Kabrine
24/04/2021Um livro polêmico desde o início! O enredo se passa numa Alemanha de 1950, após Segunda Guerra Mundial: destroçada e sua população dividida e perdida.
Michael Berg narra toda a sua história desde quando conheceu Hanna, em um episódio de icterícia em que ela o ajuda na rua.
Os dois acabam iniciando um caso secreto e esse relacionamento é marcado pelas descobertas do jovem ao sexo e pelo amor a literatura de ambos. Até aí tudo bem, não fosse um detalhe: Michael possuía 15 anos e ela, 46.
O livro é dividido em três partes: a primeira abordando a descoberta e compreensão um do outro – o relacionamento dos dois. Um caso permeado de toques, afagos, sexo – como se existisse um acordo silencioso de não falar sobre o passado dela e nem sobre a vida dele: inclusive, ele demora a perguntar o nome dela e ela nunca o fez.
De um lado um Michael devotado a sua primeira paixão, do outro Hanna, uma mulher madura e autoritária com seu ritual para todos os encontros que, nas palavras de Michael, eram: ler para ela, tomar banho, amar.
A segunda parte é a narrativa pós-Hanna: esta que some sem deixar rastro abandonando um jovem amante corroído pela culpa.
Oito anos se passam e Michael se depara novamente com ela: para sua surpresa no banco dos réus do julgamento que assistia acusada de crimes em um campo de concentração nazista.
E a terceira parte é pós-julgamento.
É um livro com episódios curtos e o que mais me cativou foi a narrativa, como se Michael divagasse sobre tudo que passou, sobre como aquela mulher o fez sofrer, mas, foi a única mulher que ele foi capaz de amar.
Perguntas foram deixadas no ar e que só serão respondidas conforme a percepção do leitor por parte da índole da Hanna e de todo o contexto: o que se torna um paralelo incrível.
Outra situação e a mais gritante se deve a relação dos dois não ter sido tratada em nenhum momento como algo errado e os dois até brigam por um não ter assumido o outro (?).
Enfim, é um livro triste, reflexivo e vale a pena a leitura.
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