bastante teórica e densa, mas que nos convida a refletir sobre aspectos políticos, sociais e educativos da nossa sociedade, tendo em vista a conscientização das dinâmicas opressoras presentes no nosso cotidiano e os meios pelas quais podemos superá-las.