spoiler visualizarGeovana Rodrigues 13/11/2021
A narrativa gira em torno de 3 personagens principais, que vamos conhecendo (e estranhando à cada página). Constance, a irmã mais velha, desenvolveu agorafobia depois de ter presenciado o julgamento do assassinato da própria família, e à exposição do preconceito dos moradores da pacata cidade.
A mais nova e narradora, Mary Katy tem uma imaginação extremamente fértil (acho que ela usou isso meio que para elaborar o luto).
As duas cuidam do tio Julian, que sofre do mal de Alzheimer, ou das sequelas deixadas pelo o arsênico (usado como veneno na comida da família, não é spoiler, juro, tá na sinopse).
As pessoas têm medo delas, jogam hate com gosto, o que me deixou agoniada a leitura inteira, porque elas eram órfãs, que tinham que cuidar das compras, da casa e do tio doente. Devido ao transtorno de Constance, Mary Katy é quem cuida dos afazeres exteriores da casa. Ela protege o “cantinho da paz” das duas à todo o custo.
A caçula tem pensamentos bizarros, dignos de um sociopata; suas atitudes são sinistras, como desejar a morte das pessoas, (mesmo ela meio que “tendo um motivo” já que as pessoas a maltratam tanto, porém é incabível esperar atitudes sensatas de uma pessoa traumatizada).
Apesar de já ser adolescente, Constance a trata como uma criança, e ela age como tal, tendo comportamentos totalmente infantilizados (tanto que Connie só a chama de Marricat). Só fui perceber que ela não era criança, quando assisti a live do Club3; fiquei chocada porque pensei que ela tinha no máximo uns 10 anos, e não! Ela tem 18 ANOS. 🤡
Mesmo sendo bem simbiótico e problemático, o relacionamento das duas irmãs é bem interessante. Elas vivem dentro da própria bolha – o mundo lá fora só existe quando Marricat tem que sair para fazer compras. O "mundo" para elas era a mansão e o terreno em volta da casa. Uma dissociação completa da realidade.
São totalmente dependentes uma da outra, e pelo o que percebi, Marricat manipulava muito a Constance. Não permitia que Connie se libertasse das amarras do passado.
Memórias, pensamentos, vontades e imaginação seguia a narradora, o que me deixou muito confusa, porque acaba ficando aquela vibe de: será que aconteceu? Será que elas estão mortas? Porque elas moram sozinhas e não tem um parente para ajudá-las?
Outro transtorno que pude observar, com a minha humilde bagagem de psicologia, foi o possível TOC da Marricat, todos os feitiços, proteções e regras que ela sempre seguia rigorosamente. Na cabeça dela isso impediria que os moradores invadissem a segurança do lar.
Entretanto um primo aparece, Charles, com a vontade de cuidar das meninas e do tio (vulgo roubar o máximo de coisas valiosas que ele conseguir). Passei raiva até falar chega com o macho escr***
A cena do incêndio é bizarra (não vou dar spoiler) – fiquei agoniada, assim como na cena do filme Mãe! (quem viu, viu rs).
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