Maria Ferreira / @impressoesdemaria 22/07/2017Única Filha?Este é o primeiro livro da autora australiana, Anna Snoekstra, lançado no Brasil esse ano pela editora HarperCollins Brasil.
É um livro de suspense e thriller psicológico em que, aos poucos, vamos conhecendo a história de Rebecca Winter, uma garota que desapareceu em 2003 e até 2014, ninguém sabe ao certo o que aconteceu com ela.
O livro começa com uma narrativa em primeira pessoa feita por uma mulher que foi pega furtando no mercado. Olhando de fora, parece ser um delito bem frívolo, mas ao longo da leitura, se entenderá a gravidade da situação. Diante dos policiais, ela faz de tudo para não ir presa, então lembra que há um tempo atrás tinha sabido da história de Rebecca Winter e ficado surpresa com a semelhança física entre elas. Achou que poderia se passar por ela e assim, fugir da prisão iminente. Depois, daria um jeito de ir embora. O mais urgente no momento era se livrar da prisão.
Inicialmente, seu plano dá certo. Os policiais acreditam na sua mentira. Agora, essa mulher que diz ser Rebecca Winter, a menina que desapareceu em 2003, faz reviver, onze anos depois, o caso já arquivado pela polícia.
Ela é reintegrada à família, aos amigos, e tenta se livrar do investigador que trabalha em seu caso, que lhe interroga diariamente em busca de alguma informação que possa ser útil para descobrir a identidade de seu sequestrador. Ela não podia dar nenhuma informação porque não passou por nada do que se acredita que a Rebecca original passou, então, tudo que ela faz é dar respostas evasivas. Com isso, ela começa a se sentir culpada. Sabe que se assumir a identidade de Rebecca, nunca irão saber de fato o que aconteceu, mas não lhe restam muitas alternativas.
No entanto, essa falsa Rebecca, começa a observar comportamentos estranhos ao seu redor, tanto fora de sua casa, quanto dentro dela.
A narrativa é alternada, de modo que em um capítulo se tem uma narração em terceira pessoa quando se diz respeito à vida da Rebecca original, no ano de 2003, e em outro a narrativa é feita em primeira pessoa, pela Rebecca falsa, em 2014. Esse recurso narrativo faz com que o leitor se sinta mais próximo da protagonista e possa ir criando suas hipóteses sobre o que pode ter acontecido. Assim, também vai conhecendo melhor as duas personagens principais.
Só pela capa, já dá para perceber que é um livro recheado de mistérios. A escrita da autora é maravilhosa, prende o leitor do início ao fim. Tem uma velocidade boa e quando se está próximo do final, mantêm o ritmo. O leitor, no entanto, acelera a leitura porque só consegue querer descobrir a verdade sobre tudo logo.
O modo como a história é desenvolvida e apresentada é muito satisfatório. Outra coisa que satisfaz é o final, que para mim, em particular, foi totalmente surpreendente.
Leitura mais do que indicada, principalmente para aquele leitor que gosta de um suspense e thriller psicológico de qualidade, que não decepciona e não subestima a inteligência do leitor.
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